Uma Viagem de Natal escrita por Julie Kress


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, feliz Natal a todos!!!

E segundo, eu não poderia deixar de postar uma One especial nessa data, certo?

Foi bem divertido escrevê-la.

Espero que gostem.

Boa leitura!!!



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P.O.V Da Jade

— O quê? Tá maluco se pensa que vou passar o Natal com você e sua família esquisita em Calgary! Eu prefiro passar o Natal com os meus avós em Detroit, pelo menos vou ganhar meias pretas e um moletom de tricô, o peru da vovó West é divino! - Falei.

— Jay, eles estão nos aguardando esse ano, eu não quero decepcionar os meus bisavós, eu ainda tenho uma tataravó, ela têm 101 anos. - Tentou amolecer meu coração falando sobre os idosos da família dele.

— Uau! 101 anos, talvez seja o último Natal da coitadinha. - Eu estava surpresa.

— Pois é, o sonho dela é te conhecer. - Disse com aquela voz suave e tocante.

— E o que eu ganho indo passar o Natal com você e sua família em Calgary? - Eu não dava ponto sem nó e ele sabia muito bem.

— Qualquer coisa, é só me pedir. Eu te dou qualquer coisa, baby. - Parecia desesperado.

— Vou querer ingressos para aquela peça de terror. Ingressos Vips, eu sempre quis ir passar uma semana em Chicago, se me prometer que vai me levar para ver A Psicopata, eu vou com você até para o fim do mundo! - Apresentei meu acordo.

Era feito ou nada, a decisão estava nas mãos dele.

— Será o nosso acordo? - Indagou e eu assenti. - Tudo bem, nós vamos à Chicago, mas só se prometer que vai se comportar. - Ele estava exigindo muito.

— Acordo fechado! Estou muito ansiosa, essa peça promete ser incrível! - O abracei forte não me contendo.

Oliver riu e me segurou pela cintura, fitei seus olhos castanhos.

— Me beija! - Não pedi, ordenei.

Meu moreno me deu um longo e gostoso beijo, todo afoito.

[...]

— Já comprou as passagens de avião? - Perguntei.

— Vamos de trem, meu amor. - Respondeu tranquilamente.

— Como assim de trem? São 3 dias de viagem, né? - Indaguei, incrédula.

O vôo seria de 3h/5min.

— 48 horas, e mais 12 horas indo de ônibus. - Que palhaçada era aquela?

— Que tipo de brincadeira é essa, Oliver? - Fiquei descrente.

— Podemos ir de carro, até chegamos mais rápido, pode apostar, eu dirijo! - Falei séria.

— Não, baby, vamos de trem e depois pegaremos o ônibus. - Estava tranquilo demais para o meu gosto.

— Mas por quê? - Eu quis saber.

— Porque assim economizaremos 350 dólares, eu vou usar esse dinheiro para comprar os presentes. - Justificou.

— Está bem... - Cedi, tudo por meus ingressos.

— Que bom que entende, baby. Você não vai se arrepender. Faremos uma viagem incrível. - Prometeu.

[...]

Pelas contas do Oliver chegaríamos no dia 24 por volta das 10h da manhã. Pegamos o trem para Calgary bem cedo, seriam longas 48 horas de viagem, embarcamos na enorme lata velha carregando um monte de sacolas de presentes, além das nossas bagagens.

— Quero ficar com a vista da janela. - Avisei logo.

Nos acomodamos, após 3 horas de viagem eu já não sabia o que era mais irritante, um velhinho rabugento reclamando, uma grávida passando mal com enjôos ou um bebê chorando descontroladamente...

Minha cabeça já estava doendo, Oliver mantinha-se sentado ao lado, resolvendo uma daquelas revistinhas de palavras cruzadas.

Tirei a pequena garrafa térmica de café da bolsa, enchi minha caneca após enfiar os fones de ouvido e acionar minha playlist.

As 48 horas de viagem foram lentas e infernais, quando desembarcamos em alguma estação do Canadá, eu estava com muita enxaqueca, morrendo de sono por conta das noites mal dormidas, com fome porque a comida era horrível e de saco cheio de passar horas à fio com desconhecidos inconvenientes...

Para o Oliver tudo foi divertido, ele até fez amizade com o rapaz que ia sentado à nossa frente.

Eu particularmente odiava pessoas. Portanto odiei cada minuto trancada naquele trem.

[...]

P.O.V Do Beck

— Só mais 12 horas de viagem, baby. - Dei um selinho na Jade.

— Me mata logo... - Choramingou.

— Não seja dramática. - Falei.

Paramos no terminal para lanchar, minha morena estava faminta, devorou 3 sanduíches e esvaziou 2 xícaras de café, o que fez com que seu humor melhorasse.

Assim que pegamos o ônibus, ela logo adormeceu com a cabeça no meu ombro. Algumas horas se passaram, tive que levantar para ir ao banheiro. Quando retornei, encontrei a Jade segurando um bebê.

— Que bonitinho. - Sorri para o bebê usando gorro e macacão com estampa de carrinhos.

Jade estava fazendo caretas, mantinha o bebê estendido e longe do corpo... Como se ele fosse um tipo de bomba-relógio.

— A mãe desceu para comprar um lanche. Não sou de fazer favores, mas aceitei por 10 pratas. - Explicou.

O ônibus tinha dado aquela parada.

— Mas isso não é favor, ela vai te pagar. Me dá ele aqui, você está segurando de forma errada. - Falei.

— Toma, que seja, essa coisinha fede à leite e baba muito! - Disse enojada.

Revirei os olhos e tirei o bebê das suas mãos. O ajeitei no meu colo para que eu pudesse olhar para o rostinho dele.

— Como ele se chama? - Perguntei.

— Benício, Bernard, Bennett, sei lá... Algo assim, Benjamin, talvez... - Disse não dando a mínima.

Meu Deus... Ela não tinha jeito mesmo.

— Oi, B. Vou te chamar de B, pode ser? - Fiz carinho no neném lhe arrancando um sorrisinho.

Não demorou para que a mãe dele voltasse, descubrimos que ele se chamava Brick e Jade ainda recebeu o dinheiro por "tomar de conta" do bebezinho.

Despertei com Jade me sacudindo.

Acordei todo atordoado e ela estava desesperada.

— O que houve? - Me assustei quando vi seu estado.

— A porcaria do ônibus deu prego! - Soltou a bomba em cima de mim.

— Como assim deu prego? - Aquilo não podia ser verdade.

— Brecando. Deu pau. Quebrou! - Disse irritada.

— Meu Deus... - Aquilo não podia estar acontecendo. - E agora? - Perguntei.

— Estamos sei lá aonde, numa estrada deserta sendo que deveríamos chegar em sua casa em 6 horas. - Disse estressada.

— Merda! - Resmunguei.

— Vamos passar as Vésperas de Natal aqui, e se for muito azar, passaremos o Natal aqui mesmo longe da minha família e da sua, isso não é lindo? - Ironizou.

— Jade, tenha calma, nós não...

— Calma uma ova, Oliver! É tudo sua culpa! A gente devia ter pegado um avião, foi brilhante a sua ideia de economizar 350 dólares! - Bateu palmas sarcástica.

De avião teríamos chegado em menos de 4 horas. Ela tinha razão.

[...]

Dia 24 de Dezembro, Sábado, às 22h...

P.O.V Da Jade

Não havia sequer um posto de gasolina por perto, nenhuma casa, nada... O motorista tentou consertar o ônibus com a ajuda do Oliver, o problema era o motor e não havia como consertar ali no meio do nada, e o motor precisava ser trocado.

— Não fica brava comigo, olha pelo lado bom, estamos juntos, Jay. - Tentou me abraçar.

Revirei os olhos, eu precisava urgentemente de um banho, escovar os dentes e de uma cama quentinha.

Além de fedido, ele estava grudento e sujo de óleo e ferragens.

— Vamos descer, o pessoal vai fazer uma fogueira. - Disse conformado com a situação.

Estávamos numa estrada pouco iluminada, com o céu estrelado sobre nós e com um milharal ao nosso redor.

Os passageiros juntaram o que podiam para a fogueira, alguém emprestou o isqueiro, a palha seca de milho serviu para as chamas pegarem mais rápido.

Não havia bancos, duas toras largadas na beira da estrada foram colocadas ao redor da fogueira já acesa.

Uma moça tinha um violão, uma senhora gentil compartilhou a comida enlatada que tinha. Latas de feijão, ensopado de legumes, atum, sardinhas e carne em conserva foram divididas entre todos.

Nos reunimos, logo daria meia-noite.

Sentei no colo do meu namorado, estavámos juntos, e não estávamos sozinhos ali.

Não passamos o Natal com nossas famílias, e sim com desconhecidos unidos pelo acaso, por conta de um incidente...

Mas apesar de tudo, foi até divertido. Passamos por um sufoco e maus bocados durante a longa viagem, pelo menos a noite foi tranquila e aquilo seria memorável.

Tínhamos uma boa história para contar, afinal de contas.


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Notas finais do capítulo

E aí???

Curtiram???

Amei escrevê-la.

Não esqueçam de comentar e favoritar. Bjs



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