Sentada ao lado da cama de Abby na UTI do hospital Trippler do exército, Juliet Higgins se ofereceu para cuidar da amiga.

Abby ainda estava em estado crítico depois de quase oito horas de cirurgia. Foi complicado demais e Abby quase morreu duas vezes sob a mesa de cirurgia. Tim estava acabado. Elisa e Callen haviam ficado com ele no hospital, enquanto o restante dos amigos ia atrás do responsável.

Gibbs havia saído quase com fogo nos olhos. Só faltou mesmo ele importunar todo mundo do hospital por uma notícia, mas Jenny conseguiu convencer que isso só atrapalharia os médicos que estavam cuidando de Abby.

Pride estava no jardim do hospital. Amanda e Emily se recusaram a ficar no hotel sem poder ver a mãe pelo menos uma vez. Elas entraram e desabaram ao lado da cama dela.

Pride viu quando Juliet chegou acompanhada de Thomas e deu espaço para que ela se juntasse a eles.

Thomas havia pegado carinho por Abby. Ela o havia algemado, mas por algum motivo ele adorou que ela fez aquilo. Mas ver ela tão vulnerável, ligada a tantos aparelhos o deixava mal.

— Posso me sentar? – Kumu se sentou perto de Pride. – Você deve ser o pai daquela jovem que salvou Juliet.

— Sim. – Ele se virou e viu uma mulher de meia idade. – Ela é minha filha mais velha.

— Eu vi você aqui sozinho e pensei que talvez você quisesse alguma companhia. – Kumu o viu deixar uma lágrima cair. – Você tem mais filhos?

— Eu tenho uma filha juíza casada com um agente federal também. – Pride sorriu. – As duas são minhas preciosidades. Meus netos são meus tesouros.

— Eu entendo, apesar de nunca ter tido filhos. – Kumu se sentou na frente de Pride. – Mas eu trabalho com Juliet e ela é como uma filha. E a sua filha a salvou.

— Abby sempre foi protetora com as pessoas. – Pride se sentia à vontade. – A mãe dela, minha esposa, ficou no hotel. Ela estava chorando tanto que eu pensei em apenas deixar ela lá com meus amigos.

— - Pais são criaturas fascinantes. – Kumu sorriu. – E eu sei que no momento que sua esposa ficar melhor, ela vai querer ver a filha.

— Eu também tenho. – Pride olhou para ela. – Eu ainda não consigo entender como isso aconteceu.

— Pelo o que Juliet me contou, as duas estavam conversando em uma área aberta. – Kumu disse. – Então as duas notaram um alvo em Juliet e Abby a empurrou, tomando aquele tiro.

— Eu acho que Abby não era o alvo. – Pride olhou para Kumu.

— Como assim Higgins era o alvo? – Jenny perguntou quando falou com Pride. – Achamos que era Abby. Ela se encaixaria no padrão.

— Na verdade, Archie e eu tivemos um encontro rápido quando eu clonei o telefone dele. – Juliet olhou para todos. – Eu acho que ele seguiu eu e Thomas.

— Juliet, não saia do hospital, por favor. – Jenny quase implorou. – Archie está em um estado de frenesi. Ele errou o alvo e se ele achar que Abby estiver vulnerável, ele vai tentar chegar perto dela.

Isso fez Tim sair correndo com Tony atrás dele. O agente impediu que Tim dirigisse. Apesar de ser Ziva quem geralmente os colocava em perigo, ele sabia que o agente estava desesperado para chegar a Abby.

— Eu dirijo, ok? – Tony viu Tim olhar para ele com lágrimas. – Não vamos deixar nada acontecer com Abby.

— Vamos, Tony. – Tim se jogou no banco de trás.

Ele estava um caco ainda mais depois de voltar do hospital porque Jenny queria que ele dormisse direito.

Juliet tocou a mão de uma Abby imóvel. Ela deixou uma lágrima cair enquanto tentava não soluçar alto demais.

— Abby, eu nunca vou ser grata o suficiente por você ter me salvado desse tiro. – Juliet colocou um fio de cabelo de Abby na orelha. – Eu só queria que você acordasse.

Uma enfermeira lentamente se aproximou com uma seringa. A expressão séria não expressava suas verdadeiras intenções. Ela colocou a agulha na linha IV de Abby e empurrou o embolo.

Saindo sem um único som ou palavra, ela jogou a agulha no lixo e tirou as luvas.

Ela mandou uma mensagem digitada para outra pessoa e voltou ao seu serviço.

Juliet olhava pela janela. No momento, Amanda e Emily estavam conversando com Abby.

Juliet se virou, pensando ainda na enfermeira que entrou e vendo que os níveis de Abby haviam diminuído.

Ela mal chegou na campainha de enfermeira antes que os monitores de Abby se alinhassem e uma enxurrada de médicos e enfermeiras invadissem o quarto ao som do código azul.

As três foram retiradas do quarto quando a porta foi fechada e tanto Pride, Kumu, Tony e Tim ficaram estáticos. Amanda e Emily choravam e Kumu pegou Amanda em um abraço, confortando-a com uma pequena oração havaiana.

Emily foi para os braços de Pride. Tim chorava nos braços de Tony, que chorava copiosamente igual ao amigo.

Juliet sentiu os braços de Thomas e deixou as lágrimas caírem.

O alarme barulhento do código azul ainda tocava no hospital e o barulho do desfibrilador se tornaram demais para Tim. O homem sentiu como se seu corpo desligasse.

— Preciso de ajuda! – Tony impediu o amigo de bater a cabeça.

Tudo estava se tornando demais. Parecia um incrível caos.

Juliet por outro lado, sentiu algo vindo direto do fundo de seu corpo. Ela saiu do abraço de Thomas e saiu do hospital. Os olhos completamente vidrados e com um desejo de sangue.

— Juliet! – Thomas impediu que a porta da Ferrari se fechasse. – O que está fazendo?

— A merda que eu deveria ter feito desde que Archie fez com Abby. – Juliet tirou a mão de Thomas. – Vou acabar com aquele merda. Nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.

Thomas correu e pulou dentro do carro e colocou o cinto.

— Eu vou chamar o pessoal da NCIS. – Thomas disse. – Abby é parte da equipe deles.

— Chame até os vingadores. – Juliet olhou para o homem. – Sei que tem gente com vontade de matar esse animal como eu. Até mais se for possível.

Jenny viu todo mundo correr para dentro dos carros. Ela pegou uma arma e a preparou.

— Eu vou com vocês. – Jenny afirmou. – E acho que ninguém vai me impedir.

— Não mesmo, Jen. – Gibbs olhou para a esposa.

Tony Stark, Thor, Hulk, Strange, T’Challa, Loki, Steve Rogers, Natasha e até mesmo Pepper munida de uma armadura que seu marido havia feito para ela estavam a caminho.

Callen, Elisa, Sam, Kensi, Deeks também estavam prontos.

Steve, Danno, Tani, Junior e Lou também estavam prontos.

Rick, TC e Katsumoto se juntaram a Thomas e Juliet para acabar com Archie.

Lasalle, Brody, Sonja, Pride e Tony, todos com sede de sangue se juntaram a um número já grande de reforços.

Archie olhou para janela e viu as viaturas paradas, os super-heróis que o aguardavam e armas. Ele não tinha contado com um grande número.

Ele olhou para a casa e sabia em seu íntimo que era a última vez que via qualquer coisa.

E então, pegando a arma, ele a engatilhou e abriu a porta, cruzando seu destino final.