Replay escrita por Maiah Oliveira


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!! Pretendia postar ontem, mas estava muito cansada e dormi no momento em que respondia um comentário. Mas hoje tô em dia com tudo, apesar de ter ficado ocupada mais cedo e já respondi todo mundo. Adoro responder comentários e obrigada a todo mundo acompanhando e dando seu feedback, isso é muito importante pra mim, valeu mesmo gente!



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10 de dezembro de 2018

As semanas seguintes foram divertidas com eles ensaiando para sua apresentação. Bella sempre conseguia deixar as coisas divertidas e vendo sua ansiedade, ela se esforçava ainda mais. Embora quando isso não funcionava, ela o distraía. Bella achava que ele não tinha percebido que tinha se tornado muito mais tátil com ele do que costumavam ser, mas permaneceu quieto.

Bella criava o melhor tipo de distração, com beijos roubados, toques sugestivos e, por fim, sexo. Antes os beijos, toques intencionais e sexo não eram ocorrências raras, mas tão pouco eram muito frequentes. Era fácil lembrar que eles eram, como Bella sugeriu, amigos que às vezes faziam sexo. Mas com essa dinâmica mudando se tornava cada vez mais difícil fingir que eles não eram mais do que realmente eram.

No entanto, a estratégia dela ajudou muito a diminuir suas preocupações sobre a apresentação. Quem poderia pensar em uma falar em público?

Ele ainda ficou nervoso com a ideia de falar na frente de estranhos. A maior parte do seu cérebro, contudo, gastava horas extras pensando em Bella ou na situação deles, como de alguma forma tornar tudo isso... certo.

Os dias voaram e sua apresentação chegou. A ansiedade de ficar em frente da turma estava lá também, pior do que ele esperava, já que a professora havia reservado um dos auditórios para realizar a tarefa. Bella não saiu do seu lado até seu momento derradeiro, dividindo sua atenção com o maldito nervosismo.

Sentia-se enjoado, as mãos tremiam e suavam. Nunca esteve tão fraco e vulnerável, ele odiava isso! Ao mesmo tempo, ele se sentia tão humano e por um instante olhando para Bella tudo entre eles pareceu possível. Logo a realidade caiu sobre ele quando chamaram seu nome.

Não era humano, só um vampiro com problemas em falar em público.

— Hey! Olha pra mim — Bella chamou a atenção dele segurando seu rosto em direção ao dela. — Vai dar tudo certo, nós ensaiamos isso um milhão de vezes, quando estiver em cima desse palanque se concentra em mim, tá?!

Ela balançou a cabeça e o obrigou a repetir o gesto.

— Me concentrar em você, ok.

— Ao invés de imaginar todo mundo nu, me imagina com aquele conjunto de calcinha e sutiã que você adora e que no momento estou usando — disse sugestiva enquanto afastava com uma mão a camiseta do ombro dando um vislumbre do conjunto de lingerie que ele tanto adorava.

Antes que ele pudesse reagir, ela o beijou intensamente, o que aumentou a tensão no ar entre eles e subiu a temperatura de seus corpos. Edward quase dirigiu suas atenções para o pescoço como gostava de fazer quando Bella perdia o ar, mas ela o conteve.

— Calma aí, garotão! A diversão fica para a comemoração depois da sua apresentação. — Cantou a última frase. — Boa sorte! — Se afastou dele brincalhona.

Ele sorriu. Era uma sorte que ele fosse o último a se apresentar e estivessem um pouco atrás do palco escondidos na coxia. Senão teriam dado um belo show proibido para menores de idade.

Respirou fundo e subiu no palco.

Olhou todos seus colegas de classe esperando para que começasse. Ele não interagia com os outros alunos de sua turma, apesar de algumas das garotas (e um rapaz) terem o chamado para sair em ocasiões diferentes, Edward obviamente recusou a todos. Dito isso, não era difícil imaginar que ele era considerado o tipo antipático e, para muitos, arrogante, mesmo ele mal trocando duas palavras com qualquer um deles. Por isso, imaginar que os pensamentos direcionados a ele enquanto estava congelado eram menos que lisonjeiros seria um eufemismo.

Sua língua começou a ficar grossa e pesada na sua boca. Seu estômago se revoltou de maneira desagradável, fazendo-o pensar que vomitaria o sangue que havia bebido enquanto Bella tomava banho na suíte do quarto dele. Era um pensamento irracional, que só serviu de combustível para suas mãos suarem ainda mais. Pegou a garrafa de água deixada no púlpito para ele, mas ela escorregou de seus dedos suados. Se abaixou para pegá-la sentindo-se cada vez mais inadequado. Os pensamentos de pena, ora zombaria recheadas de maldade zumbindo em sua cabeça.

Um assobio alto e agudo chamou sua atenção, enquanto se levantava. Era Bella sentada na última fileira e acenando nada discretamente para ele, chamando para si toda a atenção da turma para ela. Conseguiu respirar fundo, abaixou a cabeça escondendo seu sorriso, enquanto se recompôs. 

Quando começou a falar, se concentrou apenas em Bella, como ela havia pedido poucos minutos atrás. Aos poucos, a cacofonia de pensamentos foi se aquietando, assim como a visão de Edward se afunilando para sua melhor amiga. Seus olhos, seus ouvidos, sua mente, tudo focado apenas nela. O mundo nunca esteve mais silencioso do que naquele momento enquanto Bella se tornava todo seu mundo e aquele lugar se tornava um oásis de quietude e calma. Nunca se sentiu dessa forma.

Desde que acordou para essa nova vida como um monstro, tudo sempre foi caos. Seus poderes eram uma benção, o haviam salvado e a sua família muitas vezes. Contudo, eles também eram uma maldição, pois não havia um momento de paz. Um segundo de silêncio. Mesmo quando dormia, o mundo ainda era um lugar barulhento e caótico. Apenas sua família conseguia abafar um pouco dos sons. Estar na mente deles, de pessoas que conhecia, amava e confiava era um bom amortecedor para seus poderes. O melhor que poderia ter.

Mas agora, naquele momento enfrentando um de seus medos mais humanos, ele estava calmo; estava em paz. No meio de um palco, com um holofote em sua direção, todos à sua volta sumiram e só restavam os dois naquele lugar. Ele no púlpito e ela na platéia. Quando tinha sido transformado, seu coração parou de bater e ele nunca achou que bateria novamente. Mas agora Edward sabia que seu coração batia no peito daquela mulher. Aquela que era a fonte de um silêncio e uma paz que nunca achou que alcançaria.

Edward não se lembra de ter terminado a apresentação, dos aplausos dos colegas ou dos elogios de sua professora. Tudo foi um borrão, até que ela o abraçou entusiasmada e o mundo voltou a girar.

— Eu sabia que você ia conseguir! Foi perfeito! — exclamou animada o abraçando de novo.

Bella estava borbulhante, efervescente. Novamente na coxia, agora ouvindo sua professora e colegas de classe deixando o auditório, Edward mais uma vez só tinha olhos para ela.

Ele sempre soube. Voltando pouco mais de um ano atrás, na primeira vez que Bella sorriu para ele, Edward sabia que tudo acabaria assim. Os meses seguintes só serviram para aumentar tudo o que ele sentiu no momento em que se conheceram. Serviu também para ele entrar em um trem de negação em que a verdade seria por fim o seu destino.

Agora confrontado com a verdade, enquanto segurava o rosto querido. Depois de se afastar do segundo abraço que ela lhe dava, Edward não pôde mais esconder, fingir ou mentir para si mesmo ou para ela.

— Eu te amo — disse em um fôlego tão cheio de sentimento que parecia roubar suas forças por um segundo.

Bella lhe deu um sorriso sereno. Não havia nenhuma surpresa, só o mesmo sentimento, que lhe revelou em palavras, brilhando nos olhos dela.

— Acho que valeu a espera. — Não havia presunção em seu tom, só uma alegria não diluída.

— Você quer... — Casar comigo. Dividir a eternidade comigo. Nunca me deixar. — namorar comigo? — O termo era inadequado, juvenil demais, nada comparado com o desejo que queimava em seu peito, os sentimentos que fluíam em suas veias ou a ideia de que não podia mais imaginar sua vida sem ela. Contudo, nesse momento da sua relação parecia o mais conveniente.

— Claro!

O abraçou com força, parecendo tão feliz quanto ele. O beijo que trocaram cheio de esperanças, promessas e amor, como todas as suas trocas anteriores que ele nunca tinha percebido ou quis ver, mas que agora era impossível não notar.

❇❇❇

27 de maio de 2019

Namorar com Bella não era diferente de ser seu amigo ou seu amigo com “benefícios”. Eles ainda faziam as mesmas coisas. Edward ainda lia livros para ela. Bella ainda o fazia ver qualquer série ou filme que ela precisava discutir com alguém. Bella ainda o obrigava a sair de casa e o incentivava a passar seu tempo com Angela e Ben, que haviam se tornado bons amigos dele também. E ele amava que nada disso tinha mudado.

A diferença é que quando todos saiam em grupo se tornava um “encontro de casais”, nada que realmente mudasse as coisas para além da denominação boba. Mesmo o sexo não mudou tanto dos últimos meses de sua relação “casual” para um compromisso mais concreto. Já que Bella havia feito de sua missão distraí-lo com sexo, não que Edward tivesse o que reclamar quanto a isso.

Havia também as demonstrações públicas de afeto. Algo que não tinham antes e que não eram nem de longe tão extravagantes como os de alguns jovens que eles viam no campus. Talvez a maior mudança fosse esse sentimento de que o mundo finalmente estivesse voltado ao seu eixo. Tudo estava certo no mundo.

Exceto...

Pelo grande segredo que ainda escondia dela.

No começo ele não podia contar porque eles mal se conheciam. Conforme o tempo passava, nunca havia um momento certo para a verdade. Até que se tornou muito tarde para qualquer revelação.

Como todos aqueles meses atrás, quando sua relação tinha deixado de ser platônica, para se tornar algo mais, Edward era assaltado pelas dúvidas e medos sobre seu segredo e o quanto ele prejudicaria sua relação.

Se ela descobrisse e não tivesse medo dele, como mais temia, ela ainda o acharia um monstro e, talvez, até sentisse nojo por se envolver com uma criatura como ele. Sem dúvida, ela o desprezaria por esconder algo tão grande e por tanto tempo e…! Ele iria perdê-la.

Quando eram apenas amigos, essa ideia era inconcebível o suficiente. Agora que eram muito mais, que se tornaram parceiros de todas as formas possíveis, a ideia de perdê-la era quase uma coisa viva que ameaçava devorá-lo e destruí-lo.

A cada dia o risco de ser descoberto se tornava maior e as apostas nunca foram tão altas.

Bella estava sempre no apartamento, não apenas durante o dia, mas para dormir lá também. Ela chegou a mover parte do seu guarda roupa e objetos pessoais para seu apartamento. Era algo que Edward queria que acontecesse quase desde que se conheceram, então ele não resistiu a incentivá-la a ficar cada vez mais a vontade e permanecer cada vez mais tempo no seu espaço. No entanto, o risco dela descobrir seu segredo por puro acidente aumentou consideravelmente.

A maior prova do perigo que corria aconteceu menos de quinze dias depois que eles começaram seu namoro. Bella estava em cima de uma cadeira arrumando o armário de cima, (contra sua vontade, afinal ela poderia cair) se esticou para limpar um cantinho mais ao fundo e, perdeu o equilíbrio. Ela teria caído, se ele não tivesse usado sua velocidade acelerada segurando-a como uma noiva em seus braços.

— Wow! — A surpresa e alívio eram claros em seu olhar enquanto virava o rosto para encarar o seu. A expressão de surpresa, no entanto, foi rapidamente substituída por um olhar estranho que ele interpretou como confusão. — Você não estava do outro lado da ilha? Como chegou aqui tão rápido?

Talvez fosse sua paranoia agindo, mas o tom de suspeita era alto em seus ouvidos sensíveis.

— Do outro lado? — indagou fingindo confusão. — Eu estava do seu lado Bella, você com certeza não notou! Precisava se arriscar demais em cima de uma cadeira bamba, em vez de me pedir ajuda!

O rosto de sua namorada endureceu, seus olhos se apertaram e por um breve segundo ele pôde detectar raiva nos olhos castanhos que foi logo substituída por aborrecimento.

— Obrigada pelo resgate, mas eu posso me virar sozinha. E do chão eu não ia passar, não é tão alto assim!

— Você sabia que a maior causa de mortes acontece em acidentes domésticos? E isso porque as pessoas são muito imprudentes porque acreditam que nada ruim vai acontecer fazendo algo tão bobo! — disse um pouco ríspido, muito chateado para moderar seu tom.

— Isso é um dado científico ou é tudo da sua cabeça? — provocou.

Edward entrou na provocação, em parte por pura preocupação e por estar de fato com raiva por ela ter se arriscado em algo tão corriqueiro, banal. Ela poderia ter quebrado uma perna ou um braço ou pior…! A outra parte dele só queria desviar a atenção de Bella do seu resgate impossível e evitar ao máximo mentir, omitir ou manipular as noções de realidade da sua namorada; ele não queria ser esse tipo de cara.

Sua estratégia tinha funcionado sem muitos problemas. Depois daquele dia ele se tornou muito mais cuidadoso. Ele não queria mentir mais do que já estava mentindo ou omitir as coisas dela, então precisava tomar o dobro de cuidado para não levantar quaisquer suspeitas. Felizmente Bella não pressionou o assunto e aceitou suas explicações iniciais. E ele se sentiu um verme por fazê-la duvidar de si mesma quando ela estava certa. Mas ele garantiria que Bella não seria colocada de novo nessa posição.

A mentira se tornava um fardo cada vez maior de carregar. Edward não tinha ideia de quanto tempo duraria.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Giovana curtiu a aparição da sua característica? Espero que tenha feito direitinho, tava muito nervosa pra esse capítulo!!! Como sempre comentem, recomendem, favoritem, acompanhem essa história se estiverem gostando!!!



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