Escolhas escrita por Carol Liz


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é dedicada à minha amiga oculta Nathalia ou dixcrepusculete (no twitter).

Inspirada no combo 1.



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A chuva ficou mais forte parecia que o clima em Nova York acompanhava o meu humor, era perceptível que aquele dia seria ruim eu não deveria ter saído da minha cama hoje, tudo me dizia que seria um péssimo dia, eu deveria dar mais ouvidos a minha intuição.

Alice chegou naquele momento praguejando algo sobre “botas novas ensopadas” até onde eu pude compreender, logo atrás dela estava Jasper seu namorado de toda a vida, eles eram tipo almas gêmeas desde quando ele se mudou pra Forks, nossa cidade natal, quando tínhamos 15 anos nunca mais se desgrudaram. E logo atrás dele estava Edward três anos mais velho que todos nós e meu inferno astral e infelizmente irmão de Jasper, é o dia estava péssimo e parecia realmente não ter fim.

— Bella, desculpa o atraso, mas com essa chuva foi difícil fugir do trânsito.

— Tudo bem, eu também cheguei quase agora. – Tentei não demonstrar que já estava mais de uma hora ali na cafeteria, mas pelo olhar que Alice lançou nos meus copos de café e os vários saquinhos de açúcar eu não teria sucesso.

— Oi Bella, tudo bem? – Jasper perguntou me cumprimentando com um abraço, ele adorava abraçar, dizia que era para sentir a energia das pessoas, coisas de Jasper.

— Não, nada está bem ainda mais agora. – disse olhando Edward no balcão com a garçonete provavelmente fazendo o que mais sabia – Desculpa Jasper.

 – Tudo bem Bella, eu sei que isso é amor. É o destino a energia de vocês é única. – disse piscando um olho para mim.

Revirei os olhos, eu amava Jasper como um irmão, mas nem sonhando que eu me envolveria com o babaca do irmão dele.

— Oi Bella aconteceu alguma coisa? Você não está parecendo bem. – Edward disse sentando-se na cadeira a minha frente.

Eu odiava isso nele, parecia que sempre sabia como estava o meu humor, tentei disfarçar, por que se falasse algo com certeza começaria a chorar ali e tudo o que eu não queria era fazer isso, ainda mais na frente dele.

— Eu estou muito bem obrigada! – disse sorrindo.

— Ok, se você diz... – ele respondeu se virando para Alice – Hey, cunhada você já pegou tudo para a festa ou precisa de ajuda?

— Tudo certo cunhadinho, não precisa se preocupar.

— Que festa? Do que vocês estão falando? – não acredito que eles iriam dar uma festa e nem me avisaram.

— A festa Bella, que é amanhã, a mesma que eu venho falando há duas semanas, você realmente esqueceu?

— Ah, eu não devo ter prestado atenção, desculpa Ali eu estou com muita coisa na cabeça ultimamente. – Por exemplo o fato de agora ser uma desempregada, um fracasso a mais para minha lista de sonhos não alcançados em Nova York.

— E você ainda está super bem, hein Bella! – Jasper disse rindo olhando para mim, me avaliando com aquele sexto sentido Jasper de ser... irritante!

Olhei para ele pensando em algo para me livrar da situação e parar de ser avaliada por todos, eu só queria conversar com a Ali, ir para a casa e chorar por umas duas horas, comer sorvete de flocos e assistir séries onde os sonhos das protagonistas fossem brilhantes e maravilhosos e imaginar que eu seria tão vitoriosa quanto uma delas.

Não imaginava que Alice viria acompanhada, eu amo o Jasper, mas se ao menos o Edward não estivesse aqui, ele é a minha lembrança constante de não desejar o que não se pode ter, o que não é pra ser.

— É só uma matéria que eu tenho um prazo muito curto para entregar. – disse mexendo no celular para não ter que encarar ninguém e assim não ser pega na mentira que ainda tinha algo a fazer que não fosse procurar um emprego novo, sou péssima mentirosa e todos ali sabiam muito bem disso.

— Foi por isso que você me chamou aqui, você disse que tinha algo sério para falar, o que foi?

Olhei pra Alice e disse a primeira coisa que veio a minha mente:

— Eu vou passar uns dias em Forks, ficar um tempo com meus pais.

O choque no rosto dos três foi tão intenso que pensei que tinha falado algo do tipo matei meu chefe e chutei uma velhinha na praça.

— O que foi? Eu disse algo errado?

— Não, claro que não Bella, mas é que você sempre evita ir pra lá, o que aconteceu para você querer voltar agora? – Alice me perguntou, enquanto lançava um olhar confuso para o Jasper.

— Não aconteceu nada, eu só estou um pouco cansada da correria, um pouco de tudo eu acho.

— Você já sabe quando vai, por que você tem uma festa para ir antes, ok? – Jasper disse piscando um olho para mim.

— Eu pensei talvez nesse fim de semana, a festa é amanhã, não?

— Isso mesmo, então mais um motivo para nossa festa, você precisa relaxar e se despedir do pessoal antes da viagem. – Edward disse querendo ser o engraçadinho.

— E por falar nisso já vou indo, tenho que arrumar as coisas para a viagem.

— E terminar aquela matéria, não? – Edward disse me encarando.

— Sim, isso, tem isso também.

Me levantei apressada, tentando sair o mais rápido possível dali.

— Bella eu vou ver umas coisas para a festa com o Jasper, mais tarde a gente se vê tá bom?!

— Tá bom Alice, até mais.

A chuva tinha parado e uma leve brisa trazia um frescor maravilhoso seria uma boa caminhada para casa já que morávamos em um apartamento na esquina e sim morávamos, pois para a minha grande sorte Alice e eu tínhamos como vizinhos de porta Jasper e Edward, não dei dois passos e ouvi alguém me chamar.

— Bella, calma aí eu também estou indo.

Edward claro, aposto que Alice mandou ele me seguir e descobrir se estava tudo bem.

— E aí sobre o que é a sua matéria? Não vai me falar que é sobre os salões e suas tendencias de novo.

— Não, não é sobre isso...

— Então...?

— Ah, é sobre o fracasso e como manter a cabeça erguida depois de tanta desilusão.

Edward me encarou calado, droga acho que falei demais.

— Nossa é bem bad isso, você já tem onde pesquisar sobre o assunto?

— Sim, a minha vida...

— Bella... você tá bem?

Parei olhando pra ele, como se isso fizesse a diferença como se ele se importasse com o que acontecia na minha vida, que merda não era hora pra lembrar do passado, não era hora pra nada na verdade.

— Sim, é só cansaço mesmo, eu acordei muito cedo e estou já ficando irritada com tanto sono.

— Ok, bom já chegamos agora você vai conseguir descansar um pouco.

Entramos no prédio em silêncio depois disso, a viagem no elevador não foi diferente, quando girei a chave na porta me senti aliviada e menos sufocada com a presença dele.

— Você vem para a festa amanhã?

— Sim, eu vou sim se não é bem capaz da Alice me matar se eu não aparecer.

Entrei em casa e quando estava fechando a porta Edward a segurou.

— Bella, você sabe que se precisar conversar pode contar comigo, né?

Olhei nos olhos dele sentindo falta dos momentos em que seu ombro amigo era todo o meu universo, balancei a cabeça me livrando daqueles pensamentos que já não me traziam mais paz e calma, o passado permanece no passado Bella, até quando você vai se torturar com isso?

— Eu tô bem Edward, tá tudo bem eu só preciso dormir um pouco tá bom?!

— Ok, se você diz, te vejo amanhã...

Fechei a porta e corri para o meu quarto, só queria deitar e esquecer o dia de hoje.

XXXX

Abri os olhos assustada, olhando ao redor para me situar onde estava quando a porta do quarto se abriu e uma Alice muito animada entrou.

— Bella, você não sabe quem eu encontrei na loja de vinhos... – Ela me encarou ligando a luz do quarto e me cegando por alguns minutos – Ah, você estava dormindo?

— Tudo bem Alice, foi bom acordar eu estava tendo um pesadelo mesmo.

Alice se deitou do meu lado me forçando a virar na direção dela.

— Bella, me conta o que aconteceu.

— Eu fui demitida.

— Ah, não é tão ruim, né? Você não gostava mesmo de lá.

— É não, na verdade foi até um favor isso acontecer.

— Então o que é que te deixou tão pra baixo? Tão desanimada?

Virei de barriga para cima lutando pra não deixar o desespero tomar conta, mas foi impossível não deixar algumas lágrimas saírem.

— Eu sou uma fracassada Alice – Ela tentou me interromper, mas eu continuei falando – É isso mesmo, olha pra mim, desde que terminei a faculdade não consegui me manter em um emprego por mais de 3 meses, não consigo me focar em nada, não consigo nem mesmo escrever, não consigo sentir nada parece que falta algo, eu sou um grande fracasso Alice.

Me virei enterrando a cabeça no travesseiro deixando finalmente as malditas lágrimas da minha ruína se libertarem. Por um tempo Alice só ficou em silêncio me fazendo cafuné e ouvindo meu desespero em forma de choro, quando consegui finalmente controlar minha respiração ela me forçou a olhar em sua direção.

— Tá um pouco melhor agora?

Só concordei com a cabeça, sem conseguir pronunciar as palavras de tanta vergonha, odiava chorar na frente de qualquer pessoa, mesmo que essa pessoa em questão fosse a minha melhor amiga, praticamente minha irmã.

— Vamos olhar de uma forma mais otimista para as coisas, tá bom? Olha só perder todos os 5 empregos que você tentou foi sorte porque nenhum deles era pra você mesmo, e você sabe disso, agora sobre o foco, não tem como manter foco em algo se nem você sabe o que quer.

— Não é assim eu sei o que eu quero.

— Sério? E o que é?

— Bom primeiro quero escrever meu livro ou meu roteiro ou minha novela – Ela me olhou como se eu estivesse falando outra língua – Depois eu... depois... bom depois eu penso em mais coisas.

— Bella, meu bem, se você não sabe nem se vai escrever um livro ou uma novela como você pode saber a história que quer contar?

— Eu vou descobrir Alice.

Ela me encarou com um olhar de mãe preocupada, na verdade bem parecido com o olhar da minha mãe.

— Sim, você vai, eu sei que vai. – Ela se levantou da cama seguindo para a porta, quando lembrei que ela não terminou o assunto que iniciou ao entrar no quarto.

— Hey Alice. – Ela se virou para mim – Quem você encontrou hoje na loja de vinhos?

— Ah, lembra da tia cartomante do Emmett?

Emmett, marido da minha prima Rosalie, tinha uma tia que eu achava muito doida e que pensava que sabia do futuro e contava várias histórias sobre previsões furadas que não davam em nada, isso quando ela não cismava de ensinar simpatias, poções e patuás, a gente a conheceu no casamento deles uns dois anos atrás e sempre que podia ela vinha ver como estavam as suas garotinhas como ela adorava dizer.

 – A tia Luna? Claro que lembro como ela está?

— Ela está bem, na verdade encontrou o amor da vida dela e disse que dessa vez vai ser para a vida toda.

Me levantei acompanhando Alice até a cozinha.

— Nossa é o que? O terceiro casamento?

— Acho que o quarto. Bom tanto faz, ela me entregou isso aqui. – Alice disse tirando um objeto da bolsa que estava sobre o balcão – Ela disse que sentia que uma de nós duas iria precisar, eu pensei que você poderia ficar com ele é um colar.

Alice me entregou o colar que possuía uma pedra marrom na ponta, achei meio estranho o formato da pedra, mas ele não era feio, coloquei no pescoço sentindo o frio da pedra na pele enquanto me virava para preparar o jantar.

XXXX

Ainda não entendo por que eu faço isso comigo, mas lá estava eu dentro do banheiro do Jasper tendo uma conversa nada agradável com a privada e tentando evitar qualquer pessoa possível e principalmente Alice, ela ia me matar se visse meu estado lamentável, tudo que eu queria era beber pra esquecer a minha adorável vida, todas as escolhas sem sentido que fiz até agora e parecia que ia dar certo até o momento que meu estômago começou a revirar tudo que tinha nele.

Saí do banheiro quando consegui me sentir melhor e confiável ao caminhar com minhas pernas sem me sentir girar o tempo todo, abençoado seja Jasper por ter um banheiro no quarto, pois eu não ia durar muito tempo e nem ir tão longe, me joguei ali na cama torcendo pra Alice e nem o Jasper aparecerem pra dar uns amassos ou sei lá o quê.

Tudo era tão macio e tinha um cheiro tão agradável, engraçado que eu não lembro do Jasper usar esse perfume, afundei meu rosto no travesseiro e puxei as cobertas por cima da cabeça eu só precisava de cinco minutos e depois eu voltava pra festa, só cinco minutos...

— Você tem certeza?

— Por que eu não teria certeza?

— É que eu não quero que as pessoas pensem que a gente já estava junto antes ou sei lá, você sabe como o pessoal daqui é maldoso e o que pode chegar até o meu pai.

— Bella, Bella, Bella para de se preocupar com o que os outros vão pensar, olha eu não me importo por que a opinião dos outros é tão importante pra você?

— A opinião deles não me importa é só que...

— O que é Bella?

— É só olhar pra gente, a gente...

Ele segurou minhas mãos e as levou aos lábios beijando meus dedos.

— A gente forma uma ótima dupla de dois. - Ele disse rindo.

— Muito engraçado, muito mesmo...

Puxei minhas mãos dele e saí andando, era incrível como ele não conseguia ver as coisas, não conseguia perceber nada. Não consegui dar dois passos antes que ele pegasse minha mão e me puxasse de encontro ao seu peito.

— Bella, sério para de se preocupar com os outros, eu sei o que eu quero e eu quero ficar com você, eu não aguento mais não poder te tocar na frente dos outros ou ter que fingir que somos somente amigos, ter que ver os caras dando em cima de você e agir como se estivesse tudo bem.

Quando ele falava assim, olhando nos meus olhos eu quase me esquecia o motivo de ainda não ter gritado pra todo mundo que estávamos juntos, quase me esquecia.

— Só mais um pouco, você só precisa esperar só mais um pouco, mês que vem eu me formo e aí nada mais vai nos impedir, tá bom?

Edward segurou em meu rosto lentamente segurando meu queixo. Examinando meu rosto, ele colocou a palma da mão em minha bochecha e traçou o arco da maçã com o polegar. Seu toque era doce, hesitante e cuidadoso. Eu estremeci, ele ficou parado por mais um momento, então sorriu com ternura, baixou a cabeça e roçou os lábios nos meus.

 

O dia parecia que seria bom, não apenas bom, seria maravilhoso foi o que pensei quando acordei sentindo o calor do sol sobre meu corpo pela manhã, tentei me lembrar a última vez que amanheci assim tão leve, tão em paz... fazia muito tempo, tempo demais.

Olhei o relógio e ainda era muito cedo, me virei para dormir mais um pouco e percebi que tinha alguém atrás de mim, então senti um braço pousado na minha cintura. Minha nossa o que foi que eu fiz naquela festa, por que fui beber tanto, não acredito que nem me lembro o que eu fiz e com quem eu fiz.

Tentei me levantar cuidadosamente, mas nem precisei, pois o meu acompanhante desconhecido parecia ter acordado também.

— Nem acredito que hoje tem sol, nunca mais duvido de você, não tem como as coisas darem errado quando o dia começa assim.

Opa eu conheço essa voz, olhei para o lado e não acreditei, o que ele estava fazendo aqui na minha cama.

— Edward o que você está fazendo aqui? Como você entrou? Quem disse que podia... - Olhei pra baixo percebendo que estava nua, usando somente o colar da tia Luna que coloquei ontem, e a julgar pelo fato dele estar com o peito nu... o que foi que eu fiz?

— Amor está tudo bem? Isso é algum tipo de piada, certo?

— Do que foi que você me chamou?

Ele deve ter bebido horrores, nós devemos ter bebido horrores e com certeza era algo estragado, mas quando ele entrou no quarto?

— Bella, eu sei que as coisas não andam bem, mas ontem eu pensei que a gente tinha resolvido tudo, bom pelo menos eu imaginei que fosse assim.

Edward se virou e ficou olhando pro teto, foi quando eu comecei a perceber que aquele não era meu quarto e muito menos o quarto do Jasper, olhei ao redor tentando lembrar de algo da noite passada, mas nada vinha na minha mente, olhei ao meu lado direito na mesinha de cabeceira e vi um porta retrato onde tinha uma foto minha vestida de noiva com Edward do meu lado também vestido de noivo, peguei a foto e não consegui acreditar que tipo de brincadeira era aquela, será que o Edward era tão babaca a esse nível?

— O que é isso?

Perguntei pra ele, Edward olhou pra foto e depois me encarou com a expressão mudando de calma pra irritada.

— Ok Bella, eu já entendi o recado. - Ele disse se levantando me dando uma bela visão da sua bunda nua.

Ah minha nossa, o que foi que aconteceu aqui? Não acredito que de todos os homens eu fui dormir justo com aquele que eu jurei jamais fazer isso.

Edward entrou em uma porta que eu não sabia dizer se era para sair do quarto ou entrar em um banheiro, mas não demorou para eu ter certeza de que era o banheiro quando ouvi o barulho do chuveiro, aproveitei para levantar e tentar entender o que aconteceu, mas primeiro eu precisava achar minhas roupas, quais eram as roupas que eu estava usando ontem? Não fazia a mínima ideia, olha não sei o que foi que eu bebi, mas foi algo muito bom para me deixar assim com amnésia.

Olhei ao redor e nada enrolei o lençol em volta do meu corpo e saí pela outra porta julgando ser a que me levaria para fora do quarto, abri ela bem devagar e olhei ao redor pra ver se não tinha ninguém, não queria dar a sorte de encontrar Jasper se aquele não era meu quarto só podia ser a casa dele, se bem que o que me lembro da casa deles não tinha esse corredor imenso.

Saí na ponta dos pés olhando para os lados, acabei por chegar em uma sala ampla que tinha janelas enormes com uma vista linda para a floresta, eu sabia onde estava e não conseguia acreditar nisso, como eu vim parar na casa dos pais do Edward?

Olhei ao redor da sala e consegui encontrar um amontoado de roupas, tinha um vestido de festa que não lembrava de já ter usado alguma vez na vida.

Ouvi passos e quando olhei para trás Edward apareceu já arrumado e com os cabelos molhados como sempre levemente bagunçados, ele realmente era lindo, muito, muito lindo, ainda não conseguia acreditar que eu fiz algo ali e não lembrava, bom acho que seria melhor assim.

— Eu vou fazer o café e já estou indo tudo bem?

— Ah, eu vou só colocar a roupa e já estou saindo, você não precisa sair da casa dos seus pais Edward.

Disse isso tentando me vestir embaixo do lençol que joguei em cima da minha cabeça para cobrir meu corpo nu enquanto me vestia, mas esse vestido parecia mais um trapo eu não conseguia entender onde enviava a cabeça, os braços, será um novo tipo de modelo?

— Bella a gente já falou sobre isso, você pode ficar aqui a casa é sua, o que você está fazendo aí embaixo? Até onde me lembro esse vestido está inutilizável.

— O quê? Como assim? - Perguntei colocando a cabeça para fora do lençol.

— O quê? Você mesmo disse ontem que não se importava com esse vestido, eu não fiz nada e não é como se você não tivesse um armário cheio de roupas lá no quarto.

Edward disse isso já entrando na cozinha. Ah, como assim?

Fiquei um tempo parada tentando entender ou imaginar o que ocorreu com o trapo, mas achei melhor parar de tentar entender aquilo.

Corri de volta para o quarto olhando melhor o ambiente, além da cama havia ali a porta do banheiro e nada, sem armário, mas ele disse algo sobre roupas no armário, será que além de amnésia eu também estava ouvindo coisas? Não eu tinha certeza de que ele disse armário. Entrei no banheiro e não vi nada que fosse parecido com uma porta ou que demonstrasse que tinha outro ambiente ali, voltei ao quarto e reparei em um espelho caminhei até ele e... MINHA NOSSA! Como eu estava horrível, rímel borrado, cabelo parecendo um ninho de rato, já não bastava eu não lembrar o que tinha acontecido precisava ter aquela aparência logo na frente do Edward? Deixei esse pensamento para lá, afinal o que importava minha aparência para o Edward eu tinha que sair dali o quanto antes. Olhei o espelho novamente e percebi que tinha um vão nele, empurrei para o lado e logo um closet se abriu, consegui encontrar um par de roupa casual e um tênis, percebi que as peças e o calçado serviram perfeitamente e a maioria das coisas ali seriam roupas que eu usaria naturalmente. Fui ao banheiro para dar um jeito na minha cara, acabei encontrando uma escova de dentes fechada em uma gaveta, assim como uma escova de cabelos. Depois de ficar apresentável saí do quarto já sentindo o cheiro de café.

Parei na porta da cozinha e fiquei admirando Edward com a camisa social dobrada nos cotovelos e usando um avental na beira do fogão, balancei a cabeça tentando me livrar das imagens que eu não queria desejar, eu preciso sair dessa casa o quanto antes.

— Oi, senta vem comer eu fiz café e tem ovos e bacon também.

— Eu acho melhor não, eu quero ir embora.

— Olha Bella, eu sei que as coisas estão complicadas, mas você disse que ia nos dar uma chance.

— Eu disse? Sério? E isso foi quando mesmo? – Perguntei pegando a xicara de café que ele me oferecia.

Ele me encarou sério, tentando me avaliar como sempre fazia e eu odiava.

— Bom isso foi bem antes do seu vestido virar um trapo nas minhas mãos.

Engasguei com o café depois disso, não consegui olhar para ele, pois se o fizesse ele com certeza iria perceber algo e eu não sei se eu queria isso.

— Tá bom senhor engraçadinho, eu quero ir embora agora, ok.

— Bella seu carro está lá fora, mas primeiro me fala para onde especificamente você quer ir?

Olhei para ele como se estivesse falando outra língua.

— Edward eu não sei dirigir você sabe disso.

— Bella, você dirige já faz cinco anos, eu mesmo te ensinei... Olha está tudo bem? É mais um daqueles seus métodos pra encarnar um novo personagem do seu livro?

Carro, livro... eu precisava urgentemente saber o que realmente estava acontecendo aqui.

— Eu preciso ver a Alice, você pode me levar até ela, eu não estou me sentindo muito bem para dirigir.

— A Alice mora em Nova York, estamos em Forks, Bella.

— Deixa eu adivinhar isso já faz cinco anos? – Perguntei encarando-o.

— Não, isso já faz uns oito anos foi logo depois do nosso casamento... Ah, já sei você tá escrevendo sobre amnésia?

— Isso é algo assim, então me atualiza sobre os nossos anos juntos.

Disse sentindo um bolo na garganta ao imaginar que Edward e eu éramos casados, isso não fazia nenhum sentido.

— Ok, isso é meio estranho, mas vamos lá. – Ele se sentou ao meu lado no balcão e começou a contar sobre a nossa vida juntos enquanto comia seu café da manhã. – Bom depois que você passou uns dias em Forks, lembra? Foi quando você teve uma crise existencial, você estava muito triste, eu fiquei bem preocupado, enfim, depois que você voltou finalmente começou a escrever seu primeiro livro e a gente começou a sair, dois anos depois a gente se casou, você insistiu em vir morar em Forks, meus pais nos deram a casa e foram morar em Chicago, uns cinco anos atrás depois... bom... depois do que ocorreu você quis aprender a dirigir e há alguns meses a gente se afastou, quer dizer você me afastou até umas semanas atrás, mas parece que isso foi esquecido hoje pela manhã, parece que você voltou a ser você...

— O que você quer dizer com isso de que voltei a ser eu?

Edward me encarou talvez pensando nas palavras que iria usar para não me magoar, eu acho.

— É que parece que você voltou a ter uma nova crise existencial, não está escrevendo faz um tempo, não tinha saído muito de casa até uns dias atrás e o jantar de ontem quando você disse que algumas coisas não precisam terminar, principalmente nós.

— Ah, o jantar claro. – Nada do que ele disse fazia sentido, porque eu iria querer voltar a morar em Forks e... – Edward o que aconteceu há cinco anos pra eu querer aprender a dirigir?

— Seu pai teve um ataque cardíaco, você estava sozinha com ele e a ambulância demorou para chegar, então você decidiu não precisar esperar por ninguém se algo assim ocorresse novamente.

— Meu pai teve um ataque cardíaco? Meu pai? Ele não? Ele...

Edward se levantou me puxando para os seus braços me consolando de algo que eu não queria acreditar que havia ocorrido, não com o meu pai, meu pai não!

— Calma Bella, eu sei que não importa o que eu diga você sempre vai sentir essa dor, eu sinto muito, muito mesmo eu realmente queria que você não sofresse assim.

O abracei tentando me controlar isso não era real, deveria ser somente um sonho, um pesadelo, era isso só um pesadelo.

O telefone tocou me assustando, Edward se mexeu sem me tirar dos seus braços.

— Bom dia, Emmett! Ah, a reunião eu acabei me esquecendo, claro, claro... – Sai dos seus braços deixando-o resolver o que quer que fosse ali e fui lavar a louça do café que havia sido usada.

Tentando entender o que estava ocorrendo me perdi em meus pensamentos até que senti Edward me abraçar na cintura, encostando a cabeça no meu ombro.

— Eu só preciso resolver umas coisas no escritório e se você quiser a gente tira o dia de folga o que acha? – ele dizia enquanto tirava meu cabelo do ombro dando pequenos beijos ali.

Eu não tinha forças para recusar e se isso era um sonho, o que só podia ser, pois me recusava a aceitar essa realidade alternativa, eu ia aproveitar tudo que eu podia ali, afinal quando eu teria uma nova oportunidade?

— Tudo bem, mas eu vou com você porque eu não quero dirigir hoje.

Me virei saindo dos seus braços indo em direção a porta.

Enquanto Edward resolvia suas coisas, fiquei na casa da minha mãe ouvindo-a resmungar algo sobre o novo reality de comida onde parecia que os participantes deviam fazer uma simples sopa de quiabo e ninguém conseguia.

Não imaginei que estava sentindo tanto a falta dela, estar em casa era tão bom, deitei minha cabeça em suas pernas sentindo seu aroma de lar e aproveitando o cafuné que só ela sabia fazer, acho que entendia o motivo de ter voltado pra Forks.

— Você vai me contar agora o que está acontecendo ou eu vou ter que te perturbar com mais histórias dos programas ruins que assisto?

— Não está acontecendo nada mãe, eu só não dormi muito bem e vim te ver, não é como se a gente não se visse morando na mesma cidade.

— Bella, você evita vir aqui desde o que ocorreu com o seu pai. – Olhei para ela espantada com o que ela disso, eu não acreditava que eu fiz algo assim. – Tudo bem meu amor, eu não estou te cobrando nada, eu sei que cada um lida com a dor de um jeito, e tudo bem.

— Ah, mãe eu ainda não acredito que o papai... o papai...

— Calma Bella, eu sei que ainda dói, eu sei bem como é, mas pensa pelo lado positivo ele deve estar em um lugar muito melhor agora.

— Eu não entendo como isso foi acontecer.

— Seu pai não cuidava muito da saúde nós duas sabemos muito bem disso, sempre comendo uma fritura, um doce, o tanto que eu falava... bom agora isso não importa mais.

— Mãe, como você consegue ficar aqui sozinha? Você não pensa em sei lá sair, viajar, ir para outra casa?

— E para onde eu iria Bella? Aqui é a minha casa, é onde eu posso sentir que seu pai ainda está comigo, a gente já falou sobre isso e sim eu vou passar uns dias com os Cullens todos os anos, mas nada como nosso lar, não é?

— É... eu queria saber onde é minha casa, as vezes acho que fiz tudo errado mãe, eu não sei onde eu me perdi, me sinto uma fracassada, não consigo escrever, não tenho foco, não paro em um emprego...

— Do que você está falando Bella?

Ah pronto, me esqueci completamente que aqui ninguém sabia da minha situação fracassada de ser.

— Hum, nada não mãe, eu só estava aqui divagando.

Ela riu me olhando com ternura.

— Parece igual daquela vez que você veio aqui, já faz o quê? Dez anos?

Me levantei olhando para a tela da tv sem conseguir encarar ela.

— É tipo isso. – Então tive uma ideia brilhante. – Da outra vez o que você me aconselhou mesmo?

— Ah, nada demais, só te falei...

A campainha tocou nesse momento e minha mãe se levantou sem acabar de me falar o que queria, como eu imaginei era o Edward vindo me buscar para o nosso dia de folga ou algo assim. Me encaminhei para a porta ansiosa e com um pouco de medo do que o dia ainda me traria.

— Vocês não querem ficar para almoçar?

— Obrigado Renée, mas hoje eu preparei um dia especial pra Bella. – Edward disse piscando para minha mãe que sorria pra ele como se guardassem um segredo só deles.

Quando eles se tornaram tão cúmplices assim, será que isso fazia parte dessa realidade alternativa ou eles sempre foram próximos e eu nunca percebi?

Quando Edward estacionou o carro no fim da pequena estrada eu não conseguia acreditar que ele nos trouxe bem ali, de todos os lugares que ele podia ter pensado aquele era um dos que eu não queria voltar.

— Vamos Bella vai ser legal e não me olha desse jeito, vamos aproveitar o dia de sol.

Saí do carro tentando não pensar em tudo o que esse lugar significou um dia para mim.

Depois de uma boa caminhada, chegamos a uma campina aberta e cheia de flores eu amava e odiava esse lugar, amava os momentos felizes que tive aqui e odiava esse lugar por me lembrar desses mesmos momentos e do que eu perdi.

Edward abriu um pano no chão e começou a tirar uma garrafa de vinho e alguns potes com comida dentro e eu nem havia percebido que ele tinha trazido uma cesta de piquenique.

Depois de uma taça de vinho e alguns pedaços de bolo, eu me deitei na toalha e fiquei olhando as nuvens tentando decifrar se uma delas se parecia um coelho ou um dinossauro.

Edward guardou as coisas de volta na cesta e se deitou ao meu lado, brincando comigo de tentar adivinhar o desenho das nuvens. Não sei quanto tempo se passou, mas acho que simplesmente adormeci, pois em algum momento me senti flutuar em meio a floresta e quando finalmente abri os olhos estava novamente no quarto daquela manhã, porém agora estava escuro e eu podia ouvir uma música ao fundo, a melodia era suave, tão suave que adormeci de novo.

Quando acordei novamente senti que não estava sozinha.

— Eu só queria ver se você estava bem, você dormiu a tarde toda. – Edward perguntou deitando-se ao meu lado.

— Acho que eu estava muito cansada, ainda estou com sono. Que horas são?

— Vai dar meia noite, tudo bem se eu ficar aqui?

— Tudo bem. – Respondi deitando minha cabeça em seu ombro para deixar claro que eu não queria que ele fosse pra lugar nenhum.

XXXX

 

— Bella, onde você está? O tio Charlie já ligou aqui e eu disse que você estava no banho se ele ligar de novo eu não sei mais o que inventar.

— Calma Alice eu já estou voltando, ele só vai ligar daqui a uma hora se o conheço bem, ele vai achar que depois do banho vou secar o cabelo e demorar bastante.

— Tá bom, se você já está vindo eu não vou mais me preocupar e diz pro Cullen que nove horas são nove horas, meus pais daqui a pouco também estão chegando.

— Tudo bem Alice, até daqui a pouco.

Desliguei o telefone, enquanto observava Edward voltar para o carro, não sem antes ser parado no caminho pela Tânia, eu não conseguia não sentir ciúmes deles, afinal ela tinha algo que eu jamais teria a mesma idade do Edward e a liberdade de sair com quem quiser. Tânia não precisava ser o exemplo da cidade por ser filha do chefe de polícia e da diretora da escola. Eu não deveria, mas sentia um pouco de inveja dela, sei que era errado, mas não conseguia não deixar de imaginar como seria se eu fosse ela só por um dia.

 

Acordei e ainda estava escuro, ouvi o barulho do chuveiro e imaginei que devia ser o Edward me levantei e ainda bem que pelo que pude sentir ao menos eu estava vestida. Fui indo em direção a janela não tinha percebido que a cortina era blackout, quando puxei a mesma me deparei com uma vista pro Central Park e como isso aconteceu, como eu voltei pra Nova York?

— Já acordou gata, pensei que ia dormir mais por causa do jet lag.

Olhei assustada para trás e me surpreendi ao ver um homem ali que não era o Edward, que estava completamente nu, não fosse pela toalha que agora ele jogava em cima da cama, me virei depressa para a janela sem conseguir emitir nenhum som, o que está acontecendo aqui, como eu vim parar aqui e quem era esse cara.

— O Jacob ligou eu vou dar uma olhada com ele naquela mansão que você estava querendo, a com vista para o mar nos Hamptons, talvez eu fique por lá essa noite, tá bom?

Eu o ouvia se movimentar pelo quarto. Quando não senti mais sua presença me virei, tentando encontrar algo que pudesse me ajudar a entender o que estava acontecendo. Foi quando passei pelo espelho e percebi que eu estava loira, me olhando bem meus lábios pareciam maiores e meus seios... ah como assim? Quando eu pintei meu cabelo? Quando eu fiz tanta plástica? Eu iria enlouquecer com certeza.

Ele voltou enquanto ainda estava me encarando no espelho.

— Seus olhos ficaram muito melhores dessa vez e a sua bunda nem se fala. – Ele disse isso dando um tapa nela. Esse abusado – Eu já vou indo gostosa.

O homem que eu nem sei o nome me virou para ele me dando um beijo e me apertando nele, o empurrei e ele saiu assoviando do quarto.

Eu precisava encontrar o Edward, a Alice, alguém que eu conhecesse e me explicasse o que estava ocorrendo ali.

Comecei olhando e revirando o quarto todo, mas não encontrei nada que me ajudasse. Cheguei na sala que por sinal era enorme e muito elegante com tons dourados e grandes janelas.

Consegui localizar uma bolsa, peguei um celular dentro dela e olhei os contatos e nada, nenhum nome que eu identificasse.

A campainha tocou e fiquei parada ponderando se atendia ou não decidi atender e tirar o máximo de informação de quem quer que fosse atrás da porta.

— ALICE QUE BOM QUE É VOCÊ. – Gritei me jogando em seus braços.

Alice me amparou de mal jeito, pois só depois percebi que ela estava carregando várias bolsas e sacolas, como era bom ter ela ali.

— Nossa isso foi estranho. – Ela disse passando por mim e entrando na sala. – Bom dia Isabella, eu trouxe suas roupas para o evento mais tarde. Depois do almoço o motorista vai chegar para te levar para a seção de fotos, depois você precisa se arrumar para a inauguração da boutique da Jess.

Eu a encarava achando engraçado toda aquela formalidade.

— Alice o que você tá falando e por que tá me chamando de Isabella, é Bella, só Bella, Alice.

— Está tudo bem com você? Já sei é o jet lag, né?

— Eu que pergunto se está tudo bem com você Alice, você está falando como se não me conhecesse o que tá acontecendo?

— Sério Bella, além de todo estresse que eu passo a gente não tem tempo para as suas brincadeiras. - Ela disse começando a tirar várias roupas das bolsas e sacolas que havia trazido.   

— Sério Alice. – Puxei ela para sentar-se no sofá na minha frente. – Me diz o que está acontecendo, por que eu estou loira e cheia de plástica?

Alice me encarou e depois de um minuto começou a rir, para dizer a verdade começou a gargalhar de sair lágrimas dos olhos, me esforcei para não sacudir ela e fazer a mesma contar o motivo da piada e aguardei pacientemente. Quando ela conseguiu voltar a respiração normal me encarou e eu sustentei seu olhar com uma indagação muda.

— Ok, Bella. Vou entrar no seu jogo. O que você quer saber primeiro?

— Primeiro eu não estou fazendo jogo nenhum, segundo por que eu fiquei loira e cheia de plástica? Terceiro por que você está me tratando desse jeito estranho e formal? Quarto que lugar é esse? Quinto porquê eu tenho que ir tirar foto e em um lançamento de loja? Sexto a gente não mora mais juntas? O que aconteceu? Sétimo cadê o Edward e o Jasper? Oitavo...

— Calma Bella, calma aí quantas perguntas você tem, hein?! Vamos por partes, tá bom?

Ela disse me encarando com um olhar estranho.

— Bom, eu sinceramente não sei o motivo de você ter pintado o cabelo e feito várias plásticas, você nunca me disse na real o que aconteceu. Depois da sua pequena crise existencial você ficou uns dias em Forks e quando voltou decidiu mudar tudo, saiu do apartamento, queria morar sozinha para ter um lugar apenas seu. Começou a ficar mais nas redes sociais e se tornou uma influencer reconhecida e requisitada, aqui é o seu apartamento o qual você comprou depois que chegou aos 20 milhões de seguidores no instagram. Eu te trato formalmente porque eu trabalho para você e te chamar de Bella está totalmente proibido. Assim como também não é permitido ao Jasper e o Edward chegar perto de você.

Enquanto Alice ia contando eu não conseguia acreditar que era de mim que ela estava falando, eu não podia ter ficado assim tão esnobe e babaca.

Fiquei encarando-a esperando o momento no qual ela dizia que tudo era somente uma brincadeirinha de mal gosto, mas isso não aconteceu.

O telefone tocou e Alice saiu pra atender, enquanto isso eu tentei assimilar tudo o que ela disse, nada fazia sentido, como isso ocorreu, tinha algo completamente errado ali e eu precisava descobrir o quanto antes.

Alice entrou no meu campo de visão me puxando pelas mãos e me levando de volta para o quarto.

— Vamos Isabella, eu já disse tudo que você queria saber agora vai tomar banho e se arrumar que você ainda tem que almoçar antes de irmos.

Depois de me arrumar e me analisar sem parar para pensar o porquê de tantas mudanças no meu corpo, saí do quarto procurando Alice.

— Eu não sei se vou chegar a tempo Edward, mas você pode muito bem começar sem mim, ok! Não sei, hoje ela está meio estranha, pode ser que eu tenha que ficar um pouco a mais. Edward a gente já falou sobre isso, eu sei o que estou fazendo, ela é minha melhor amiga eu me preocupo com ela. Tá bom, tá bom eu vou fazer de tudo pra não chegar tão tarde.

Entrei na sala assim que Alice desligou o telefone.

— Você tem algum compromisso para ir hoje?

— Ah, é só um jantar nada muito formal. – Ela foi pegando as sacolas e bolsas indo para a porta. – Vamos o carro já chegou.

Acompanhei ela e peguei algumas das sacolas para dividir o peso e pelo olhar que Alice me deu isso não deveria ser tão comum. No que foi que eu me transformei, como eu cheguei até aqui.

Quando estávamos dentro do carro, tomei coragem e perguntei pra Alice quem era o ser asqueroso que estava comigo hoje pela manhã.

— É o James seu noivo, ele é o modelo mais bem pago segundo a Times. – Ela disse rindo como se soubesse uma piada que não queria compartilhar comigo. – Bella, o que você está usando?

— Não entendi, como assim?

— O que é isso no seu pé é um tênis? - Ela me olhava em choque.

— Sim, isso é um tênis Alice, o que você esperava que eu usasse?

— Você realmente não está nada bem, eu pensei que fosse brincadeira, mas parece até que você tá voltando a ser você.

— O que você disse?

Nesse momento o carro parou e Alice pulou para fora me fazendo ir atrás dela.

Eu não aguentava mais tantos flashes, meu olho já estava ardendo, meus pés doíam tanto, eu só queria me sentar, melhor ainda seria poder deitar com as pernas pra cima isso seria muito bom.

Depois do que pareceu horas finalmente fui liberada, usava um vestido enorme e rodado estilo princesa, mas era tão pesado que eu não sentia nada a não ser uma vontade enorme de sair correndo para tirar ele e queimar se eu pudesse.

Entrei no camarim correndo tranquei a porta e comecei a tirar o vestido só depois percebi que não estava sozinha.

— Edward, o que você está fazendo aqui? – perguntei enquanto saia do vestido, como eu usava uma camisola por baixo não me preocupei em estar assim na frente dele.

Ele pareceu surpreso ao me ver, como seu eu fosse um fantasma.

— Edward, está tudo bem? – perguntei quando ele continuou calado, apenas me olhando.

Parecendo se livrar de algum pensamento ele balançou a cabeça e finalmente me respondeu.

— Eu só... eu estava esperando a Alice, não sabia que você, bom que esse era o seu camarim.

— Ah, tudo bem, eu... você não ia ir embora sem falar comigo né?

— Bom a gente não se fala a muito tempo Bella, quer dizer Isabella.

— Bella, me chama de Bella eu odeio ser chamada de Isabella, você sabe disso.

— Faz muito tempo que eu não sei mais nada de você, Bella.

Eu não sei o que estava acontecendo ali, mas eu precisava consertar isso o quanto antes.

— Bom eu vou procurar a Alice. – Edward foi em direção a porta. – Foi bom ver você, Bella.

Não consegui dizer nada a não ser ficar ali parada olhando-o sair do camarim. Olhei ao redor procurando minhas roupas e no cabide que elas estavam também estava o colar da tia Luna, nem tinha percebido que o estava usando.

Assim que abri a porta dei de cara com Alice, ela parecia um pouco assustada e eufórica.

— O que foi Alice? O que aconteceu?

— Ah, Bella. – Ela me abraçou dando pequenos pulinhos. – O Edward vai se casar, eu estou tão feliz.

De repente senti o ar faltar em meus pulmões eu não ouvi o que eu acabei de ouvir, não poderia ser real.

Alice me soltou e começou a recolher as coisas que estavam soltas nas bancadas.

— Hum desculpa Isabella, eu passei um pouco dos limites eu sei, isso não vai mais ocorrer.

Eu não conseguia pensar em nada naquele momento, eu só precisava...

— Onde ele está?

— Ele quem?

— O Edward, Alice, onde ele está?

— Ele já foi. – Não esperei ela terminar e saí correndo ainda pude ouvir ela gritar algo que não consegui entender muito bem.

Cheguei na calçada a tempo de pegar Edward saindo de um café. Corri até ele tentando respirar ao mesmo tempo, eu deveria fazer mais exercícios.

— Edward... Edward... espera...

Alcancei ele parando para tomar o folego.

Ele ficou parado me encarando com certeza pensando que eu havia ficado louca.

Quando consegui clarear os pensamentos e voltar a respirar normalmente o encarei e foi nesse momento que uma mulher que eu pensei nunca mais ver novamente chegou ao seu lado e segurou em sua mão. Fiquei parada apenas olhando para eles sem acreditar que... não, isso não era real, era um pesadelo, de novo, era isso, só podia ser isso.

— Ed está tudo bem? – Ela me olhou como se não me reconhecesse.

— Sim, eu acho que sim, você lembra da Isabella né?

— Isabella? Aquela Bella? – Ela me encarou como se não acreditasse quem eu era.

— Isso aquela Bella.

Olhei nos olhos do Edward sem acreditar no modo como ele disse aquela Bella.

— Nós podemos conversar Edward?

— Nós iremos nos atrasar Ed. – A loira aguada disse me encarando.

— Vai ser rápido eu prometo. – Me apressei a dizer antes que mudasse de ideia de tentar entender o que estava acontecendo.

— Tânia, vai indo para o carro eu já vou, ok?

Esperei a loira aguada entrar em um carro ali perto e me voltei para falar com o Edward.

— Aconteceu alguma coisa Bella?

— Como assim? Claro que aconteceu você por um acaso iria me contar que ficou noivo dessa daí?

— Isso é sério, Bella? Você realmente está me cobrando uma explicação sobre a minha vida amorosa?

Droga esse pesadelo parece não ter fim, mas eu já estava cansada de não ser eu em lugar nenhum.

— Sim é isso mesmo, por que ela Edward? Por que justo ela?

— Eu não tenho que te dar nenhuma explicação.

— Tem sim, uma vez você já me deixou por ela... eu só não entendo, por que voltar de novo depois de tanto tempo.

— Eu não sei bem do que você está me acusando, mas eu nunca te deixei por ela Bella.

— Para de mentir pra mim, eu vi, eu fui atrás de você naquela noite.

— Eu juro que eu não estou entendendo o que você está falando, que noite?

— A NOITE DO BAILE. – Edward me olhou assustado com o meu grito ou com a confirmação da sua traição de anos atrás.

— A noite do baile? Aquela noite na qual eu te liguei várias vezes para avisar que ia me atrasar? Aquela noite na qual você simplesmente parou de me atender e me bloqueou em todas as redes sociais e depois começou a me evitar e a me tratar sempre com indireta e deboche?

— E como eu deveria te tratar depois que você me largou pra ficar com ela? Por que Edward? Era por que ela tinha sua idade? Por que ela podia ficar com você sem ter os pais ou a cidade pra julgar cada passo não perfeito que ela desse? Por que você preferiu ficar com ela? Por que você desistiu de nós naquele dia, seria nossa libertação, depois daquele dia meus pais não iriam mais poder interferir na minha vida, depois daquela noite a gente iria pra Nova York, por que você desistiu Edward?

Me sentei na beirada da calçada sem ter mais forças para aguentar, eu estava tão cansada, só queria voltar para casa, para minha vida, mesmo que nessa vida eu não estivesse com Edward, ele ainda seria meu vizinho, um amigo distante, mas ainda seria ele e eu ainda seria eu.

— Eu não te larguei naquela noite Bella, eu estava indo te encontrar, eu esperei tanto tempo por aquele dia. – Ele se sentou ao meu lado. – Eu já estava quase chegando quando a Tânia me ligou.

Tapei meus ouvidos não querendo ouvir mais nada, se isso era um pesadelo ou criação da minha mente ele me diria uma mentira e eu não podia acreditar nele.

Edward segurou minhas mãos me fazendo encarar seus olhos cor de mel, olhos que mudavam de cor de acordo com a luz do ambiente, olhos que eu amava, que faziam meus sonhos mais calmos e minha vida mais leve, olhos que não me pertenciam e os quais eu não deveria querer.

— Tânia me ligou pedindo ajuda, eu precisei ir, ninguém mais poderia ajudar ela, Bella.

— É mentira você está inventando isso, chega eu não quero mais ouvir suas mentiras.

Me levantei soltando minhas mãos dele e comecei a andar sem rumo, foi só quando o ouvi gritar meu nome que me dei conta que estava no meio da rua, que percebi que um carro vinha em minha direção e eu não teria tempo para fazer nada, então apenas fechei os olhos se isso era um pesadelo eu já estava pronta para ir embora.

XXXX

Acordei assustada com o barulho da porta batendo, as janelas estavam abertas assim eu podia ver que estava escuro lá fora, um barulho de música alta vinha da porta, eu conseguia ouvir as conversas, as risadas e o barulho de alguém que não estava nada bem.

Uma porta se abriu e alguém veio cambaleando em minha direção, ela se arrastou até deitar-se completamente na cama ao meu lado.

— Desculpa eu não sabia que tinha alguém aqui, eu só preciso de cinco minutos para me recompor.

Fiquei olhando para mim mesma bêbada, já tinha parado de tentar entender o que estava acontecendo ali, eu não sabia como fazer isso parar, mas estar comigo mesma devia ser algo importante.

— Tudo bem Bella, eu também preciso de cinco minutos para me recompor, mas antes de você dormir eu preciso que você me prometa duas coisas, tudo bem?

Eu bêbada levantei a cabeça, olhando para mim mesma e com certeza não conseguindo identificar que eu era ela ou que nós erámos nós... até para mim que estava sóbria era confuso.

 – Você me conhece? De onde?

— Digamos que eu te conheço a muito tempo.

— Hum... o que você quer que eu prometa?

— Primeiro você promete que não vai pra Forks amanhã e que você vai conversar com o Edward e entender tudo o que aconteceu na noite do baile, ok?!

— Não viajar e falar com o babaca, ok... eu faço isso.

Olhei para mim mesma dormindo e reparei no colar, o colar com a pedra estranha, toquei em meu pescoço e não tinha nada ali, virei o eu bêbada na cama para que eu pudesse tirar o colar do meu, nosso pescoço, eu não sei se ele influenciou em algo do que estava ocorrendo, mas eu não estava querendo pagar para ver, deixando-o ali na mesinha ao lado da cama.

Deitei-me ao meu lado colocando a cabeça em meu ombro, então fechei meus olhos dessa vez rezando para que quando acordasse eu finalmente estivesse em casa.

 

XXXX

 

Abri os olhos assustada, olhando ao redor para me situar onde estava quando a porta do quarto se abriu e uma Alice muito animada entrou.

— Bella, você não sabe quem eu encontrei na loja de vinhos... – Ela me encarou ligando a luz do quarto e me cegando por alguns minutos – Ah, você estava dormindo?

Alice? - olhei ao redor, aquele era meu quarto, será que tudo era um sonho?

— Bella, está tudo bem com você?

 Olhei para ela, eu precisava saber se isso ainda era sonho ou se era real.

— Alice, você voltou da loja de vinhos?

— Sim, eu não vi que você estava dormindo. – Ela se sentou na beirada da minha cama. – Você está melhor, na cafeteria você ficou meio estranha.

— A cafeteria... – Pulei da cama saindo do quarto e correndo em direção a porta da sala.

— Bella, aonde você está indo? – Pude ouvir Alice gritar, mas eu não podia perder mais tempo, eu sabia o que eu queria e tinha que fazer isso agora.

Mal toquei a campainha e Jasper já estava com a porta aberta, me encarando ele sorriu de lado me dando espaço para entrar e gritou:

— A PORTA NO FUNDO DO CORREDOR DO LADO ESQUERDO.

Abri a porta e tranquei a mesma ao passar. Edward estava saindo do banheiro só de toalha quando me joguei em seus braços, por sorte ele foi rápido em me segurar no colo.

— No fundo eu sabia que esse não era o quarto do Jasper. – Pensei alto, enquanto Edward me segurando em seu colo achando que eu era louca.

Mas se isso era real ou não, eu não queria mais perder tempo, eu não poderia mais perder tempo.

Baixei minha cabeça em direção a sua, seus lábios encostaram nos meus levemente, me fazendo fechar os olhos e esquecer tudo e qualquer coisa que estivesse a nossa volta naquele momento. Éramos eu e ele, e mais nada, nem ninguém, apenas sentindo os toques dos nossos lábios juntos. Ele desenhou o contorno do meu lábio inferior com sua língua quente, me fazendo perder os sentidos e logo em seguida, senti sua língua pedindo passagem. O beijo começou calmo, porém, com um significado que só nós dois poderíamos entender. As reações àquele beijo podiam ser sentidas em cada parte de mim, do meu corpo, era daquilo que eu precisava, é isso que eu preciso, e sempre vou precisar. Em semanas, esse foi o momento em que eu me senti realmente completa, feliz. Edward estava ali, me segurando em seus braços, me beijando e dessa vez não era uma mentira ou projeto da minha imaginação, agora, era real, nada mais que a verdade, eu podia sentir isso!

Ele colocou uma de suas mãos em minha nuca e com a outra me sustentando pela bunda, apertando de leve deslizei minhas mãos em sua nuca, arranhando-a e puxando seu cabelo. O beijo foi ganhando mais intensidade e ele nos conduziu até a cama, deitou-se sobre mim, beijando meu pescoço, fui sentindo a excitação aumentando graças aos gemidos baixos que a gente soltava, eu em seu ouvido ele no meu. Ele, rapidamente, retirou a minha blusa, em seguida puxando minha calça. Seus lábios voltaram a se chocar com os meus, as únicas peças de roupa que restavam entre nós eram a minha lingerie e sua toalha, mas elas não duraram muito tempo em nossos corpos.

Enquanto minha mão arranhava sem dó as costas dele, Edward distribuía beijos pelo meu colo, entre os seios e alcançava com as mãos toda a extensão das minhas coxas. Logo, Edward descia os beijos cada vez mais em meu corpo, provocando mais gemidos e suspiros em mim. Sem me conter distribuí beijos e mordidas pelo pescoço dele. Rapidamente desci minhas mãos para a sua virilha, arrancando um gemido dele, Edward não suportaria por muito tempo e o beijo que ele me deu foi com uma mistura de amor e desejo, o suor começava a escorrer pelo seu rosto.

Edward voltou um pouco mais para cima e se virou mexendo na mesinha ao lado da cama, aproveitei para beijar mais seu pescoço que ficou a mostra. Ele retornou aos meus lábios me beijando profundamente enquanto colocava o preservativo, assim que ele terminou, passou a mão por toda a extensão do meu sexo.

Edward retirou a mão e foi me penetrando devagar e com calma, saboreando cada pedacinho dentro de mim, devagar e devagar até eu não aguentar e começar a mexer mais rápido o meu quadril.

—Mais rápido. – disse ofegante. – Mais forte Edward.

— Como você desejar. – falou sorrindo.

Ele foi aumentando as estocadas, aumentando e aumentado, comecei a arranhar suas costas, gotículas de suor se formaram na minha testa e na sua. Os espasmos do meu gozo começaram a aparecer até que não consegui me controlar mais e me libertei sentindo os tremores por todo meu corpo. Edward não demorou muito a me acompanhar e logo estávamos dormindo nos braços um do outro.

O dia parecia que seria bom, não apenas bom, seria maravilhoso foi o que pensei quando acordei sentindo o calor do sol sobre meu corpo pela manhã, tentei me lembrar a última vez que amanheci assim tão leve, tão em paz... fazia muito tempo, tempo demais, antes de abrir os olhos iniciei um mantra.

Por favor, que não tenha sido somente um sonho, por favor, que tenha sido real...

— Não foi sonho Bella, tudo foi real. – É pelo jeito eu não estava apenas pensando no mantra e sim cantando o mesmo em voz alta. – Mas se você precisar que eu prove o realismo da situação eu não vou me opor.

Edward disse rindo e me apertando mais ao seu corpo, ao qual estava bem acordado e parecia muito real para mim.

Me virei em seus braços, pois por mais que quisesse ter mais do seu corpo ao meu, eu não poderia mais adiar nossa conversa.

— Edward, eu preciso saber o que aconteceu na noite do baile.

— Eu realmente não sei Bella, você parou de responder minhas mensagens e depois começou a me tratar diferente e se eu mencionasse a palavra baile você fugia de mim.

— Eu sei, eu... acabei fazendo tudo errado, você estava demorando para chegar eu comecei a pensar que você tinha desistido de nós, então eu fui em direção a sua casa e no caminho encontrei a Jessica que disse ter visto você e a Tânia juntos. Eu sei que eu deveria ter falado com você primeiro, mas quando eu cheguei na casa da Tânia e te vi lá... eu... eu... não consegui pensar em mais nada. – Disse escondendo o rosto em seu peito.

— Ah, Bella eu não acredito, todo esse tempo... – Ele puxou meu rosto para que eu pudesse lhe encarar e disse olhando em meus olhos. – Eu estava indo te pegar quando Tânia me ligou pedindo ajuda, eu precisei ir até ela, Bella. Ela estava grávida e só contou para mim. Ela começou a passar mal e não tinha a quem pedir ajuda, seus pais ainda não sabiam e o imbecil do Mike não queria assumir e nem ajudar ela.

— O que aconteceu com ela? O bebê...

— Tudo deu certo nesse dia Bella, ela ficou bem. Ela acabou tendo o bebê, mas o encaminhou para a adoção.

Abaixei meu rosto novamente em seu peito, como eu podia encarar ele, sabendo que fui uma idiota simplesmente por não querer ouvi-lo e confiar cegamente nas minhas inseguranças. Eu estava tão confiante que ele me deixaria que ao menor descuido eu que acabei o deixando.

— Ah, Edward... eu sou tão burra.

Ele me abraçou mais forte, tentando me passar uma força que eu não merecia.

— Você não foi burra Bella, você apenas não confiou em nós, no meu amor por você. Promete que aconteça o que acontecer você sempre vai me perguntar qualquer coisa, por menor ou mais boba que pareça? E vai me dar a chance de explicar a situação que for?

 – Eu prometo Edward, eu prometo.

Ele beijou minha testa, meu nariz, minhas bochechas...

— Edward! – Ele me encarou surpreso. – Eu quero aprender a dirigir.

— Tudo bem. – Ele respondeu rindo. - Você ainda vai pra Forks?

— Não, eu já sei o que eu quero e o que eu preciso. – Disse nos virando e ficando sobre ele. – E neste momento o que eu preciso, o que precisamos é recuperar o tempo perdido.

DOIS ANOS DEPOIS

Eu já não aguentava mais usar esses saltos, por que eu fui concordar com a Alice, sentei-me em uma mesa afastada do salão tentando ter um momento de paz em meio a tanta gritaria, eu estava feliz, na verdade eu estava muito feliz, mas querer só um minutinho de silêncio na festa do seu casamento não é pedir muito, não?

Foi quando eu estava divagando ali no canto que eu a vi passar, com seu cabelo cor de fogo cacheado, levantei-me tentando alcançar a mesma.

— Tia Luna! – Berrei pra ela me ouvir acima dos sons que vinham do salão principal. – TIA LUNA!

Ela se virou em minha direção surpresa.

— Bella, ah Bella, você foi a noiva mais linda que eu já vi na vida, seu vestido é esplêndido. Claro que já usei alguns poucos, mas nada ao nível do seu.

— Obrigada tia, eu queria te perguntar uma coisa.

— Claro querida, precisa de uma poção para que o Edward esteja sempre disponível? Quer uma simpatia para a chama do sexo ser constante?

— Não, tia Luna, não é nada disso.

— Ah, você que precisa de uma poção para conseguir controlar o seu fogo da paixão?

— Não tia Luna, não quero nada disso. Eu só fiquei curiosa com aquele colar, o da pedra marrom, qual é o nome dele? Ele tem um nome, não?

Ela me olhou em confusão.

— De qual colar você está falando Bella?

— Aquele que você entregou para a Alice me dar uns dois anos atrás, quando vocês se viram na loja de vinhos. – Será que isso não ocorreu? Eu lembro que a Alice falou do encontro delas para mim de novo, só não entregou o colar da última vez – Você não lembra tia?

— Hum, Bella eu lamento, mas não sei que colar é esse.

— Bella, onde você estava, vamos esta na hora da nossa dança, esqueceu?

Olhei para o meu pai lembrando que havia lhe prometido uma dança mais cedo.

— Eu já estou indo pai. – Me virei para falar com a tia Luna, mas ela já saia pelas portas laterais, provavelmente fugindo de mim ou aproveitando para ir atrás de um quinto casamento.

— Vem Bella, eu quero mostrar para sua mãe que eu estou em forma.

— Eu acho bom isso ser real pai, espero mesmo que você esteja seguindo a dieta direito e praticando os exercícios recomendados.

— Eu estou Bella, eu estou...

XXXX

Ao entrar no banheiro Luna viu a mulher de seu sobrinho Emmett limpando as lágrimas disfarçadamente.

— Querida ocorreu alguma coisa?

— Não foi nada tia Luna, eu só estou com muita coisa na cabeça.

— Que isso filha, nós somos família, me diz talvez eu possa te ajudar.

Rosalie nos braços de Luna começou a chorar novamente.

— Ah, tia eu não sei, eu só não consigo entender onde eu errei. Eu quero tanto ser mãe, mas não dá nada certo, nenhum tratamento, meu trabalho já não me satisfaz e eu nem sei se realmente é isso que eu quero fazer, ando discutindo muito com o Emmett, porque ele não consegue entender nada, na verdade eu nem sei realmente o que eu quero nesse momento. É só fracasso atrás de fracasso. Eu sou um completo fracasso.

— Calma Rosalie, você só precisa manter a calma, tudo vai se ajeitar.

Luna abriu sua bolsa de mão, tirando de lá um colar com uma pedra marrom na ponta.

— Pega aqui, esse colar vai te ajudar a ver e entender o que você realmente quer e precisa, tá bom. Mantenha ele sempre com você até que tudo em sua mente se esclareça, no fim vai dar tudo certo.

Rosalie pegou o colar já o colocando em seu pescoço, pois naquele momento ela estava aceitando qualquer coisa que pudesse lhe ajudar, até mesmo as simpatias furadas da tia Luna...

Fim.


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