Cheguei 15 minutos atrasada. Não esperava que o local onde estava ocorrendo a festa era tão longe. Podia ouvir a música tocando do lado de fora. Peguei meu equipamento e sai correndo para não me atrasar mais.

Me chamo Beatrice Prior e tenho 23 anos. Depois de cursar 4 anos de jornalismo, estou quase me consagrando fotografa profissional. Tudo que tenho na vida devo a fotografia. E nas horas vagas, faço trabalho voluntário em alguns eventos como esse.

Assim que entrei, uma das responsáveis pela festa me deu um crachá de identificação e me informou que tinha direito a água e refrigerante a vontade. Então me pus a fotografar. Tudo estava lindo. Era o aniversário beneficente de uma instituição que ajudava idosos e crianças. Passei por casa barraquinha ouvindo atentamente os trabalhos que estavam sendo apresentados.

A comida também estava uma delícia. Experimentei um sanduiche de pão sírio recheado com um monte de coisas. Arranjei um lugar para comer sossegada e apreciar um pouco a banda que tocava. Eu não os conhecia, mas eles tocavam muito bem. O vocalista tinha uma voz muito bonita. Eram 4 rapazes.

Fiz algumas fotos deles e, assim que terminaram de tocar, corri para falar com o vocalista.

— Oi, boa noite – disse um pouco tímida – Fiz algumas fotos de vocês. Se quiserem é só me ligar.

Entreguei um cartão que tinha meu nome e meu telefone. O vocalista agradeceu e foi ajudar seus companheiros com o equipamento. Depois deles tocaram mais 2 bandas. Fiz algumas fotos de todas, mas não me chamaram muito a atenção.

Meu horário de trabalho era até as 23h, mas por volta das 22h eu já estava sentada e entediada. Além de mim, havia um outro fotografo que chegara depois. Além de ter facilitado a cobertura do evento, eu já tinha fotos mais do que suficientes.

Estava observando o movimento quando meu celular vibrou. Era Al, um garoto que conheci na faculdade me chamando pra ir pra sua casa. Por que não ir? Procurei minha “chefe” e perguntei se podia ir embora e graças a Deus ela me liberou.

Al morava do outro lado da cidade, mas como já era um pouco tarde, cheguei em cerca de 20 minutos. Eu e ele não tínhamos nada sério, mas era muito bom estar com ele.

Mandei uma mensagem avisando que tinha chegado e ele logo apareceu. Fomos direto para o seu quarto. Estava tudo escuro, mas eu gostava. Como morava sozinha, não precisava me preocupar em chegar tarde em casa e nem avisar onde eu estava.

— Onde você tava? – Ele perguntou enquanto acariciava meu cabelo.

— Fotografando do outro lado da cidade.

— Você trabalha muito sabia. Daqui a pouco vai me dizer que precisa ir porque tem que editar as fotos.

— Sabe de uma coisa? – Passei o dedo por seu peito – Minha “chefe” me deu uma semana de prazo

— Isso significa que...

— Significa que hoje eu sou todinha sua.

Então eu o beijei. Também queria aproveitar que os pais dele não estavam em casa, ou seja, sem risco de sermos interrompidos. Al me satisfazia, mas mal eu sabia que logo todos os meus sentimentos iriam virar de cabeça para baixo.