Laços de Amor escrita por Way Borges


Capítulo 4
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Olá meus xuxus, estão prontos para o ultimo capítulo de Laços de Amor?
Espero que gostem desse final



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798059/chapter/4

— Loki.

Tony, que estava dormindo em uma cadeira desconfortável, ergueu a cabeça, o seu cabelo estava em pé e bagunçado. Ele piscou e passou a mão no rosto para tirar os resquícios de sono dos olhos, e se aproximou do filho.

— O quê?

— Loki – Luke repetiu novamente, e apontou para a pelúcia de cobra no colo do pai.

O engenheiro olhou para baixo e a lâmpada acendeu. Oh! A cobra. Ele rapidamente entregou o brinquedo de pelúcia a Luke, que então começou a abraçar a pobre criatura com muita força.

— Você deu um nome para sua cobra, Luke? – Tony indagou com uma sobrancelha erguida. — Por quê?

— Por que combina com ele – Luke explicou, encolhendo os seus pequenos ombros, fazendo Tony dar uma risadinha.

— Como está se sentindo? – o mais velho indagou.

— Estou bem, pai – Luke respondeu, observando Tony como se estive o avaliando. — Como você está? Você está bem? Aquele grande homem mau de metal machucou você? Onde ele está?

Tony sorriu com a velocidade que o menino fazia perguntas, ainda não tinha se acostumado com a tagarelice do menor, mas era muito bom ouvi-lo depois de um começo no mais absoluto silêncio.

— Estou bem, garoto. Eu estava mais preocupado com você.

— E eu estava preocupado com você — o menino enfatizou.

Tony parou por um momento pensando na maravilha que era seu filho. Crianças de seis anos não deveriam ser capazes de falar como Luke. Ele sorriu, seu menino era um pequeno gênio. Quando o que Luke havia dito foi absorvido pelo bilionário,  seu peito se apertou dolorosamente.

— Não precisa se preocupar homenzinho, esse é o meu trabalho e não é querendo me gabar, mas eu sou muito bom no que faço. Então, contado que você esteja seguro, eu vou ficar bem – Tony explicou carinhosamente, e um tanto aflito com a maturidade que seu filho demonstrava, às vezes. Ele temia que o filho tentasse assumir papeis que não eram dele, como se preocupar com um adulto. — A propósito, como você distraiu Destino?

— Homem do metal? – Luke enrugou o nariz de uma maneira excessivamente fofa, na opinião de Tony. — Eu não me lembro.

O Homem de Ferro acenou com a cabeça, tinha sido um dia muito difícil, e uma situação que traumatizaria qualquer um.

— Está tudo bem, homenzinho, eu só estava curioso.

— Ele foi mal! Eu não gosto dele – Luke avisou, e as suas bochechas ficaram levemente infladas.

— Você e eu, garoto – Tony disse e beijou o topo da cabeça de seu filho, mas sua vontade era de morder as suas bochechas rosadas.

— Posso dormir na minha própria cama? – Luke perguntou com um ar esperançoso. Tony balançou a cabeça em negação.

— Tio Bruce quer que você fique aqui por mais uma noite, só por segurança. Tudo bem?

Luke sorriu e acenou com a cabeça, seu cabelo preto rebelde balançando para cima e para baixo.

— Certo, papai.

— Esse é o meu garoto – Tony comemorou. — Durma um pouco, você precisa – acrescentou.

Deslizando o cobertor sobre o corpo de Luke, Tony lhe deu um beijo de boa noite e esperou até que seus olhos se fechassem lentamente. Depois de se certificar de que ele estava dormindo, o Stark saiu do quarto e, silenciosamente, fechou a porta atrás de si.

Luke foi liberado da ala hospitalar no dia seguinte, mas isso não trouxe alivio para Tony. O medo de algo acontece com o seu menino o deixou paranoico, fazendo com que redobrasse os protocolos de segurança da Torre dos Vingadores e perder noites de sono velando o sono do menino. Uma semana depois vivendo de café e energético, a pedido de Luke que estava ficando desesperado com o estado do pai, Steve, Pepper e Bruce interviram e sedaram o Stark.

Depois de uma longa conversa, onde os Vingadores explicaram a Tony, que ele não precisava proteger Luke sozinho, pois além de uma equipe, eles eram uma família. O menino era importante para todos e fariam de tudo para mantê-lo seguro, só assim para o Homem de Ferro conseguir se tranquilizar um pouco.

 — Devíamos procurar escolas – disse Pepper, espontaneamente, depois de duas semanas da conversa sobre a segurança compartilhada de Luke.

Ela tinha ido a Torre visitar Tony, e resolver alguns assuntos da Indústria Stark. O gênio bilionário ergueu os olhos de sua bancada de trabalho e encarou Luke, que estava no canto de sua oficina construindo algo com uma pilha de restos inúteis. Ele sorriu, sim, tal pai tal filho.

— Tony?! – Pepper insistiu acenando com a mão na frente do rosto de seu chefe.

— Sim, estou ouvindo – Tony resmungou, e revirou os olhos. — Achei que poderíamos ensiná-lo em casa.

— Escola em casa? – Pepper ergueu uma sobrancelha.

— É, quando uma criança aprende em casa, Pepper.

— Eu sei o que significa – ela retrucou depois revirou os olhos —, mas por que você quer ensiná-lo em casa?

— Meu homenzinho é obviamente muito inteligente para o seu próprio bem. Outro dia, Bruce descobriu que Luke está lendo livros da oitava série. Então, depois disso, eu pedi a Jarvis para fazer um pequeno teste.

— E? – ela o incentivou a continuar.

— Ele não está apenas lendo livros que um garoto de quatorze anos leria, ele também está fazendo matemática, ciências, história e Deus sabe o que mais. Ele é um gênio louco! – apesar da brincadeira, havia muito orgulho na voz do Stark.

— Luke é mais inteligente do que você na idade dele – Pepper comentou, sorrindo levemente.

— Eu estava construindo motores de automóveis quando tinha a idade dele – se defendeu. Tony sabia que era muito infantil da parte dele, mas o comentário da amiga o fez sentir um pouco ofendido.

— Falando nisso – Pepper apontou para o canto que Luke estava. Os olhos de Tony quase saltaram das órbitas.

— Que, diabos?

Luke estava mexendo em algo circular e estava brilhando.

Azul.

Como o...

Reator ARC.

Não brinca!

Tony correu para onde Luke estava casualmente brincando com sua obra. Ele ajoelhou-se até ficar ao nível dos olhos com seu filho e pegou a pequena peça da máquina.

— Você gostou, papai? – Luke perguntou, esperançoso.

— Como? Quando? Eu posso?

Pepper riu enquanto Tony tentava criar uma frase coerente, pois era raro Tony ficar sem palavras. Mais tarde teria que pedir a Jarvis que lhe enviasse a gravação desse momento épico.

— Ele construiu um reator de ARC! Meu filho é um gênio! – Tony gritou, e girou Luke em seus braços.

Não era exatamente um reator ARC, estava mais uma lâmpada high-tech, mas depois de alguns ajustes se tornaria viável. Mas isso não minimizava o fato impressionante que foi uma criança de seis anos que construiu, principalmente, por ela nunca ter visto detalhes sobre o reator ARC. Cientistas com anos há mais de estudo não conseguiram chegar tão perto como Luke, era mais um prova de que com o estimulo certo, seu filho iria longe... Talvez, até ele dominasse o mundo.

— Maravilha, agora tem dois deles. Que sorte a minha! – Pepper sussurrou para si, e revirou os olhos.

Luke apenas ria e batia palmas enquanto Tony o enchia de beijos.

Apesar do fato de que agora havia dois ‘Tonys Stark’ em sua vida, Pepper não pôde deixar de sorrir com a interação dos dois. Em todos os seus anos de trabalho para Tony, ela nunca o tinha visto tão feliz. Ninguém jamais foi capaz de colocar um sorriso no rosto de seu chefe com tanta facilidade como Luke. Aquele garotinho significava o mundo inteiro para Tony, e Pepper faria qualquer coisa para manter aqueles dois juntos e felizes como eles estavam agora.

Pepper estava prestes a pedir licença para voltar para casa, quando o som de um trovão extremamente alto a interrompeu. Ela estava com uma expressão de perplexidade no rosto, o meteorologista não disse nada sobre tempestade esta semana, isso é estranho.

Nos braços de Tony, Luke congelou, seus olhos verdes se arregalaram apavorados, com um movimento rápido ele escondeu seu rosto na camisa preta de Tony. O bilionário o abraçou mais forte e acenou para Pepper segui-lo escada acima. Ela tinha ouvido falar do medo de Luke de ruídos altos, e assegurou ao chefe que as crianças muitas vezes tinham medo de trovões, principalmente, quando eram mais novas e aconselhou a dizer ao menino que o trovão era apenas um jogo de boliche dos anjos, mas Tony rejeitou essa ideia dizendo que "meu filho não é idiota”.

Assim que os dois chegaram à sala de estar onde o resto dos Vingadores estavam assistindo a um filme, houve outro estalo alto e, de repente, um gigante estava no meio do grupo. Seu longo cabelo loiro caía sobre seus penetrantes olhos azuis, e ele estava coberto por uma armadura prateada e uma longa capa vermelha. Em sua mão direita estava um grande martelo, com um símbolo estranho adornando sua lateral. Ele parecia ameaçador, isso ligou todos os alertas de perigo dentro da cabeça de Tony, fazendo com que ele, instintivamente, desse um passo para trás, puxando Pepper com ele.

Todos se levantaram e ficaram em alerta, Steve, pegou o seu escudo; Clint, o seu arco e aljava; já Natasha, estava prestes a sacar a armar escondida em um coldre em suas costas. O homem olhou cada pessoa na sala com seus olhos brilhantes, até que avistou o menino nos braços de Tony, fazendo o engenheiro prender a respiração.

— Entregue o meu irmão, mortal! – o loiro musculoso disse, humildemente. — Devo voltar com ele para Asgard.

Tony deslizou a mão pela nuca de Luke, o medo estava crescendo em seu coração e fazendo seu estômago revirar.

— Não vai rolar, garotão.

O homem loiro deu um passo à frente, mas Steve se moveu, bloqueando seu caminho com o escudo erguido.

— Importa-se de se explicar? – Capitão América disse, pacificador, mas seu tom de voz estava mais sério e autoritário que o normal. — Sente-se.

Relutantemente, o homem loiro sentou-se em frente aos Vingadores, e Tony, lentamente, fez seu caminho para ficar atrás do Capitão e do Clint. Luke tremia e agarrava o pescoço do pai com tanta força que Tony achou que fosse sufocar.

— Qual é o seu nome? – Steve perguntou ao estranho.

Normalmente, Stark ficaria aborrecido com Steve por estar assumindo o controle de uma situação, mas, desta vez, estava sendo um grande favor que ele estivesse fazendo porque, agora, o que mais queria era se manter de fora.

— Thor – respondeu o gigante. — Filho de Odin, o príncipe herdeiro de Asgard, e vim pelo meu irmão mais novo.

— Você quer dizer... o Luke? – Gavião Arqueiro perguntou, levantando uma sobrancelha. — Esse é o filho de Tony.

— Ele é meu irmão! – o loiro musculoso afirmou, com sua voz estrondosa.

— Onde você esteve nas últimas semanas? – Clint indagou, novamente, o desprezo em sua voz era evidente.

— Espere, você disse que se chama Thor? Como no deus nórdico do trovão, Thor? – Bruce questionou, limpando as lentes dos seus óculos.

— Isso mesmo – o loiro afirmou. — E quem é você?

— Eu? Bom, eu me chamo Bruce – o bom doutor falou, humildemente. O gigante loiro não precisava saber sobre o Hulk.

— Eu vim por Loki – Thor voltou a dizer. — Eu não vou deixar uma sala cheia humanos me impedirem.

O deus ficou momentaneamente distraído quando algo acertou sua cabeça, ele pegou o bicho de pelúcia com sua mão enorme e o encarou com o cenho franzido.

— O que é isso? – o deus indagou, com o cenho franzido.

— Esse é o Loki – Tony disse, presunçosamente.

— Eu não entendi – Thor avisou, visivelmente confuso.

— Foi assim que Luke chamou seu brinquedo: Loki. Agora você tem o que quer, então, voe de volta para Asgrad – Stark avisou, revirando os olhos.

— Asgard – Bruce corrigiu.

— Eu sei o que eu disse – Tony disse, incisivamente.

— Isso não é divertido – Thor retrucou ficando de pé em toda a sua altura, os Vingadores também se levantaram. — Eu exijo que você entregue Loki para mim, neste instante.

— Uau, cara – Clint retrucou e apontou seu arco para a cabeça do deus do trovão —, Luke, não é o Loki, ok?

— Eu conheço o meu irmão, homenzinho – o gigante loiro rosnou.

— Ele acabou de me chamar de homenzinho?

— Eu acredito que sim – Natasha respondeu, apesar do sorriso brincalhão em seus lábios, ela estava pronta para lutar e defender Tony e seu filho.

— Meu irmão caiu do Bifrost para este reino. Mesmo que ele esteja no corpo de uma criança, deixe-me lembrá-lo de que Loki é um deus. Ele é muito mais velho do que qualquer um de vocês – Thor falou segurando Mjolnir com mais força, mas isso não convenceu os Vingadores, principalmente, Natasha. Como especialista em interrogatório, ela notou que havia algo mais nessa história, mas a ruiva resolveu deixar isso de lado, por enquanto.

Luke espiou por trás da camisa de Tony e olhou para o estranho. Algo sobre o homem grande e loiro lhe pareceu familiar. Ele se desvencilhou do aperto protetor do pai e caminhou até o deus nórdico, ignorando os gritos de protesto. O menino ficou na frente do homem loiro, olhando para cima com curiosidade expressa nos grandes olhos verdes. Ajoelhando-se, Thor colocou sua grande mão na cabeça de Luke, algumas faíscas brilharam entre os dois, e os olhos de Luke se arregalaram.

— Thor! – ele exclamou, aborrecido. — Onde esteve? Por que você está tão alto?

— Loki, o que você quer dizer? – o deus do trovão questionou, chocado.

— Você está muito alto! Você cresceu desde a última vez que te vi?

Tony estava ao lado de Steve, com uma expressão de confusão no rosto. Então, Luke realmente era essa pessoa "Loki" sobre quem Thor havia divagado. Então, isso significa...

— Você não se lembra de cair do Bifrost, irmão?

— Não! Por quê? Estávamos jogando? – Loki perguntou inocentemente, enrugando o nariz como se estivesse tentando se lembrar de algo.

— Não, irmão, não importa. Você acabou de ter suas memorias de volta, só isso importa – o deus do trovão avisou, levemente aliviado por seu irmãozinho não se lembrar de toda a verdade.

— Oh! – foi tudo o que Loki conseguiu dizer. Então, ele se virou para Tony. — Pai! Conheça o Thor! – ele gritou, e saltou de volta para os braços do Stark. — Você vai adotá-lo, também?

De sua cadeira no sofá, Natasha estava sufocando uma risadinha com a inocência da pergunta do menino.

— Não tenho certeza... – o Stark respondeu, lentamente, tentando entender a situação. — Então... Agora você se lembra da sua vida antes de Paris? – Luke acenou com a cabeça para o pai.

— Sinto muito, não me lembrava antes – disse, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. — Eu teria te contado, se eu soubesse.

— Oh, não, amigo. Está tudo bem. Ninguém está bravo com você – Tony falou, usando um tom carinhoso.

Thor observou os dois interagirem um com o outro com fascínio. Ele nunca tinha visto Loki parecer tão feliz e despreocupado antes. Seus olhos se desviaram quando ele se lembrou que, naquela idade, Loki estava sempre o seguindo, e ele o afastava, convencido de que ele era apenas seu irmão menor irritante. Ele viu agora que Loki estava apenas tentando ser como ele e seus amigos, e Thor lamentou profundamente suas ações.

Ele entendeu o que Loki havia passado, enquanto estava em sua sombra. Se seus lugares tivessem sido trocados, Thor não tinha certeza se reagiria de forma diferente de Loki, talvez, até fizesse coisa pior do que se jogar da Bifrost. Havia tanta coisa que Thor gostaria de fazer melhor, e talvez agora ele tivesse a chance.

Loki riu de algo que Tony havia dito, e a visão quase levou Thor às lágrimas. Não havia nenhuma maneira que ele pudesse separar aqueles dois agora. Talvez, uma vida em Midgard fizesse bem a seu irmão. Afinal, crescer em Asgard só o fez sofrer e o tornou um ser amargurado, talvez, viver com este homem mortal, seu irmãozinho consiga ser feliz.

— Então, eu chamo você de Loki agora? – Tony perguntou ao menino em seu abraço. — Posso ter que mudar o nome em todos os seus papéis.

— Basta chamá-lo de "Loki" como um apelido – Pepper sugeriu.

— Boa ideia! – Tony disse, e abraçou o filho. — Tudo bem para você, homenzinho? – Loki assentiu sorrindo.

— Posso perguntar seu nome, mortal? – Thor perguntou, fazendo Tony franziu a testa um pouco.

— É Tony Stark, e não mortal, Cachinhos Dourados.

— Desculpe-me – Thor respondeu.

— Esse é o tio Clint – disse Loki, e apontou para o arqueiro. — Então, a tia Pepper, tio Bruce, a tia Tasha, o tio Steve e você já conheceu o pai.

— E quanto a Odin e Frigga? Como você vai chamá-los? – Thor perguntou a seu irmão.

— Quem? – Loki indagou, claramente confuso

Doía em Thor que Loki não se lembrasse de seus pais, mas também não se surpreendia, já que eles mentiram para ele a vida toda. O deus do trovão ainda sentia o gosto da bile na boca ao imaginar como seu irmão sofreu quando descobriu que era um Gigante de Gelo, uma raça que aprendeu a odiar desde sempre; que foi deixado para morrer em uma caverna de gelo, em Jotunheim.

O deus do trovão se culpa por não ter estado presente quando esse grande segredo foi revelado, talvez, se tivesse ficado e suportado a raiva de seu irmão, Loki não tentaria destruir os gigantes de gelo usando a Bifrost, para tentar mostrar que era digno e merecedor do trono de Asgard, forçando-o a destruir a ponte do Arco-íris, assim eles não ficariam pendurados no espaço com Odin lhe segurando pelos pés; não haveria pesadelos com Loki chorando enquanto soltava a Gungnir e caía para o abismo.

Mas Thor não estava lá para proteger seu irmão da dor, ele se deixou ser guiado pelo guerreiro que há em si e acabou sendo manipulado. Se tivesse sido mais sábio, Thor teria esperado como seu pai aconselhou que fizesse, mas como uma criança birrenta e cruel, atacou Jotunheim sem se importar com a vida de seus companheiros e isso lhe trouxe o exílio.

Para Thor, Loki se lembrar dele já estava de bom tamanho, seus pais não mereciam ser lembrados. Talvez, Frigga, mas isso poderia pensar depois, entretanto, Odin, com certeza, mereceu ser esquecido, pois ele poderia ter dito a Loki que o amava em vez de, mais uma vez, apontar o seu erro. Como ele pensava antes, talvez fosse o melhor. Talvez, as Norns estivessem erradas; talvez, seu irmão estivesse destinado a mais do que apenas destruição e caos.

— Não importa – respondeu o deus.

— Íamos começar a comemorar a véspera de Natal – Pepper se dirigiu ao deus. — Você gostaria de se juntar a nós?

— Por favor, Thor? – Loki pediu, sorrindo da maneira mais inocente que o deus do trovão já viu.

— Claro que fico – avisou, bagunçando os cabelos negos do menor.

A festa de Natal correu sem mais emoções, Loki sorria sem parar e conversou animadamente com todos, o que foi algo completamente inusitado para o deus do trovão, já que em Asgard seu irmão costumava se manter distante e a maioria das vezes que interagia com alguém, era para lhe pregar uma peça ou humilhar.

Mais tarde, naquela noite, Tony estava carregando Loki para seu quarto. O pequeno continuou insistindo que não estava cansado, mas quando Tony disse a ele que o Papai Noel só vem para aqueles que estão dormindo, Loki relutantemente concordou em ir para à cama.

— Posso me juntar a você? – Thor perguntou, baixinho.

Tony apenas acenou com a cabeça. Enquanto eles subiam os degraus, Thor estava pensando.

— Ele mostrou algum uso de magia?

— Não tenho certeza – Tony respondeu, depois de um minuto pensando. — Houve um tempo em que ele me defendeu de um cara grande e assustador. Eu não tinha pensado muito sobre isso, mas ele fez algo que fez a armadura de Destino fumegar – Thor assentiu com a informação.

— Meu irmão é muito habilidoso na arte da magia. Você faria bem em ficar de olho nele.

— Anotado.

— Eu gostaria que soubesse que Loki é mortal. Como ele ainda pode usar sua magia, está além de mim, mas ele é tão forte quanto um deus.

— Isso não faz sentido. Então, ele é como o Capitão América?

— Semelhante – disse Thor. — Eu conversei com Steven esta noite, ele é muito durável para um humano. Sim, eu acredito que Loki é muito parecido com ele, mais forte do que um mortal normal, mas ainda muito humano.

— Bem, então, isso explica porque ele sobreviveu a descarga elétrica – Tony pensou alto fazendo Thor rosnar.

— Que descarga elétrica?

— Nada – Tony disse, enquanto abaixava Loki em sua cama e o colocava para dormir.

Os dois homens saíram silenciosamente do cômodo, e fecharam a porta. Enquanto eles voltavam para a celebração, Thor fez uma pergunta ao inventor, com uma voz muito séria:

— Gostaria de me juntar à sua equipe – afirmou.

Ok, não é realmente uma pergunta.

— Eu não sou o líder, surfistinha, fale com o Capitão América, ele que decide as coisas por aqui.

— Sim, Tony Stark, eu já perguntei, mas ele me disse para perguntar a você.

Houve um momento de silêncio, antes de Tony responder. Ele realmente estava chocado de Steve deixar essa decisão para ele, chegou a pensar que depois de ter adotado Loki, sem consultar ninguém, não teria mais autorização para tomar decisões pela equipe. Porém, foi bom ele ter tido essa consideração, afinal, Loki é seu filho, e é direito de ele julgar, quem pode ou não, se aproximar do menino.

— Certo, mas com uma condição: nunca tente tirá-lo de nós, especialmente, de mim.

— Eu já decidi deixá-lo sob seus cuidados. Loki está melhor com você, e seus Vingadores – Thor avisou, com os olhos fixos nos orbes castanhos de Tony.

— Então, nós temos um acordo – disse Tony e estendeu a mão. Thor olhou para o braço estendido antes de Tony mencionar para o deus copiá-lo. — Bem-vindo à Boy Band Super Secreta do Fury. Você vai adorar!

— Agradeço-lhe, Homem de Ferro – o deus do trovão sorriu. Tony se encolheu, um de seus companheiros de equipe deve ter deixado escapar seu apelido.

— Er, isso não é realmente... não, você sabe o quê... é perto o suficiente.

 

[...]

 

Na manhã seguinte, Tony acordou e encontrou Loki dormindo serenamente, deitado ao lado dele, com a cobra de brinquedo pressionada contra seu peito, um sorriso involuntário surgiu nos lábios do gênio. Ele teria que conversar com o menino sobre dormir em sua própria cama, mas isso pode ficar para depois. Por um tempo, Tony apenas olhou para o filho, admirou fascinado os cabelos negros despenteados, os cílios longos, o boca pequena e rosada, a pele pálida. O Stark nunca imaginou que pudesse amar tanto alguém, era insano como Loki se tornou o seu mundo. Ele acariciou a lateral do rosto do garoto com o polegar, odiando o fato de que ele tinha que acordá-lo, agora.

— Loki, é manhã de Natal, homenzinho – Tony sussurrou.

Um bico manhoso se formou nos lábios de Loki, em seguida, ele se esticou na cama e abriu os olhos lentamente.

— Vá acordar os outros, especialmente Clint, e me encontre lá embaixo. Ok?

O pedido do pai acordou Loki completamente, ele acenou com a cabeça tão rápido que seu cabelo era um borrão. Rapidamente, saltou e saiu correndo porta a fora. Tony podia ouvi-lo gritando pelos corredores, ordenando a Clint que acordasse o traseiro preguiçoso.

Tony apenas sorriu, enquanto vestia uma camisa e calças limpas.

Este seria o melhor Natal de todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai meu povo, o que acharam? Fofo? Deixem seus comentários para sua autora querida e favoritam
Quero agradecer a @CecySazs por me ajuda com a historia.
Bjus meus xuxus e feliz natal.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.