Holliday escrita por blindrepata


Capítulo 1
Começo


Notas iniciais do capítulo

Vamos para o primeiro capítulo dessa história!



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Quase tudo o que já foi escrito sobre o amor é verdade. Já dizia Shakespeare: “As viagens acabam em encontros de amantes.” Que pensamento extraordinário! Tasha pensava nunca ter experimentado nada parecido, mas acreditava que Shakespeare houvesse experimentado. Ela devia pensar no amor mais do que deveria. Sempre se surpreendendo com seu poder de alterar e definir as vidas das pessoas.

Foi Shakespeare quem também disse: “O amor é cego.” Isso é algo que Tasha sabia que era verdade.

Para algumas pessoas, o amor desaparece inexplicavelmente. Para outras, o amor está simplesmente perdido. Mas é claro que o amor também pode ser encontrado. Mesmo que só por uma noite.

Há também outro tipo de amor. O do tipo mais cruel. Aquele que quase mata suas vítimas. Chama-se amor não-correspondido. E, nesse, Tasha era especialista.

Na maioria das histórias de amor, um se apaixona pelo outro. Mas e aqueles que se apaixonam sozinhos. São as vítimas do amor que não é recíproco. A maldição dos amados. São os mal-amados.

Tasha se acha uma dessas pessoas. Amou profundamente um homem por três anos. Os piores anos da sua vida. Piores natais e aniversários. Passagens de ano a base de lágrimas e calmantes. Os anos em que esteve apaixonada foram os mais sombrios, porque ela é amaldiçoada por amar um homem que não a ama. Só de olhar pra ele, o coração dispara, a garganta aperta, não consegue engolir. Todos os sintomas comuns. Andy.

— Não fala nada. Acabou. Acabou mesmo. – Afirma ela se encontrando com Patterson junto ao emaranhado de pessoas se confraternizando.

— Mas você estava transando com ele?

— Mais que isso. Eu estava apaixonada por ele. – Fala ela com tristeza.

— E descobriu que ele estava com aquela chata da Circulação.

— E parei de transar com ele. Não devíamos falar disso aqui. – Pediu ela à amiga falando mais baixo.

— Mas vocês estão sempre juntos. Ele trai você, e continuam amigos? – Disse Patterson incrédula.

— Eu estava cega de paixão. – Confirmou ela com tristeza.

— Ele nunca disse que amava você?

— Sim! Três ou quase quatro vezes. Acho que foi mais respondendo a uma pergunta.

— Tasha. Quando pega seu homem com outra mulher, vocês não continuam amigos. Nunca mais fala com ele. Joga coisas em cima dele, grita... – Aconselhou a amiga.

— Agora só trocamos mensagens. Só quando ele não está com ela. E nos falamos por telefone. Às vezes, por horas. E de vez em quando almoçamos juntos.

— Não tinha percebido como você é patética. – Conclui Patterson.

— Eu sei que eu sou. – Concorda Tasha.

— Eles sabem como nos manipular. Sempre que ele quer voltar pra você...

— Eu sei. Estou sentindo isso na pele.

— Tasha, entregou sua matéria? – Keaton, seu chefe se aproxima das duas.

— Não ainda não. Estou indo. Desculpe. Tenho que ir. – Se dirige a seu chefe e a Patterson saindo do local.

— Quero lhe fazer uma pergunta. Como se sente sendo a única trabalhando enquanto todos se divertem? – Ouvir a voz de Andy fez o coração de Tasha parar.

— Como me sinto sendo a única que não terminou o trabalho a tempo? – Explicou ela se virando pra ele que estava encostado no batente da porta com uma postura muito sensual. – Espere. Ainda não vá.

— Você trabalha demais. – Continua ele.

— Espere um pouco! – Pede ela. – Deixa eu só finalizar minha matéria.

— Deve estar perfeito.

— Lhe garanto que não. – Não mesmo. Escrever sobre o amor. Relatar acontecimentos de casais felizes, enquanto sua vida amorosa estava uma droga. Com certeza não era das suas melhores matérias.

—  Ok, babe.

— Sua coluna hoje esteve fantástica! – Tasha sempre admirava o que Andy fazia. Ele era um escritor fantástico e ela babava em cada matéria que ele publicava. – Adorei o trecho final. Foi um excelente artigo.

— Comprei um presente pra você. – Disse ele ainda na porta enquanto Tasha finaliza o envio da matéria.

— Ah! Eu também comprei uma coisa pra você. – Tasha havia checado se estava tudo certo com o embrulho há alguns minutos atrás.

— Na verdade, seu presente não está aqui comigo. – Explicou ele. – Não sei onde deixei, mas eu comprei. Quer saber o que é?

— Não, tudo bem. – A morena desanimou um pouco. Chegava a acreditar que Andy não havia comprado nada pra ela, de fato.

— Vai ficar sensual nele. – Continua o rapaz.

— Então tomara que o encontre. – Sorriu ela voltando a ter esperanças.

— Não é uma coisa sensual, mas feliz Natal. – Ela lhe entregou a caixinha contendo o presente.

— Obrigado.

— Pensei que não conseguiríamos fazer isso esse ano. No Natal passado, trocamos presentes em março. – O último final de ano foi uma loucura. Andy viajara, e Tasha sentia que estavam rompendo o que tinham, que nunca pode ser chamado de namoro.

— Que bom. Estamos melhorando. – Sorri ele desembrulhando o presente. – Uau! Onde você o encontrou? – Disse ele examinando o livro que ela lhe dera.

— Naquele lugarzinho que descobrimos em Covent Garden. – Explica a morena timidamente.

— Você é demais! – As palavras dele eram verdadeiras, ela sabia disso. Porém...

— Peço sua atenção por alguns minutos. – Disse Keaton chamando a atenção de todos os funcionários enquanto alguns bebiam espumante e se serviam de alguns petiscos. – Primeiro, feliz Natal para cada um de vocês! – Tasha havia se juntado aos outros na área comum do jornal e Andy desaparecera de suas vistas misteriosamente. – Não fechamos oficialmente, mas tentaremos trabalhar esta semana com uma equipe menor. – Continuou explicando o chefe. – Antes que vocês saiam correndo para o feriado, tenho um aviso importante a fazer. Isso afeta a Tasha. Tasha Zapata, onde você está? – A morena acenou do meio dos outros. – Tenho um gancho pra você.

— Excelente. – Disse ela alto o suficiente para ser ouvida.

— Foi anunciado um casamento hoje, e creio que nenhum outro jornal na cidade esteja sabendo. Quero que seja a primeira a anunciar essa união. Já que é entre dois dos nossos colegas mais estimados. – A morena por um momento passou de curiosa à decepcionada. – Apresento-lhes os novos noivos Sarah Smith e Andy Bloom.

Tasha Zapata se viu sem chão. Sarah e Andy, que era um importante jornalista, subiram ao palanque improvisado. Choveram flashes sobre eles, e também aplausos.

A morena sabia que não conseguiria ao menos se lembrar mais tarde de como chegou ao ponto de ônibus, e muito menos de como foi parar em casa.

Ao entrar em seu pequeno chalé. Tobby a esperava esperançoso por um afago, mas tudo o que a morena conseguiu foi acender a lareira, e se jogar no sofá deixando que as lágrimas caíssem. Lágrimas de raiva e decepção. Como chegara a esse ponto em sua vida. Ela não viu os sinais? Estavam ali o tempo todo. Claramente, Andy a estava enrolando. Estava saindo com Sarah fazia tempo e ela devia ter imaginado o que viria a seguir.

Mais tarde, Tasha caiu e sim e soube que precisava fazer algo. Não daria para viver dessa forma. Ela estava cansada de estar sempre em segundo lugar. Queria mais, queria um propósito. E a morena sabia que se procurasse encontraria.

— Jane! Jane! – Oscar afasta os cobertores e se levanta do sofá onde passara a noite. O rapaz sobe as escadas até na porta do quarto a chamando e abre devagar. – Posso dizer mais uma vez que não transei com ela?

— Claro. É que sua recepcionista tem que trabalhar até três da manhã. – Jane afirma com ódio nos olhos.

— Muita gente ficou até mais tarde. Ela ficou junto. – Ele tentou explicar.

— Então jure para mim que não transou com ela.

— Por favor! – Pede ele desesperado.

— Ande logo! – A morena de cabelos curtos insiste.

— Eu não vou...

— Com a recepcionista, Oscar? – Continua ela um pouco mais alto dessa vez. – Eu sabia que fomos inteligentes e não nos casamos. Por isso falei pra não vender sua casa. Sabia que você era assim.

— Pode se acalmar? – Ele continua pedindo. – Não transei com ela. – Nós dois tivemos problemas por um ano. Você não quer falar disso, mas tivemos.

— Sei muito bem que tivemos problemas. – Confirma a mulher.

— Se trabalho um pouco mais, você reclama. – Argumenta ela. – Mas se é você é em nome da sua música.

— Você trabalha muito. Fez quantos trailers esse ano? Tem uma ilha de edição em casa e dorme com o celular do lado. Nem vou falar em sexo porque não lembro a última vez que fizemos.

— Ninguém tem tempo pra isso, Oscar.

— A verdade não é bem essa.

— Você transou com ela! É sério, tem que ir embora. Sabe o que eu realmente acho? Que você nunca me amou de verdade.

— Por favor! – Ele volta a pedir.

— Você amou a ideia de nós dois juntos, mas não me amou. – Jane continua falando o enxotando escada abaixo.

— Fiz o que pude. Tem alguém bom o bastante para você? – Argumenta ele.

— Mandarei suas coisas. – O coloca porta pra fora.

— Sabe que sempre faz isso. Acaba com todas as suas relações. É isso o que você faz. Não quer formar um casal. Você resiste a isso!

— Chega! – A morena fecha a porta o deixando do lado de fora e sobe para seu quarto.

— É isso que sempre acontece com você! Porque não tem ninguém tão esperto como você.

— O que você está falando? – Exige ela.

— As coisas acabam. Como sabia que acabaria. Sabe o que sinto? Eu sei que não tem ninguém igual a você. Mas você não quer ser o que eu preciso. Você não é o que eu preciso. – Essas palavras a machucam.

— Eu nunca trairia você. Sob nenhuma condição. – Grita ela da sacada.

— Nem eu. Olhe pra mim. Veja como estou me sentindo! Olhe pra você! É a única mulher no mundo que não derrama uma lágrima quando termina com o namorado.

— Por que fica tão irritado por eu não conseguir chorar? – Se irrita Jane. – Oscar, olhe, acabou! Temos que ser honestos um com o outro. Me diga, você transou com ela? É só dizer.

— Que diferença faz agora?

— Por que me torturar? Não me deixe sofrer.

— O que estamos fazendo?

— Tudo bem. – Concorda ela por fim, saindo da sacada.

— Sim! Eu transei com ela. Feliz agora? Tenho transado com ela. Ela está apaixonada por mim. É jovem. Eu não estou orgulhoso disso. Quero que saiba.

— Perguntou se estou feliz? – Jane diz após descer as escadas e confrontá-lo.

— Não quis dizer isso. Às vezes você me deixa maluco.

— No mundo do amor, a traição é inaceitável. – Afirma Jane abrindo a porta novamente.

— Quando a raiva passar conseguirá entender.

— É talvez, quando eu parar de imaginar vocês dois juntos. Verei seu ponto de vista.

Jane o soca no rosto o jogando no chão e se volta para dentro de casa.

— Cheguei na hora errada? – Pergunta Afreen quando se depara com Jane nervosa indo em direção à cozinha.

— Eu estou surtando! – Fala Jane.

— Tudo bem.

— Quer saber? Eu estou bem.

— O Ben quer te ver.

— Incrível! Agora tem cara de que será um sucesso! – Diz Jane após assistir o videoclipe do novo filme que estreará em breve.

— Por isso pagam muito bem pra você fazer isso. – Ben afirma sorrindo.

— Mas vamos fazer uns retoques no final. Mudar algumas cores por um vermelho mais vivo. – Explica Jane. – Então é isso! Terminamos!

— Ótimo. – Exclama Ben.

— Vamos tirar umas semanas de folga. – Sugere Jane. – Estou falando sério. – Afirma ela diante dos olhares incrédulos dos dois.

— Mas você sempre diz que essa época é muito agitada e tem muitas coisas para fazer. – Fala Ben.

— Mas eu preciso sair da cidade. – Explica ela. – Preciso de paz e silêncio... ou seja lá pra que as pessoas viajam. Quero poder comer carboidrato sem culpa. Quero ler um livro. Nunca tenho tempo para fazer isso. Quero me desestressar. Esse estresse todo deixa as mulheres acabadas. Oscar é lindo e pegou a recepcionista de vinte e quatro. Entendem? Preciso de um tempo pra mim!


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Notas finais do capítulo

Me digam o que estão achando!!!
Beijos e até a próxima!



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