Amortentia Weasley escrita por Liih Hellsing


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oiii!! Essa história faz parte do projeto Dezembro Romione.
Boa leitura.



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Era possível sentir cheiro de canela e de abóbora na cozinha, mas não haviam risadas ou músicas, nada que indicasse uma celebração familiar, existiam carinho, afeto, era possível ver Carlinhos e Jorge jogando xadrez em um canto na sala, Gui e Percy conversando próximos a lareira, Angelina e Gina falavam animadas sobre quadribol, mas ainda sim, as coisas estavam foram de lugar, ainda sim, as coisas pareciam vazias.

— Obrigada pela ajuda, querida. Se não fosse você aqui, não sei se conseguiria acertar metade dos feitiços para terminar o jantar... Você não imagina... – Moly disse, seguida de um profundo suspiro - Não, ninguém é capaz de imaginar, não consigo nem mais coordenar minha cozinha... Cuidar da minha família.

— Eu que agradeço, sra Weasley. Vocês são a minha única família agora, sempre foram minha família no mundo bruxo e eu não poderia estar em outro lugar nesse momento... Principalmente porque...

— É um natal difícil pra todos. – Disse Arthur, surgindo na cozinha e beijando a cabeça da esposa, que tinha voltado a chorar. – Não chore, querida, não chore. Consegue terminar sozinha, Hermione?

— Sim, sr Weasley.

— Vou pedir a Gina para vir te ajudar.

— Vocês têm noticias do Rony? – Perguntou a morena, enquanto limpava a mesa de jantar com Harry e Gina.

— Não, ele pediu licença no Ministério e desapareceu. Ninguém sabe pra onde ele foi.

— Você realmente não sabe de nada, Harry? - Perguntou a ruiva, enquanto se atirava num sofá – porque eu realmente tenho dificuldades em acreditar que ele esconderia algo de você.

— Não sei aonde você pretende chegar, Gina.

— Sobraram batatas? – Disse um rapaz ruivo e alto entrando na casa. Rony tinha um semblante cansado, porém tranquilo. – Pensei que chegaria a tempo de encontrar ao menos parte da família reunida.

— Eu sou sua irmã, seu idiota, parte da sua família. – Disse Gina abraçando o jovem.

— Deixe ele, Gina, ele gosta de ser dramático. Ao menos chegou a tempo de saber que Fleur está valendo por dois Weasleys... – Gui disse com um sorriso orgulhoso, alisando o ventre plano da esposa.

— O nosso lobão não gosta de perder tempo – Jorge disse rindo e recebendo uma almofadada do irmão mais velho.

. – Você fez muita falta – Disse Gina com lagrimas nos olhos e ainda abraçada ao irmão. – mamãe está sofrendo.

— Ainda estarei aqui no café da manhã. – disse o rapaz sorrindo em direção à Hermione – Harry, podemos conversar?

Os dois rapazes saíram da cozinha, em direção ao quarto de Ron, que vinha sendo ocupado por Harry nos meses anteriores.

Gui e Fleur se despediram dos três que ainda permaneciam na sala e foram para o Chalé das Conchas através da rede de Flu.

— Precisam de alguma coisa, meninas? – Perguntou Jorge. Ao receber um gesto negativo de ambas continuou. – Vou dar um volta, eu preciso sair daqui, mas não precisam avisar a mamãe, estarei aqui pela manhã.

Ao concluir, o rapaz saiu pela porta, noite a dentro e com os ombros curvados Hermione e Gina se entreolharam mas nada disseram sobre, era evidente que toda a alegria daquela família tinha ido embora com Fred, mas que o amor que sentiam uns pelos outros, os tinham reunido ali, apesar de toda a dor.

— Eu disse, Mione, o Harry sabe de alguma coisa.

— Mas o que poderia ser, Gina? Rony nunca conversou muito comigo sobre o luto dele, ou sobre os sentimentos. Eu voltei pra Hogwarts e ele foi ajudar Jorge na loja, isso quando não estava no estágio no ministério. Nos vimos poucas vezes antes... Antes de ele ir embora... Todos os dias quando eu acordo eu tenho vontade de fechar os olhos e dormir de novo, só queria que as noites durassem mais tempo, nada é capaz de preencher o vazio que eu sinto, Gina. Eu não tenho nada.

— Você tem a gente, Hermione. Também somos sua família, independente do Rony.

— Mas se ele não quiser ficar comigo... – Suspirou a morena – Eu não vou conseguir ficar aqui. Como eu poderia ficar aqui?

— Ficando. Olha, Hermione, vocês tem que conversar. São adultos, não podem mais ficar brigados como duas crianças... Hey, eles estão descendo, por que não vai falar com ele?

— Vou... Mas acho que antes vou dar um tempo pra ele se limpar e separo algumas sobras pra ele comer... E você e o Harry, se acertaram?

— Contei pra ele que vou jogar no Harpias. – Gina fez uma longa pausa – ele disse que nos veremos pouco, mas que se eu estiver feliz, ele também vai estar. – Gina continuou – Os NIEMs estão chegando, já sabe o que vai fazer?

— Shacklebolt me ofereceu um cargo no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas.

— E você quer fazer isso? Digo, papai sempre trabalhou no Ministério, lá é um ambiente que sempre me sufocou, sempre senti que ele não era valorizado lá... Passamos por muitas dificuldades e humilhações por causa do emprego dele.

— Seu pai é um exemplo pra mim, Gina... Ele sempre foi apaixonado pelo trabalho dele, e pelos trouxas e acho que por isso todos vocês me acolheram tão bem...

— Rony foi tomar banho... Vocês querem fazer alguma coisa? – Harry perguntou as duas.

— Eu vou me arrumar pra deitar. Estou exausta, e com Rony de volta, não vou mais poder dar umas escapadas... – Gina provocou o namorado, que ficou vermelho o que fez Hermione rir.

— Vocês dois estão terríveis – riu ainda mais Hermione, enquanto arrumava tortinhas em um prato – ontem eu tive que fingir um tombo no corredor por causa do barulho que vocês estavam fazendo, se continuassem assim não sei se eu duraria até o final do recesso.

— Por isso mesmo que agora tenho que descansar... Harry é um auror, tem muita energia e disposição...

— Vocês duas podem falar baixo? Se o Rony escuta eu serei um homem morto.

— Mas bem que a Hermione podia enrolar um pouquinho aqui em baixo com Rony, não é? Sabe, eu queria muito dar o presente de Natal do Harry. – Implorou a ruiva, batendo os cílios.

— Por Merlin! Vão logo antes que eu me arrependa – Hermione riu enquanto colocava o prato e o suco de abóbora na mesa. E sentava para aguardar o ruivo.

E cada minuto de espera era angustiante.

— Demorei?

— Um pouco.

— Pensei que Harry estivesse aqui, o quarto estava vazio.

— Ele e Gina acabaram de subir, foram trocar os presentes, por pouco vocês não se encontraram no corredor... – Hermione pigarreou – Está com fome? Arrumei um pouco das sobras pra você.

— Obrigada. – Rony estendeu a mão para Hermione, incentivando-a a se levantar e a beijou longamente. – Você não tem noção de como eu estava doido para fazer isso.

— Então por que você foi... – a morena foi laçada em um abraço apertado. – Você não sabe como senti sua falta.

— Sei sim, porque senti a sua. – Rony soltou o abraço e a guiou em direção a sala, onde os dois se sentaram no sofá, lado a lado. - Sabe, Hermione, você sempre me irritou. Irritava-me mais que o normal porque eu sempre me sentia insuficiente perto de você. Você é brilhante, incrível em tudo que se propõe a fazer e eu até hoje não acredito que você olhou pra mim, e não para o Harry. – Rony deu um longo suspiro. – Não entenda isso como inveja, porque não é, sou só eu sendo eu: inseguro e medroso. Mas você me incentiva a ser melhor, foi por você que eu vomitei lesmas, foi por você que eu enfrentei aranhas... Porque eu te amo, e te amo tanto que eu preciso que você me ame da mesma forma, que eu preciso que você fique ao meu lado para sempre. – Rony pegou uma pequena arca em cima de uma mesinha - Dentro dessa caixa está a sua escolha, e eu não vou interferir. Eu não quero que você fique comigo por não ter alternativa, quero que caso me escolha, me escolha por amor. Eu vou te fazer uma pergunta, mas antes de me responder, quero que olhe essa caixa, e leve o tempo que quiser para me responder... Então, Hermione – Rony se levantou do sofá e mexeu no bolso retirando uma caixinha antes de se ajoelhar em frente a morena. – Você aceita se casar comigo?

— Casar? – Hermione olhou pra arca no colo e a caixinha na mão do ruivo ajoelhado na sua frente. – O que tudo isso significa, Rony?

— Que eu quero me casar com você. – Disse o rapaz desconcertado. – Abra a caixa, Hermione.

A morena abriu. A caixa continha pequenos vidrinhos com fumaça dentro. Vários deles, e todos com etiquetas datadas e dois pergaminhos com mapas.

— O que é isso Rony? De onde são essas lembranças? De quem são?

— São minhas, Hermione. Eu devia ter arrumado uma penseira também – disse o ruivo coçando a nuca. – Eu encontrei seus pais... Eu rastreei eles.

A jovem olhou para ele desconcertada. Antes de retornar a Hogwarts, Hermione havia retornado para o antigo lar, e descobriu que a sua casa estava à venda, ficara por meses tentando descobrir para onde tinham ido, sem obter sucessor.

— Como conseguiu? – A morena se virou quase derrubando tudo. – Ah, Ron... Você fez isso por mim?

— Bem... Esse é o trabalho de um Auror, não acha? – O ruivo riu. – Oh, meu amor, não chore... Não quero que você chore. – O rapaz embalou a namorada em um abraço – Pensei que fosse ficar feliz.

— E eu fiquei... – Hermione disse olhando no fundo dos olhos dele – Você não tem noção do quanto eu estou feliz, todos os receios dos últimos meses parecem que foram embora juntos, são tanta emoções... – Hermione parou e segurou o rosto do rapaz – Eu achei que não poderia te amar mais... Mas agora, parece que meu peito vai transbordar de amor...

— Então é um sim?

— Sim?

— O pedido, Hermione... Se não quiser, eu vou entender... Você deve querer procurar seus pais e voltar pra casa deles e...

Hermione o interrompeu com um beijo.

— Nem tudo na vida é sobre escolhas, Ron. – A morena suspirou – Como eu poderia não amar você depois disso aqui? – a jovem disse apontando para o baú que ainda pairava em seu colo – Você se privou de estar com sua família por meses para procurar a minha... Se eu não te amasse antes, com certeza amaria agora... Então sim, eu me caso com você, mas também vamos procurar meus pais, juntos. Nós dois. E, Ron... – Hermione disse sorrindo – Pra que a pressa? Eu não pretendo ir a lugar algum...

— Eu também não. A menos que você me mande embora.

— E eu não vou mandar... Parece que você me enfeitiçou, Weasley... Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal, queridos! Muitos anos que não apareço por aqui, me sinto até meio enferrujada. Essa Fanfic é parte do Dezembro Romione e foi o melhor presente de natal que recebi até agora, rs.

Um ótimo final de ano, blood kisses, Liih.



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