Aurora | Nárnia escrita por CandyStorm


Capítulo 13
Baile Real


Notas iniciais do capítulo

OiOi gente!
Foi mal a demora para atualizar, estive cheia de coisas para fazer nessas semanas, mas to aqui finalmente!



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— Pra quê tantos vestidos? - Emma pergunta levemente entediada, olhando para Susana e Lúcia que mexiam em uma pilha de vestidos no quarto.

— Você precisa escolher um vestido pro baile. Vai ficar linda, como uma princesa! - Lúcia responde com um sorriso encantado.

— Eu não sou uma princesa, Lu. Sou a general, e nem estava pensando em usar um vestido. - Emma bufou e Susana a olhou.

— Já sei! - a Pevensie mais velha exclama. - Vermelho ficaria perfeito, uma Aurora é bem reconhecida pela capa vermelha, certo?

— Susana, isso não é necessário...

— Chegaram! - Elin entra no quarto de Susana com mais uma pilha de vestidos nos braços, quase escondendo os cabelos ruivos. - São todos lindos, altezas.

— Obrigada, Elin. - Lúcia e Susana agradecem.

— Já escolheu seu vestido? - Susana pergunta para a ruiva.

— Provavelmente usarei o mesmo que usei na coroação. - Elin deu de ombros.

— Coisa nenhuma, precisa escolher um desses também. - Susana diz. - Cass vai querer dançar com você, precisa estar fantástica. Ele de fato é um ótimo dançarino.

Elin ficou corada, e Emma caiu na risada, fazendo as três a sua frente a encararem com o cenho franzido.

— Do que está rindo? - Lúcia pergunta começando a deixar o riso escapar também.

— Eu duvido Cass chegar na Elin no baile. - Emma respirou fundo tentando parar de rir. - Olha, meu amigo adora você, de verdade. Mas, aquele soldado é mais lento que uma preguiça. É mais fácil você o convidar pra dançar.

— Bom, talvez eu o convide mesmo. - diz Elin pensativa e as bochechas rosadas. - Quem disse que damas não podem convidar os cavaleiros para dançar?

— Isso mesmo, tome iniciativa. - Susana incentiva. - Emma também deveria.

— Que? - Emma franziu o cenho olhando Susana se divertindo com a situação. - Do que está falando?

— De você e o Pedro, é claro. - falou erguendo uma sobrancelha e os braços.

— Pedro não parava de falar em você quando você não estava. - Lúcia disse sorrindo.

— São um bonito casal. - Elin falou sorrindo também.

— Vocês estão falando tolices. - Emma se levantou da cama. - Somos amigos e ele é o Rei, O Grande, O Magnífico, Senhor de Cair Paravel e das Ilhas Solitárias. Não temos nada a ver.

— Sem esses títulos e a coroa, ele continua o mesmo Pedro que você conheceu no bosque, lembra? - Lúcia fala. - Não tente esconder, até a profecia revelou isso, Emma.

— Do que está dizendo, Lu? - Emma pergunta confusa.

— Verdade, vossa alteza tem razão. - Elin concorda pensativa.

— Pensa, Emma. - Lúcia diz. - Para o Magnífico uma âncora. Para a Feiticeira um fim. Tudo cumprir com o Brilho da Aurora surgir.

— Você acabou com a Feiticeira, deu um fim nela. E agora é a âncora de Pedro, todos sabemos que ele leva você em consideração em tudo. - Susana diz, vendo Emma ainda com o cenho franzido.

— Isso é só um mal-entendido. - Emma vai até a porta do quarto. - Vou escolher minha roupa e me arrumar, vejo vocês em algumas horas.

Emma saiu do quarto,  deixando as garotas perplexas, mas Susana entendia a guerreira. Emma passou a vida em meio a guerra, sendo uma Aurora que daria sempre a vida por Nárnia, nunca deixava o amor bater na porta de seu coração, e quem tentava eram homens querendo o seu poder e sangue ao invés de realmente a amar.

[...]

O castelo de Cair Paravel estava lindo, mais que o normal. Com novas flores brancas, vermelhas e lilás em todos os vasos, castiçais de ouro iluminando todo o salão de baile, as árvores do exterior ajudaram com a decoração, criando galhos que se moldavam nos pilares e paredes internas, abrindo pequenos botões de flores brancas e outras vermelhas. Aos poucos os convidados de Arquelândia e narnianos chegavam, ocupando o espaço do salão, os Reis e Rainhas cumprimentavam um por um, com sorrisos e abraços calorosos.

A Rainha Lúcia usava um lindo vestido com alças caídas de cor nude quase cinza, a saia era da mesma cor e na parte do tronco era azul escuro, toda a saia era recheada de um bordado bege e de flores azuis espalhadas. A Rainha Susana usava um vestido azul claro, tinha a gola um pouco alta e mangas curtas, um desenho de folhas descia até metade da saia, de cores azuis pouco mais claras, ela usava o cabelo meio preso e cheio de cachos. Pedro e Edmundo estavam elegantes, ambos com calça preta e botas, a diferença era o casaco e a capa, a de Edmundo era de azul claro com desenhos prata no peito, e de Pedro era azul escuro com a capa dourada e detalhes na manga em dourado. Todos com suas coroas sobre a cabeça.

— Anunciando a chegada do Rei Lune e a Rainha Lars de Arquelândia. - um fauno anuncia. - E os Príncipes Corin e Cor, e a Princesa Mayla de Arquelândia. - uma trombeta soa.

Eles entram no salão pelo tapete vermelho, o Rei ao lado de sua Rainha com sorrisos meigos no rosto, logo atrás a princesa entre os dois príncipes gêmeos. Mayla usava um vestido laranja avermelhado com flores douradas nas alças e no busto com sua coroa dourada sobre os longos cabelos escuros e lisos.

— É um prazer conhece-los, Altezas. - o Rei Lune diz, ao chegar perto dos irmãos Pevensie.

— Sejam bem-vindos ao Castelo de Cair Paravel. - Susana diz.

— É um prazer também, conhece-los. - Pedro fala.

— Eu, minha família e meu povo, ficamos felizes em reestabelecer os laços com Nárnia. - o Rei Lune diz.

— Somos reinos vizinhos, temos que nos ajudar. - Edmundo se pronuncia.

— Aquela é a Aurora? - Mayla pergunta, olhando Emma distante em uma formação entre Floy e Cass.

Pedro seguiu o olhar da princesa, e sorriu. Emma usava o uniforme de soldado, mas era uma versão feminina. Calça preta e um casaco vermelho vinho que na frente era curto e atrás era maior. Ela estava séria olhando para o salão, como uma soldado preparada para qualquer ataque surpresa, se um dia alguém sem nenhum pingo de inteligência, tentar atacar o castelo mais bem protegido de Nárnia.

— De fato é ela, minha filha. - Lune responde. - Eu reconheceria uma Aurora em qualquer lugar, afinal, nasceram em Arquelândia. Pena só existir uma, e agora ela pertence a Nárnia.

— Emma é livre, ela escolheu ficar em Nárnia. - Pedro responde, ele viu que o Rei não tinha maldade em suas palavras, mas se incomodou com o que ele disse sobre Emma "pertencer" a alguém ou algum lugar.

— Claro. - o Rei responde.

[...]

— Precisa de alguma coisa? - Emma pergunta, ao olhar para o lado e ver o Príncipe Corin com o olhar perdido.

— Na verdade não. - ele sorriu. - Eu só vi você aqui, sozinha e pensei em fazer uma companhia.

— Ah, obrigada. - sorriu, voltando a olhar o salão onde a festa seguia barulhenta e alegre.

— É um grande prazer conhecer você, devo dizer que sou seu fã. - ele riu e Emma franziu o cenho.

— Meu fã? - riu. - Bom, é um prazer conhecer o Príncipe de Arquelândia. Você é o próximo na sucessão ao trono, certo?

— Seria, se eu não tivesse recusado a coroa a um bom tempo atrás. - ele afirmou. - Meu irmão, príncipe Cor, também não quer esse manto. 

— Então, a coroa vai ficar para...?

— Nossa irmã, Princesa Mayla, A Graciosa. - ele diz e procura alguém no meio do salão. - Ali está ela, conversando com o Rei Pedro.

Corin apontou, Emma seguiu o olhar e por segundos sustentou um sorriso. Mayla era linda, uma princesa digna do título de A Graciosa, mas, o sorriso sumiu ao ver Pedro tão feliz conversando com ela. Emma não sabia o que estava sentindo quando viu aquela cena, ficou profundamente incomodada e sua mente sentia uma pontada de inveja. Emma nunca sentiu algo parecido, uma compulsiva vontade de correr até Pedro e o afastar o quanto antes da linda e perfeita princesa. Mas, nada fez a guerreira. 

— De fato, sua irmã é graciosa. - forçou um sorriso, esperando não transparecer que fora incomodada por algo.

Emma, com o canto do olho conseguiu ver Cass e Floy se aproximarem com suas devidas posturas retas de soldados.

— General Sallow - chamou Floy com um tom que aparentava reverencia, mas Emma via a ironia de fundo, principalmente no sorrisinho que Floy carregava. - Nenhum problema nas últimas rondas.

— Muito bem, continuem monitorando por mais calmo que aparenta. - Emma diz com o queixo erguido.

— É admirável seu posto de general, Srta. Sallow. Nárnia deve se sentir grandemente protegida com você aqui. - Príncipe Corin diz, chamando a atenção dos três. Floy o olhou de cima.

— Alteza, é um prazer. - Cass faz reverencia e Floy o acompanha minimamente.

— O povo além de se sentirem protegidos, se sentem amados por terem Reis e Rainhas como os que temos. - Emma responde Corin, que não tirou seus olhos de Emma e nem o sorriso.

— Com certeza, General Sallow. - concordou.

— Alteza, já experimentou os bolinhos de ameixa? - Floy pergunta, se colocando ao lado de Emma e Cass o olhou segurando o riso.

— Ainda não tive a oportunidade, soldado. - Corin responde olhando Floy com irrelevancia.

— Eu recomendo que experimento antes que acabe. É uma especialidade de nossos cozinheiros. - insistiu e Emma o olhou torto com o cenho franzido.

— Então vocês já se conheceram. - Susana aparece, junto com a Rainha Lars e o Rei Lune, Pedro e Mayla estavam de braços dados, o que fez Emma olhar um pouco atravessado.

— Altezas. - Emma, Floy e Cass fazem reverencias.

— É um prazer conhecer uma Aurora pessoalmente. - a rainha Lars diz acenando com a cabeça.

— Ficaremos felizes em recebe-la em Arquelândia novamente. O castelo de Anvard estará sempre aberto para sua presença. E dos Reis e Rainhas com certeza. - o Rei Lune diz, o que fez Emma franzir levemente o cenho e olhar para Pedro pedindo explicação.

— Arquelândia pediu apoio para o treinamento dos soldados. - Pedro explica.

— Ah, claro. É uma honra. - Emma sorriu, mas no fundo ficou incomodada por Pedro não ter dito nada disso com ela antes de já ter confirmado com o próprio rei Lune.

— Bom, se me dão licença, preciso dançar essa agradável canção com minha Rainha. - Lune diz, pegando na mão de Lars e os dois vão ao salão.

— Srta. Sallow... - Mayla chama com um sorriso gentil e Emma a olhou surpresa. - Preciso agradecer você, por sua bravura de ter dado fim a Feiticeira, como diz a profecia. Cresci sem ver Natal, e graças a você e os Reis e Rainhas, finalmente o inverno acabou.

— Obrigada pelo elogio, Princesa Mayla. Todos tivemos um papel fundamental nessa batalha. Tudo pelo qual comemoramos hoje é graças a Aslam primeiramente, sem ele nada eu poderia ter feito.

Susana e Pedro dão um sorriso a resposta de Emma, ela nunca deixaria de citar Aslam, ele é o real motivo por Nárnia estar livre da maldade da Feiticeira. Ao longe Elin, a ruiva delicada se aproximava, as mãos suando e as bochechas avermelhadas de nervosismo. Emma olhou para frente e sorriu ao ver a ruiva se aproximar com seu vestido azul escuro que realçava os olhos dela.

— Elin, está linda. - Emma diz e Floy sorriu dando uma cotovelada "discreta" em Cass, que quase se engasgou enquanto estava hipnotizado pela ruiva. 

— Azul caí muito bem em você. - Susana diz e olhou para Cass. - Não é mesmo soldado Chadburn?

— Ãh... C-Claro. Azul caí muito bem em você, Srta. Elin. - Cass afirma.

— Obrigada. - sorriu gentil. - Soldado Chadburn, gostaria de dançar?

Mesmo envergonhada a ruiva conseguiu o convidar, causando surpresa no soldado, um olhar de cúmplice entre Emma e Susana, e Pedro e Floy seguram uma gargalhada na garganta apenas por verem a reação de Cass.

— É uma honra poder acompanha-la. - Cass finalmente fala, limpou a garganta e concedeu o braço para Elin segurar. Os dois se afastaram do grupo e seguiram a mesma direção do rei Lune e a Rainha.

— Já era hora. - comemorou Pedro soltando uma risada abafada.

— Muito corajosa da parte da moça. - Princesa Mayla diz, ao lado de Pedro.

— Algumas damas precisam ter iniciativa, nem sempre os homens percebem quando devem agir. - Susana diz, olhando especialmente para Emma.

— Emma...

— Srta. Sallow... 

Floy e Príncipe Corin falam juntos, ambos se inclinando em direção a morena que ficou confusa sem saber para qual olhar. Pedro franziu o cenho, engolindo em seco. Já Floy e o príncipe, se fuzilaram no segundo de silêncio, mas se apressaram nas palavras.

— Dança comigo? - ambos perguntam juntos.

Susana segurou o riso, Mayla abriu a boca surpresa, e Emma levanta o olhar para Pedro, o loiro a encarava esperando uma resposta, tentando decodificar o rosto da Aurora. Ele queria descobrir se ela estava interessada em um dos dois.

— Eu... - Emma tenta se pronunciar, ainda olhando para Pedro e seu oceano azul nos olhos. - Eu... Pedr...

— General Sallow! - um soldado a interrompe chegando no salão pelo corredor de sua direita, apressado e ofegante.

— O que houve, soldado Rawdart? - Emma muda a postura e sua voz volta a ficar mais séria.

— Uma intrusa desconhecida foi encontrada invadindo a ala das tropas. Ela estava armada. - avisou o soldado.

— Tudo bem. - Emma se virou rapidamente. - Me dão licença.

Antes que Emma pudesse se afastar mais, Pedro a chamou.

— Vou com você. 

— Não. - disse. - Fique, o rei Lune pode precisar conversar mais com você sobre meus deveres. - respondeu a morena tentando se segurar e Pedro ficou confuso. - Floy, vamos!

Emma não controlou o tom irônico, e Pedro notou. O loiro respirou fundo e olhou para Mayla que estava ao seu.

— Princesa Mayla, me concede essa dança? - Pedro convida a princesa e Emma ouve antes de se virar e sair correndo com Floy.

— Claro, Majestade. - Mayla responde estendendo a mão.

Pedro a levou pro meio do salão, enquanto ainda desviava o olhar a cada segundo para onde Emma havia corrido. Depois, Susana entra no seu campo de visão, olhando séria para ele. 

— Alteza... - Mayla chama, Pedro a olha, os dois já estavam dançando. Pedro com a mão nas costas da Princesa e outra segurando a mão, com passos de valsa lenta.

— Sim?

— Você sabe o quão importante é para nós, Arquelândeses, sermos aliados? - a princesa pergunta e Pedro franziu o cenho.

— Ambos reinos se ajudam, tanto Nárnia quanto Arquelândia possuem boas posses. - responde e vê a princesa suspirar.

— Vai além disso, meu Rei. - responde. - Arquelândia por anos já foi alvo de saqueadores, tivemos inúmeros conflitos com o reino vizinho, a Calormânia. 

— Onde quer chegar? - o loiro pergunta tentando entender.

— Meu pai vive com medo de outro conflito com eles. - diz. - São bárbaros e desumanos.

— Seu pai não citou isso na carta. - respondeu pensativo. - Esses conflitos tem que acabar, deve haver algo que possa fazer.

— Tenho certeza que você vai conseguir nos ajudar, alteza. - sorriu meigamente. - Não imagina o quanto ficaria grata por sua ajuda.

 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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