Triunfo escrita por Helen
A memória de uma batalha travada
Nada mais me traz à tona.
Como águas de um rio,
minhas dores são passadas,
E todos os dias me levanto
para viver novamente.
Respiro profundamente,
apreciando a vida.
Estar vivo, hoje,
é minha maior alegria,
o meu maior consolo
por todos os medos
que eu acumulei.
Acreditando na epifania
do cotidiano tão comum,
sigo em frente pensando
como não ser só mais um?
Como fazer minha vida
valer a pena?
Como fazer meu coração
ecoar pelo mundo,
entre os outros corações?
Quero voar com o vento,
escorregar como a chuva,
sentir o cheiro das coisas,
sentir a vitória nas lutas.
Cada dia hei de triunfar sobre mim,
emergindo da lagoa de tristezas,
cravando os pés na areia da redenção.
O horizonte é sempre o mesmo,
mas ele nunca me interessou de verdade.
Temo o horizonte, pois está além do que alcanço.
Mas ao invés de olhar aquilo que não entendo,
me apego àquilo que posso compreender.
E olhando dentro de mim percebo,
tantos animais aos quais Adão não deu nome,
e penso, como filho dele,
não seria meu papel nomeá-los?
Não darei mais voz à minha confusão:
sei bem quem são as vozes com quem falo.
Aconselhamentos podem ser inválidos,
e aprendi isso traindo meus próprios conselhos.
Pulsa, vida, diante de mim!
Que eu quero tê-la em meus braços.
Os dias repetitivos se seguem,
imunes aos meus bagaços.
"Meu bem o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente,
tome um refrigerante, coma um cachorro-quente.
Sim, já é outra viagem.
E o meu coração selvagem tem essa pressa de viver."
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