Manhã Insólita escrita por CecySazs


Capítulo 1
Rotina


Notas iniciais do capítulo

Olá, KiriBaku stan!

Escrevi esse slice of life como presente de aniversário para minha amada esposa: ichygochan! ♥ Espero que vocês gostem, também!

Boa leitura!



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Eijirou sentou-se de supetão na cama, visivelmente alarmado. Olhando ao redor, o alfa constatou que estava em seu próprio quarto, este que tinha o ar levemente adocicado pelo odor de seu ômega; contudo, o lugar ao lado estava vazio. ”Que horas são?”, perguntou-se. Kirishima jogou o edredom para o lado, girando o corpo de modo que seus pés tocassem no chão. Ele pegou o celular em cima da mesa de cabeceira, e entrou em pânico ao conferir o horário: estava atrasado para o trabalho.

Nesse meio período de surtos internos, Katsuki entrou no quarto do casal, observando seu marido levantar e andar apressadamente para o banheiro. O ômega riu baixinho, balançando a cabeça em negação, enquanto seguia na mesma direção que o alfa. Havia sido ele quem desligou o despertador do ruivo, pois, em sua percepção, Eijirou vinha trabalhando demais e descansando de menos. 

Por mais que as eleições fossem a poucos dias, Bakugou não via a necessidade de Kirishima exaurir-se de tanto trabalhar mais; se fosse para ser reeleito como Governador, ele conseguiria, independentemente de passar horas enfurnado naquele maldito Gabinete do partido ou não. Seu marido precisava respirar um pouco e desanuviar a cabeça, antes que tivesse outro pico de estresse e retornasse para o hospital.

— Bom dia, bela adormecida — Bakugou elevou a voz para que sobressaísse ao barulho que o chuveiro ligado produzia. — Não precisa ter pressa, Eiji, eu já preparei o café da manhã, e separei a papelada que 'tava naquela zona que você chama de escritório. Coloquei tudo dentro daquela pasta com a logo do partido. 

— Amor, bom dia! — Kirishima respondeu, ao tirar a escova de dentes da boca, enxaguando-a logo em seguida. O alfa abriu o blindex e entregou o objeto para o marido, agradecendo-o profusamente pela ajuda — que era muito bem-vinda naquele atípico atraso. Em sequência, pegou o sabonete na saboneteira e começou a ensaboar o corpo enquanto conversava com o ômega. — Meu despertador não tocou hoje, Suki. Estranho ter acontecido isso, né? O celular não querer me acordar em plena quinta-feira...

— Não podemos confiar muito na tecnologia, Eiji. Você sabe como essas merdas são… — Bakugou deu de ombros, ao fazer sua melhor cara de desentendido perante o olhar inquisitivo por parte do alfa sobre si. Eijirou sabia, ele não era burro. — Vou deixar seu terno e gravata separados em cima da cama, não demore e venha logo fazer companhia ‘pra Keiko e eu. — Intimou  com o dedo em riste e as sobrancelhas franzidas, ornando um olhar ameaçador, na direção de Eijirou. Dando ênfase ao liberar alguns feromônios menos amistosos em aviso...

O alfa assentiu, levantando as mãos em um sinal de rendição. Seu marido não tinha jeito mesmo, mas Kirishima não poderia reclamar pelos cuidados e preocupação do ômega, pois, no fundo, sabia que precisava de alguns minutos de descanso e longas horas ininterruptas dormindo — para que conseguisse regularizar o próprio sono. O período eleitoral era sempre muito desgastante e estressante, porém, Eijirou estava orgulhoso do trabalho positivo que vinha exercendo, com êxito, ao longo dos últimos quatro anos, e confiava em seu eleitorado para exercer por mais quatro.

[...]

Katsuki bebia tranquilamente seu café sentado à mesa em companhia da filha, que estava acomodada, confortavelmente, no cadeirão. Ela segurava entre os dedinhos roliços a metade de uma maçã, que Bakugou cortou, de maneira segura para a deglutição de um filhote de 8 meses, estando entretida entre comer e balbuciar alguns “dá-dá” e “pá-pá” para o ômega, que sorria carinhosamente para o falatório matinal de Keiko. 

— Pá-pá! Papai! — Assim que Eijirou adentrou no cômodo, Keiko soltou um gritinho eufórico ao vê-lo e, instintivamente, largou a maçã ao erguer os bracinhos na direção do outro pai, chamando-o também com as mãozinhas pegajosas de maçã. Kirishima sentou-se ao lado da filha, deixando um beijo entre os fartos fios loiros que despontavam na cabeça desta, que o encarava com olhos curiosos.

— Oi, princesinha do papai! Bom dia, meu bebê! — Kirishima entregou novamente a maçã na mão de Keiko, que começou a amassar a fruta na bandeja, brincando com a mesma, já que não estava com fome, ainda. O ômega tinha dado a primeira mamadeira do dia para Keiko, assim que ela acordara, antes de preparar o café da manhã e arrumar a mesa; pois, caso não o fizesse, ela esperneava mal-humorada de fome. 

O café da manhã transcorreu de forma amena, com a família conversando trivialidades e combinando sobre o jantar daquele dia; ou, com Bakugou intimando a presença do marido para jantarem juntos à noite. 

Keiko, vez ou outra, resmungava alto e batia as mãozinhas na bandeja para chamar a atenção dos adultos, querendo também participar da conversa. Devido ao horário avançado, Kirishima estava com pressa para dar início aos compromissos da agenda daquele dia, então, após conferir as horas no relógio de pulso, levantou-se. 

— Eu tenho que ir, meus amores. Amo vocês! — despediu-se, deixando um novo beijo estalado na testa de Keiko, que tomava suco de laranja na chuquinha com o auxílio de Katsuki. O ruivo levantou e curvou-se na direção do ômega, que inclinava a cabeça para cima, e deixou um rápido selinho nos lábios deste, pois foram interrompidos pelo estridente toque do celular do alfa.

Bakugou observou em silêncio o marido saindo apressadamente do cômodo, entrando no escritório e saindo do mesmo com a bolsa tiracolo de couro transpassada no tórax, acenando para si e Keiko, ao segurar o celular na orelha, enquanto saía de casa. Katsuki revirou os olhos ao rosnar baixinho, pois odiava essa "atenção" que Eijirou possuía, principalmente, do assessor beta que cuidava da agenda dele. Afinal, o seu alfa era uma figura pública e deveras comunicativa, então o ômega precisava lidar maduramente com o tal ciúme, sem fundamento. 

Antes mesmo que conseguisse soltar totalmente Keiko do cinto, que a prendia no cadeirão, Bakugou levou um pequeno susto ao ver Kirishima entrando de supetão mais uma vez em casa, ao bater a porta de entrada na parede, perguntando com a voz elevada ao marido onde estava o guarda-chuva, pois a chuva tinha aumentado consideravelmente de volume. 

— Procura na lavanderia, Eiji, acho que vi o seu lá ontem. — Bakugou pegou a filha no colo, deixando o babador que ela usava em cima da mesa, e seguiu em direção a porta de entrada — pegando no aparador alguns pertences que chamaram sua atenção, ao olhar para o hall —, logo após Kirishima sair, praticamente correndo, desta vez, porta afora com o guarda-chuva em mãos. Ele ficou tão distraído com o celular que não percebeu a ausência de importantes objetos...

— EIJIROU? — O ruivo parou no meio do caminho e olhou de cenho franzido em direção a voz do cônjuge, que o encarava com uma sobrancelha loira arqueada. — Não 'tá esquecendo de nada, Eiji?

Conforme caminhava ao encontro de Katsuki e Keiko, Eijirou fechava o guarda-chuva enquanto ponderava o que tinha deixado para trás. “Será que não me despedi deles direito?”, pensou. Parando em frente à família, o ruivo sorriu amoroso ao ver a pequena imitando o marido, ao repetir: “Ji, Ji”, antes de deixar um beijo na bochecha rechonchuda dela e fazer-lhe cócegas na barriga, que rendeu uma gostosa gargalhada infantil. Virando-se para Bakugou, Kirishima tomou o marido nos braços, envolvendo tanto ele quanto à filha, aromatizando-os, ao dar um longo beijo apaixonado neste.

— Eu 'tava falando disso aqui — Bakugou estava corado e sem fôlego, após a ação repentina de Kirishima. Ele abriu a mão livre, mostrando a carteira e o molho de chaves para o marido —, mas agradeço pelo beijo também.

— O que seria da minha vida sem você, Suki? — o ruivo comentou, abismado por não ter percebido a falta dos pertences essenciais para sair com o carro; e riu, ao ouvir: “Tch, você só não esquece a porra da cabeça porque vem grudada no pescoço, Eijirou!”. Kirishima, então, pegou os objetos da mão de Bakugou e os guardou no bolso da calça social preta. Ele acenou em despedida, após abrir o guarda-chuva e caminhar até o carro estacionado na garagem, dando partida no veículo e saindo sem mais contratempos para o trabalho.  

Um beijo babado na bochecha despertara Katsuki, que desviou os olhos da garagem onde Eijirou saíra há pouco, e deu um sorriu em direção a Keiko, ao apertar as bochechas rosadas da filha entre os dedos, formando um bico fofo nos lábios dela enquanto falava, zombeteiro: 

— Seu pai é mesmo um tonto, bebê!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! ♥



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