Laços de Amor escrita por Way Borges


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas estou aqui com mais um capitulo. Espero que vocês gostem desse capítulo, ele está cheio de fofura.

Boa leitura



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— Quero adotá-lo – foi à primeira coisa que Tony disse para Pepper, ao abrir a porta aquela manhã.

Ela suspirou resignada, pois já imaginava que algo assim poderia acontecer desde o momento que o Stark se recusou a deixar Luke com o serviço social, para que eles o encaminhassem para um abrigo ou orfanato. Essa negativa transformou uma viajem, que era para durar apenas três dias, em uma estadia de duas semanas.

— Você está pronto para isso, Tony? – indagou, colocando a bolsa em uma poltrona.

Se ele estava pronto para isso?”, de jeito nenhum! Na verdade, o Stark se sentia muito longe de estar pronto, ele não fazia ideia de como criar uma criança ou cuidar por mais de algumas horas, mas o garoto estava fazendo-o mais responsável do que o normal. Além do mais, sabia que já amava Luke mais do que tudo no mundo, e não conseguiria abrir mão dele. 

O garoto era tão fofo, inteligente, sorridente e bem comportado; o que era estranho, mas Tony não ligava para isso. Mesmo sabendo que um dia o decepcionaria, porque era inevitável e em algum momento viria a acontecer, a ideia de abandoná-lo fazia seu coração de bilionário apertar dolorosamente.

Talvez, não tenha a capacidade de ser um bom pai, afinal, não teve um bom exemplo já que o seu era um “filho da puta” insensível, que o mandou para um colégio interno assim que teve chance; porém, faria tudo o que tivesse ao seu alcance para dar ao Luke a melhor infância que pudesse ter. O encheria de amor e atenção; faria com que se sentisse importante; daria tudo que seu pai, Howard, não lhe dera. Tony tinha certeza que poderia ser melhor que seu progenitor, só precisava de um voto de confiança e ele provaria que poderia ser um bom pai.

— Você tem certeza? – Pepper perguntou a ele, novamente, tirando o bilionário de seus devaneios. — O Luke é uma pessoa, Tony! Você não vai poder devolver como se fosse uma coisa, caso se canse ou perceba que é responsabilidade demais.

— Tenho certeza, Pepper, como poucas vezes tive! Faça acontecer, arrume todos os papeis necessários para a adoção e me dê para assinar – ele falou, sentindo-se um tanto ofendido com as palavras da ruiva, apesar de entender a preocupação dela falando mais alto.

Pepper fez algumas ligações, enquanto Tony estava com Luke sentado em suas pernas, e ambos brincavam com algumas coisas que havia comprado e estavam espalhadas sobre a mesa.

— Acioneis os advogados das Indústrias Stark, eles vão cuidar de toda a parte jurídica. Agora, só temos que esperar – Pepper avisou sentando à mesa, na frente dos dois. — O que me preocupa, é que ele não disse uma palavra desde que você o conheceu.

Tony coçou a nuca porque essa preocupação também havia passado por sua cabeça, mas, talvez, Luke não pudesse falar... ou, talvez, ele não quisesse. Ele esperaria mais um pouco, antes de buscar ajuda profissional.

— Tenho certeza que ele vai falar quando estiver pronto ou ter algo para dizer – rebateu.

— E você se certificou de que ninguém estava procurando por ele? – Pepper perguntou. Tony acenou com a cabeça antes de falar:

— Tenho certeza. Liguei para Paris inteira, e, inferno... Eu liguei para a polícia, para todos os departamentos governamentais, qualquer lugar que procurasse por crianças desaparecidas, e ninguém estava sentindo falta dele. É realmente triste! Alguém, simplesmente, abandonou o garoto em uma cidade grande, para morrer de frio, ou de fome, ou nas mãos de algum bandido – a resposta do chefe/amigo fê-la enrugar o nariz.

— Foi bom você tê-lo encontrado, então – a secretaria comentou, tentando afastar os sentimentos insalubres crescendo em seu peito. “Como alguém tem coragem de deixar uma criança largada, refém da própria sorte?

— Verdade.

Tony suspirou. Ele realmente não queria pensar sobre o que teria acontecido, caso não tivesse perseguido Luke naquele dia em Paris. Provavelmente, aquele francês grandão teria o matado com uma surra, ou ele teria morrido de frio jogado em alguma esquina.

Com dinheiro e influência, demorou apenas um pouco mais de uma semana para que Tony conseguisse assinar a papelada que oficialmente permitiria que ele adotasse Luke, como seu filho e herdeiro. Pepper estava ao lado dele, com o garoto em seus braços, que segurava a cobra de brinquedo contra o peito e observava o Stark.

Tony assinou o último documento, e sorriu para Luke. Ele pegou a criança de Pepper e se virou para Phil Coulson, que pensava em Tony como um tipo de homem de família, por isso que também ajudou com a papelada de adoção, e manteve o assunto longe da S.H.I.E.L.D. Os Vingadores não estavam presente ou teriam conhecimento de Luke, porque o gênio sabia que eles seriam contra e tentariam fazê-lo desistir, pois, não acreditariam que seria um bom pai e nem mesmo o deixariam tentar.

— Bem-vindo à família, Lucas Thomas Stark! – Tony sorriu, sentindo feliz.

Todos foram jantar para comemorar a adoção de Luke. Tony comprou muitos brinquedos para o menino; Happy deu ao garoto bonecos de todos os membros dos Vingadores. O Stark murmurou algo sobre "pequenas partes", mas parecia que Luke era inteligente o suficiente para não colocar os brinquedos na boca. Pepper o presenteou com roupas que não possuíam estampas de super-heróis ou de alguma banda de rock, e eram mais formais, além de sapatos e meias. Luke ganhou de Phil Coulson um distintivo honorário da S.H.I.E.L.D., e vários livros infantis com desenhos super coloridos de animais silvestres — o menino ficou muito feliz com o presente.

Quando voltaram para o hotel, já era tarde da noite, e o menino adormeceu antes mesmo de chegar ao quarto. Tony o arrumou na cama, e ficou observando-o dormir. Se alguém tivesse dito a ele que um dia teria um filho, com certeza teria pirado e, provavelmente, ficaria bêbado. Mas não agora, ele sorriu lembrando que não conseguia resistir àqueles grandes olhos cor de esmeralda. O gênio bilionário deitou-se ao lado do filho e depois de dar um beijo de boa noite, entregou-se ao sono.

No dia seguinte, Tony acordou com o barulho do celular vibrando na mesinha de cabeceira, mas, quando tentou se levantar sentiu um peso sobre seu peito, ao abrir os olhos se deparou com um amontoado de fios negros encaracolados e sorriu ao entender que Luke, em algum momento da noite, resolveu dormir em cima dele. Com o filho grudado em si, como um filhote de coala, Tony adormeceu novamente.

Cerca de uma hora depois, o Stark despertou com movimentação na cama, seus orbes castanhos se abriram preguiçosamente para encontrar Luke pulando no colchão, com um sorriso arteiro nos lábios. Tony revirou os olhos, sentando-se, em seguida, deitou o menino e começou a fazer cócegas. O quarto foi preenchido pela risada infantil de Luke, fazendo o peito do Stark aquecer e transbordar de amor.

Os dois levantaram-se quando o estômago do menino roncou alto, então, ambos foram para o banheiro onde Tony ajudou Luke com sua higiene pessoal e a tomar banho, em seguida, foi à vez de ele seguir com sua rotina matinal. Depois, desceram para o restaurante do hotel. Não estavam mais servindo café da manhã, mas ele era Tony Stark e, com um pouco de lábia e dinheiro, conseguiu que uma boa refeição fosse servida para eles, em uma parte reservada para ambos.

— Quantos anos você tem, Luke? – Tony perguntou, depois de sua primeira xícara de café. — Você sabe?

Luke parou de enfiar o bolo na boca por um momento. Ele ergueu a mão direita e um dedo à esquerda.

— Seis? – Tony sorriu. — Então, eu não estava muito longe quando pensei que você tinha oito anos. – Luke sorriu e acenou, logo voltando a comer.

 

[...]

 

No final da tarde, Tony, Pepper, Happy e Luke, estavam atravessando o Atlântico no jato particular das Indústrias Stark. O bilionário não estava nem um pouco a fim de enfrentar os seus colegas de equipe, mas sabia que não poderia manter o filho escondido deles para sempre.

Assim como Tony imaginou que seria, os Vingadores não receberam muito bem a notícia que agora tinha um filho, o olharam como se tivesse perdido o juízo; ouviu críticas por ter feito a adoção sem consultá-los; e que ele não tinha responsabilidade para cuidar de uma criança; além de reclamações de como Luke interferiria na dinâmica do grupo, Fury foi o que mais se posicionou contra a adoção e odiou saber que seu braço direito — Phil Coulson — o ajudou com toda a parte burocrática; mas o Stark deixou claro que a vida era dele, que o garoto significava muito para ele, e, por isso, não iria abrir mão de tê-lo ao seu lado e avisou que não havia mais o que fazer, pois Luke já era oficialmente seu filho. Além de deixar bem claro que, se fosse preciso escolher entre a equipe e a criança, não pensaria duas vezes em deixar os Vingadores.

Tony agradeceu muito a Pepper por ter levado o menino para comer na cobertura – o andar reservado para ele – e a equipe se reuniu no salão comunal que ficava no andar inferior, assim o menino não presenciaria a discursão. Mesmo sabendo que essa seria a reação dos seus colegas de equipe, o Stark não conseguiu evitar o gosto amargo do rancor e da mágoa. Era doloroso saber que seus ditos amigos tinham tais pensamentos sobre ele.

Depois que todos os Vingadores foram para seus andares, Tony levou o filho no colo para o quarto, que foi separado para ele e decorado com diferentes tons de verde. Com cuidado, o colocou na cama, pois os olhos do moreno estavam ameaçando a se fecharem, mas não era de se estranhar já que a viagem fora longa.

Em seguida, Stark também foi dormir. Entretanto, às duas da manhã, quando sentiu alguém puxando a manga de sua camisa, ele abriu os olhos com sono para ver Luke tremendo enquanto abraçava sua cobra de pelúcia. Um trovão soou acima e clareou o cômodo por poucos segundos, mas foi o suficiente para Tony perceber as lágrimas que rolavam no rosto do filho. Puxando o menino para próximo de si, o Homem de Ferro sussurrou palavras tranquilizadoras em seu ouvido, tentando acalmá-lo. Luke choramingou quando outro flash de relâmpago iluminou o quarto, poucos segundos depois, o trovão passou por cima.

— Thor – Tony estava bem acordado, agora. Luke acabou de falar?” — Thor.

Luke repetiu novamente em sua voz infantil, deixando Tony pasmo. Thor era o Deus do Trovão, na mitologia nórdica, e... Uau, seu filho era inteligente! Talvez, a próxima palavra que ele fale seja "Tony”, e os dois pudessem construir motores de carro juntos algum dia.

— Está tudo bem, amigo.

O menino aninhou a cabeça na curva do pescoço de Tony, e fechou os olhos. O gênio deu um suspiro de alívio, ao ouvir a respiração de seu filho ficar mais lenta e uniforme, indicando que ele estava dormindo. Vê-lo tão assustado doeu em seu coração. Tony acariciou os cabelos negros do menino, e murmurou ‘boa noite’.

 

[...]

 

Stark apenas conseguiu dormir quando a tempestade passou. Ele acordou ainda sentindo o peso de Luke em seu peito, coisa que estava se tornando um hábito. O engenheiro sabia que tinha que incentivar o pequeno a dormir em sua própria cama, mas era tão bom acordar sentindo o cheiro de pêssegos que vinha de seus cabelos negros. Tony esfregou o sono dos olhos enquanto bocejava, e começou a acordar Luke.

— Você quer café da manhã? – o gênio questionou, assim que o menino ergueu os olhos para encará-lo. O rosto do garoto estava com todas as marcas de sono, mas, com certeza, era a coisa mais fofa que Tony já viu, em sua toda a sua vida, e tinha certeza que poderia passar horas apreciando os olhos verdes sonolentos.

— Sim, papai – Luke falou, acenando com a cabeça.

Aquele momento, com certeza, tornou-se o momento mais feliz da vida de Tony, ele finalmente se sentiu um pai, de verdade. O engenheiro piscou os olhos rapidamente para limpar a umidade deles e pegou Luke em seus braços, girando-o no ar. O menino ria e gritava: "papai, mais rápido!", enquanto iam em direção à cozinha.

Quando chegaram ao cômodo, o engenheiro deu um beijo estalado na bochecha do filho, em seguida, o sentou no balcão. Pegou duas tigelas e uma caixa cereal de chocolate, que estavam no armário; buscou o leite, na geladeira, e serviu uma porção para ambos. Pai e filho comeram em um silêncio acolhedor.

Minutos depois, os dois estavam sentados no sofá da sala de estar, assistindo na televisão Pica-Pau, Luke estava muito concentrado e sorria muito com as peripécias do pássaro maluco. Tony olhava para o menino com a sobrancelha erguida, ele não estava achando graça nenhuma na animação, mas era tão gostoso ver as bochechas rubras, os olhinhos brilhando e seu sorriso infantil, que contagiava o engenheiro. Stark decidiu passar o dia todo com o filho, em vez de trancado na oficina.

 

[...]

 

No almoço, os dois comeram algo vindo de um restaurante, os pratos pedidos possuíam muitos legumes, em vez de comerem fast-food. Tony sorriu pensando em como Pepper iria gostar de vê-lo comento algo saudável, por isso, pegou o celular e tirou uma foto deles comendo e enviou para ela, que respondeu com um emoji de uma carinha amarela com os olhos arregalados — demostrando surpresa. Quando terminaram de comer, o Stark lavou a pouca louça que sujaram e Luke enxugou.

— E agora, papai, o que a gente vai fazer? – o menino questionou, após terminarem. Tony abaixou-se para ficar na altura dos olhos do filho.

— Hum... – ele fingiu pensar por um segundo. — Que tal a gente ir para o seu quarto, e construir um forte enorme, cheio de luzes e com todos os seus brinquedos? – os olhos verdes de Luke arregalaram com a ideia.

— SIM! – o grito animado do filho fez Tony sorrir.

Então, os dois foram para o quarto e fizeram o maior forte construído por uma criança de seis anos, todos os brinquedos de Luke estavam lá, os Vingadores ficaram do lado de fora para protegê-los, assim como Simba e Scar, que deveriam unir forças contra o grande e poderoso Jafar. A batalha foi difícil e complicada, mas, no fim, o vilão foi derrotado e o bem voltou a reinar.

Quando o mundo estava a salvo, pai e filho pararam para lanchar e depois foram para sala, onde assistiram um filme chamado: O Ultimo dos Unicórnios. Ambos ficaram muito concentrados na animação, que contava a história de um bravo unicórnio, que descobria ser, talvez, o último de sua espécie, e vai em busca de seus semelhantes. Para isso tendo que atravessar terras longínquas, e durante o caminho, junta-se a um mágico e ambos enfrentaram um malvado Rei, cujo objetivo era o de capturar todos os unicórnios do mundo.

Apesar do filme ser interessante, os dois acabaram dormindo abraçados antes dos créditos finais subirem – a sala mal iluminada e o sofá confortável ajudaram para que caíssem nos braços de Morfeu. Ambos foram acordados por Pepper, chamando-os carinhosamente. Ela tinha ido até lá para tirá-los de casa, e levá-los para jantar em um restaurante reservado.

 

[...]

 

Depois de uma hora, os três saíram juntos. O lugar escolhido por Pepper era agradável, a recepcionista não pareceu surpresa ao vê-los, apenas sorriu brevemente e gesticulou para uma garçonete levá-los a uma mesa nos fundos; atrás de algumas plantas decorativas. A refeição foi agradável e, no final, Tony estava feliz como poucas vezes esteve. Antes de Luke entrar em sua vida, ele com certeza terminaria o dia bêbedo, ou preso em seu laboratório trabalhando em uma de suas armaduras, ou, as duas coisas. Agora, suas horas são gastas com o menino e, incrivelmente, gostava de fazer isso.

O engraçado é que ele nunca se considerou o tipo de homem que servia para ser pai e, geralmente, evitava crianças como a peste – sem ofensa, é claro; acontece que o bilionário simplesmente não sabia como lidar com elas. Normalmente, preferia pessoas que pudessem montar uma frase inteira ou, pelo menos, amarrar os sapatos. Então... Não. Crianças e Tony não iam na mesma frase juntos, mas vida é cheia de surpresas e colocou Lucas em seu caminho para transformá-lo em um pai.


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Notas finais do capítulo

O que acharam meus xuxus? Só fofura, né?
Espero que tenham gostado, deixem seus comentários favorite a historia
Quero agradecer a CecySazs por me ajudar com o capítulo
bjus meu povo



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