Um conto de natal The Mentalist ! escrita por kicaBh


Capítulo 1
Feliz Natal, Jane !




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798118/chapter/1

24 de dezembro de 2014

Tio Patrick, eu fiz certo? Jason, o garotinho mais velho da família de Stan Lisbon perguntou e Jane se sentiu surpreso. Nunca havia sido “tio” de ninguém. O irmão de Angela não tinha filhos e ele era filho único.

Ele e Lisbon estavam num relacionamento a pouco tempo, mas ele já era bastante querido pela família dela desde que ajudou Jimmy a se livrar de uma acusação de assassinato. E ter participado do batizado do bebe de Stan.

Aquele batizado foi uma tarde inesquecível para Jane. Sentados debaixo de uma árvore, a família dela se divertindo distante deles e então Teresa disse, com todas as letras, que o amava. Mexido, surpreso, maravilhado eram adjetivos que ele pensava para descrever o momento. Mas feliz era a melhor de todas. Jane se sentia feliz e amado ao lado de Teresa e apesar de todo o medo que invadia seu ser quanto mais se rendia a ela, mais feliz ele se sentia. O trabalho de policial dela o preocupava, sempre o preocupou, mas agora o atingia no ponto certo. Ele temia perde-la. E além disso, Jane tinha medo de não conseguir ser um homem a altura do que Teresa merecia.

Mas hoje o dia estava maravilhoso e como Teresa já havia dito, o agora é bom e é preciso aproveitá-lo. Por isso ele foi continuar ajudando o garotinho que o aguardava ansioso :

Está quase perfeito, Jason. A moeda ainda precisa estar mais escondida na sua manga. Jane sorriu ao responder ao menino, ensinando a ele um movimento básico de mágica. Jason, desde que Jane chegou, se agarrou a ele seguindo todos os seus passos. E quando Jane fez uma mágica o menino nunca mais o deixou em paz, o que ao invés de deixar Patrick cansado, o encantava.

Jane e Lisbon vieram passar o Natal com a família dela em Chicago e para Jane, que nunca teve um natal tradicional, era uma experiencia diferente ver a casa toda enfeitada com temas natalinos, crianças na expectativa, barulho e bagunça, muita bagunça.

Patrick gostou da árvore escolhida pela família, era grande com muitos enfeites de ursinhos vermelhos e dourados, com uma bela fita de sinos perpassando toda a arvore, acompanhando o pisca-pisca colorido. Lisbon ainda ralhou com ele quando percebeu o quão perplexo ele havia ficado diante da imponência da arvore e então ele explicou que no mundo dele o natal era um dia de muito trabalho, porque no dia seguinte o circo era um passeio para as famílias. Geralmente eles escolhiam a parte quente do país para ganharem muito dinheiro no período de festas.

Os irmãos de Lisbon haviam saído para um pub mas Jane preferiu ficar quando viu o olhar choroso do filho mais velho de Stan por não poder acompanhar o novo tio. E Jane não achou ruim que ao invés de ficar ouvindo histórias constrangedoras da namorada ele ficasse aqui e curtisse as crianças. Por isso, enquanto Jane brincava com Jason e o ensinava o truque, no andar de cima Lisbon ajudava Karen a controlar os garotos menores, o bebe dormia sereno, mas os outros maiorzinhos ficaram agitados com os tios na casa.

Karen e Lisbon, assim que eles dormissem, iriam organizar os presentes de todos na árvore. Jane ficou um pouco preocupado de não saber o que as crianças queriam, mas Teresa achou que ele se divertiu bastante irritando a vendedora inexperiente da loja de brinquedos.

Então você e o Sr Jane, hein? Está ficando sério. Acho que em breve esta família irá crescer ainda mais. Karen falou olhando para a cunhada que ela sabia ser reservada. Em todos estes anos de casada com Stan, Jane era o primeiro namorado que Lisbon trazia para que eles convivessem. E Karen não gostava de ser invasiva, mas era perceptível que a cunhada estava bastante apaixonada pelo homem loiro, bonito e charmoso que, além de tudo, tinha jeito com crianças.

Somos apenas namorados, Karen. O Jane ainda tem alguns obstáculos para vencer. Acho que nós dois temos medos a perder. Lisbon respondeu de cabeça baixa, quase com vergonha de admitir que muitos medos invadiam seu coração enquanto ela vivia o relacionamento mais completo de sua vida. Jane a atraia, a entendia, a desafiava e a aterrorizava quando ela pensava se daria conta de ser a mulher que ele precisava. E ela sabia que o homem lá embaixo ainda precisava caminhar alguns passos, exorcizar alguns fantasmas. Mas nada disso a impedia de amá-lo, tanto a ponto de trazê-lo com ela nas festas de família. Algo tão doméstico que ela mal se reconhecia.

Sim, a aliança, o Stan comentou. E mesmo que o Sr Jane não tivesse a aliança e todo o passado que ela carrega, Teresa, nós sempre temos medo quando nos apaixonamos. Todos temos medo de nos render, de dar o grande salto no escuro que o amor exige. No entanto, o Sr Jane me parece bastante envolvido. E você também. Karen falou suave, sem querer parecer intrusa e Lisbon sorriu para a cunhada, o rosto vermelho ao perceber que não conseguia esconder de ninguém a paixão que sentia. Um homem menos apaixonado aceitaria passar o natal com esta família de loucos e com quatro crianças?  E ainda parecer realmente se divertir com elas?

Karen e Lisbon sorriram genuinamente pela ideia. Era verdade, a própria Lisbon sabia que tinha uma família cansativa. Jane estava se adaptando bem, não caia nas provocações dos irmãos e se algo deixava Lisbon desconcertada ele dizia que não queria nem saber o final da história.

Enquanto Karen não duvidava que o homem no andar de baixo seria marido de sua cunhada, Lisbon pensava se Karen tinha razão. Se algum dia Jane tiraria aquela aliança para terem uma deles.

Ela gostaria de se casar com ele? Teresa pensou consigo mesma e não conseguiu barrar a visualização dela caminhando vestida de branco, indo em direção a Jane, dizendo que seria dele para a vida toda. Gerava nela uma sensação quente e agradável. Um filho? Seria perfeito.

Vendo a cara de Karen para ela, talvez entendendo que ela sonhava com as possibilidades, ela apenas respondeu:

Bem, eu não sei do futuro, mas agora tem sido muito bom estar com o Jane. Não era mentira a resposta de Lisbon, mas a semente do sonho de uma família com Jane havia sido plantada. E Karen sabia.

No futuro eu vejo que ele será um pai maravilhoso. Karen falou e o assunto foi encerrado.

As crianças dormiram mais rápido do que Lisbon esperava, Karen havia dito que Jane brincou com elas a tarde e elas estavam exaustas e enquanto a mulher de Stan os ajeitava nas camas Lisbon desceu para ver o espaço para alocar os presentes na árvore. E também dizer a Jane que ele e Jason teriam que dar uma volta.

Lisbon estava no meio da escada quando ouviu a risada deles. E parou se prometendo ouvir só um pedaço da conversa.

Eu falei isso mesmo para o papai Noel, Tio Patrick. Eu realmente não quero mais irmãos. O garoto sorria e completava dizendo que seus 3 irmãos eram o bastante.

Não sabe a alegria que é ter irmãos, Jason. Eu não tenho irmãos. Mas Jane não fez disso uma frase triste, não queria dar essa impressão ao sobrinho.

Posso te dar algum dos meus, se quiser. Ele falou resoluto.

Sério ? Jane perguntou sorrindo e o garoto pensou um pouco antes de responder.

Na verdade, não, a minha mãe ficaria bastante chateada se isso acontecesse.

Eu imagino que sim.

Você tem filhos ?

Não, não tenho. E da escada, mesmo abafada pela madeira e distancia, Lisbon sentiu a voz emocionada de Jane.

E você e minha tia Teresa não vão ter filhos ? Eu gosto muito da minha prima Any.

Eu ainda preciso vencer algumas etapas, mas eu espero que no futuro .... Jane não conseguiu completar a frase e o garotinho olhou estranhamente para Jane, talvez não entendendo a magnitude da resposta. Mas Jane sabia que falava a verdade. Ele precisava conseguir dar mais alguns passos nessa relação com Teresa para que conseguisse dizer que gostaria muito de ter filhos com ela.

Quer saber, peça pro papai Noel um filho para você e a tia Teresa. Ele nunca nega um desejo de natal. Jason falou como se tivesse a melhor solução do mundo. Jane achou linda toda aquela inocência, mas a provocação era parte de sua alma, por isso quis saber mais sobre os pensamentos de Jason.

Nunca ?

Nunca. Jason respondeu firme.

Ele já realizou todos os seus desejos ? Jane gostaria de saber se o garoto conseguiria explicar o fato de que nem sempre ganhava o que pedia.

Não, não é assim que funciona. Papai me explicou. Você pede, Tio Patrick, e então tem que ter paciência para esperar e sempre agradecer ao presente que você ganha, mesmo não sendo o que você pediu. Papai disse que a tia Teresa vivia pedindo um pônei e nunca ganhou, mas quando ela ficou adulta o Papai Noel mandou para ela. E Jane não sorriu desta vez, mas compreendeu o que o garotinho dizia e achou que Jason tinha uma compreensão maravilhosa da vida. Pedir sempre, conseguir as vezes levava tempo.

E se o que eu pedir for impossível ? Jane quis saber, se sentindo tão infantil quanto o garoto diante dele.

Papai diz que pedir o impossível é não desejar realmente alguma coisa. Jason falou imponente e Jane realmente admirou a educação que o irmão de Lisbon dava aos filhos, ensinando-os a curtir a fantasia, mas começando a compreender que há coisas que são imutáveis.

Então vou pedir ao Papai Noel para tirar os meus medos, para que eu e sua tia possamos ter uma família como a de vocês. Se Jason ficou surpreso por ver esse homem adulto admitir que tinha medo, não falou nada. Ao contrário, fez uma pergunta bem diferente.

Com tantos filhos quantos temos aqui?

Um pouco menos. Jane gargalhou e Jason riu com ele.

Tio Patrick ?

Sim.

Você é um bom garoto, ele vai te atender. O garoto falou e deu um beijo na bochecha de Jane, dizendo que estava com sono e que gostaria que a mãe fizesse um chocolate quente para que ele pudesse dormir e aguardar a manhã de natal.

Da escada, Lisbon tinha lágrimas escorrendo pela face, sem perceber que também pedia a Deus ou ao Papai Noel que tirasse o medos dela também, para que ela e Jane pudessem realmente ter uma família bonita como era a de seu irmão Stan.

Teresa sentiu a cunhada pousando a mão em seu ombro e a ouviu sussurrando :

Vocês vão conseguir ! Eu tenho certeza.  

E Lisbon fez uma prece pedindo que a cunhada estivesse certa.

 F I M


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Feliz natal a todos.

Que Papai Noel ouça todos os nossos desejos, e a seu tempo, os realize !



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um conto de natal The Mentalist !" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.