Dor. Pode ser física, como também um sofrimento psicológico / mental. Ambas terríveis, a segunda ainda mais cruel.

- Vamos... Não chore. Agora esta tudo bem – Ele a abraçou.

- Me sinto tão... Tão patética, tão onipotente... – as lágrimas ainda rolavam descontroladas.

- Você fez muito bem agora a pouco, e de qualquer forma eu não deixarei que mais nada de ruim aconteça a você, afinal, eu estou do seu lado... Néh? – Levantou o rosto da jovem para que o fitasse, limpando uma das lágrimas que começava a escorrer. Os rostos tas próximos, ambos tão abalados.

Um beijo terno e doce, calmo e intenso, triste e feliz.

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A chuva ensopava seus curtos cabelos verdes enquanto andavam encolhido pela rua de cabeça baixa. A noite já caída na agitada Tókio, ninguém perceberia a presença do garoto sozinho. Sozinho, sim, sempre esteve sozinho. Erros. Cometeu muitos. Ele só queria de volta a luz de sua vida, aquilo que o tirava daquela escuridão miserável... Mas novamente estava sozinho.

Ele não pretendia desistir, não, pois isso seria o mesmo que escolher a morte. Voltaria, mais forte, recomposto, para levar sua princesinha e viver um colorido conto de fadas. O jovem engana-se, no entanto, pois contos de fadas não existem.

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- Onee-san? O que faz aí encolhida, sentada no escuro no meio do corredor? – O garoto agacha-se e toca o ombro da irmã – Araa... Você esta bem? Voc... Você esta chorando!

- Não, estou rindo, baka...

- Hey, me conte o que aconteceu... Todos saíram correndo de repente. – Ele sentou-se ao lado da outra, ignorando seu comentário.

-Eu vi...

-Viiiu...?

- Eu... vi...a-a Mi-Miku-san e-e o Ka..-Kaito-san s-se beijando... – As palavras saíram falhas. Ela se sentia traída, rejeitada... por ambos. Ainda assim, ao terminar a frase virou o rosto para o lado contrário, mesmo nesta situação ela pretendia manter sua "dignidade".

- Ai meu Deus... – Ele estava pasmo, seu rosto empalideceu e o corpo gelou. Rapidamente abraçou a garota ao seu lado fortemente, deixando que as lágrimas da mesma chegassem até sua camisa sem importar-se.

Ele também sentiu dor... Em dobro. Por ela, por ele. O loiro queria ser a pessoa mais importante para sua irmã assim como ela era para ele. Ela ara a única para ele.

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O toque do celular ecoou pela sala antes com um silêncio quase mórbido. A jovem de cabelos castanhos o atendeu rapidamente, enquanto seguia até a janela e afastava a veneziana a fim de ver as luzes de Tókio.

- Mosi-moshi?/ Sim, e qual foi o resultado?

Os olhos arregalaram-se, o café que a pouco bebera tornara-se amargo em sua garganta. A ex-cantora, cambaleou, apoiando-se na quina de sua mesa, a respiração ofegante buscando em desespero o ar que lhe faltava.

A morte é uma sombra que nos persegue durante toda uma vida, sabemos que um dia chegará, para um  antes, para outros muito mais tarde.

Mas como lidar com a notícia de que lhe restam apenas 5 meses de vida?