Say You Won't Let Go escrita por watermelonat


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

N/A: CREPÚSCULO NÃO ME PERTENCE, INFELIZMENTE!

Olá, essa fic faz parte do PROJETO ONE-SHOT OCULTA, um amigo oculto entre as autoras do fandom de Twilight.

Para conferir as regras e as participantes acesse: bit (ponto) ly (barra) POSOffnet.

Segue minha primeira #oneshotoculta e eu estou muito feliz de poder postá-la, ela é inspirada na música título da fanfic e eu estou muito feliz de poder entregá-la finalmente pronta!

Fiz com muito amor para minha amiga oculta Julia Souza! Jujuba, espero que você ame tanto quanto eu amei escrever!

Aproveita muito, sem moderação!



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Capítulo Único

Parte I

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Baby,

Segue a minha versão da nossa história, resumida, porque passamos por muitas coisas em nossa vida. Inclusive, para chegarmos até aqui, o tempo nos foi o maior aliado. Espero que goste do que tenho para te contar nessa pequena carta.

Feliz aniversário!

Com amor.

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Eu estava nervoso, como sempre, ao te encontrar. Combinamos de ir ao bar do Alec, nosso amigo de longa data. Você disse que se atrasaria, então eu já estava sentado há algum tempo te esperando enquanto bebia mais um gole da minha cerveja ― gelada o suficiente para me acalmar e me distrair dos batimentos cardíacos constrangedores no meu peito.

Eu estava feliz com nosso reencontro, já não nos víamos desde o Natal passado e eu não conseguia parar de pensar em como você poderia estar depois de todo esse tempo longe. A falta que me fazia era tanta, mais tanta, que às vezes era difícil lidar com todos os sentimentos que eu tinha em meu peito. As ligações por vídeo, conversas incansáveis por telefone e mensagens trocadas pelo WhatsApp já não mais acalentavam meu peito.

Minha aventura na cidade de Nova Iorque foi proveitosa durante aquele período, mas agora eu sabia que não conseguiria ficar muito tempo longe. Eu voltei por você, mas obviamente, você não sabe disso. Não fazia sentido ter tudo ― apartamento, trabalho dos sonhos e um salário confortável ― se eu não tinha você ao lado para completar o pacote.

Foram com esses pensamentos que te vi entrar no bar, linda, mais do que eu me lembrava, afinal, nada poderia se comparar a sua beleza vista por mim ao alcance dos olhos. Beleza essa que que sempre me encantou, cativou. Não apenas a física, mas a interior. Parece clichê eu falar assim, dizer a você sobre como eu te amei desde sempre, mas nunca tive coragem de me declarar. Como te admirei em segredo, olhando seus traços, sua risada, sua forma de falar, dialogar, gesticular. Bebia tudo seu como um homem que acabou de voltar do deserto, faminto.

Seus quadris balançando enquanto entrava no bar, os olhos passando entre as pessoas tentando me achar, a forma como as sobrancelhas juntaram-se para poder enxergar na luz baixa do local, o morder de lábios que sempre me deixou sedento e encucado para saber qual sabor teriam. Eu estava hipnotizado.

Vendo você timidamente perguntar ao Ben onde eu estava sentado, já que você ainda não havia me visto, me fez relembrar de todos os anos atrás que te conheci e você parecia não ter noção do quanto já tinha conquistado meu coração. Eu te amei desde o primeiro momento. O dia em que nos despedimos naquele aeroporto há um ano foi um dos piores de minha vida, me despedir de você foi completamente arrasador, chorei o voo inteiro para casa, lembrando de como fora um Natal feliz, mas sabendo que eu teria que voltar para minha nova vida. A vida que escolhi e achei que me completaria mais do que a que antes tivera.

Você me achou, olhou para mim e sorriu.

Como eu senti sua falta, meu amor!

O grito sai da sua garganta enquanto eu levanto e você pula em cima de mim. Te aperto com força e começamos a chorar, muito.

― Eu não acredito que você finalmente voltou para mim. ― Você diz me olhando com os grandes olhos castanhos que eu amo. Meu coração parece que vai sair pela boca. ― Pelo menos, por essas semaninhas. Que saudade, Ed! Olha como você tá lindo! Toda vez que te vejo é um tapa na cara porque sempre tá mais gato do que a última.

Rimos, você sempre foi assim, espevitada, alegre, simpática, bocuda e eu amava demais ver suas bochechas corando toda vez que me elogiava.

― Voltei e espero não te deixar nunca mais, linda. ― O rubor aumenta em suas bochechas quando a intensidade do que eu falo se faz presente.

Timidamente, você pega em minha mão ― pareceu tão certo repousar a minha mão na dela outra vez ―, me arrasta de volta a nossa mesa e pede para eu começar a te contar os últimos acontecimentos, aqueles que pelo telefone não contamos. Jack, o músico que toca há anos ali, sobe no palco para começar o show da noite e nós ficamos animados com o repertório, pois geralmente são as nossas favoritas. Tomamos o nosso "chopp" rindo e conversando, interagindo da melhor forma, como se não tivemos passado um grande período afastados.

Mais rodadas de cerveja, alguns destilados e estamos os dois alegrinhos demais.

Começamos a dançar conforme a noite passa, rindo e cantando as músicas que sempre amamos e conhecíamos.

― Quer ir lá para casa? ― Você me pergunta e morde o lábio. Seus óculos caem minimamente pelo nariz e você rapidamente os coloca no lugar, algo que achei completamente adorável.

Eu não sei se estou interpretando errado, mas parece que você quer a mesma coisa que eu.

― Claro.

Sorrio e você vai me contando no caminho como é a experiência de morar sozinha depois de todos esses anos morando com seus pais, vivendo sob a asa deles. Eu sinto falta da forma como conversávamos quando eu me mudei, perdi muitas coisas importantes da sua vida. Um ano é muito tempo e eu só percebi agora, conversando com você, mesmo que nos mantivéssemos atualizados um sobre a vida do outro de forma online, não era a mesma coisa.

Do nada, começou uma pequena garoa, nada muito forte e te puxei para dançar. Você riu em meus braços enquanto eu bobamente cantava "I'm singing in the rain". Olhei em seus olhos e jurei que nunca havia visto nada mais lindo do que você na chuva, de braços abertos e rindo das minhas bobeiras.

― Linda! ― Digo hipnotizado por você, por tudo. Os pingos de chuva escorrendo pelo seu rosto, você olhando nos meus olhos e dando-me prazer ao sorrir timidamente.

― Sei que já disse isso, mas realmente senti muito a sua falta, Edward. ― Disse rindo, ambos bêbados de felicidade.

Corremos um pouco pois a chuva começou a apertar e não queríamos ficar encharcados. Chegamos à casa modesta, porém, aconchegante e entramos. Você pede para eu tirar os sapatos e o casaco, porque dentro do seu lar ninguém anda com os sapatos sujos e você queria colocar minhas roupas na secadora. Eu rio porque é engraçada a forma como você tem umas manias de limpeza para algumas coisas e para outras, nem tanto.

Minha blusa não estava muito molhada, graças ao casaco grosso que eu usava. Você diz para eu ficar à vontade e liga o aquecedor.

Meu coração aquece ao ver uma foto nossa em cima da lareira antiga que tem em sua sala, ao lado de outra, a que fomos padrinhos de casamento de nossos amigos mais íntimos. Estávamos de tirar o fôlego e eu digo isso a você. Você sorri e pergunta se eu aceito uma bebida―mesmo sabendo que já estamos passando do ponto. Eu aceito.

Você faz um pequeno tour pela casa, me mostrando todos os lugares importantes e diz que nunca se sentiu tão acolhida e feliz. Percebo que o lugar é a sua cara e que não existe nada mais tão Bella quanto essa simples casinha.

― Então, me conta... ― Inicia e sua voz já está definitivamente alterada ― Como anda sua vida amorosa? Espero que melhor do que a minha, porque ultimamente, só tenho conhecido idiotas.

Ciúme, ele vem do nada e você nunca espera por ele. É esse o sentimento que tenho toda vez que você fala de outras caras para mim.

― Não tenho nada para contar por que não tenho vida amorosa desde que fui para Nova Iorque.

Você fica chocada, olha para mim como se eu tivesse duas cabeças. Sem acreditar nisso. Ajeita seus óculos e faz a pergunta mais inusitada possível:

― Ah, Edward! Me poupe, sério. Você tá querendo me dizer que não fodeu ninguém esse tempo todo?

Solto uma gargalhada, porque, claramente, não foi isso que eu quis dizer. Fodi uma quantidade considerável de mulheres durante esse ano em que fiquei em Nova Iorque, mas eram apenas encontros casuais com mulheres que queriam a mesma coisa que eu.

― Eu não disse isso, eu disse que não tenho vida amorosa... e realmente não tenho, Bella. Tive sexo, mas não conheci ninguém que me despertou interesse para tentar algo mais sério. ― Até porque meu objeto de interesse está sentado na minha frente.

Seu semblante estava descrente e eu sabia disso, mas não teria como adivinhar que não me envolvi com ninguém porque era apaixonado por ela. Sempre tive namoradas, eu não era do tipo casual, nunca fui. Eu gostava de namorar, raramente ficava sozinho. Por mais que a amasse desde o primeiro momento, nunca tive coragem de me declarar ou de investir em tudo o que sentia.

Quando te conheci, estava namorando um homem chamado Riley e eu odiava o fato dele ser um cara legal, prestativo, gentil e carinhoso. Não tinha como competir com aquilo e definitivamente, eu não sou "fura olho" de ninguém.

Nos conhecemos na faculdade, imediatamente nos conectamos, pois tínhamos gostos e trejeitos parecidos e eu me encantei pela menina tímida e alegre que conheci ― que depois de um tempo, de tímida não tinha nada.

― Estou chocada, sério! ― Deu mais uns goles em sua cerveja acabando com a garrafa. Me perguntei rapidamente como ela conseguiu beber tão rápido enquanto eu ainda estava na metade ― Não acredito que você não arrumou nenhuma namoradinha! Achei que fosse isso que iria me contar, disse que tinha uma bomba surpresa, me enrolou até agora e eu achei melhor perguntar logo já que vi que ia ficar fazendo mistério.

Dei um sorriso, aquele que sabia que você gostava. Costumava dizer que eu não precisava fazer nada, apenas dar o meu sorriso e teria quem eu quisesse. Eu a queria, mas o sorriso nunca parecia funcionar com você.

― Voltei para ficar.

― Como assim?

― Não vou voltar para Nova Iorque, Bella, vou ficar aqui. Tenho um dinheiro guardado, já aluguei um apartamento no centro e tenho três entrevistas na semana que vem, não aguentei ficar. No sexto mês eu já sabia que lá não era meu lugar. O salário era ótimo, eu não precisava pegar inúmeras conduções para chegar ao trabalho, morava em um apartamento legal, mas não era aquilo que eu queria. Fiz alguns amigos, conheci pessoas influentes, mas ainda estava me sentindo incompleto. ― Desabafei.

Você me olha com intensidade, me medindo com os olhos meio turvos, verificando se eu estava realmente falando sério ou não. Do nada, começou a chorar.

― O que foi? ― Perguntei alarmado, ela chorava tanto que estava soluçando.

― Eu senti tanto a sua falta. Muito. Eu surtei quando você disse que iria embora daqui, chorei por semanas, mas escondi muito bem. Não acredito que você tá dizendo para mim que vai ficar definitivo. Parece um sonho. Você não tá mentindo não, né, Edward?

Da mesma forma que o choro veio, parou e me deu um olhar zangado de mulher desconfiada que fiquei com calafrios.

― Claro que não, Bella, tá doida? Eu tô falando muito sério.

E se jogou em mim me abraçando com mais força do que o necessário. Eu estava meio bêbado ainda, já você, estava demais, me desequilibrei e caímos no chão. Meu traseiro estava doendo e você começou a rir, até que olhou para mim, sorriu e me deu um beijo bem demorado na bochecha. Pegou mais uma cerveja alegando que precisávamos comemorar mais e ligou o som.

Voltamos a conversar, depois começamos a dançar até que colocou a mão na boca e saiu correndo. Fui atrás a tempo de segurar seus cabelos e pegar seus óculos, para que conseguisse colocar para fora tudo o que ingeriu. Quando pareceu que você estava mais calma, me afastei.

Então você sorriu sob seu ombro, e por um minuto, eu estava sóbrio como uma pedra.

Você se levantou, escovou os dentes e olhou para mim.

Eu te puxei para mais perto do meu peito e te abracei com tanta força, sentindo o cheiro característico de morango em seus cabelos.

― Você pode ficar comigo essa noite? ― Me pediu muito manhosa.

― Não vou a lugar nenhum.

Peguei em seu rosto, olhei em seus olhos e tão natural como tudo sempre foi entre nós, nos beijamos.

Nada no mundo poderia descrever o sentimento que é ter os lábios da mulher que eu amo contra os meus. Que beijo mais gostoso.

Nos separamos e você começou a rir.

― Não acredito que depois de tantos anos, de todo esse tempo, eu finalmente tô beijando você no meu banheiro, bêbada e depois de ter vomitado com tudo naquele vaso.

Rimos juntos porque não seria você se não soltasse um comentário como aquele.

― Foi perfeito e eu quero de novo.

Nos beijamos o resto da noite, selando algo que se tornaria muito mais forte com o passar do tempo.

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Parte II

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Eu estava nervosa, eu sabia que não deveria ter escutado a desmiolada da Alice. Foi uma péssima ideia! Péssima!

Eu olhei a aliança de ouro branco muito masculina dentro da caixinha de veludo e respirei fundo. Não acredito que pediria Edward em casamento, meu Deus! Comecei a rir que nem louca dentro da loja de joias mais cara da cidade.

― Algum problema, senhorita? ― A vendedora me olhou como se eu fosse louca, e de fato, eu me sentia bem assim no momento.

― Vou pedir meu namorado em casamento, nos conhecemos há mais de vinte anos, sou apaixonada por ele desde que o momento em que o vi e estamos há seis meses juntos. Você acha que eu estou sendo precipitada? Porque eu acho que talvez eu esteja.

― Uau! Vinte anos? ― Assenti sorrindo. ― Bom, eu acho que você está atrasada. São alianças lindas essas as que a senhorita escolheu, então acho que não precisa ficar nervosa. Siga seus instintos e tudo vai ficar bem.

Sorri e comprei o símbolo que selaria nossa união dali em diante.

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Conheci Edward na faculdade há muitos anos, na época namorava Riley, ele era um excelente namorado. Gostava dele, mas já estava ficando acomodada com a relação. Nós nunca brigávamos, o sexo era legal e eu sabia que podia contar com ele para tudo, mas era isso, nossa relação não tinha nada de especial o suficiente para me fazer querer algo mais.

Até eu conhecer Edward.

Eu sabia que era errado ficar interessada por outro homem enquanto estava presa em um relacionamento, mas eu não consegui evitar. Edward, um tempo depois que começamos a amigar, conheceu a Rosalie e logo os dois engataram em um relacionamento. Eu tentei fazer dar certo com o Riley, mas não consegui. Eu não estava mais na mesma página que ele e definitivamente, não poderia continuar com alguém apaixonada por outra pessoa, não faria aquilo com ele.

Não nego que tentei durante muito tempo ignorar meus sentimentos e, até mesmo, me afastar, porém, foi impossível e eu sabia que deveria parar de enganar Riley me fazendo de namorada apaixonada.

Edward e Rosalie eram puro fogo, os dois só sabiam transar e eu ficava irritada. Viramos amigas rapidamente, mas eu não conseguia tirar o gosto amargo do ciúme em minha boca. O relacionamento acabou três meses depois que eu e Riley terminamos. Eu havia decidido que queria aproveitar a minha vida, sair com uns caras, beijar outras bocas e transar. Meu ex havia sido meu primeiro homem e eu queria mais, tinha curiosidades que precisava sanar e Edward achou que deveria ficar solteiro para que pudesse aproveitar comigo.

Ri com a lembrança. Se eu soubesse que na época ambos estávamos interessados em experimentar novidades um com o outro, não teríamos sofrido durante todos esses anos.

Continuamos amigos, os três, Rosalie, Edward e eu. Até que ela conheceu Emmett, que se tornou colega de apartamento de Edward ― e eu achava muito estranho Edward não ter problemas com sua ex e seu amigo tendo um caso amoroso bem no quarto ao lado. Jasper se juntou a nós logo depois e foi paixão à primeira vista. Deus, como eu cavalguei naquele cowboy.

Tivemos um relacionamento muito intenso, regrado a sexo, muito sexo, mas acabou porque ele queria algo mais e eu não poderia me comprometer daquela forma, até porque, não era ele que eu amava. Depois vieram James, Paul, Jared, Pietro e, por último, meu ex namorado de longa data, Enzo.

Edward não gostava dele e acho que hoje sei o motivo, eu realmente amei Enzo. Foi uma relação real, onde consegui esquecer um pouco a paixão que sentia por Edward. Foi fácil amar Enzo, fácil até demais. Nós éramos compatíveis em todos os níveis possíveis, além de tudo, éramos muito amigos.

Quando fiquei noiva, Edward foi embora. Hoje, eu sei o porquê, na época, fiquei arrasada. Não me alimentei direito nas duas semanas posteriores a sua partida e entrei em modo automático. Nada do que Enzo fazia melhorava meu humor, eu não tinha cabeça para procurar apartamento, ver coisas do casamento e nem pensar em nada sobre isso. Apenas trabalhava e torcia para Edward me ligar no final da noite, para colocarmos o papo em dia.

Enzo terminou comigo dois meses após a partida de Edward e eu fiquei sem chão. Me afastei dele nessa época, chorei por tudo e por todos os anos perdidos. Alice, minha melhor amiga, que conheci algum tempo após a faculdade, depois que comecei a trabalhar na editora, me deu um sermão e depois uma "sacodida", dizendo que eu era uma mulher forte, empoderada e independente e que eu não ia passar meu tempo chorando por macho.

Depois disso, fiquei mais uma semana de luto pelo meu relacionamento acabado e resolvi que era hora de viver a minha vida, sozinha.

E cá estou eu, segurando uma aliança nas mãos, comprometida com um homem que amo desde sempre e nervosa com tudo o que vai acontecer daqui para frente.

Entrei em casa, tirando os sapatos na entrada e senti um cheirinho gostoso vindo da cozinha. Hm, Edward estava em casa.

― Que cheiro mais delicioso! ― Entrei na cozinha o agarrando por trás, estava lindo com o pano de prato no ombro direito e mexendo aquela panela com molho vermelho.

― Oi, amor, como foi hoje no trabalho? Tô fazendo lasanha e comprei brownie e sorvete para sobremesa. ― Me deu seu sorriso lindo, que me deixava derretida, e um beijo gostoso nos lábios.

― Foi uma chatice, não via a hora de chegar em casa. ― Suspirei ― E agora que cheguei, encontro você todo delícia na cozinha, fazendo comidinha pra mim e dizendo que comprou minha sobremesa favorita... Tô no céu! ― Fiz um gesto exagerado de agradecimento levantando os braços para cima e puxando ele para um beijo.

― Não posso me distrair, senão passo do ponto do molho. Por que você não vai tomar um banho bem quentinho, colocar uma roupa confortável e voltar para gente tomar um vinho enquanto a lasanha tá no forno? ― Deu um beijo no meu pescoço e fiquei arrepiada.

― Okay, baby. ― O beijei mais uma vez e fui em direção ao quarto.

Estava no banho performando minha música favorita enquanto lavava meus cabelos quando me veio a realização de algo muito desesperador.

Deus, será que Edward vai me pedir em casamento hoje?

Hoje é uma sexta-feira, nada para comemorar, Edward raramente cozinhava, nós sempre saíamos para algum restaurante ou barzinho.

Ah, não!

Me arrumei rapidamente depois do banho, sequei meus cabelos e desci. A mesa da sala estava posta, ornamentada com pratos de porcelana que eu só usava para as visitas, velas e um arranjo de flores belíssimo. Como não vi isso quando cheguei?

Puta merda, ele vai me pedir em casamento, sim!

― Amor?

― O-oi.

― Não tô achando o suporte da travessa, onde você colocou?

Revirei os olhos, homem é uma bosta mesmo! O suporte fica no mesmo lugar que a travessa.

Fui até a cozinha, vendo-o meio em pé procurando igual a cara dele o suporte no armário. Rapidamente achei o objeto e o entreguei, sendo presenteada com um sorriso sem graça.

― Você engoliu um cabo de vassoura, é? Era só agachar que veria que estava atrás da forma de bolo.

― Ai, amorzinho, não precisa ser grossa, também, né? ― Fez um beicinho lindo, muito fofo e que me derreteu toda.

― Hm, tá bom, senhor sensível!

Ele riu e nós fomos até a sala de jantar. A conversa estava fluindo muito bem e eu havia esquecido o motivo do meu nervosismo anterior. Até que ele me solta:

― Então, eu tava pensando em algumas coisas...

― Nossa, você pensando? ― Brinquei.

― Haha, engraçadinha. ― Me cutucou o lado, lugar que eu odiava que tocasse, e riu da minha cara fechada para atitude dele ― Você contesta minha inteligência e acha que não vou revidar? Enfim, eu tava pensando que a gente podia, sei lá, juntas os panos, sabe?

Han?

― Que panos, Edward?

― É... Hum, morar junto, entendeu?

Um silêncio se seguiu e eu me levantei da mesa.

― Bella, o que houve? ― Eu estava indo em direção ao quarto quando ouvi ele falar baixinho "puta que pariu, para que eu fui sugerir isso? Sou um idiota apressado".

Voltei antes que ele surtasse.

Olhei para ele atentamente e o bonito começou a falar:

― Amor, eu sugeri porque eu vivo aqui na sua casa, a gente já criou uma rotina juntos, raramente você vai para minha e eu acho que a gente tá numa conexão boa para fazer essa experiência.

Estava todo nervoso falando. Awn, meu bebezinho lindo!

Calmamente, me ajoelhei, peguei a caixinha de veludo que estava escondendo nas costas e não falei nada do que eu havia ensaiado nas últimas semanas:

― Edward Cullen, eu te amo desde o primeiro dia em que coloquei meus olhos em você. Passamos por muitas coisas juntos, vivemos e aprendemos muito em todos esses anos. Meu mundo ruiu quando você se foi e agora, finalmente, te tenho onde sempre quis, comigo, aqui, todo para mim. Você quer se casar comigo?

Edward estava sem palavras e meu joelho começou a doer. Fiquei olhando para ele até que minha expressão de mulher apaixonada foi mudando para mulher em pânico e ele pareceu acordar.

― Bella, eu... ― E não falou mais nada. Jesus, eu não acredito nisso!

Se levantou e sumiu pelo corredor. Eu estava com o joelho ardendo, chocada e provavelmente com uma cara nada boa. Isso foi um não? Meu Deus, eu estou sendo rejeitada na minha própria casa.

Lágrimas vieram imediatamente aos meus olhos e me senti uma boba. Até que ele voltou afobado.

― Amor, você tá chorando? Não chora, eu só estou em choque porque eu ia pedir você em casamento semana que vem!

Olhei a caixinha vermelha que ele tinha nas mãos e então, comecei a rir. Ri muito, logo depois voltei a chorar.

― Sim, eu aceito! Eu quero me casar com você, amor. Quero muito. ― Pulei em seu colo e desatamos a chorar, rir e tentar beijar na boca.

Depois que nos acalmamos, colocamos os respectivos anéis em nossos dedos anelares e então, nos beijamos sem a afobação de antes, com calma, daquele jeito que me deixava doida.

Não havia nada no mundo que me fizesse mais feliz do que estar nos braços do homem que eu amava.

Tiramos as nossas roupas afoitos, mas fizemos amor lentamente. Edward beijou cada canto do meu corpo, demorando-se no meio de minhas pernas e fazendo loucuras com a língua, coisas que só ele sabia fazer. Demos prazer mútuo, eu o fiz gozar com a boca e depois, nos unimos da forma mais intensa e íntima possível, iniciando a dança mais antiga de todas. Quando o ápice veio, eu estava trêmula, olhando em seus olhos. Sabia que meu destino era estar ao seu lado e que nada, nunca, me separaria dele novamente.

― Eu amo você. ― Dissemos juntos.

Parte III

― O QUE EU DISSE SOBRE DESCANSAR E TENTAR DORMIR, ISABELLA SWAN? ― Puta que pariu, Alice iria estourar meus tímpanos.

Rosalie olhava para mim através do espelho, parecendo compadecida dos esporros que eu estava ouvindo desde a hora em que elas foram me buscar em casa para nosso "dia da noiva".

― Alice, deixe-a em paz! No meu casamento com o Emmett eu não dormi na noite anterior também e no dia seguinte, estava plena e perfeita só no aguardo de me casar com meu ursão.

Alice parecia que ia ter uma sincope, ela levava essas coisas de casamento, contos de fadas, dia perfeito, muito a sério.

― Rosalie, você passou a noite transando com o Emmett ao invés de ficar na tua, Bella não. Tá com essa cara de acabada porque ficou ansiosa e não conseguiu dormir, certeza!

Eu ri alto, porque no dia do casamento de Rosalie, ela ficou reclamando que estava extremamente assada e me fez correr atrás de pomada para aliviar a ardência no meio das pernas. Nem parecia que ia transar com o mesmo homem pro resto da vida. Cada doido com suas doideiras!

― Alice, eu vou casar! Você tirou meu telefone de mim quando começamos a despedida de solteira estúpida que você me obrigou a participar e eu não pude nem mandar um "boa noite" para meu noivo, me economiza!

Ela colocou a mão dramaticamente no peito enquanto sua boca abria em um perfeito "O".

― Olha aqui, você aproveitou muito bem sua noite, ok? Então não reclama porque ganhou um monte de sacanagem para usar com teu marido na lua de mel e ainda um showzinho particular daquele gostoso do Enrico!

― Ai, só de pensar naquele homem rebolando na minha cara de novo, fico nervosa! ― É claro que foi Rosalie que disse isso.

― Emmett vai amar saber que você tá fantasiando com o Enrico, amiga!

― E você acha que ele não olha mulher bonita na rua, não? Até comenta comigo. Uma coisa é olhar, olhar não tira pedaço, a gente tem que olhar e apreciar coisa bonita. Outra é tocar, faltar com o respeito. E eu não troco meu marido por nada desse mundo, ele sabe disso!

Alice estava horrorizada.

― Apoiada. ― Eu disse.

Sabia que Emmett tinha contratado uma dançarina também e sabia que, assim como eu, Edward tinha que ter sua diversão da noite. Confiava nele e confiava em todos os nossos amigos.

― Aff, vocês são tão ridículas com essa segurança toda! Um dia serei assim, eu teria surtado. Ben disse que Edward só sabia rir e Emmett estava mandando fotos para Rosalie do showzinho particular.

Alice era uma mulher extremamente segura em todas as áreas de sua vida, menos na amorosa. Triste, porque era linda, independente e livre. Traumas do passado ainda a assombravam e eu entendia que ela precisava conhecer alguém legal, que mostrasse para ela que relacionamento de verdade é saudável e baseado na confiança. Eu sabia que algum dia ela encontraria alguém legal e que a fizesse sentir bem e única.

Voltamos a conversar sobre amenidades enquanto o dia se passava. Meu vestido já se encontrava no salão, um carro viria me buscar e me levaria ao local que escolhemos nos casar. Era ao ar livre e próximo dali. Eu estava ansiosa.

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Nada poderia descrever o que senti ao entrar na igreja e olhar Edward em seu smoking creme. Ele estava de tirar o fôlego, lindo e sorridente. Lágrimas encheram meus olhos, mas eu segurei. Vi que ele estava emocionado também.

Meu pai me entregou a ele no gesto mais antigo que nós dois juntos e seguimos para o pequeno altar improvisado no jardim do enorme espaço que alugamos para o casamento.

O pastor pede para recitarmos nossos votos de casamento e eu olho para ele.

― Meu amor, eu já sabia que te amava desde muito tempo. Seus olhos e seu jeito de menina me conquistaram profundamente. Sempre escondi meus sentimentos de você, tive ciúmes de cada homem que teve o prazer de passar em sua vida. ― Rimos juntos com a plateia que nos assistia. ― Mas você nunca poderia imaginar, porque eu me calei com medo de perder você, perder sua amizade... Que bobeira! Eu sei que eu precisava de você, mas eu nunca demonstrei. Estou aqui agora e quero ficar com você até que nós fiquemos bem velhinhos. Eu vou te acordar com café na cama de manhã, mas não todos os dias! ― Falou brincando e eu acreditei, ele não gostava muito de cozinhar. Eu ri em meio as lágrimas ― Vou levar nossos filhos para escola, me despedirei deles e agradecerei a minha estrela da sorte por aquela noite em que nos encontramos de novo e nos declaramos em sua casa. Você lembra? Você olhou por sob o ombro, logo após vomitar, e me deu um sorriso de parar o trânsito. ― Todos nós rimos, Edward estava segurando as lágrimas enquanto as minhas fluíam como cachoeira. ― Por um minuto, eu esqueci quem eu era. Eu quero dançar com você, para sempre, você estava tão linda aquele dia, sorridente depois que dançamos na chuva. Eu sou tão apaixonado por você e eu espero que você saiba que o seu amor vale mais do que todo o ouro do mundo. Sei que acertei em ter voltado, sabia que meu lugar era aqui. Eu te amo, sempre amei e sempre vou amar.

Ouvi pessoas emocionadas ao meu redor, mas eu só conseguia olhar o homem a minha frente, o homem da minha vida. Respirei fundo e falei o que havia preparado:

― Baby, você é tudo para mim. Meu amor, meu companheiro, meu amigo, confidente e meu denguinho. Nada vai ser capaz de nos separar e eu espero que você esteja preparado para aturar a loucura que é a sua mulher pelo resto da sua vida. ― Nossa plateia riu ― Eu te amo, com todo o meu coração. Me sinto uma menininha apaixonada toda vez que te vejo e não consigo explicar a conexão sem igual que nós temos. Olho para você e só vejo o pai maravilhoso que você será para os nossos filhos, o homem exemplar que você se tornou e o quanto nós amadurecemos ao longo dos anos. Estávamos nos preparando um para o outro. Não vejo como perda de tempo o que vivemos, não consigo achar uma fração de arrependimento em tudo o que construímos até agora e sei que você é o homem da minha vida. Obrigada por me amar desde sempre. Agradeço a Deus por você ter voltado para os meus braços e ter percebido que seu lugar é ao meu lado, assim como o meu é ao seu. ― Ele estava tão emocionado, segurando o choro e olhando para mim da forma mais linda ― Eu vou te amar até que meus pulmões parem de funcionar, até que a morte nos separe, porque é só eu e você até que fiquemos bem velhinhos.

Passamos a palavra ao pastor e ele nos orienta a repetir o discurso antigo e conhecido com promessas de devoção, amor e cuidado.

No hora do "sim", colocamos nossas alianças no lugar que elas ficariam permanentemente. Nos beijamos de forma apaixonada, selando nosso amor perante Deus e nossos amigos.

Passamos pelo tapete vermelho cumprimentando as pessoas e ao final da passarela, embaixo do arco de flores, Edward me inclina e me beija como nos filmes românticos antigos.

Olha em meus olhos, ouvindo o aplauso dos nossos convidados e diz:

― Nenhuma medida de tempo com você seria o suficiente, mas vamos começar com o para sempre.

Abro um sorriso, emocionada.

― Para sempre.

FIM


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Notas finais do capítulo

N/A: Ju, espero que tenha gostado. Meninas que lerão, espero que tenham gostado dessa minha Bella e desse meu Edward. Um beijo enorme pra todas vocês! Não deixem de ler as outras fanfics das outras autoras, ok? O perfil onde serão favoritadas as outras histórias está na minha página em "atores favoritos"!