Replay escrita por Maiah Oliveira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Explicando pra quem não conhece. No POSO cada autora enviou 2 combos cada um com 1 foto/gif e 1 música para servir de inspiração à pessoa sorteada, além de características do personagem e uma frase específica.

Como no ano passado eu escolhi o combo 2 da minha amiga oculta, por causa da imagem que eu achei mais fácil de trabalhar e pela música também. A ideia do plot só veio muitos meses depois do sorteio da one, com a ajuda de dois livros tive ideia de dois plots diferentes, só que no meio do caminho eu fiquei com medo que meu primeiro plot que era o que eu planejava escrever fosse muito grande e não pudesse ser executada.

No fim, eu fiz um segundo plot que eu separei de emergência caso não conseguisse desenvolver o primeiro e tava certa. Acabei escolhendo o segundo plot por falta de tempo pra trabalhar o primeiro de forma mais detalhada. Apesar de tudo adorei demais trabalhar com o segundo plot.

Eu realmente tive mais problemas com a música, nenhuma ideia se encaixava e outras eu ou já tinha tido ou era triste demais para meu humor atual. A música é bem triste, mas eu não queria fazer algo triste e com o consentimento da minha amiga secreta que eu perguntei anonimamente, fiz uma história com uma vibe mais leve, embora vocês vão perceber que um pouco da música vai aparecer nessa história, não apenas como uma menção, mas também na trama dela.

Giovana, espero muito que você goste dessa história eu fiz com muito carinho e amor pra você.



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I didn't see you before

Eu não te vi antes

But I see you now

Mas eu vejo você agora

Lover, You Should've Come Over - Jeff Buckley

 

10 de outubro de 2017

Era bom estar em Dartmouth dando um tempo da sua família barulhenta, amorosa e constantemente preocupada com ele. Tinha fugido deles mais por não querer ser um lembrete constante de preocupação de todos com sua solidão e falta de qualquer companheira, do que realmente um desejo de estar longe de sua família. Edward entendia que todos apenas queriam que ele tivesse o tipo de felicidade que eles possuíam com seus parceiros. Ele, no entanto, não ansiava por isso, afinal, como ansiar por algo que nunca teve?

Ele não era um celibatário por qualquer meio, mas os raros casos que teve duraram muito pouco e significaram menos ainda. Apenas não parecia haver alguém que lhe despertasse uma verdadeira paixão. Todas as relações que manteve foram mais para benefício de sua família e mostrar que estava tentando, do que por ele mesmo.

Os jogos amorosos eram divertidos, geralmente, mas careciam de substância, de alguma profundidade As mulheres que entraram em sua vida nunca o despertaram de fato, não havia aquela faísca da paixão, no máximo havia um leve toque de desejo. Foi nesse momento, após anos de fingimento, que ele parou em Dartmouth, longe da preocupação e sentimento de culpa de sua amorosa família.

— Isso é ridículo! Completamente ridículo! — a voz disse com fervor indignado ao seu lado o expulsou de sua leitura de forma eficaz.

A garota sentada apenas a uma cadeira de distância da sua possuía um olhar ainda mais indignado do que suas palavras ou voz sugeria. Foi sua proximidade que o surpreendeu. Como podia estar tão absorto em sua leitura que não tinha notado a garota quase sentada ao seu lado?

Tinha escolhido seu acento atual justamente para não ser incomodado. Nesse período do ano, quando as provas ainda não tinham começado, a biblioteca era do jeito que preferia: quase vazia. As poucas pessoas que circulavam pelo local podiam escolher uma mesa própria e ficar sozinhas por horas.

Embora nenhum lugar fosse silencioso o suficiente para alguém que podia ler mentes e não conseguia desligar esse poder. A escassez de pessoas, pelo menos, ajudava a ignorar o suficiente do som de seus pensamentos que mal era um ruído de fundo, facilmente esquecido. Agora alguém sentado quase ao seu lado com certeza teria entrado em seu radar, mas apenas quando a jovem soltou a exclamação com tamanho fervor que não podia ser ignorada e fechava o livro com um estalo audível que a notou. Como isso era possível?

— Dá pra acreditar nisso? — Se virou para ele notando seus olhos nela, enquanto balançava uma edição de Romeu e Julieta de forma eloquente.

Edward só pôde olhar a garota, ainda estupefato com o seu silêncio. De alguma forma ele não podia ouvir, claro, conseguia escutar muito bem as palavras que saiam de seus lábios, mas sua mente era um mistério. Nenhum som, nem se quer um sussurro. Era intrigante, para dizer o mínimo.

— Como as pessoas podem acreditar que isso é a maior história de amor de todos os tempos? Não faz nenhum sentido! Acho que todos são loucos! É a única explicação plausível! — Os expressivos olhos azuis se arregalavam de momentos em momentos como se pontuassem cada palavra.

Edward apenas levantou uma sobrancelha, mais intrigado que estupefato nesse momento.

— Como a história de dois pirralhos de quatorze anos pode, de alguma forma ser, considerada a maior história de amor de todos os tempos?

— Na verdade, há muitas controvérsias sobre a idade deles, alguns dizem que Julieta tinha 13 anos e Romeu 17 anos outros dizem que tinham 16 anos, não é um consenso realmente...

— Como se isso melhorasse as coisas! — disse soltando o livro na mesa parecendo completamente desgostosa enquanto cruzava os braços sobre a camiseta preta surrada (quase cinza) com The Pretenders escrito em letras grandes e o rosto da banda estampado abaixo.

Seus lábios se apertaram em uma linha fina e bufou como se não pudesse se conter se voltou a ele novamente.

— Essa história não faz o menor sentido, quer dizer como alguém pode considerá-la a maior história de amor de todos os tempos? É uma tragédia entre dois pirralhos que não sabiam nada da vida e, como é esperado da sua idade, eram impulsivos e excessivamente dramáticos!

— É uma história sobre a imprevisibilidade do amor, como ele pode ser tão avassalador e tirar qualquer aparência de racionalidade — contrapôs de forma tranquila curioso para ouvir o que mais ela tinha a dizer.

— Imprevisível com certeza e bastante efêmero, não é?! Em um momento Romeu chora pela impossibilidade de seu amor por Rosalinda e no próximo, com apenas uma troca de olhares, Julieta se torna o amor da sua vida! Amor à primeira vista, vamos lá, não pode ser sério. Quem se apaixona à primeira vista? Não, melhor quem garante que outra troca de olhar com outra menina aleatória Romeu não encontrará o terceiro amor da sua vida? Você fala da imprevisibilidade do amor, eu chamo isso de volúvel.

Ela diz tudo com uma dose exagerada de drama que o faz sorrir e pontua suas últimas palavras jogando com os dedos de unhas curtas, seu cabelo loiro platinado para trás. As raízes castanhas bem visíveis e suas sobrancelhas igualmente castanhas comprovam que é uma morena, porém o visual de alguma forma combina com ela.

— Mas Romeu foi muito persistente em suas afeições, mesmo quando descobriu que sua amada era uma Capuleto.

— Isso não me diz nada! Romeu, como todo jovem, aliás, como todo homem adora perseguir o que não pode ter. E, ainda mal se conhecendo, eles trocam juras de amor se tornando basicamente noivos! Não satisfeito com isso ele marca o casamento e a tarde os dois idiotas estão casados!

— Quando você sabe, você sabe, não é o que dizem?! — Sorriu animado com a discussão, sabendo que o cutucão só poderia provocá-la mais e continuou — No momento em que conhece a pessoa certa, você não tem que agarrar antes que ela escape?

A garota de cabelos platinado soltou um bufo nada delicado com uma dose inconfundível de desprezo, aumentando a vontade de Edward rir. No entanto, se conteve.

— Como se um pirralho desses soubesse alguma coisa sobre o amor! Eram apenas os hormônios que o tornaram imprudente e impulsivo como qualquer adolescente tonto.

— Mas ele provou seu amor, os dois provaram fazendo de tudo para ficarem juntos.

— E no processo os dois idiotas apressados e com sérios problemas de comunicação se mataram, é parabéns! Se eles se conhecessem melhor, se não fossem tão desesperados e apressados, talvez o plano deles tivesse até dado certo.

— Foi uma falha terrível na comunicação. — admitiu de bom grado.

— Antes fosse só isso! A ideia de fingir sua morte era interessante e tinha o seu mérito. Mas realmente se matarem um pelo outro? É absurdo! A vida não deve acabar porque você perdeu alguém que ama, por maior que seja esse amor. E a própria ideia de que esses dois se amam é risível. Eles se apaixonam num domingo, se casam na segunda, transam na terça e morrem na quinta! Um romance de quatro dias com uma transa, esse é o resumo do “maior romance de todos os tempos” pra você.

Havia tanto deboche na última frase que Edward não aguentou e riu muito alto para uma biblioteca. Ouviu-se um “shhh” irritado que fez Edward silenciar sua risada, mas ele ainda balançava os ombros o riso claro em toda sua linguagem corporal. A carranca da garota da biblioteca se desfez diante de sua explosão de humor, fazendo suas feições se suavizarem e um sorriso ensolarado iluminar seu rosto.

— Bella Swan. — Se apresentou estendendo a mão, o sorriso lindo ainda colado aos lábios.

— Edward Cullen — respondeu apertando sua mão, refletindo o sorriso dela.


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Notas finais do capítulo

Os próximos capítulos eu vou postar durante todo o dia 19, no caso hoje. Nos vemos em algumas horas, mas me digam o que acharam!!!



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