Indecisões escrita por Marie Pevensie


Capítulo 5
05 - Preocupação




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A notícia do desaparecimento de Magali se espalhou rapidamente pelo bairro inteiro. A maioria ficou preocupada, outros, nem tanto. Cebola era uma dessas pessoas. Apesar de ter crescido com Magali, não estava interessado no desaparecimento dela. Ele estava ocupado demais jogando seus jogos online, tanto que nem quis sair de casa pra ajudar nas buscas pela magricela.

Cascão: Na boa - balançou a cabeça - eu tô com vontade de dar um sacode no Cebola. Como é que ele não tem nenhuma consideração assim pela Magá? Ela cresceu com ele.

Marina: É - suspirou - o Cebola realmente se esqueceu dos amigos dele. Agora ele só se importa com ele mesmo.

Franja: Linda - abraçou a namorada - uma hora ele vai perceber que tá sendo um idiota.

Marina: Eu espero mesmo Franja - respirou fundo - porque talvez ele perca a Mônica definitivamente se ele continuar assim.

Cascão: Gente - falou percebendo que ia ficar de vela ali - eu vou indo. Vou ver se encontro alguma pista sobre aquela comilona.

Marina: Ok - fez um sinal com a cabeça - qualquer coisa você nos manda uma mensagem.

Cascão: Pode deixar - disse saindo dali.

De todos da turma, Cascão era o que mais estava preocupado com Magali. O motivo? Simples. Ele era apaixonado pela comilona. O sujinho não sabia desde quando gostava dela, só sabia que queria saber o que tanto incomodava a garota pra poder cuidar dela. Mas infelizmente, tinha Quim. E Cascão definitivamente não ia com a cara do padeiro. Ele sentia que o rapaz tinha um ar maligno, pesado, e que controlava Magali o tempo todo. Por isso, não pensou duas vezes antes de ir até a padaria pra tirar satisfações com Quim.

Quim estava contando o dinheiro do caixa e não percebeu que Cascão vinha vindo na direção dele fulo da vida. O gordinho só se deu conta de que o sujinho estava ali ao sentir o mesmo o pegar pelo colarinho da camiseta e o jogar contra a parede.

Quim: M-mas o que é isso Cascão?! - indagou nervoso - O que você pensa que tá fazendo?

Cascão: Escuta aqui seu infeliz - disse em tom raivoso - você vai me falar agora o que você fez com a Magali!

Quim: Eu não fiz nada - sorriu irônico mesmo naquela situação - ela foi embora porque ela quis. Eu não forcei ela à nada.

Cascão: Cínico! - acusou - Você acha mesmo que eu não sei do que você fazia e ainda faz com a Magali?!

Quim: E daí? - sorriu friamente, agora revelando seu verdadeiro lado - Eu trato ela como ela merece ser tratada. Eu faço isso por amor.

Quim sentiu uma dor imensa no nariz e logo percebeu que ele estava sangrando devido à grande força do soco que Cascão deu nele.

Cascão: Por amor? - gritou indignado - Quem ama não faz o que você faz! Você bate na Magali, priva ela de conviver com os amigos e com a família. E o pior de tudo é que você não deixa ela ter vida própria.

Quim: Eu faço por amor sim! - irado - Eu amo a Magali e eu quero o bem dela. E eu sei que ela não vai ficar bem com nenhum de vocês por perto!

Cascão: Você é doente cara - disparou enojado - Vai procurar um tratamento antes que você faça alguma besteira. Aliás, mais do que você já fez não é?

Cascão saiu da padaria antes que fizesse alguma besteira, por mais que tivesse vontade. Já Quim ficou mais furioso do que antes. Tinha certeza de que Magali havia falado alguma coisa pros amigos. Agora ele iria atrás dela pra fazê-la pagar por isso. Ela iria se arrepender.

Já eram 10:50 da noite e seu Carlito e dona Lili continuava esperando por alguma notícia de Magali. Os dois já haviam acionado a polícia, que agora fazia o trabalho dela. Mônica e os amigos queriam ajudar, mas os policiais alegaram que aquilo era um trabalho deles.

Lili: Já vão ser onze da noite - suspirou - como é que ainda não encontraram nada da Magali?

Carlito: Precisamos ter calma Lili - abraçou a esposa - Uma hora ou outra a nossa filha vai aparecer.

Lili: Como é que ela pôde ter fugido de casa desse jeito? - não conseguia entender - Nunca faltou nada pra ela aqui.

Carlito: Querida - disse tentando tranquilizar a esposa - talvez não fosse por isso. Já pensou se for alguma coisa que está acontecendo com ela?

Lili: Já, mas como íamos - disse até se lembrar de algo que poderia ser extremamente importante - Já sei! O diário dela! Deve ter alguma coisa escrita nele.

Carlito: Lili - receoso - você tem certeza de que é uma boa ideia pegar o diário da nossa filha? Ela vai ficar chateada, vai achar que não confiamos nela.

Lili: Nesse caso - encarou o marido - é preciso. A Magali está desaparecida e não sabemos por qual motivo ou o que estava acontecendo com ela antes dela desaparecer. Então temos sim que ler o diário dela.

Carlito: Está bem - concordou e seguiu a mulher até o quarto da filha.

Mônica estava na sala. Estava tão preocupada com Magali que não estava conseguindo dormir direito. Os pais da dentuça também estavam apreensivos e por isso decidiram ir até a polícia juntos com os outros pais dos jovens mostrar indignação pelos policias não estarem fazendo seu trabalho direito. Francamente, uma menina de dezessete anos desaparecida correndo risco de ser violentada, assaltada e tudo mais, e eles parados que nem estátuas? Mônica entendia a indignação deles e queria ter ido protestar também, mas sua mãe alegou que ela precisava descansar pro segundo dia de aula.

Mônica: Droga - resmungou - queria ter ido junto. Eu detesto ficar esperando sem fazer nada. Ai Magá, eu espero de todo o coração que você esteja bem.

De repente o telefone tocou e Mônica foi atender.

Mônica: Alô? - perguntou esperando que fosse Magali do outro lado da linha.

?: Oi Mô - Mônica se decepcionou ao escutar a voz do Cebola. Será que ele não tinha entendido que ela não queria ver ele na frente dela tão cedo?

Mônica: Fala Cebola - disse seca, não estava a fim de falar com ele.

Cebola: Eu... - hesitou em falar depois de ouvir o tom seco que Mônica falou com ele - eu só liguei pra saber se você tem notícias da Magá.

Mônica: Ah, tá Cebola - sorriu irônica - me engana que eu gosto. Sério, você passa o dia inteiro em casa jogando vídeo game, ignorando que uma das suas amigas tá desaparecida e só agora às onze da noite você me liga querendo saber notícias dela???? Me poupe Cebola!!

Cebola: Poxa Mônica - disse agora chateado - eu não sabia que ela tava desaparecida. Se eu tivesse ficado sabendo eu teria ajudado vocês a procurarem ela.

Mônica: Não Cebola - falou nervosa - você não ajudaria coisa nenhuma. Porque você tá mais preocupado com o seu próprio umbigo do que procurar a nossa amiga de infância. Mas tudo bem. Fica aí jogando os seus vídeo games e se divertindo, a gente não precisa de você. Assim como você não precisa da gente.

Cebola: Qual é Mônica - se irritou agora - se for por causa daquilo que aconteceu esquece ok? Foi só uma coisa sem importância.

Mônica: Já que você acha isso - falou friamente - esquece que eu existo Cebola. Esquece! Você não passa de um escroto e eu mereço alguém muito melhor que você! Não me liga mais!

Mônica desligou na cara dele e ele trincou os dentes. Ele estava perdendo Mônica, e isso ele não podia admitir. Ela tinha que esperar por ele, até quando ele quisesse. Não ia admitir ser trocado por ninguém.


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