The Chosen Ones — Chapter One. escrita por Beatriz


Capítulo 9
Sayuri: o beijo.




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Devo admitir que não me lembrava do fato de que morar na Vila da Folha era tão entediante. É uma aldeia muito parada e pacata e eu não gosto mais disso. Acho que já me acostumei à loucura da Vila da Névoa, é sempre agitada com pessoas indo e vindo e eu sempre tenho milhões de coisas para fazer. Depois que Kakashi disse que eu teria que ficar aqui não tive opção a não ser aceitar e me conformar, afinal eu voltaria para a Vila da Névoa apenas para ser mandada de volta pelo Mizukage com a desculpa de que “nós precisamos manter todas as alianças possíveis em tempos como esses”. Blá blá blá. Quem se importa com aliança? A Vila da Névoa pode muito bem se proteger sozinha de qualquer tipo de ataque.

No dia seguinte àquele em que recebi a notícia da minha estadia forçada nesta aldeia que eu evitei por tanto tempo, acordo cedo e me preparo para fazer uma corrida em algum campo de treinamento. Preciso aquecer meu corpo de algum jeito, não posso ficar ociosa de jeito nenhum. Coloco minha roupa de ginástica e quando saio do quarto percebo que meus amigos ainda estão dormindo. Ótimo. É bom que eles descansem bem mesmo, pelo menos Subaru não terá nenhuma desculpa depois para querer ir dormir. Tomo um café rápido e saio para o que eu achei que seriam ruas super movimentadas. Grande engano. Os moradores da vila ainda estão acordando e o comercio ainda nem abriu as portas. E olha que já são seis da manhã.

Procuro um campo de treinamento no qual eu possa correr sem ser interrompida. Ando um pouco pela aldeia observando algumas coisas, agora que Sasuke já sabe a minha identidade eu não preciso mais ficar andando para lá e para cá com uma mácara. Sinto o vento frio da manhã bater em meu rosto e deixo um sorrisinho escapar. O silêncio é bom às vezes. Quando encontro o local perfeito para fazer minha ginástica, vejo que ele já está ocupado. Bem, acredito que, se eu me manter no meu canto e a outra pessoa se manter no dela, não será nenhum sacrifício dividir o espaço.

De imediato não reconheço meu companheiro de caminhada até visualizar sua roupa toda verde. Lee. Já faz uns bons anos que não o vejo e imagino se ele ainda se lembra de mim. Será que, assim como Naruto, ele pensava que eu estava morta? Bem, só saberei se for falar com ele. É o que eu faço. Avanço para o campo de treinamento como quem não quer nada, finjo que nem reparei na sua presença e acabo esbarrando nele “sem querer”. Lee levanta o rosto pedindo desculpa, mas quando seus olhos me encontram ele fica com uma expressão de quem viu um fantasma.

— Sayuri? — pergunta, incrédulo. — É você mesmo?

— Em carne e osso — respondo, sorrindo.

— M-mas você não estava morta? Como isso é possível? — acho cômica sua cara de susto.

— É o que eu me pergunto todos os dias, meu caro. Mas sim, eu estou viva. Quanto tempo, não?

— É, bastante — ele engole em seco. — Uau. É você mesmo.

Ele me surpreende com um abraço. Como foi algo inesperado eu demoro um pouco a retribuir, mas logo já estou dando tapinhas em suas costas. Ele me solta e pergunta se eu tenho interesse em acompanhá-lo em seu treinamento. Fico um pouco hesitante, pois sei que Lee é um pouco exagerado com toda essa coisa de condicionamento físico, porém ele insiste tanto que acabo cedendo.

É a pior decisão que eu poderia ter tomado. Lee parece uma máquina, não cansa, não sente dor e não diminui o ritmo em nenhum momento. Ele me faz dar umas trezentas voltas no campo de treinamento, fazer umas quinhentas flexões, anda plantando bananeira durante uma hora e ainda me faz treinar Taijutsu com ele. No fim eu vejo a mim mesma jogada na grama, quase colocando meu coração pela boca. Eu tenho uma ótima condição física, mas Lee não é normal. Me pergunto se ele é humano. Eu estou olhando para o céu tentando recuperar meu fôlego quando o garoto entra em meu campo de visão.

— Já cansou, Sayuri? Que rápido — ele ri.

Quero gritar que ele não é normal e que quase me matou, mas não quero magoar com meu palavreado, então apenas dou um ar de riso e arrumo uma desculpa qualquer para me livrar desse treinamento dos infernos. Nós nos despedimos e volto para o meu apartamento o mais rápido que posso. Estou suada, cansada e com um sentimento horrível de arrependimento. Assim que entro no apartamento percebo que meus amigos já estão acordados e estão fazendo suas bagunças matinais. Fecho a porta atrás de mim e dou de cara com Laito vindo da cozinha com seu prato do café da manhã. Ele faz uma cara de paisagem quando me vê e eu semicerro os olhos. Tenho certeza que ele aprontou alguma coisa. Dou uma espiada na cozinha e vejo a imundice que ele fez ali e que Ayato está piorando ainda mais enquanto anda para lá e para cá arrastando os pés calçados em suas sandálias espalhando ainda mais a sujeira de Laito. Minha reação é bem simples: abro a boca e dou um grito. Sim, eu grito porque esses moleques não sabem fazer nada sem virar a casa de cabeça para baixo. O grito faz Subaru e Shu saírem correndo de seus respectivos quartos com a cara toda amassada e só de cueca.

— Eu saí por uma hora. UMA HORA. E quando eu chego a cozinha virou uma zona de guerra — lanço um olhar ferino para todos eles.

A nossas tarefas da casa continuam divididas do mesmo jeito e como Subaru é aquele que limpa a cozinha ele logo desperta do estado de sono e fica com uma cara diabólica. Ele vira a cabeça devagar na direção de Laito e um de seus olhos começa a tremer. Entendo que essa expressão quer dizer que Laito é um homem morto.

— Eu. vou. matar. você — Subaru diz, avançando na direção de Laito. — EU VOU MATAR VOCÊ, SEU IMBECIL!

— Ei, calma aí, Subaru, relaxa — Laito dar um sorrisinho nervoso e começa a dar uns passos para trás.

— Ei! Só um minuto — digo, indo na direção deles. Paro na frente de Laito e puxo o prato de sua mão. — Eu fico com isso. Para aguentar vocês quatro eu tenho que estar muito bem alimentada.

Vou andando até meu quarto, mas antes de entrar viro novamente de frente para os meus amigos e, com um olhar mortal, eu digo:

— Quero essa cozinha brilhando quando eu voltar — e fecho a porta com força.

Escuto o barulho de brigas do lado de fora, alguns xingamentos de Subaru para Laito e Ayato, mas não demora muito para Shu colocar ordem na casa e mandar todo mundo ir fazer o que eu disse. Dou um sorrisinho de vitória enquanto como o café da manhã que Laito fez. Quando termino, tomo um banho rápido para tirar o suor do corpo e visto minha roupa ninja. Quando saio do quarto vejo que eles limparam a cozinha direitinho e que já estão devidamente arrumados no sofá, esperando por mim. Vou até eles com as duas mãos na cintura.

— Dá próxima vez que um de vocês sujarem o apartamento e ficarem com cara de inocente quando eu aparecer, vou cuidar pessoalmente para que vocês limpem com a língua. Entenderam? — eles assente e abro um sorriso. — Ótimo. Agora vamos procurar alguma coisa para fazer nessa vila chata.

Ayato é o primeiro a dar um pulo do sofá e os outros o seguem. Nós saímos juntos, ficamos caminhando pela vila e começo a ficar entediada de novo. Os meninos ficam parando de vez em quando para comprar algumas coisinhas e eu apenas espero eles terminarem para podermos voltar a andar. Nesse meio tempo fico sabendo através de umas conversas mais altas que o necessário dos episódios que aconteceram de noite. Parece que a pessoa – ou pessoas – que atacou a aldeia está atrás da líder Anbu da Folha, Akemi, e por causa disso seu apartamento foi destruído. E pelo o que escutei quem concluiu sobre o perigo que Akemi corre foi ninguém mais ninguém menos que o senhor Sasuke Uchiha. Reviro os olhos. Ele tinha que inventar alguma coisa para ficar se achando por aí, não é?!

Volto a andar com meus amigos e converso com eles sobre o assunto. Os quatro me escutam atentamente e dão suas opiniões sobre isso. Preciso lembrar de falar com Kakashi sobre isso depois, quero ficar a par da situação. Os meninos e eu já estamos procurando um lugar para almoçarmos quando vejo uma agitação nas ruas da vila. Franzo o cenho. Que diabos está acontecendo? Peço para que os garotos me esperem no restaurante enquanto vou ver o motivo de tudo isso. Assim que coloco os pés na rua alguém esbarra em mim com tanta força que quase me faz ir ao chão. Começo a xingar a pessoa que me empurrou quando sinto uma mão em meu ombros. Viro-me para ver quem é e dou de cara com o namorado de Akemi, o Hyuga que não sei o nome.

— Você está bem? Eu machuquei você? — ele pergunta, afobado.

Abro a boca para mandá-lo para bem longe, mas  vejo que sua expressão parece de preocupação pura e eu tenho certeza que não é por minha causa. Me recomponho rapidamente.

— Estou bem, mas você parece prestes a desmaiar — ergo uma sobrancelha.— Está tudo bem?

— Não — ele responde, tentando recuperar o fôlego. — Acredito que você conheça a minha namorada, Akemi — balanço a cabeça, concordando. — Ele teve uma crise hoje de manhã e não consigo entender porque, mas o sensei dela me mandou ir atrás de um garoto que veio da Vila da Areia, Gaara, para ver como ele está. E eu não consigo encontrá-lo! Droga, eu deveria estar com ela!

— Ei, respira — toco seu ombro. Ele está tão exaltado que tenho medo de falar algo que acabe me rendendo um soco ou algo parecido. — Você quer ajuda para encontrá-lo?

— Eu agradeceria muito — ele responde. — Preciso voltar para o lado dela o mais rápido possível.

— Tudo bem, então eu ajudo você.

Volto para dentro do restaurante para avisar meus amigos do que irei fazer, eles trocam um olhar uns com os outros, mas no fim balançam a cabeça, concordando. Saio correndo com Hyuga atrás do menino da areia e aproveito para pedir que ele me explique melhor o que aconteceu com a sua namorada.

Ele me diz que Akemi de repente começou a sentir uma dor muito forte e que ela foi levada imediatamente para o hospital. Ele não sabe nada mais que isso e posso ver que odeia esse fato. Entendo que ela não estava bem, mas, assim como o garoto, não entendo porque o sensei dela o mandaria ir atrás de Gaara justamente quando a obrigação devia ser ficar ao lado da menina. Mas, bem, eu não estou em posição de julgar nada, então me mantenho calada. Em um certo momento, apresento-me para ele e ele me diz que seu nome é Neji. Oh. Então ele é o tão famoso Neji Hyuga. O garoto da casa secundária que nasceu com o kekkei genkai mais forte de seu clã. Uau. Gaara, Neji... Akemi tem um gosto peculiar para homens. 

Depois de algum tempo procurando, nós encontramos Gaara em um campo de treinamento mais afastado. O local estaria vazio se não fosse pelo ruivo e seus irmãos. Neji e eu vamos correndo até lá e não posso ver direito o que está acontecendo, mas acredito que é algo bem próximo de uma briga. Quando chego mais perto, entendo imediatamente. Coloco um braço na frente de Neji, fazendo-o parar de correr. Ele me lança um olhar confuso.

— Espere um pouco — digo. Ele faz o que peço.

Nós ficamos um tempo apenas observando. O clima não está nada agradável ali onde está Gaara e seus irmãos. O ruivo está visivelmente descontrolado, com raiva de alguma coisa, e segura seu irmão, Kankuro, pelo pescoço enquanto o prensa contra uma árvore. Daqui onde estou não posso ver o rosto dele porque Gaara está de costas para mim, mas posso sentir sua raiva, sua vontade de matar, sua sede por sangue. Tive anos de preparação na Vila da Névoa para distinguir coisas assim em um oponente. É algo tão forte – e tão ruim – que emana do filho do Kazekage que me sinto obrigada a engolir em seco. Ele não está apenas descontrolado, ele está... Se transformando em outra pessoa, em uma coisa.

— Que diabos esse garoto é? — sussurro para mim mesma.

Ao meu lado, Neji se mexe inquieto. Eu sei que ele está ansioso para voltar para Akemi, mas até onde sei, se eu deixar que isso continue, Gaara vai acabar matando o próprio irmão. Dou uma olhada em Temari e ela parece desesperada para fazer alguma coisa, mas não consegue se mover. O medo paralisa as pessoas, penso.

— Você pode ir se quiser, Neji. Eu vou impedi-lo de matar o irmão.

Corro para mais perto da confusão, chamando a atenção de Temari. Ela arregala os olhos quando me vê, parece que não queria que ninguém viesse parar aqui enquanto essa briga estiver rolando. Ela sabe que Kakashi expulsaria Gaara da aldeia se ele soubesse disso. Tento dizer a ela com apenas um olhar que não falarei nada a ele, mas não sei se a menina entende, pois ela parece prestes a entrar em pânico. Sinto a presença de Neji atrás de mim. Então ele quis ficar. Bem, menos mal, acredito que vou precisar de toda ajuda que conseguir.

— Ei, Gaara! — chamo, rezando para que ele me dê atenção e pare de esmagar o pescoço do irmão. O ruivo nem sequer vira para me olhar. — Ô, garoto, sabia que é falta de educação não responder quando alguém te chama? Por acaso sua mãe não te educou?

As costas de Gaara ficam eretas subitamente. Ele finalmente parece ter me escutado. Ele desencosta o irmão do tronco da árvore apenas para jogar o menino há alguns metros de distância. Sinto uma gota de suor escorrer por minha têmpora, quando foi que esse garoto franzino da Vila da Areia ficou tão forte? Estou começando a me arrepender de ter me envolvido nisso.

O ruivo vira de frete para mim e a expressão em seu rosto me faz entender porque Temari está tão cheia de medo. Eu nunca vi tanto ódio em um olhar. Se ele tivesse sobrancelhas elas estariam se tocando de tão franzido que seu cenho está. Pego uma de minhas kunais e a aperto em minha mão suada. Se esse garoto quiser começar uma briga será que conseguirei dar conta dele com toda força que eu vi ele depositar em Kankuro? Eu mal tenho tempo de formular uma pergunta, pois em questão de segundos ele já está correndo para cima de mim com a sua areia o seguindo. Eu desvio de seu ataque no momento exato, porém Neji não tem a mesma sorte. Ele é pego de surpresa e a areia de Gaara joga o Hyuga longe. Me pergunto se a fúria de Gaara é maior do que aquela que dominará a Akemi quando ela descobrir que ele machucou seu namorado. Rezo para que Neji esteja bem, pois não tenho tempo para checar como ele está. Gaara já está vindo para cima de mim de novo.

Eu já escutei muitas histórias sobre ele, sobre seus jutsus e seu estilo de luta e sei que ele não é do tipo que luta corpo a corpo e sei também que essa porcaria de areia o protege de tudo e todos. Mas se eu conseguisse só chegar um pouquinho perto dele... Talvez eu tivesse uma vantagem. Meus pensamentos são interrompidos quando sinto algo em meu tornozelo. Olho para baixo e percebo com assombro que a areia de Gaara conseguiu me alcançar. Por baixo da terra.

— Seu desgraçado — digo, olhando com ódio para ele.

Gaara me lança um sorriso demoníaco e começa a fazer seus sinais de mão. Não demora para que eu seja lançada no ar por sua areia. Sou jogada bem mais longe e com muito mais velocidade que Kankuro e Neji, parando apenas quando minhas costas acertam em uma árvore. O impacto me faz cuspir sangue. Eu escorrego até o chão e sinto uma dor de cabeça começar. Vejo Gaara se aproximar de mim, mas ele está longe demais para causar qualquer tipo de dano em mim. Trinco o maxilar. Ele já está começando a me estressar. Fico de pé com dificuldade, se ele quer uma briga de verdade, então é isso que ele terá!

Dou uma olhada ao redor e vejo que Neji está de pé, observando o que eu vou fazer. Bem, pelo menos ele está bem. Volto meu olhar novamente para o ruivo, ele ainda está vindo. Não posso deixá-lo se aproximar demais ou não poderei fazer o que tenho em mente. Começo a fazer meus sinais de mão e quando termino seguro meu pulso direito e coloco minha mão para baixo. Passo dizer que a expressão em meu rosto agora é pior que a de Gaara. Ele vai sentir um pouco do meu poder agora. Sinto muito, garoto. Espero que você não morra, penso.

— Chidori: Golpe de Mil Passáros!

Depois que digo isso saio correndo com a uma incrível quantidade chakra acumulado na palma da minha mão que se transformou em um amontoado de raios. O barulho desse jutsu é insuportável e tenho que me controlar para não tapar os ouvidos. Corro com toda a velocidade que a distância entre nós dois me permite. Quando já estou a uma distancia considerável, trago meu braço para frente e abro quase uma cratera no chão. A areia do garoto vem ao meu encontro para me parar, mas desvio dela com a agilidade de um felino.

— AAAAH — grito, acertando Gaara.

O chidori teria atravessado seu peito se a areia não o tivesse protegido. Por fora mantenho minha expressão de raiva, mas por dentro me sinto aliviada por não tê-lo atingido com toda a potência. Assim como eu, Gaara é lançado para trás com a foça do impacto do meu jutsu com a sua areia. Apesar de não tê-lo matado, eu sei que o acertei e que o machuquei. Ele vai se arrastando de costas pela grama até o atrito finalmente pará-lo. Recomponho-me e vejo que estou mais ofegante que o normal porque fiz um esforço épico para não acertá-lo para valer. Neji vem ao meu encontro e me segura pelos braços, ajudando-me a me manter de pé.

— Você está bem? — Neji pergunta.

— Acho que sim, mas não posso dizer o mesmo do garoto ali — aponto com a cabeça para Gaara que ainda está no chão. Provavelmente ele está inconsciente. — Temos que levá-lo para o hospital.

Neji apoia meu braço em seu ombro e, juntos, caminhamos até o garoto da areia. Temeri e Kankuro estão em cima dele como se o garoto estivesse morto. Eu sei que ele não está porque eu tenho certeza absoluta que não o matei. Quando chego perto o suficiente, Temari vem para cima de mim, mas Neji me joga para trás de si de uma forma protetora.

— Sua vadia! Você podia tê-lo matado! — ela vocifera.

— Se não fosse por mim quem estaria morto era o seu outro irmão simplesmente porque você é incompetente demais para fazer alguma coisa além de ficar se borrando de medo do seu irmão mais novo!

Kankuro puxa a irmã pelo braço e diz algo em seu ouvido, provavelmente pede para que ela se acalme. Dou uma olhada em Gaara e vejo que seu peito está sangrando, mas acredito que aparenta ser mais grave do que realmente é. É, parece que essa sua defesa absoluta não é tão absoluta assim, Gaara, penso. Nós quatro concordamos que é preciso levar Gaara para o hospital e Kankuro, parecendo mais recuperado do estrangulamento do irmão, coloca o mais novo em suas costas e começa a andar com ele. Temeri ficou encarregada de levar a cabaça e corre para alcança-los, deixando Neji e eu para trás.

— Nunca vou entender o relacionamento deles — murmuro.

— Você não é a única, Sayuri, acredite.

—x—

Somos recebidos no hospital pela médica ninja Tsunade. Ela olha para mim do mesmo jeito que Lee olhara horas atrás: como se estivesse vendo um fantasma. Não ligo muito para isso e digo que Gaara precisa ser atendido imediatamente. Mal termino de falar e vejo Kakashi ao longe. Ele olha na nossa direção e franze o cenho. Droga, penso. Por que ele tinha que está aqui? O Hokage vem andando na nossa direção e quando está perto o suficiente, alterna o olhar entre Gaara e eu. Abro um sorrisinho cínico e ele balança a cabeça em negação, sei muito bem o que ele quer dizer: você não tem jeito mesmo. E é verdade. Kakashi tira a atenção de mim e se volta para Tsunade.

— Acabei de sair do quarto da Akemi, mas acredito que terei que voltar para lá. Coloque Gaara no mesmo quarto que o dela, tudo bem? — Tsunade assente e pede para que Kankuro o acompanhe. Ele e Temari vão. — Você também vá para lá, Sayuri. E Neji, por favor, depois de falar com o sensei de Akemi, traga Sasuke até aqui.

— Eu posso ver Akemi primeiro? — ele pergunta.

— Você poderá, em breve. Traga Sasuke, tudo bem? — o garoto assente e se afasta.

Faço o que Kakashi pede e começo a caminhar atrás de Tsunade e dos irmãos da areia. Minhas costas doem do impacto com a árvore, mas decido ignorar essa dor, pois tenho assuntos mais sérios para tratar. Quando entro no quarto, Kankuro está colocando o irmão mais novo com cuidado em uma maca. Akemi está com um cara de assombro e preocupação. Ela tenta não olhar para o garoto na maca ao lado da sua, mas parece ser uma tarefa quase impossível. Quando seus olhos encontram os meus, ela me chama até sua cama. Cambaleando eu vou até ela.

— Como você está? Seu namorado disse que você estava sentindo muita dor — digo, tocando em sua mão. Ela aperta meus dedos.

— O que ele está fazendo aqui? — sussurra para mim, ignorando minha pergunta. Seus olhos são puro desespero.

— Gaara? — olho para a maca dele onde Tsunade está analisando o ferimento. — Ah — coço a nuca, sem graça. —, bem, nós tivemos um certo desentendimento, sabe? Acabei machucando-o um pouquinho.

— Mas... — seus olhos suplicam alguma coisa para mim, mas ela não completa o que ia dizer. Ao invés disso afunda na cama, suspirando.

— Ele não vai morrer, Akemi. Eu garanto isso — sussurro. Ela arregala os olhos e eu pisco para ela. Pois é, eu sou ótima em ler as pessoas. — Então, você está bem?

— Estou... Melhor — ela responde. — Não foi nada demais, mas serviu para dar um susto em muita gente.

— Você parece ser muito querida por aqui, hein — digo. Sorrimos uma para outra.

Eu me afasto um pouco da cama de Akemi e observo enquanto a médica ninja cuida do ferimento de Gaara. Os irmãos dele ajudaram a tirar sua roupa ninja, deixando-o apenas de calça. Realmente não foi nada muito profundo, ele só precisou de alguns pontos. Mas provavelmente ficaria com uma cicatriz no futuro. Bem, que isso servisse de lição para ele. Depois que termina seu trabalho, Tsunade se vira para Akemi.

— Como você está? — ela pergunta, analisando a menina.

— Estou bem, tia — ela sorri. Fico surpresa com o fato de Tsunade ser tia dela. — Quando vou poder ter alta?

— Não se apresse — ela passa a mão no cabelo de Akemi. — Logo você estará fora daqui.

Tsunade sorri para mim e me pergunta se eu estou bem, pois tem um pouco de sangue no canto da minha boca. Eu digo que estou bem, mas ela me examina mesmo assim. Quando fica satisfeita, sai da sala e os irmãos de Gaara colocam nele uma roupa feia de hospital por cima da calça. Por incrível que pareça, Akemi não está usando isso. Ela está com uma calça de meia preta e uma camiseta da mesma cor.

Os irmãos de Gaara saem do quarto  depois, deixando nós três sozinhos. Eu puxo uma cadeira para sentar e observo as duas pessoas à minha frente. Gaara ainda está desacordado e Akemi está deitada de costas para ele, provavelmente tentando não olhá-lo. Tento entender o que acontecera. Gaara teve um ataque psicótico por algum motivo e Akemi começou a sentir dores muito fortes no mesmo momento... Oh. Será que eles têm algum tipo de ligação esquisita? Eu espero que não, pois seria obrigada a sentir pena dela por ter ligação com alguém tão disfuncional como Gaara. Encosto minha cabeça na parede atrás de mim e olho para o teto. Como eu queria estar em casa agora, dormindo.

Não demora muito para que eu escute uns gemidos de dor vindo da cama de Gaara. Olho imediatamente para ele e vejo que já está acordando. Dou uma espiada em Akemi e vejo que ela apenas se encolheu para debaixo de seu lençol. Mas que diabo de história esses dois tem? Gaara abre os olhos e a primeira pessoa que vê sou eu. Entendo a reação que ele tem depois disso. O garoto levanta de sua cama imediatamente e tenta vir para cima de mim, pronto para atacar. Depois disso, tudo acontece muito rápido. Eu fico de pé e Akemi deixa um arquejo escapar. Ela está sentada na cama, com a mão em suas costelas. Está com dor de novo. Gaara tenta avançar para perto de mim, mas está fraco demais e acaba tropeçando nos próprios pés. Eu tento ir até ele para impedi-lo de cair no chão, mas Akemi é mais rápida. Ela simplesmente dá um pulo de sua cama e, mesmo cheia de dor, corre até o menino. Ela ignora a própria dor para segurar Gaara no momento em que seus joelhos dobram e ele vai de encontro ao chão. Akemi cai de joelhos no chão, mas consegue amortecer a queda do ruivo. Ele parece estar semiconsciente e apoia a cabeça na curva do pescoço dela. Ela o segura com força em seus braços, os olhos tão fechados que penso ver lágrimas se formando ali. Ela está com dor, mas está colocando as necessidades dele acima das suas.

Ela encosta a bochecha na testa de Gaara e descansa a cabeça na dele por um momento. É quando vejo que uma lágrima escorre por sua bochecha. Essa cena, os dois de joelhos no chão, Akemi mantendo-o em seus braços como se sua vida dependesse disso, Gaara buscando conforto nos braços dela... É uma cena que poderia derreter até o coração mais frio do mundo. É quase como se... Eles fossem feitos para estarem assim, juntos.

Meus pensamentos são interrompidos quando escuto passos se aproximando do quarto. Sasuke abre a porta e quando vê o que está acontecendo aqui dentro fica sem reação por um momento. Nós dois trocamos um olhar, mas eu desvio rapidamente. Não falamos o que precisa ser feito, nós sabemos o que temos que fazer. Juntos, Sasuke e eu vamos até as duas pessoas no chão. Sasuke tira Gaara dos braços de Akemi e o coloca de volta em sua cama, enquanto eu a seguro em meus braços como uma mãe segura um bebê. Seu rosto ainda aparenta dor, mas ela parece um pouco melhor, como se já estivesse melhorando.

— Você está bem? — pergunto, tirando seu cabelo da frente de seus olhos. Ela abre os olhos com dificuldade e me encara.

— Olhe... Olhe debaixo da minha blusa, Sayuri — ela pede com a voz fraca.

Atendo seu pedido e levanto um pouco sua camiseta. Pela primeira vez vejo o que está causando tanto sofrimento nela. É uma marca que ela tem em suas costelas esquerdas. Tem o formato de um símbolo que não reconheço e está com as bordas vermelhas, como se alguém tivesse o queimado na pele dela. Eu abaixo sua blusa novamente e ela me encara, esperando que eu diga alguma coisa.

— Está vermelho, mas acho que você não corre nenhum risco de vida. Você consegue se levantar? — ela assente.

A ajudo a ficar de pé e a deixo sentada na cama. Dou uma olhada em Gaara, ele está acordado, mas não parece com forças nem para abrir os olhos. Sasuke me lança um olhar de confusão, mas eu apenas dou de ombros. Se ele não sabe o que está acontecendo entre esses dois imagina eu que cheguei um dia desses nessa vila. Nós quatro ficamos em silêncio por um momento até Kakashi entrar pela porta.

— Que bom que chegou, Sasuke — ele dá uma olhada em Gaara e se vira para mim. — Ele está consciente?

— Acredito que sim — respondo.

Kakashi vai até a cama de Gaara e dá dois tapinhas em seu rosto. O menino abre os olhos instantaneamente, mas diferente de alguns minutos atrás não tenta levantar, apenas vira a cabeça para o lado e usa as poucas forças que lhe resta para se certificar de que Akemi está bem. Me sinto um pouco mãezona com ela, tenho vontade de puxa a cortina que tem entre eles e acabar com esse contato visual que ele acha que vai ter com ela, pois, pelo o que estou entendendo, é ele quem a está fazendo sofrer tanto. Mas Kakashi começa a falar e isso me impede de fazer algo.

— Eu estava agora a pouco conversando com Akemi sobre uma missão que ela participará — o Hokage diz.

— E o que isso tem a ver com a gente? — Sasuke cruza os braços.

— Bem, eu nunca vi uma missão só de uma pessoa. Você já, Sasuke? — Kakashi olha para ele.

Demoro um pouco a atender onde ele quer chegar, mas quando entendo sinto vontade socá-lo. Ele não pode estar falando sério.

— Vocês quatro vão em uma missão juntos  — Kakashi finaliza.

— Desculpe, o que? — semicerro os olhos. — Você, por acaso, bebeu antes de vir para cá?

— Não, Sayuri — Kakashi me encara. — Vocês quatro são os melhores shinobis que tenho disponível no momento. E essa missão é nível S, então preciso dos melhores nela — ninguém fala nada, então ele continua. — Como eu disse para Akemi antes, andei pesquisando e descobri que os animais que foram invocados para atacar a aldeia são típicos da Vila dos Artesões, preciso que vocês vão verificar para mim se quem atacou é de lá mesmo.

A sala cai em um silêncio completo e único barulho que pode ser escutado é de nossas respirações. Gaara vira o rosto e fita o teto, Akemi parece estar muito interessada em seus pés, Sasuke tem uma expressão séria em seu rosto e eu não sei dizer como estou, chocada talvez. Depois de algum tempo o garoto da areia é o primeiro a quebrar o silêncio.

— A que horas saímos, Hokage? — ele pergunta. Akemi levanta a cabeça, subitamente curiosa pelo interesse dele em ir na missão. Quero dizer para ela não ser tão fácil assim, mas não temos tanta intimidade, então permaneço calada.

— Amanhã, antes do sol nascer.

—x—

A tarde não demora a chegar e, por ordens de Tsunade, os dois terão que passar a noite em observação se quiserem ir em uma missão na manhã seguinte. Sasuke foi embora na primeira oportunidade que teve, ele parecia tão irritado quanto eu com a ideia de irmos juntos à essa missão; e, como uma boa quase amiga, tive que prometer a Akemi que ficaria com ela o tempo todo para que não ficasse sozinha com Gaara. Só assim ela conseguiu pegar no sono. Gaara e eu ficamos de olhos bem abertos, vigilantes. Claramente não confiamos um no outro. Porém, em um certo momento, me canso do silêncio todo e resolvo puxar assunto.

— Então, qual é o lance de vocês? — pergunto.

— Lance? — ele me encara como se eu fosse maluca.

— É, tipo, a coisa entre vocês, entende?

— Que coisa? — ele dá ênfase na palavra do mesmo jeito que eu. Lanço um olhar para ele tipo “tá falando sério?” e ele me lança outro tipo “sim, 100%”.

— Minha nossa — digo, exasperada. — Até Buda perderia a paciência com você — olho novamente para ele. Ele ainda está me encarando e nem pisca. — Ok. Você é meio estranho. Mas eu vou ir direito ao ponto logo. Qual é a história de vocês dois?

— História... Minha e dela? — ele aponta com a cabeça para Akemi.

— Não, minha e do Sasuke — digo, sarcástica.

— Ah — ele balança a cabeça. — Bem, não sei, a história é de vocês.

Que os céus tenham piedade desse garoto porque se eu pudesse voar no pescoço dele definitivamente não teria. Será que ele é lerdo assim mesmo ou só está fingindo para fugir de uma conversa? Felizmente somos interrompidos quando Naruto abre a porta e mete a cabeça para dentro do quarto.

— Posso entrar? — ele pergunta.

— Já entrou — respondo, olhando minhas unhas da mão.

— Vim ver como vocês estão — ele diz, fechando a porta atrás de si. — Fiquei sabendo do que aconteceu entre vocês dois — o loiro aponta para mim e Gaara. — E fiquei muito preocupado com Akemi.

— Bem, meu desentendimento com Gaara acorreu por culpa dele e Akemi já está bem. Mais alguma coisa? — olho para Naruto pela primeira vez.

— Vim chamar você para ir ao Ithiraku comigo. Aceita? — ele pergunta. Semicerro os olhos.

— Vai ser tudo por sua conta? — pergunto.

— É claro — ele diz. — Se eu estou convidando é porque tenho dinheiro.

— E quem mais vai?

— Eu chamei o Sasuke, mas assim que ele ouviu que você iria recusou.

— Típico — resmungo.

— Então só nós dois — Naruto sorri.

— Tudo bem então. Gaara, se Akemi acordar, tente não atacar ela e nem ser todo... Esquisitão, ok? E diga que eu fui fazer algo muito importante.

— Por que eu mentiria? — ele pergunta.

— Porque você não vai querer que eu arranque seu coração com a minha chidori, só por isso.

 Naruto dá uma olhada em Akemi, troca algumas palavras com Gaara e saímos. Nós vamos conversando o cominho inteiro até o Ichiraku sobre coisas banais. Conto para ele sobre a missão e Naruto diz que ainda não caiu a ficha de que eu esteja viva. Ele me pergunta como foram todos esses anos na Aldeia da Névoa, se eu gosto de lá e coisas parecidas. Respondo tudo da melhor maneira que eu posso e agradeço mentalmente por ele não falar sobre Sasuke. Pedimos lámen para a viagem no Ichiraku e vamos comer em um campo de treinamento, quase como um piquenique. Não sabia o quanto tinha sentindo falta de Naruto até agora. Ele me faz rir até doer minha barriga e pela primeira vez me sinto feliz por estar de volta.

Quando já estamos arrumando tudo para irmos embora, somos surpreendidos por Sasuke. Diferente do que você deve estar pensando ele não vem todo feliz, tentando juntar o time sete novamente. Não, ele vem com tanta raiva que nem tenho tempo de processar o que acontece. Em um segundo estou rindo com Naruto e no segundo seguinte Sasuke fecha suas mãos em meu pescoço e me prensa contra uma árvore. Eu perco o fôlego por um tempo. Ele está colocando tanta pressão que começo a acreditar seriamente que esse é o meu fim.

— Isso aqui é tudo culpa sua — ele vocifera. — Todas essas merdas que têm acontecido não só com a aldeia, mas com Akemi também. Tudo é culpa sua. A garota já mora aqui há muito tempo e, até onde sei, nunca tinha corrido nem um tipo de perigo. E agora, do nada, você resolve voltar dos mortos e a aldeia é atacada e Akemi pode estar correndo perigo de vida. Você quer que eu acredite que isso é coincidência? Bem, olha só, eu não acredito em coincidências!

— D-do que você está falando? — sinto que estou prestes a perder a consciência. Levo uma mão até sua, na tentativa de tirar sua mão de meu pescoço. Quando nossas peles se tocam percebo o quanto ele está frio. No você está se tornando, Sasuke?, penso.

— Não se faça de desentendida — ele bate minha cabeça contra a árvore. Arquejo de dor. — A única coisa que você trás para as pessoas ao seu redor é algum tipo de desgraça, Sayuri. Seria melhor se você tivesse morrido naquela noite, teria feito um favor a todos.

Por muitas vezes pensei nisso. Em ter morrido naquele dia horrível, mas nunca, em nenhuma vez sequer, essa frase doeu tanto em mim como agora. Seus olhos me fitam com tanto ódio que por um momento sinto vontade de desistir e deixar que ele me mate, mas a voz de minha mãe me vem a mente. Lembro do dia em que ela me disse que eu nunca deveria abaixar minha cabeça para ninguém, nunca deveria desistir, porque eu tenho um tipo de força dentro de mim que ninguém mais tem. E será com essa força que eu vou sobreviver dia após dia. Fecho os olhos, tentando reunir todas as forças que ainda têm dentro de mim. Sasuke e eu temos um tipo muito parecido de força quando se trata de nosso chakra, mas temos uma diferença enorme. Muitas vezes, ele se deixa levar por suas emoções ruins: raiva, ódio, tristeza, rancor... As emoções o dominam e ele simplesmente não consegue se livrar delas até que tenha atingido seu propósito; e eu, bem, as emoções que me dominam são boas, na maioria das vezes, e isso me dá muito mais clareza em uma batalha. Ainda de olhos fechados, abro a boca para falar, e mesmo com dificuldade, consigo me fazer entender.

— Pelo menos, Sasuke, eu trago algo a alguém. Coisas boas, ruins... Isso é bem relativo — minha voz sai só um fiapo. — E você? Que não trás nada a ninguém porque é oco por dentro. Se alguém tivesse a coragem de olhar dentro da sua alma veria que você não é nada além de um puro vazio. 

Eu abro os olhos e sei que meu sharingan está ativado. A visão de meus olhos iguais aos seus e as minhas palavras fazem Sasuke diminuir a pressão em meu pescoço. Aproveito o momento para dar um chute em seu abdômen, é o suficiente para que ele se afaste de mim, curvando-se para frente. Procuro Naruto com os olhos, mas ele não está em lugar nenhum. Provavelmente foi buscar ajuda. Ótimo. Assim ele não vai precisar me ver batendo em seu amigo.

 Quando Sasuke se recompõe, ele me olha com ainda mais ódio nos olhos. Ele desembainha sua espada e eu apenas pego minhas kunais. Não preciso de nada mais que isso, pois, apesar de ter passado tanto tempo longe dele, eu ainda o conheço bem demais. Tão bem que eu até me assusto. Sasuke avança na minha direção, sei que ele me mataria se tivesse a chance, sei que ele não hesitaria, mas sei também que se existe uma pessoa páreo para ele nesse mundo, essa pessoa sou eu.

Nós dois nos encontramos no meio do caminho, consigo bloquear seu golpe com minha kunai. Nós ficamos uns segundos assim, tão perto que podemos sentir a respiração um do outro, tão perto que nossos sharingans praticamente se tornam um só, tão perto que eu poderia tocar seu rosto se quisesse. Você devia ter morrido naquela noite. Sua voz volta a minha mente e serve como um choque de realidade. Podemos estar perto, cara a cara, mas, ainda assim, nossas mentes e nossos corações estão a quilômetros de distância e não sei se um dia poderão se encontrar. Pulo para longe, quebrando nosso contato. Ele volta atacar, dessa vez combinando Taijutsu com os golpes da espada. Tudo tão bem sincronizado que qualquer outra pessoa teria sido morta em questão de segundos, mas não é qualquer pessoa que está lutando com ele. Sou eu, herdeira de duas linhagens sanguíneas, possuidora de dois kekkei genkais completamente diferentes, única sobrevivente do massacre que quase dizimou uma parte da minha família. E eu, Sayuri Dobutsu, nunca serei vencida sem antes lutar até a morte.

Nosso Taijutsu se sincroniza, no momento em que eu ataco ele se defende, no momento em que ele ataca eu me defendo. E ficamos assim por uns bons minutos até sermos interrompidos por algo que pega Sasuke desprevenido. Ele é atingido nas costelas por algo que o faz parar bem longe de mim. Eu paro um pouco para tomar fôlego e entender o que aconteceu. Quando vejo quem chegou meus olhos se arregalam. É Kiba e Akamaru. Eles usaram um de seus jutsus para tirar Sasuke de perto de mim.

— Você está bem? — Kiba vem correndo até mim, analisando-me dos pés a cabeça.

— Eu...

Não tenho tempo de responder, pois vejo que Sasuke já está vindo até nós dois. Kiba sente a presença dele e vira de frente para começar uma luta, porém o Uchiha é mais rápido e acerta um soco bem no queixo de Kiba. O menino é jogado no chão com a força do punho de Sasuke e, como esperado, ele não perde tempo. Vai para cima de Kiba com tudo o que tem, desferindo tantos socos no rosto dele que imagino que o deixará desfigurado depois. Sinto meu peito se encher de raiva.

— NÃO! — grito, correndo ao socorro de Kiba.

Porém, não consigo chegar até eles, pois Naruto me segura pela cintura, fazendo-me ficar parada em meu lugar e quem vai ao resgate de Kiba é Kakashi. O Hokage tira Sasuke de cima do outro garoto com tanta brutalidade que o Uchiha quase tropeça nos próprios pés.

— JÁ CHEGA, SASUKE! — Kakashi grita, jogando seu antigo aluno contra uma árvore. — Que merda você pensa que está fazendo?

Sasuke se desvencilha de seu antigo professor e, lançando-me um último olhar, sai do local como se nada tivesse acontecido. Quando ele se mistura às sombras e o perco de vista, me solto dos braços de Naruto e corro até Kiba. Me ajoelho ao seu lado e seguro seu rosto, forçando-o a olhar para mim.

— Kiba? — ele não responde. O a visão de seu rosto ensanguentado me faz meu coração palpitar. — Kiba!

— Sayuri... — ele murmura.

Jogo-me em cima dele e começo a agradecer a qualquer deus disponível para me ouvir por ele estar vivo. Kakashi diz que é para leva-lo para casa e cuidar de seus ferimentos, eu nem hesito em obedecer e com a ajuda de Naruto, nós o levantamos. Antes de ir Kakashi e eu trocamos um olhar, e eu sei que ele cuidará de Sasuke. O Hokage assente para mim, me incentivando a continuar andando e eu vou, sem olhar para trás.

—x—

Assim que chegamos à casa de Kiba, Naruto nos deixa sozinhos lá. Akamaru parece preocupado com seu dono, mas nos dá um pouco de privacidade. Eu o levo até seu quarto e o deito em sua cama, limpo seu rosto e vejo que Sasuke não fez machucados muito graves. Faço curativo nele e quando termino, me sento ao seu lado para que possamos conversar.

— Amanhã vou a uma missão — digo.

— É, eu soube — ele responde, me encarando. — Não acho seguro você ficar por aí sozinha com aquele cara.

Sorrio para ele.

— Não vou estar sozinha. Akemi e Gaara vamos estar lá também.

— Não sei se isso é muito reconfortante, Sayuri — ele faz uma careta.

Me inclino por cima dele e deposito um beijo em seus lábios. Ele sorri.

— Vou voltar inteira, prometo. Desculpe por tudo isso, Kiba.

— Não se preocupe com isso, o importante é que você está bem.

Ele estica o braço e acaricia meu rosto. Nos encaramos por alguns segundos e percebo o momento em que os olhos de Kiba escurecem de desejo. Ele se levanta rapidamente para sentar na cama e me beija de uma maneira firme e profunda. Levo minhas mãos até sua nuca e aprofundo o beijo, dando passagem para sua língua. Ele me puxa para o seu colo, abro as perna e fico sentada em cima dele. Sinto que começo a ficar excitada e sei que Kiba também está, pois posso sentir sua ereção no meio das minhas pernas. Ele para o beijo apenas para tirar sua blusa e a minha. Voltamos a nos beijar e eu começo a me esfregar em seu pênis, mas nossas roupas não ajudam em nada.

O beijo quente que estava em minha boca agora faz um percurso até meu pescoço enquanto ele tenta tirar meu short. Kiba para um instante, olhando para mim e sorrir, aquele sorriso que até hoje me deixa tonta com tanta perfeição. Não entendo muito bem o que ele quer fazer até ele se levantar comigo e me deitar na cama. Fico toda arrepiada, ele percebe isso e sorri, passando suas mãos por meus seios ainda cobertos por meu sutiã, descendo por minha barriga e tirando meu short. Me sento para desabotoar sua calça e ele fica parado me deixando fazer isso, então peço para que ele fique de pé e, um pouco confuso, ele fica, parando na minha frente. Dou um sorriso malicioso e, ainda sentada, retiro sua calça. O puxo para mais perto e ele vem me encarando sério, dou alguns beijos em seu abdômen e ele apenas me olha sorrindo agora, então começo a retirar sua cueca, revelando o seu grande membro excitado.

Pego seu pênis e começo a fazer movimentos lentos com as mãos e olho para Kiba que abre a boca e deixa um suspiro escapar. Não demoro muito e coloco na boca, levando-o a loucura. Para mim isso é uma maravilha, até me faz esquecer completamente o episódio de momentos atrás. Ouço seus gemidos e deixo um sorrisinho escapar quando sinto suas mãos segurando meu cabelo com força.

Kiba geme. Porém, em um certo momento, ele puxa gentilmente minha cabeça para trás e olha em meus olhos.

— Agora é a minha vez — diz.

Primeiro Kiba coloca uma camisinha, depois vem para cima de mim, me deitando novamente na cama. Começa a dar chupões em meu pescoço enquanto tira meu sutiã e assim que o tira, joga do outro lado do quarto. Ele coloca a boca em um dos meus seios e mordo meu lábio inferior para conter um gemido, depois passa para o outro. Para manter o controle começo a arranhar seus braços e rezo para que não fique nenhuma marca feia depois. Sinto suas mãos apertarem minhas coxas e abrirem um pouco minhas pernas, ele vai mais para baixo e começa a beijar minha intimidade por cima da calcinha, eu começo a gemer baixinho.

— Você não pode me torturar assim... — sussurro.

Kiba apenas ri e continua com o que está fazendo. Ele sobe uma das mãos até meu seio, apertando-o. Ele me lança um olhar malicioso e começa a tirar a minha calcinha. Quando já estou completamente nua, Kiba coloca dois dedos dentro da minha vagina e começa um vai e vem tão bom que não consigo mais deixar os gemidos baixinhos. Ele aumenta e diminui a velocidade na hora exata, mas quando estou prestes a gozar para. Meu rosto adota uma expressão confusa enquanto ele vem para cima de mim com um sorriso cheio de segundas intenções brincando em seus lábios. Ele me beija e sem aviso nenhum me penetra.

Meu gemido sai tão alto que fico com medo de ter acordado os vizinhos. Cravo minhas unhas em suas costas, ele geme baixinho em meu ouvido e isso me deixa ainda mais excitada. Sem sair de dentro de mim, Kiba se senta e me leva consigo. Nos beijamos e agora o ajudo com os movimentos de vai e vem. Mexo meus quadris com uma urgência que eu nem sabia que era possível. Kiba morde meu ombro levemente e isso me faz soltar um gemido baixinho. Fecho os olhos, apreciando o momento. Kiba aumenta a velocidade de suas estocadas e ele está, literalmente, me levando às alturas desse jeito. Quando estou prestes a chegar no meu ápice, jogo a cabeça para trás.

Eu não consigo mais me segurar e gozo, gemendo alto, porém tento abafar mordendo seu ombro como ele fez comigo. Um pouco depois de mim é a vez de Kiba. Seu gemido é bem mais baixo que o meu quando ele goza, mas sua cara de puro prazer me deixa completamente louca. Eu o beijo e ele retribui com mesma intensidade. Assim que nos separamos começamos a rir e nos deitamos lado a lado.

Antes das dez horas da noite vou embora da casa de Kiba. Ele me leva até o portão e me dá um selinho. Aceno para ele enquanto me afasto. As pessoas nas ruas estão fechando as suas lojas e dando boa noite umas para as outras. No meio do caminho, lembro do que acontecera momentos atrás e uma raiva começa a crescer dentro de mim. E se Sasuke tivesse matado Kiba? E se Kakashi não tive chegado? Cerro os punhos e começo a andar mais rápido. Quem ele pensa que é para fazer esse tipo de coisa? Seu idiota prepotente, penso, querendo que meus pensamentos possam chegar até ele.

Assim que chego ao meu apartamento, vejo que meus amigos ainda não chegaram em casa. Está tudo escuro, então vou rapidinho para o meu quarto e me tranco lá. Tiro minhas roupas, tomo um banho, escovo os dentes e, depois de ter feito minha higiene pessoal, escolho um pijama bem confortável e vou direto para cama. Deixo a janela aberta, pois está um pouco quente. Estou super cansada no momento em que coloco a cabeça no travesseiro, mas não consigo pegar no sono. Estou inquieta e isso me deixa estressada. Como poderei ser bem sucedida na missão se eu não tiver uma boa noite de sono?

Passam-se alguns minutos antes que eu ouça a porta do meu quarto ser aberta. Olho para o lado e vejo meus amigos colocando a cabeça para dentro. Meu olhar encontra os dos quatro e eles sorriem como se tivessem acabado de serem pegos fazendo algo imprudente.

— Entrem logo — digo, sentando-me.

— Acordamos você? — Subaru pergunta. Ele é o primeiro a entrar, mas quem se joga primeiro na minha cama é Laito.

— Não. Para ser sincera, eu nem escutei vocês entrando no apartamento.

— Soubemos que você vai em uma missão assim que amanhecer — Shu diz, sério.

— Sim e... — sou interrompida.

— E soubemos também que pode ser perigoso — Ayato diz, cruzando os braços.

— Sim, mas... — sou interrompida de novo.

— Você costuma se deixar levar por emoções às vezes, Sayuri, mas ir em uma missão provavelmente suicida por causa de uma menina que você nem conhece? Nunca pensei que você fosse capaz desse tipo de coisa — Laito diz, analisando as unhas.

— Se vocês me deixarem... — mais uma vez sou interrompida.

— E o Sasuke vai. Então, como diabos você pretende ir até o final dessa missão? — é Subaru.

— PAREM DE ME INTERROMPER! — grito, pegando-os de surpresa. Fico com uma expressão de raiva. — Será que posso explicar?

— Bem, à vontade, vadia — Laito abre um sorrisinho.

— Hunf! — reviro os olhos. — Admito que adoro uma missão perigosa, mas não estou indo nessa feliz da vida. Kakashi precisa de mim e não podemos voltar para a Aldeia da Névoa, pois o Mizukage nos mandaria de volta com aquele discurso de que precisamos manter nossas alianças. Não é algo que eu quero fazer, mas algo que eu preciso. Então, me desejem boa sorte.

— O Sasuke vai estar lá, sabe? — Laito comenta como quem não quer nada. — Vinte e quatro horas, ao seu lado — ele me encara. — Será que Sayuri Dobutsu está prepara para isso?

— Eu sei que ele vai estar lá, seu insuportável — olho com tédio para o meu amigo. — E sim, estou mais do que preparada, então para de me provocar.

— Está mesmo? — Laito abre um sorriso provocador. — E se ele começar a fazer isso — meu amigo coloca dois dedos em minha coxa e começa a caminhar com eles pela minha pele. Fico arrepiada.

— Será que você está preparada para isso?

— Vai se foder, Laito — tiro sua mão da minha perna com um tapa. — Ele não vai fazer isso e eu estou preparada para qualquer coisa. E só para deixar claro, eu odeio você.

— Não odeia não — ele dá um beijo em minha bochecha.

Ignorando Laito, Shu senta-se em minha frente e segura minhas mãos. Seus olhos azuis encaram os meus com carinho e preocupação. Sinto meu peito se aquecer.

— O que nós queremos dizer é para você ter cuidado, não apenas com a missão em si, mas principalmente com o Uchiha. Aquele cara não bate muito bem da cabeça, você sabe — não posso deixar de rir. — E se a líder Anbu da Folha estiver mesmo correndo perigo de vida pode ser que você acabe correndo também por causa dela. Então, por favor, tome cuidado.

— Vai ficar tudo bem, Shu — coloco uma mão em sua bochecha e acaricio seu rosto com meu polegar. Depois faço contato visual com todos. — Vocês não precisam se preocupar. Eu juro que vou me cuidar.

— Então, acho que é melhor deixarmos você descansar — Ayato diz. — Quando amanhecer você precisa estar bem fisicamente e psicologicamente.

Todos concordam, dão um beijo em minha testa e de um por um vão se dirigindo até a porta. Porém, antes que eles saiam eu os chamo.

— Meninos — eles se viram para mim. —, eu amo vocês.

— Nós também te amamos — Subaru diz, fechando a porta. — Boa noite, Sayuri.

Eles saem e eu deito novamente em minha cama, rezando para qualquer deus que possa existir para que eu tenha a oportunidade de ver esses quatro mais uma vez. A minha noite não é nem um pouco tranquila. Tenho uma sensação estranha enquanto durmo e acordo com um sobressalto. No momento em que abro os olhos vejo que minha intuição estava certa. Alguém está no quarto comigo e quando vejo sua silhueta nas sombras tento levantar da cama para adotar uma posição defensiva, mas sou muito lenta por causa do sono e a pessoa que está em meu quarto se lança para cima de mim com uma velocidade incrível. A primeira coisa que sinto é a lâmina fria de uma kunai em meu pescoço, depois sinto a pressão de outro corpo em cima do meu e logo reconheço o rosto de meu agressor: Sasuke. Minha expressão se torna de pura raiva. Ele percebe meu desconforto e pressiona um pouco mais a kunai em meu pescoço.

— Agora você não tem mais ninguém para te salvar, Sayuri — ele sussurra.

— Eu não preciso de ninguém para me salvar, Sasuke.

Ergo meu corpo para cima e usando toda a minha força – e com o maior cuidado para não cortar meu pescoço – giro nossos corpos com rapidez e agilidade. Sasuke se surpreende quando eu apareço em cima dele. Entretanto, diferente da posição em que ele estava em cima de mim, eu não tenho tempo de abrir as pernas e sentar em cima dele, estou mais preocupada em segurar seu braço com a kunai acima de sua cabeça. Nossos rostos estão muito próximos e eu não sei o que fazer, se eu descer mais um pouco vamos acabar fazendo algo terrível e se eu soltá-lo ele vai cortar meu pescoço sem nem pensar duas vezes.

— Parece que chegamos a um impasse — ele diz, fitando-me.

— Eu só tenho uma pergunta: que diabo você está fazendo no meu quarto?

Ao invés de me responder Sasuke faz algo que me surpreende. Ele ri. Sim, ri. Simples assim. Mas não é uma risada bonita ou fofa, pelo contrário é algo bem psicopata que me assusta até a raiz dos cabelos. No momento em que ele para, força seu braço para cima, tentando se soltar de mim, mas eu foço novamente para baixo e em uma dessas tentativas, minha mão acaba escorrendo e, sem aviso nenhum, minha cabeça vai de encontro com a dele.

Tudo parece ficar em câmera lenta. No primeiro segundo nossos rostos vão de encontro um com outro, nós dois sabemos o que vai acontecer, mas é tão rápido que não temos tempo de evitar. No segundo seguinte sinto nossos lábios entrando em contato um com o outro, eles pressionam um ao outro e a situação fica bem constrangedora porque ainda estamos de olhos abertos. E no último segundo faço uma coisa que surpreende mais a mim mesma do que a Sasuke. Eu pego seu outro braço e o ergo acima de sua cabeça também, o mantenho assim, preso. Ajeito minhas pernas, sentando em cima dele. Nossos olhos se fecham. Nossas bocas não se desencostam, pelo contrário, elas se abrem. Minhas mãos escorregam de seus pulsos para dentro das mãos dele e, por incrível que pareça, nossos dedos de entrelaçam. Eu sinto a língua de Sasuke entrar na minha boca antes mesmo de pensar que isso viraria um beijo de língua. Porém, não faço nada além de colocar a minha própria língua em cena.

Eu podia dizer a você tudo o que está se passando pela minha cabeça, mas não vou fazer isso porque meu cérebro simplesmente desligou. Acredito que foi uma emoção forte demais para ele processar. Quero dizer, eu estou beijando ninguém mais, ninguém menos que Sasuke Uchiha, o homem que mais me odeia na face da terra. Será que eu morri e fui para o inferno? Bem, se sim, então nada mais justo que abraçar o capeta logo de uma vez.

Sasuke solta sua mão da minha e segura minha cintura com uma brutalidade que me faz pensar nas marcas que ficaram na manhã seguinte. O beijo se intensifica mais um pouco – se é que isso é possível. Ele ergue um pouco o corpo e minhas mãos vão de encontro com a sua nuca. O Uchiha morde meu lábio inferior não muito forte e o puxa com o dente. Devo dizer que adoro isso em um beijo e acabo, sem querer, deixando um suspiro baixo de prazer escapar de minha boca.

E, assim como começou, o momento acaba. No momento em que começo a me entregar de verdade ao beijo, Sasuke o interrompe e me empurra de seu colo como se tivesse descoberto que eu tenho alguma doença contagiosa. Ele levanta da cama e me olha com uma cara de puro pavor por alguns segundos antes de se dirigir até a janela.

— Sasuke — chamo, engatinhando na cama para chegar até ele.

Mas ele pula. E vai embora. Deixando comigo apenas o vento balançando as cortinas de um lado para o outro e a lembrança de um beijo que foi, de longe, incrível.


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