Eclipse Lunar escrita por jujuba


Capítulo 14
Três vidas vividas em um dia


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!
Primeiro, FELIZ NATAL para todxs vocês!
Agora vamos de mais um capítulo para encerrar esse domingo cheio de informação que a nossa lobiinha está vivendo. Muito feliz com os comentários de vocês e minha cabeça tá girando com a quantidade de suposições que vocês levantaram sobre o futuro da fanfic... Quem será que mais se aproximou do que eu estou planejando?? Hahahaha.
Espero que gostem do cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797606/chapter/14

O domingo parecia não ter fim. Se alguma vez eu desejei que o dia tivesse mais de vinte e quatro horas foi porque eu não sabia do que estava falando. Tive que entrar pela janela do meu quarto (que visão linda deve ter sido fazer isso pelada!), mas assim que entrei coloquei um roupão e fui até a sala, onde podia ouvir a televisão ligada e os movimentos do meu avô. Velho Quil estava sério encarando a televisão, que estava em algum canal de notícias. Tentei não prestar atenção no jornal e perguntei se minha mãe tinha ligado com alguma novidade; a resposta foi negativa.

Entrei então no banheiro para tomar um banho e tentar relaxar os músculos. A água estava tão quente que minha pele ficou rapidamente vermelha, o banheiro se tornando uma pequena sauna. Deixei que a água caísse pela minha cabeça enquanto eu tentava controlar os meus pensamentos e emoções. Eu precisava de foco, precisava colocar os meus hormônios de adolescente de lado por um momento e tentar pensar nisso da forma mais objetiva possível para poder fazer algo. Não que eu pudesse fisicamente fazer algo, mas eu precisava ajudar os meus pais como podia.

Pensar na ordem de Sam me deixava nervosa. E percebi surpresa que mesmo estando na minha forma humana eu ainda me encontrava presa em suas palavras, minha mente em um estado caótico entre obedecer e se rebelar. Eu sabia que tinha mais força que isso para lutar, mas depois de tantas coisas que aconteceram no dia, depois de não ter tido um bom descanso, minha mente não tinha forças no momento.

Desliguei o chuveiro com um suspiro quando escutei os passos impacientes de Finn querendo entrar também. Penteei brevemente meus cabelos molhados e os enrolei em uma toalha. Finn não estava em um estado melhor que o meu, seu rosto estava abatido e amargurado. Ele me abraçou por um breve momento, me apertando em seu peito. Eu deixei que minha cabeça deitasse em seu ombro, mas me recusei a voltar a chorar – embora eu pudesse sentir o peito dele vibrar com as lágrimas. Eu não tinha tempo para isso, eu não podia me permitir mais sentar e chorar como tinha feito na floresta. Eu precisava agir. De alguma forma, em algum momento, eu precisava agir.

Soltei de Finn e fui para o meu quarto em silêncio. Olhei-me no espelho e suspirei. Os meus olhos estavam vermelhos e inchados do choro na floresta, meus lábios também estavam mais vermelhos do que o normal. Encarei a minha imagem e exigi, ordenei que ela se recompusesse. Puxei cada fibra de força do meu corpo e amenizei as linhas do cenho, destravei a boca pressionada e relaxei as maçãs do rosto. Melhor assim.

Eu não ia encontrar com Jacob ou o resto do bando até o penhasco e para isso precisava estar recomposta. Tudo bem que a perspectiva de ver Sam não me animava em nada, eu provavelmente ainda ia xingá-lo mais um pouco na minha mente, mas não tinha como ser de outra forma. Ele era o Alfa. Ele fazia o que bem entendia.

Vesti um vestido leve rosa salmão claro cheiro de pequenas bolinhas brancas e rosas. O vestido era mais alegre do que eu me sentia, mas esse era o propósito. O corte dele era triangular, com um babado nele, o que deixava o meu busto mais bonito. Calcei meus coturnos pretos de sempre e joguei por cima o cardigã creme que sempre usava. Enquanto eu secava o meu cabelo, escutei os passos do meu avô em direção ao meu quarto.

— Raven... – ele começou, mas um olhar duro meu o calou.

— Eu estou bem, vô – falei sem emoção na voz. Eu precisava estar bem para poder ajudar minha família daqui. Pensava que eles deveriam enviar os mais novos o quanto antes, por precaução. Ter um filho desaparecido já era o suficiente. Se os outros... Não, não me permiti pensar sobre isso.

— Você não precisa ir à Fogueira hoje se não quiser, é compreensível – ele disse mesmo assim.

— Você não vai? – perguntei.

— É claro que vou – ele disse confuso.

— Então por que eu não iria?

Meu avô se calou por um momento enquanto me olhava com seus pequenos olhos castanhos sábios. Ele parecia coletar mais informações sobre mim do que eu gostaria, mas eu já tinha percebido há algum tempo que ele era assim mesmo, Velho Quil era sábio, ele sabia interpretar as situações melhor do que ninguém.

Senti o meu queixo tremer com isso, tremer com a brecha que meu avô estava abrindo naquele momento em poder me alinhar em seus braços enrugados e me deixar ser consolada... Mas resisti. Eu não precisava ser consolada. Minha mãe, lá em Seattle, precisava ser consolada. Meus irmãos, lá em Seattle, precisavam ser consolados. Eu não tinha o direito de ser consolada.

— Como quiser – ele disse gentilmente – Se quiser conversar, estarei aqui.

Eu o observei se retirar do meu quarto e, quando ele estava longe o suficiente, desabei na cama ao sentir que os meus joelhos não iam mais me aguentar. Afundei minha cabeça nas minhas mãos, completamente perdida e meio desconectada da realidade. Parecia surreal demais que Chuck estivesse desaparecido em Seattle.

 

 

Chegamos ao penhasco com bastante antecedência, mas grande parte do bando e do Conselho Tribal já estavam lá. Eu estava mais controlada agora, tinha preparado a minha mente para os olhares de pena, para as consolações que eu receberia hoje. Estava pronta para sorrir com educação, agradecer o pesar de todos. Nada disso seria natural, mas deveria ser feito. Ninguém ali tinha culpa da dor que eu sentia, ninguém era responsável pela culpa que me corroía além de mim mesma.

Finn, que era o mais sensível, ainda estava com o rosto um pouco aparente do choro. Porém, Finn era mais sociável, mais suscetível a esquecer rancores e aceitar de bom grado e com verdade o abraço e palavras das pessoas. Eu gostaria de ser assim, mas não era.

Depois de cumprimentar a todos (e as conversas e olhares se desenrolaram exatamente como eu sabia que seria feito) eu me sentei em um tronco de árvore e encarei as chamas. O clima ao meu redor era de animação e alegria e eu não queria ser a nuvem negra deles, já bastava a que eu estava carregando desde quando saí de casa. Por isso, coloquei a minha expressão mais neutra e tentei agir como se compartilhasse daquele momento com eles. Não era legítimo, mas era o melhor que eu podia fazer. Não ia adiantar de nada espernear e reclamar, eu precisava recuperar o controle da situação e isso só seria feito se eu dançasse conforme a música. 

Eu escutei a voz de Jacob carregada pelo vento antes mesmo dele chegar próximo ao penhasco. Conseguia ouvir o esforço na voz dele para soar animado para Bella, mas não adiantou muito. Ela questionou qual era o problema e embora Jacob não tenha lhe contado, respeitando a nossa privacidade, eu podia sentir a curiosidade dela quase como se pudesse agarrar.

Alguém tinha colocado em minhas mãos um copo de refrigerante e eu o encarava enquanto os passos deles agora estavam próximos o suficiente para poderem ver a grande fogueira no centro de todos. Finn estava fielmente ao meu lado, seu humor melhorando um pouco enquanto conversava amenidades com Embry.

— Vem, deixa eu apresentar você a Raven – escutei Jacob dizer delicadamente para Bella. Eu erguei a cabeça quando ouvi o meu nome.

Primeiro olhei para ela, que me olhava tímida de volta. Então olhei para Jacob e senti soltar o ar dos meus pulmões. Eu não consegui não me sentir bem quando o olhava. Não consegui esconder o alívio em meu rosto ao vê-lo. Jacob sorriu na minha direção, embora os seus olhos estivessem com um pouco de olheiras e preocupados, o sorriso anuviou um pouco das nuvens pesadas que eu carregava. Trouxe um pouco de luz solar para a minha noite sombria.

Educadamente eu me levantei para cumprimentá-la, mas não conseguia tirar os meus olhos do dele. Não conseguia me desprender daquela sensação de calor e conforto que os olhos castanhos dele me causavam. Sua mão tomou a minha quando estávamos frente a frente e ele apertou meus dedos entre os seus. O seu toque dispersou mais algumas nuvens e eu me encontrei sorrindo de leve para ele.

Então olhei para Bella, que ainda me encarava, as bochechas coradas de desconforto. Não havia animosidade em seu olhar, mas havia dor. Se ela até agora não tinha adivinhado o porquê estava se sentindo assim, então nem batendo muito forte com um livro da razão faria diferença.

— Olá, Bella – eu disse amigavelmente – É um prazer finalmente conhecê-la.

— Oi, Raven. Er... É um prazer te conhecer também – ela disse e pegou a minha mão livre que eu estendia em sua direção em um cumprimento formal. Era o máximo que eu poderia ir, mas estava feliz comigo mesma em não ter sentido sentimentos negativos para com ela nesse momento.

— Eu estava falando para Bella que ela vai ter o prazer de me ver comer uma vaca inteira como desfecho de hoje – Jacob disse sorrindo para mim, feliz por perceber que essa situação não estava me machucando.

Eu lhe abri um sorriso maior e então olhei para ela – Não é tão agradável de presenciar quanto ele faz soar.

Bella sorriu um pouco. Então Seth nos viu e veio até nós para cumprimentar animadamente a nova integrante. Jacob passou o braço em meu pescoço e beijou a minha têmpora, sussurrando um “eu te amo” no meu ouvido, só para mim. Eu lhe abri o meu melhor sorriso dentro daquelas circunstâncias.

Houve uma agitação e provocação enquanto Bella se sentava com o bando que quebrou ainda mais o gelo, principalmente sobre o cheiro de vampiro que a rodeava, quase fazendo parte de quem ela era. Acabamos nos sentando lado a lado, Jacob estava sentado ao chão com as costas apoiadas em meu joelho. Ele e os meninos começaram a atacar os cachorros-quentes antes mesmo que qualquer um de nós pensasse em começar a comer, Emily teve que ralhar um pouco com eles.

Eu não estava com tanta fome. Se eu comesse algo era capaz de colocar para fora. Bella não comeu quase nada também, eu podia ver pela forma como ela retorcia um pouco suas mãos que ela estava nervosa. Descobri que não queria que ela ficasse desconfortável ao meu lado. Não que eu queria virar amiga dela, eu só não queria ninguém me olhando de esguelha o tempo todo e se retorcendo o suficiente para me irritar.

— Jake disse que você já conhece algumas das lendas – eu disse, a olhando.

— Ah, sim. Bom, só uma na verdade – ela disse, sua voz um pouco trêmula – Só conheço a dos Frios.

— Não é estranho para você estar em uma roda cheia de lobisomens prontos para amaldiçoar vampiros? – perguntei em tom de brincadeira, mas realmente curiosa. Essa dualidade em que ela vivia eu não tinha ideia de como poderia ser.

Ela sorriu um pouco, tímida. – Não mais do que eu estou acostumada desde o verão passado.

— Ah, eu posso te garantir que eles aprenderam xingamentos novos – falei – Você ficaria surpresa.

Ela me olhou por um breve momento, seus olhos cor de chocolate expressando curiosidade, um pouco de receio e interesse. Ela tinha expressões muito explícitas, nem era muito difícil saber o que se passava em sua cabeça.

— Você faz parte do bando também, né? – ela disse.

Eu lhe abri um sorriso mais amargo do que feliz ao responder – Sim.

— Você gosta?

Eu parei um momento para responder da forma mais honesta possível, mas sem querer revelar nada demais também. Eu sentia a atenção de Jacob na nossa conversa, embora ele agora estava competindo com Finn quem conseguia colocar mais cachorros quentes dentro da boca (o que era um pouco nojento, para não falar infantil).

— Tem os seus prós e contras, como tudo na vida eu acho – respondi por fim e então olhei para o topo da cabeça de Jacob e depois de Finn – Mas mais prós do que contras.

— Deve ser difícil ser a única garota no grupo – ela disse desviando os olhos de mim, encarando o fogo agora.

Hm, isso não era algo que eu podia revelar a ela por ordem de Sam. Não podíamos falar com outras pessoas, principalmente adoradores de vampiros, sobre o número ou os integrantes do bando. Por isso eu não a respondi.

— Você mal comeu – Jacob disse depois de alguns momentos me oferecendo novamente um cachorro quente.

— Não estou com fome – falei.

Ele virou o seu corpo para mim, encarando-me nos olhos. Sua expressão trazia um franzido de preocupação e ele estendeu novamente o cachorro quente para mim. Realmente era difícil para um integrante do bando não sentir fome, para não falar preocupante. Eu suspirei porque sabia que ele não ia desistir até eu dar uma mordida pelo menos. Abri a boca a dei a maior mordida que eu já tinha dado em um lanche, enchendo a minha boca.

— Satisfeito? – perguntei com a boca cheia.

Jacob sorriu com humor – Muito, mas não vou te oferecer de novo se não você vai acabar com os lanches. E eu ainda estou com fome.

— Como isso é possível eu não entendo – falei limpando a boca e mastigando rápido algumas vezes e então fazendo o lanche descer, o que foi um pouco difícil, pois minha garganta estava seca.

Paul nos interrompeu ao perguntar a Jacob se ele ia comer aquela salsicha que estava em suas mãos. Como Jacob sempre adorava provocar Paul, ele refletiu um pouco antes de jogar a comida para o amigo, que estava começando a ficar irritado, mas logo se acalmou ao receber a salsicha.

Sem um aviso verbal, a energia do círculo em que estávamos abaixou para algo silencioso, quase místico. Jacob se levantou e então sentou-se ao meu lado, passando o braço em meus ombros. Eu me deixei encostar nele, embora todo o meu corpo agora estivesse atento para as lições que os anciões iriam nos passar.

Foi Billy, com sua voz de trovão, quem começou a falar. O seu timbre ressoava pelos quatro ventos, me atingindo com um poder antigo, tão antigo que fazia a minha pele se arrepiar. Ele tocou profundo na minha ancestralidade. Eu não precisei lutar para prestar atenção, não tinha como me desligar desse momento. Billy iniciou com a história sobre Kahelela e os espíritos-guerreiros e das lutas que eles travavam com outras tribos da região, inclusive os Makah. Falou durante longos minutos sobre como Kahelela, o primeiro Chefe Espírito que utilizou das habilidades da tribo para afugentar os invasores, como realizavam truques para manter os homens longes de nossas terras. Então falou sobre a história de Taha Aki e Utlapa, sobre a insatisfação do traidor, que queria conquistar mais terras do que apenas defender o território.

Fiquei surpresa ao saber que nessa época os espíritos-guerreiros já podiam ouvir os pensamentos um dos outros e como foi assim que Taha Aki soube das intenções de Utlapa e o exilou. Então sobre a emboscada, o aprisionamento de Taha Aki no Mundo Espiritual e das longas semanas em sofrimento que ele passou ao ver a tribo definhar com os caprichos de Utlapa, que tinha lhe roubado o corpo e se passava por ele.

Quando Billy mencionou sobre o lobo que Taha Aki pediu passagem para habitar, senti o meu corpo se arrepiar de novo. Era como se, mesmo na forma humana agora, a grande loba branca dentro de mim abrisse os olhos de seu descanso em sua toca para me saudar, fazendo-se presente em meu coração, em minha alma e na minha consciência. A voz de trovão de Billy ressoou mais uma vez nas profundezas do meu ser, atingindo de novo a loba branca quando falou sobre a raiva de Taha Aki ao ver Utlapa matar um dos guerreiros que, ao perceber que havia algo de diferente no lobo, viajou para o Mundo Espiritual para conversar com o Chefe Espírito e foi morto; sobre a raiva de Taha Aki ser tão intensa que ele, ao voltar ao corpo do lobo, causou a primeira transformação. Eu senti meus olhos se fecharem conforme Billy falava, por trás das minhas pálpebras a loba me encarava de volta com seu olhar âmbar selvagem e ferino, o pelo perfeitamente longo e branco como a neve, os olhos brilhando. Eu a sentia aqui, nesse exato momento como uma grande sombra feita da fumaça da fogueira, me observando.

Quil provocou Sam quando Billy mencionou sobre a diferença na cor dos pelos dos lobos e como isso, acreditavam antigamente, refletiam quem os guerreiros eram de verdade. Eu não me permiti, assim como Billy, a me distrair. Estava tão envolvida na história que era como se o próprio Taha Aki estivesse aqui, ao meu lado me sussurrando sua história. O meu sangue parecia ferver com a magia da minha ancestralidade, com o poder que eu carregava e como isso era transformador. As imagens dos acontecimentos se desdobravam em minha mente como se fossem memórias resgatadas no consciente coletivo do bando. 

Quando Billy terminou de contar a história do primeiro homem-lobo, ele deu passagem para o meu avô iniciar a história da terceira esposa. Eu nunca tinha ouvido falar dessa. Permaneci de olhos fechados, deixando que o poder da voz profunda do meu avô me levasse para longe dali, me conectava com os ancestrais e me trazia mais clareza nesse momento de tamanha angústia que eu passava.

Essa lenda começou com um ataque as tribos Quileutes e vizinhas, gerando medo e caos em uma época em que Taha Aki já tinha desistido de seu espírito-guerreiro e voltara a envelhecer. Foi preocupante o suficiente para que Taha Wi, um dos muitos filhos de Taha Aki, iniciasse uma busca com seus irmãos lobos em busca da criatura que estava causando isso. A minha pele se arrepiou de repulsa quando Velho Quil falou sobre o primeiro Frio que o bando se deparou, sobre a morte de muitos lobos até Yaha Uta voltar com um cadáver diferente e como descobriram mais tarde que a forma certa de garantir sua morte era queimando todas as partes do ser – o que era informação nova para mim. A loba branca dentro de mim soltou um rosnado de vibrar o meu peito, causando uma nova onda de arrepio pelo meu corpo.

Quando o meu avô falou sobre o sacrifício da terceira esposa senti os braços de Jacob se apertarem a minha volta em um reflexo ao mesmo tempo que eu aperta a sua mão na minha. Imprinting. Velho Quil estava finalizando a história falando sobre a herança genética aos poucos se transformando no decorrer dos anos, sendo resgatadas apenas quando Frios estivessem por perto ou quando a tribo precisava ser defendida novamente. Quando falou sobre Ephraim Black, um pequeno sorriso surgiu ao canto de meus lábios. Essa história eu conhecia.

— E assim os filhos de nossa tribo carregam novamente o fardo e compartilham o sacrifício que seus pais suportaram antes deles – meu avô finalizou.

Eu abri meus olhos, sentindo os olhos ambares da loba voltarem a se fechar em seu descanso merecido, aninhando-se dentro de mim novamente. Porém, não antes de escutar seu sussurro em minha alma. Não se preocupe, pequenina, vamos nos tornar mais fortes. E então, ninguém irá nos controlar

Jacob me encarava e ele foi a primeira pessoa que procurei o olhar quando as histórias acabaram. Eu sorri para ele, sentindo que meu corpo estava muito mais leve do que antes. O meu corpo vibrava com os resquícios da poderosa magia que nos fazia ser quem éramos e eu sabia que Jacob também sentia isso. Estávamos ligados para a vida inteira, para além-vida. Nada e nem ninguém poderia mudar isso.

A loba branca, antes de desaparecer por completo dentro de mim, rosnou em concordância. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eclipse Lunar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.