The Haunted Guardian Falls escrita por Stelie


Capítulo 1
Welcome to Guardian Falls!


Notas iniciais do capítulo

?”??”? ̥?—?୭˚Queria começar agradecendo a todos vocês por estarem aqui, muito obrigada e sejam bem-vindos a The Haunted Guardian Falls!
?”??”? ̥?—?୭˚Para os que não que conhecem, muito prazer, eu sou a May! Vai ser uma honra tê-los aqui acompanhando a história (e surtando) junto comigo.
?”??”? ̥?—?୭˚ Essa obra foi postada pela primeira vez no Spirit Fanfics como uma história INTERATIVA. Ou seja, alguns dos personagens dessa história foram feitos pelos próprios leitores.
?”??”? ̥?—?୭˚ Essa história possui um elenco e os intérpretes dos personagens serão informados nas notas finais de todos os capítulos. Como alguns dos personagens são dos leitores, deixarei o user deles do Spirit Fanfics junto do elenco nas notas finais. Para você que não gosta dessa coisa de elenco, não se preocupe, ainda haverá descrição dos personagens na escrita da história.
?”??”? ̥?—?୭˚ PLÁGIO É CRIME E SERÁ DENUNCIADO!
?”??”? ̥?—?୭˚ As minhas maiores inspirações para a história foram Supernatural, The Vampire Diaries e Gravity Falls!
?”??”? ̥?—?୭˚Este livro contém: linguagem imprópria, insinuação de sexo, cenas de tortura e violência extrema.
?”??”? ̥?—?୭˚Novamente, sejam bem-vindes a The Haunted Guardian Falls!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797714/chapter/1

A Mystery House era umas das lojas mais frequentadas de Guardian Falls. As pessoas de lá costumavam ter um grande apreço por antiguidades, por isso viviam indo para lá. Se bem que alguns iam lá porque achavam que alguns objetos eram amaldiçoados. Obviamente, assistiam muitos filmes de terror, era o que o velho e rabugento John Ryans sempre dizia. Porém, a Mystery House fechava aos domingos. Essa foi a razão pela qual John gritava e dava passos pesados e apressados para atender a porta, pronto para gritar e xingar seja lá quem for que estivesse incomodando-o em pleno domingo.

Mas, assim que ele abriu a porta, ele teve uma surpresa. Não eram clientes, mas sim seus netos, com malas e tudo, e com carinhas inocentes porém enganosas.

Naquele dia, John se lembrava de ter dito algo parecido com:

— Entra, entra, só não toquem em nada.

E ele sempre falava sério quando dizia para não tocarem em nada. John os guiou pela loja, mostrando sem interesse algumas antiguidades ali, apesar de a menina parar e ficar olhando para uma boneca de pano presa em uma cabine de vidro.

— Essa bo...

— Não toque nela, está presa por um motivo  — disse John, ríspido. — Blaise vai tirá-la daí amanhã.

E então, John mostrou toda a Mystery House para eles. Era uma casa com os azulejos estampados para parecerem madeira de verdade, e as paredes tinham um tom amarronzado e aconchegante. Mostrou os quartos, lá em cima, um quarto com duas camas para os meninos Daniel e Max...

— Hã... É Dave — corrigiu o garoto. Ao ver o olhar do avó, arregalou os olhos e se apressou ao acrescentar – Senhor.

— Tá, que seja.

E depois mostrou o quarto da garota, Allison, que o abraçou de repente enquanto ele torcia o rosto em estranheza, dizendo:

— Obrigada! Eu adorei, como sabia que lilás era minha cor favorita?

Ele não respondeu àquela pergunta. Continuou mostrando a Mystery House para eles, e tratou de deixá-los bem longe da porta de madeira no final do corredor, apesar do garoto, Dave, ficar curioso e querer bisbilhotar um pouco. Ele tentou abrir quando seu avô estava ocupado mostrando as antiguidades para Allison e Maxxie, mas a porta estava trancada.

John disse que, agora que ele já tinha feito o que tinha que fazer, eles poderiam ficar à vontade (sem mexer nas coisas da loja, é claro). A sala ficava logo depois da cozinha, havia CDs perto da televisão e filmes antigos no sofá, que John separou ali especialmente para que os netos ficassem entretidos e não enchessem o saco dele.

Então, sozinho, John telefonou para sua filha Shirley.

— Seus filhos chegaram — disse. — Sim, estão bem. Não, não precisa, coloquei um desenho para eles. É claro que é perigoso, mas não se preocupe, vou mantê-los na linha. Tá. Tchau, Shirley.

Na sala, Dave se levantou do sofá. Allison, que estava sentada de pernas cruzadas no tapete, ergueu a cabeça para ele e perguntou:

— Aonde você vai?

— Dar uma volta na cidade — disse, dando de ombros. — Querem vir?

Allison hesitou.

— E podemos? Ele disse para não sairmos da sala.

— Relaxa. Claro que podemos — disse Dave, dando um leve sorriso para tranquilizá-la. — Vem, Maxxie, leva sua câmera.  

— Legal! — Maxxie se levantou, mexendo na sua câmera.

Os dois andaram até a saída da sala, enquanto Allison continuada sentada e pensativa.

Dave parou para perguntar:

— Você vem?

Allison suspirou, se levantando.

— Eu é que não vou ficar aqui sozinha.

[ ... ]

Dave avisou o avô que iriam sair. Ele apenas deu de ombros e disse para não usarem drogas, não serem atropelados e para terem cuidado. Então, saíram da Mystery, com Maxxie fotografando todas as antiguidades e, por último, tirando foto da boneca de pano esquisita na cabine de vidro, vendo o flash iluminar seu rosto medonho por um segundo. Quando ele saiu, a cabeça da boneca pendeu até encostar no vidro e bater nele.

Os irmãos Ryans começaram a andar pela cidade.

Eles sempre foram unidos. Filhos de Shirley e Jack Ryans, eles tiveram que se virar no mundo e só tinham uns aos outros, já que seus pais viviam viajando ocupados com o trabalho. Tanto Shirley quanto Jack se formaram em Relações Internacionais e por isso passavam muito tempo fora. Ultimamente, souberam que iriam se ausentar por mais de um ano, e por isso mandaram seus filhos para morar com o avô.

Quando Dave era criança, ele aprendeu a cuidar dos irmãos mais novos do jeito dele. Sempre foi ele que correu atrás de coisas como fazer comida, limpar a casa e dar justificativas para seu irmão Maxxie, sentado na escadinha de fora e esperando seus pais chegarem do trabalho. Era sempre Dave que tinha que dizer que eles ligaram e avisaram que iriam ficar viajando por mais uns dias. Com o tempo, Allison também passou a ajudar em casa, e depois Maxxie. Eles também ficavam com a tia Audrey, amiga dos seus pais, e com o tio Fulano e Ciclano e Beltrano. Conheceram a vida de todos os amigos dos seus pais, menos a dos próprios pais.

Dave passeava com os irmãos no bosque, até chegar no centro da cidade. As lojas estavam fechadas porque era domingo. Mas o Grayson’s estava aberto até 12h. Eles entraram, escutando o tilintar dos sininhos pendurados na porta.

— Uau — disse Dave, dando um leve sorriso. — Temática anos 60. Gostei.

As paredes tinham um tom azul pastel. O piso tinha losango pretos e brancos se alternando. Uma música dos anos 60 tocava, Dave reconheceu que era Chuck Berry. As mesinhas eram redondas e brancas, com bancos redondos e de estofamento vermelho. Havia alguns quadros decorativos e retrô, novamente com a temática dos anos 60. O balcão ficava à esquerda, era retangular e de mármore cinza, e um homem de meia idade passava um pano ali. Ele ergueu os olhos para os irmãos e deu um sorriso de canto.

— Ah, oi. Podem se sentar onde quiserem, a Maya já vai atender vocês.

Os irmãos se sentaram em uma das mesas redondas no canto da lanchonete, Maxxie distraído mexendo em sua câmera, e Allison entretida com o cardápio que pegou no balcão.

— Será que aqui tem raves? — perguntou Maxxie, com a cabeça baixa enquanto mexia na câmera.

— Mesmo se tiver, não é lugar para você, Maxxie — disse Dave.

— Ah, claro, falou o santinho da família. — Maxxie revirou os olhos. — Espero que a escola seja tolerável pelo menos.

Dave não respondeu. Seu histórico escolar o fez ganhar uma bolsa na Empire Academy, uma escola particular de Guardian Falls. Seus irmãos, no entanto, iriam para a escola pública, Greenhouse High School. Ele não estava muito feliz em estudar longe dos seus irmãos, mas sua mãe foi bem clara. É claro que eles tiveram uma longa discussão antes de entrarem no ônibus e irem para Guardian Falls, e Dave não estava muito afim de pensar na escola naquele momento.

Ele ergueu os olhos ao ver uma garota da sua idade chegando perto da mesa. Ela tinha olhos azuis, cabelos longos, camisa xadrez e um boné velho com a aba virada para trás. Ela trazia três taças grandes de sorvete, cada um com chantilly em espiral no topo da taça e uma cereja.

— Hã... Desculpa, nós não pedimos isso — disse Dave.

— O primeiro sorvete é de graça para os novatos na cidade — disse ela, dando um sorriso rápido. — Cortesia da casa.

— Legal! — Maxxie comemorou, logo pegando o seu — Valeu!

A garota sorriu.

— Vocês devem ser os Ryans, não? Sou Maya. Eu trabalho na loja com seu avô. Só nos domingos que fico por aqui às vezes.

— Sou Dave — disse o irmão mais velho, dando um sorriso de canto.

— Allison — a garota deu um sorriso gentil, pegando sua taça — E esse garoto se empanturrando de sorvete aqui é o Maxxie.

Maxxie, com a boca cheia de sorvete, apenas deu uma piscadela.

Maya sorriu, e disse:

— Vou deixar vocês à vontade — ela começou a se afastar. — Bem-vindos a Guardian Falls.

— Ah, espere, pode falar pra gente se tem mais algum lugar aqui aberto em um domingo? Estamos fazendo um tour pela cidade — disse Dave.

— Bom, tem a biblioteca, que fica aberta até as duas da tarde. E a praça lá perto também é um bom lugar pra ficar. Geralmente tem mais lugares abertos, mas hoje a cidade está parada por causa do que aconteceu na sexta à noite.

Allison enrugou a testa em preocupação.

— O que aconteceu na sexta à noite?

Maya desviou o olhar, constrangida. Sua expressão assumiu uma sombra de tristeza.

— Uma garota morreu.

 

[ ... ]

 

Sharon Beauchamp sempre teve tudo na vida. Filha dos donos de uma funerária, ela usava as melhores roupas, das melhores lojas, das melhores marcas. Estudou desde sempre na Empire Academy, e era a abelha rainha daquele lugar. Qualquer um que a escutasse chegar se afastava para dar caminho à ela. Os sapatos pretos e bem polidos com tiras no meio dos seus pés, estampados pela meia branca que ia até os joelhos. A sala xadrez. A camisa social branca e a gravata preta. Os cabelos negros que balançavam quando ela andava. E, no caminho, ela empurrava um nerd e derrubava seus materiais, ou jogava suco em uma garota qualquer.

Ela era a garota mais popular do colégio. As pessoas sabiam que ela era arrogante, mesquinha e ambiciosa, mas deixavam tudo de lado. Afinal, Sharon era uma Beauchamp, sua família era uma entre as famílias fundadoras de Guardian Falls, e isso a tornava poderosa.

Seu reinado na Empire Academy foi longo, mas foi interrompido drasticamente numa sexta-feira à noite.

Sharon foi encontrada às duas da manhã, com seu corpo sem vida jogado no meio da floresta. Ainda estava com as roupas do colégio, manchadas de sangue. Sua garganta tinha sido rasgada por uma faca muito afiada, e havia marcas de agulhas em seu braço. A última parte foi ela mesma que provocou, afinal os jovens costumavam ir para aquela parte da floresta beber, dançar e transar após injetarem heroína em suas veias.

Foi um aluno da Greenhouse que ligou para a polícia. Logo depois, policiais vasculhavam a floresta e o delegado passava a mão no queixo em frustração, andando para lá e para cá enquanto o corpo de Sharon era colocado em um saco preto. Com fitas amarelas isolando a cena do crime e as luzes vermelhas e azuis das viaturas, alguns policiais interrogavam o garoto que achou o corpo.

Então, um sapato preto e bem polido pisou nas folhas amareladas caídas na terra. Um homem elegante ajeitou o terno preto na frente do peito, e andou lentamente até o delegado. Nathaniel Vanderwood era sempre o primeiro a saber quando havia um crime na cidade. Ele andou elegantemente até parar ao lado dos policiais, perguntando:

— Conseguiram alguma coisa?

O delegado balançou a cabeça.

— Nada — respondeu. — Isso não vai ser nada bom para a cidade.

— Eles não precisam saber — disse Nathaniel, com firmeza.

O delegado piscou.

— Como é?

— Essa investigação vai ser extremamente sigilosa, você sabe o que vai acontecer se souberem que ela foi assassinada desse jeito — disse Nathaniel, com o rosto sério e sombrio. — Diga que ela morreu de overdose, sei lá. Tudo menos isso.

— Mas, senhor, eu não entendo...

— Aqui — Nathaniel tirou a carteira do bolso e de lá tirou algumas notas de dinheiro, entregando-as na mão do delegado. — Isso vai te ajudar a entender.

Então, Nathaniel colocou as mãos nos bolsos do terno preto, e se retirou, caminhando elegantemente.

— Aonde você vai? — o delegado elevou a voz para que Nathaniel escutasse.

— Falar com o garoto. Fazer ele ficar de boca fechada.

[ ... ]

Dave estava sentado na cadeira diante da mesinha de madeira que sustentava um tabuleiro de xadrez de vidro. Seu avô, John Ryans, estava no caixa, anotando algumas coisas. Ele ergueu o olhar ligeiramente para Dave, notando-o um pouco cabisbaixo e quieto. John ficou pensativo por uns segundos, e então deu de ombros. Dane-se, não era da conta dele.

Então, John fechou os olhos por um segundo. Não era da conta dele. Mas, Dave estava sob seus cuidados. Então, de certa forma, era sim da conta dele. John suspirou, desistindo:

— Fala, garoto, o que é que está te incomodando?

Dave ergueu os olhos rapidamente, sendo tirado de seus pensamentos:

— Hã? Que? Nada, não. Eu tô bem —  disse Dave, passando a mão na nuca. — Acho.

John apenas arqueou uma das sobrancelhas, e Dave falou, suspirando:

— Tá, eu tô... confuso pensando numa coisa. Desde que eu vim para cá não paro de pensar que tem alguma coisa errada. — Dave olhou para o avô, que estava com o cotovelo apoiado no balcão em uma posição relaxada e casual — Quer dizer... eu continuo tendo esse pressentimento ruim e uma sensação... estranha. Não dá pra entender, não é?

— É normal, sabe, cidade nova, vida nova. —  Disse John, e então falou: —  Sua mãe contou que estava irritado com o colégio. Tem a ver com isso?

— Não, não — Dave balançou a cabeça. — Quer dizer... um pouco. Eu vou estudar em uma escola privada e eu tô nervoso pra caralho. Tipo, eu nunca lidei bem com gente rica. E também, não sei, eu não acho uma boa ideia ficar longe dos meus irmãos. Quem vai defender o Maxxie dos valentões? Quem vai ajudar a Allison com o dever de casa?

John deu de ombros.

— Seus irmãos vão saber se virar, fica tranquilo.

Dave baixou os olhos, apreensivo. Então, decidiu perguntar:

— O que aconteceu com ela? A garota que morreu...

John levantou um olhar sério para Dave. Então, abaixou a cabeça, abanando-a e suspirando:

— Sabia que ia me fazer essa pergunta – disse, e voltou a erguer a cabeça e olhar para o neto. – Os policiais disseram que foi overdose.

— E é verdade? Quer dizer, você acredita neles?

John levantou as sobrancelhas.

— Tá me perguntando se eu acredito num bando de tiras? É claro que não.

Dave deu um leve sorriso. Ele também nunca foi muito com a cara de policiais.

John saiu de trás do caixa, e começou a se retirar, dizendo:

— Olha, eu vou ali resolver umas coisas – olhou para Dave por cima do ombro. —  Vê se relaxa um pouco.

Dave sorriu.

— Obrigado.

Ele viu o avô se retirar, e suspirou.

John subiu as escadas, e andou um pouco. Foi até a porta de madeira que ficava no final do corredor, aquela que ele não permitia que ninguém mais além dele entrasse. Pegou a chave no bolso, destrancou a porta e a abriu, ouvindo um rangido lento.

John entrou. Armas de diversos tipos estavam penduradas nas paredes ou agrupadas nos cantos. Facas formavam uma fileira em uma mesa. Símbolos estranhos estavam desenhados em vermelho nas paredes de aço, e havia um grande livro aberto em uma das mesas com armas. No livro, tinha um esboço de uma criatura assustadora mostrando suas presas. Aquele tipo de criatura existia em Guardian Falls.

E o trabalho de John era matá-las.

*

Lá embaixo, na loja, Dave se levantou e sem querer esbarrou em uma prateleira, ouvindo o baque de alguma coisa pesada caindo. Ele praguejou, passando a mão na nuca e torcendo o rosto ao pensar o quanto estaria encrencado se quebrasse alguma coisa.

Então, se abaixou para ver o que tinha caído. Era um caderno volumoso de couro amarronzado, com páginas pesadas e aparentemente velhas. Dave pegou. Na capa, havia um símbolo estranho que ele não saberia descrever, mas que envolvia um pentagrama e símbolos místicos ao redor dele, com o número 1 logo abaixo do desenho.

Dave abriu o caderno.

Enrugou levemente a testa em confusão, sussurrando:

— Mas que merda...

Folheou as páginas. Ali havia esboços, rabiscos, textos escritos em uma caligrafia antiga e desenhos de criaturas monstruosas que Dave acreditava existir só na televisão. Olhou página por página, perplexo. A única coisa que conseguiu dizer foi:

— Mas o que raios é isso?

[ ... ]

A Mansão Vanderwood era uma das construções mais antigas e luxuosas da cidade. Parecia mais com um castelo, na verdade, com sua fachada toda escura e as pedras negras se encaixando. Ficava no alto de uma colina, e era ainda mais assustadora quando chovia e trovejava, porque assim que o céu escuro piscava e um raio descia poderoso, os trovões estrondavam no mesmo momento em que a Mansão Vanderwood era iluminada pelos raios, mesmo que apenas por um segundo.

Dentro da mansão, as paredes eram de um vermelho vinho. Havia quadros elegantes no hall, um lustre elegante no teto e uma escadaria enorme no centro. Em uma sala especial, a lareira esquentava o lugar e o deixava aconchegante. Havia um sofá de couro negro na parede direita e outro na esquerda, e poltronas do mesmo estilo espalhadas por ali, ao redor da mesinha de vidro que ficava no centro da sala, sustentando copos de vidro e garrafas de vinho e champanhe.

Na poltrona principal, Nathaniel estava sentado ali usando um terno chique enquanto tinha as pernas cruzadas elegantemente, com um dos cotovelos apoiados no braço da poltrona enquanto erguia uma taça de vinho. No sofá, Edgar e Charlene Beauchamp estavam sentados elegantes e de mãos dadas. Os Graysons, Keith e Maryse, estavam do outro lado da sala, no outro sofá, também de mãos dadas em preocupação. Ava Sinclair tinha acabado de se levantar para pegar uma taça de champanhe e agora seus saltos faziam barulho no piso enquanto ela andava relaxada de volta para a sua poltrona. E, na poltrona ao lado dela, Peter Ellingston estava calado e com seriedade no rosto, analisando cada pedaço daquela sala e com seus olhos negros gravando cada detalhe daquela conversa.

— Tem certeza de que o garoto não vai abrir a boca? — perguntou Keith.

Nathaniel direcionou o olhar para os Graysons. Disse, com o tom calmo e firme:

— Você sabe que eu não brinco em serviço, Grayson. Ele não vai falar nada, justamente porque tudo o que ele viu foi uma garota tendo uma overdose.

— O que você fez com ele? — perguntou Peter.

Nathaniel olhou distraidamente para o líquido vermelho em sua taça, e respondeu, sem tirar os olhos azuis dali:

— Hipnotizei ele, é claro. O que você esperava que eu fizesse?

— Isso foi um pouco drástico, não acha? — Peter ergueu uma das sobrancelhas.

— Você fala como se tivesse uma auréola na cabeça, Peter, e nós sabemos que você não tem. Não mais. — Nathaniel o viu semicerrar os olhos para ele em ameaça, e disse – Então, eu acho melhor você não questionar tanto assim os meus métodos. Já está feito, e não tem como voltar atrás.

— E quanto à minha filha? — perguntou Edgar.

— É para isso que estão aqui, não é? — disse Nathaniel — Alguém está matando os nossos, e todo mundo sabe que nossos inimigos não são poucos.

— Tivemos novos moradores hoje, na lanchonete —  disse Maryse Grayson. —  Ryans. Assim como John Ryans.

Os olhos azuis de Nathaniel adquiriram um brilho gélido e malicioso.

— Caçadores — rosnou, com desprezo. — Mas não acho que eles sejam os responsáveis por isso, tenho um acordo com John. Se ele tivesse quebrado, eu saberia.

— Então, foi alguém de fora — disse Ava. — Um humano, talvez?

— Pode ser qualquer um. — Nathaniel falou, os olhos presos em um ponto fixo enquanto pensava —  Mas seja lá quem for esse sujeito, eu vou descobrir.

Alguns ali se entreolharam com o silêncio que se instalou na sala. Nathaniel concluiu, o rosto sombrio e a voz firme:

— E, quando eu descobrir, eu vou matá-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Espero que tenham gostado e adoraria saber das suas opiniões ♥ ♥

ELENCO
Dave Ryans ?” Adam Brody
Allison Ryans ?” Mackenzie Foy
Maxxie Ryans ?” Jack Dylan Grazer
John Ryans ?” Timothy Omundsen
Maya Grayson ?” Barbara Palvin
Blaise Devine ?” James Kakonge
Keith Grayson ?” Michael C. Hall
Maryse Grayson ?” Holly Marie Combs
Edgar Beauchamp ?” Idris Elba
Charlene Beauchamp ?” Famke Janssen
Ava Sinclair ?” Lesley Ann-Brandt
Peter Ellingston ?” Manny Jacinto
Nathaniel Vanderwood ?” Àlvaro Rico



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Haunted Guardian Falls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.