Esa Hembra es Mala escrita por Dark Angel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu devia estar estudando, mas essa ideia não saia da minha cabeça. Então, aqui tem outro devaneio de Dark Angel, Ryahkallena, Victoria Donovan e qualquer outro nome que eu use e tenha esquecido.
PS: Sabrina, você é a melhor melhor amiga que o universo poderia me dar.



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Nossa história se inicia quando Harry conheceu Sue. Ele soube, imediatamente, que deveria se casar com aquela mulher. Não foi apenas a beleza dela que lhe chamou a tenção, havia tanta pureza no olhar dela, que acabava refletindo em seu sorriso. Como não amar alguém tão cheio de luz? 

Foi apenas questão de tempo até Sue perceber que as intenções de Harry eram sinceras. Eles se casaram em um fim de tarde de outono, em um crepúsculo tão lindo que parecia ter sido o presente que os espíritos encontraram para dar àquele casal abençoado. 

Mas nem tudo é um mar de rosas. A família de Harry, que na época tinha uma pequena empreiteira familiar não via com bons olhos o matrimônio dos dois. Harry era um engenheiro civil formado enquanto Sue era descendente indígena que não fez faculdade. 

As provações vinham dos dois lados da família - e da tribo também, consequentemente.  

Desgastados pelas intrigas mas não prontos para desistir de seu amor, o jovens amantes decidiram se mudar para outro estado. “Se não puder estar a seu lado não estarei inteiro” disse Harry à Sue, certa noite. “Prefiro me desligar de minha tribo a perder você, que já faz parte de mim” replicou a jovem mulher. E assim os jovens amantes deixaram suas raízes para trás, rumo à um novo destino em Los Angeles. 

Embora os dois primeiros meses tenham sido difíceis, eles não desistiram. Logo as coisas começaram a se ajeitar. Harry conseguiu emprego em sua área. Um bom emprego, que permitiu Sue decidir se queria trabalhar ou não. Encarando a nova vida, Sue optou por tentar trabalhar antes de se decidir. 

Dois anos depois, em um intervalo que fazia durante o almoço na loja em que trabalhava uma colega chamou sua atenção para os enjoos que vinha sentido. 

—Não pode ser apenas estresse – frisou ela. 

Com a finalidade de matar a dúvida que a corroía, Sue se encaminhou até a primeira farmácia que viu e compro três testes de gravidez. 

Quando Harry chegou em casa e encontrou a esposa chorando, ficou confuso. Achou que se tratava de algo relacionado ao trabalho, já estava pronto para dizer à esposa que se demitisse se quisesse. Ele sempre deixaria ela decidir o que era melhor para si, afinal de contas. 

Mas não se tratava disso. 

Um ano depois Leah Clearwater estava em seu colo, depois de um longo dia de trabalho. Os olhos castanhos de sua menina faziam qualquer dia cansativo valer a pena. 

O tempo foi passando e Leah entrou na escola.  

Com um poder aquisitivo maior, por Harry ter subido de cargo na empresa, mudaram-se para uma casa maior.  

A vida estava boa. 

E então aconteceu de novo. 

Os enjoos chegavam pela manhã entes mesmo que Sue conseguisse dar um gole em seu café. Seth Clearwater nasceu em dia chuvoso de inverno. 

Leah já era uma mocinha e adorava ajudar a cuidar de seu irmão, sem negligenciar seus deveres de estudante, claro. 

No primeiro natal de Seth a família tinha muito o que comemorar. Uma filha linda e inteligente, um bebê saudável e amado, uma promoção à socio da empresa para Harry. Quem diria que as coisas poderiam melhorar tanto ao se afastarem de suas famílias? 

Quando Leah completou dez anos de idade e a família já morava em um dos melhores bairros de LA, em uma mansão com direito à empregados e tudo mais, os Clearwater foram chamados à escola. 

Ela deveria pular um ano. Estava avançada em relação à classe em que estava. Uma das professoras sugeriu que os pais a mandassem para um colégio interno, caso tivessem condições, assim ela aprenderia muito mais. 

A tristeza que se abateu sobre Sue quando deixou sua menina em um dos melhores colégios internos de toda a Espanha não podia ser posta em palavras. 

—É para meu bem, mamãe - sussurrava a pequena. - Eu vou estudar bastante para criar prédios altos que nem o papai! 

Seth chorou até dormir no voo de volta aos Estados Unidos. A ligação entre os irmãos era muito forte. 

A maior alegria da família era quando chegava a época de festas e sua menina voltava para casa. O Natal passou a ser o feriado favorito de todos. 

As crianças - que já não eram tão pequenas – ainda vestiam seus pijamas quando descriam as escadas para desejar feliz natal aos pais. 

Como Harry agora era socio da empresa, oferecia-se um jantar aos demais sócios e funcionários que viviam afastados de suas famílias. 

Leah já estava acostumada com isso, mas Seth ainda se mostrava envergonhado ao descer as escadas, assim, virou tradição para os irmãos descer as escadas juntos, segurando a mão um do outro. 

A cena trazia certo conforto aos pais. Mesmo passando tanto tempo fora do país Leah ainda tinha aquela ligação forte com seu irmão. 

—Você está linda, querida! - Disse Billy Black à uma Leah de vestido vermelho de babados. 

—Obrigado tio Billy! Eu comprei esse vestido na volta da escola. O papai te contou que estou estudando longe? 

—Sim, ele me disse que você era espera demais para as escolas deste país! 

—Não é bem isso – respondeu a menina, animada em poder falar da escola. - Eu queria uma escola boa para poder ajudar a fazer prédios altos que nem os que o papai e o senhor fazem. 

—É isso que você quer fazer quando crescer? - Perguntou Billy com admiração. 

Ele sempre nutrira um carinho especial pelos Clearwater, em especial pela garotinha à sua frente. Ela parecia tão adorável quanto suas filhas eram antes de entrar na adolescência. 

—Sim! Eu quero muito trabalhar com vocês! 

—Então, quando você se formar na faculdade, vou chamar você para trabalhar comigo. O que acha? 

Os olhos da pequena brilharam como estrelas. 

Ela passou o resto do feriado desenhando prédios e casas em folhas e ofício - que mais tarde seriam guardados por uma Sue emocionada e orgulhosa. 

Quando Seth completou oito anos os pais foram chamados à escola. Outro Clearwater teria melhor desempenho em um colégio interno mais desenvolvido. 

Dinheiro não era problema para a família, mas a saudade seria. 

Diferente de Leah, que foi para um colégio misto, Seth foi mandado para um colégio apenas para meninos. Como era muito tímido e retraído socialmente os pais acharam que isso o ajudaria. 

Ele nunca contou aos pais o quão difícil foi se adaptar ao lugar. 

Os meninos eram cruéis com os novatos e por ter descendência indígena se tornou alvo de chacota. 

Felizmente, dois meses depois de sua entrada na renomada escola o filho mais novo do Tio Billy foi aceito também. 

Jacob era mais velho que ele, mas a amizade fluiu naturalmente entre eles. Se tornaram melhores amigos. 

Quando Leah se formou no colegial decidiu voltar para seu país, mas não para a casa dos pais. Fez faculdade em Nova York, a cidade que nunca dorme. Foi lá que conheceu Samuel Uley. O rapaz era humilde, de família menos abastada que a dela, mas parecia sincero em seus sentimentos. 

Fo em um jantar de ação de graças que Leah apresentou o namorado aos pais. Os pais ficaram apreensivos durante todo o feriado. Não era a situação financeira do rapaz que incomodava, mas sim o olhar deslumbrado que ele lançava aos bens materiais que haviam ali. Parecia uma criança ao descobrir que os pais de Leah eram muito mais ricos do que imaginava. 

Não passou muito tempo até que ele pedisse a herdeira de tudo àquilo em casamento. E Leah, perdidamente apaixonada, aceitou. 

Em uma ligação feita tarde da noite ela contou aos pais a novidade. 

Billy e Sue conversaram até o adentrar da madrugada sobre como proceder e tentar mostrar a filha quem o noivo realmente era. 

A primeira coisa feita por eles foi contratar um detetive particular para investigar toda a vida do rapaz. 

Por dois meses eles dormiram mal, temendo não haver nada que fosse forte o bastante para afastá-los. 

Mas então veio. Um pacote grande havia sido entregue pela empregada diretamente à Sue em seu escritório, onde agora gerenciava sua própria empresa, especializada em celebrações de eventos beneficentes e eventos de gala. 

Sue ligou para Harry que voltou para casa na hora do almoço. O envelope continha fotos de Samuel beijando outra mulher. Em uma das fotos era nítido que ele usava a aliança de compromisso. Eram atuais. 

Aliviados e tristes ao mesmo tempo, pediram ao investigador para descobrir quem era a mulher. 

Sue quase caiu de sua cadeira poucos dias depois, ao descobrir que se tratava de Emily Young. Sua sobrinha. Prima de Leah! 

Seu coração se apertou e sem saber como proceder, a mãe chorou sendo amparada por Harry que também não sabia como proceder. 

Por força do destino, não foi necessária intervenção deles. Pouco antes do feriado de 4 de julho Leah ligou chorando contando que havia descoberto uma coisa horrível. 

Quando o feriado chegou ela foi para casa e chorou amparada por sua família. 

Já era difícil ser traída. Ser traída com uma prima que você nem sabia que tinha era demais para era! 

—Eu nunca gostei dele- dizia Seth, afagando o cabelo de sua irmã mais velha. 

Percebendo a tristeza aguda de sua primogênita, os Clearwater decidiram agir. 

Ligaram para as duas melhores amigas de Leah, as convidando para passar um tempo com eles. Victoria Donovan e Sabrina Mendiluce não hesitaram em ir apoiar a amiga. 

Leah se deu a liberdade de ficar uma semana fora do campus, para se recompor. 

As meninas fizeram compras e visitaram pontos turísticos no primeiro dia, tirando a cabeça de Leah da situação toda. 

Por terem crescido em um colégio de rotina tão rígida tinham por hábito acordar cedo e ir correr para se manterem saudáveis. Apenas Vic alegava que era para “ficar mais gostosa”. 

Foi durante a corrida do segundo dia de sua estadia ali que elas tiveram a infelicidade de encontrara Sam à espreita na rua de Leah. 

A cena foi desastrosa. 

Leah não teve uma reação imediata, dando margem para uma Victoria muito raivosa socar o rosto de Sam três vezes antes de finalmente se contida pelas amigas. 

—Se eu vir você perto dela de novo, eu acabo com você! Está ouvindo bem? Eu acabo com você! -Gritava ela enquanto era arrastada e volta para a casa pelas amigas. 

Quando finalmente todas se acalmaram Leah começou a rir. 

Foi a primeira vez que riu desde que havia chegado à casa dos pais. 

—Você é impossível! - disse ela para a morena de cabelo cacheado que parecia querer dar mais socos. 

—Você me conhece, gata! Eu protejo quem eu amo. E aquele babaca mereceu! 

—Ele merecia sim, mas onde aprendeu a socar daquele jeito? - perguntou Sabrina com uma curiosidade crua na voz.  - Eu achei que não ia conseguir te tirar de cima dele! 

—Você não ia. Mas achei que seria processada de novo se o socasse mais. 

Todas caíram na gargalhada. 

O clima parecia tão bom e leve que Sue não resistiu e se juntou àquele momento. 

Ela não conseguia acreditar que a adorável Victoria que pesava meros 50 quilos havia socado Samuel. 

Para provar que sua amiga era mais doida do que parecia, Leah fez questão de pegar as imagens das câmeras de segurança da entrada da casa vizinha e mostrar para os pais. 

Seth morria de rir ao ver a cena. Chegou a rodar a cena em looping. 

Quando a noite chegou e Leah já não ria tanto do acontecido, Sabrina entrou na sala com dois biquinis em mãos e mandou que Leah escolhesse um. 

Achando que seriam para nadar agora mesmo na piscina que havia nos fundos da propriedade, Leah escolheu o que era novo. 

Dez minutos depois Vic entrou pela porta com papeis em mão e mandando Leah se trocar. 

—Vista algo confortável. 

—O que você aprontou? -Questionou a Clearwater, desconfiada. 

—Meu novo melhor amigo nos concedeu um presente – respondeu ela, com um sorriso que faria o diabo tremer. 

—Você tem um novo melhor amigo? - questionou Leah, levemente fragilizada. 

—Tenho. Ele é preto e se chama Amex – respondeu Vic mostrando o cartão de crédito novo na mão esquerda. 

Rindo, Leah andou até o quarto e vestiu a roupa que havia sido separada por Sabrina. Estranhou o biquini não estar ali, mas confiava nas amigas, então não questionou. 

Quando saiu do quarto foi surpreendida por Seth que lhe pôs uma venda e a guiou até o carro. 

Ela não estava entendo o que significava tudo aquilo, mas não estava pensando em Sam, então decidiu apenas seguir a brincadeira. 

Quando eles chegaram ao aeroporto Seth retirou a venda. 

—Você está esquecendo que é tão jovem e temo resto da vida pela frente... A Vic teve a ideia e o papai e a mamãe aprovaram, você sabe... Agora que aquele cara está rondando nossa casa vai te fazer bem viajar um pouco – disse ele. 

Chocada com tudo, Leah apenas deixou que as amigas a guiassem através dos portões de embarque. 

Estavam a caminho de Ibiza. 

—Relaxa gata, o melhor jeito de esquecer um boy é sentando em outro – Disse Vic, da poltrona ao lado, atraindo a atenção de uma senhora de idade que estava sentada à sua frente. 

—Compostura Victoria – disse Sabrina, embora risse. 

—Desculpa, acho que esqueci depor isso na mala... Mas sabe o que eu trouxe? Biquínis minúsculos! 

—Achei que você fosse tentar o topless – disse Leah, entrando na brincadeira. 

—Eu vou- disse Vic, animada. - Os biquinis são pra você! 

O voo foi regado a champagne – a melhor vantagem da primeira classe, segundo Vic. 

Leah se pegou pensando em Sam momento ou outro, mas já não havia lagrimas para chorar. Suas melhores amigas haviam deixado suas vidas para vir ajudá-la a curar suas feridas. Isso valia mais do que um noivado. 

Enquanto as meninas dormiam, Leah observou o contraste criado em seu pequeno grupo. 

Vic vestia shorts de couro e coturnos com uma camiseta de banda que era coberta por um blazer alongado. A garota por si só era uma contradição. Se não a conhecesse, diria que era aluna de moda e não d direito. 

Sabrina parecia tão leve e esguia em suas roupas que deixava claro sua paixão pela dança. Ela poderia ser uma dançarina profissional se quisesse, mas era apaixonada demais por literatura- algo que ficava bem obvio se você lesse a camiseta dela que dizia – pare de drama, você não é Shakespeare – mas agora estava escondida sob sua jaqueta jeans. 

Leah observou suas roupas de corrida preta e se perguntou o que elas diziam sobre si para o mundo. Era obvio que as amigas sabiam bem quem eram, mas e ela? Ela sabia quem era? 

Foram doze horas de reflexão durante o voo, e quando aterrizaram uma Leah determinada saiu do avião. 

Ela queria aproveitar a vida. Queria ser a mulher que disse que seria quando era pequena. 

Ao chegar no hotel, as meninas realizaram uma videochamada com o s Clearwater para avisar que chegaram bem. Dando privacidade para Leah, as meninas se retiraram e a deixaram falar com a família sozinha. 

—Eu sabia que você ia gostar – dizia Seth. - Espero que se lembre disso quando comprar meu presente de natal! 

—Você é muito folgado mesmo! - Replicou ela, rindo. -Ainda estamos em julho e já está pensando no seu presente de natal! 

—É claro que estou, quero um presente bem legal, como essa sua viagem! 

—Só quando se formar, bonitinho. É jovem demais para viajar sozinho. 

—Eu poderia levar Jacob comigo, você sabe, ele se formou esse ano. 

—Jacob? Seu amigo que eu nunca conheci, só ouvi falar? Nem pensar! 

—Qual é Leah, ele é legal. Aposto que se dariam bem se se conhecessem! 

—Vou pensar no seu caso. Agora passa para a mamãe que quero falar com ela. 

Ela observou a imagem do rosto de Seth sumir e o de sua mãe aparecer no lugar. 

—Você gostou da surpresa, meu amor? - Perguntou Sue, esperando que a resposta fosse sim. 

—Eu amei mãe! O tempo no voo já foi útil para me fazer pensar. É por isso que pedi por você. Eu reparei que as meninas mostram muito da personalidade delas no que vestem... e fiquei pensando, eu tenho uma mãe tão elegante... eu poderia ser mais elegante também, não é? 

Sue deixou um soluço baixo escapar de seus lábios. Leah nunca soube que a família de Harry havia feito pouco caso dela por sua descendência. Sua menininha a achava uma mulher elegante e queria ser como ela. Não poderia haver elogio melhor no mundo. 

—Mamãe? Está tudo bem? 

Harry pegou aparelho das mãos de uma Sue chorosa e acalmou a filha. 

—Ela está bem sim, querida. E pode apostar que quando chegar haverá pilhas e pilhas de roupas novas em seu quarto te esperando, a julgar a expressão de sua mãe. 

Com uma despedida breve, Leah foi tomar banho e finalmente por um biquini para aproveitar o paraíso em que estava. 

As meninas aproveitaram o dia na praia e pela noite reservaram um bangalô próximo ao hotel. 

Garrafas de champagne não paravam de chegar, segundo Vic, era um livramento ficar sem Sam ou o TRAIDOR como ela havia o apelidado, então deviam comemorar. 

Leah não se importou com o apelido, na verdade, até gostou. 

Como se fosse uma cerimônia de batismo para a nova Leah, ela não reclamou quando Vic decidiu lhe dar um banho de Dom Perignon. 

Por volta das duas da manhã a música ainda era alta e a animação ainda se fazia presente. 

As roupas molhadas de champagne haviam sido retiradas e elas estavam de biquini cantando músicas em espanhol. 

 

—Voy a presentarte a esa, La que se duerme en tu cama, La que es toda una dama, La que no te pide nada, Pero le gusta lo mejor – Leah se permitiu cantar a plenos pulmões, para qualquer um ouvir. - Voy a presentarte a esa, La que dice que te ama, La que nunca dice no, La que daría hasta la vida, Con tal de hacerte feliz. 

Essa era sua despedida. Se ele queria ficar com La Hembra Mala, não seria ela a chorar por isso. 

—Esa hembra es mala, Esa hembra hace daño, Esa hembra no quiere, Esa hembra te miente, Esa hembra es mala, Trae veneno en los labios, Su caricia es insulto para tu corazón, Esa hembra que amas, Está jugando contigo, Esa hembra perfecta, Es puritita traición - Cantaram todas juntas, dando ainda mais emoção à musica de Gloria Trevi. 

Quando o relógio já marcava mais de quatro horas da manhã Sabrina reclamou de dor de estômago. Vic e Leah se entreolharam, já sabendo onde a história ia dar. 

—Ela só pode ser magra de ruim – comentou Vic. -Ela come tudo o que quer e às vezes passa mal. Como não engorda? 

—É inveja que ouço em sua voz? - Alfinetou a Clearwater. 

—Talvez – disse Vic, sem ter uma boa razão para negar àquilo. 

Pouco antes de o sol nascer Vic teve de carregar Sabrina para o quarto, ou ela continuaria dormindo ali mesmo. 

Tentando não rir da situação deplorável da amiga, Leah decidiu ficar e ver o sol nascer. 

Seria um novo dia, um novo começo, uma nova Leah. 

Quando os primeiros raios de sol despontaram pelo horizonte a morena se aproximou do mar, molhando os pés. Estava tão absorta na paisagem deslumbrante que se desenrolava diante de seus olhos que nem percebeu a aproximação de alguém. 

—Você parece determinada a mudar o mundo – disse o homem que se aproximou dela, também olhando o nascer do sol. 

—Não somos todos determinados a mudar mundo, pelos motivos certos? - Replicou ela, sem desviar os olhos da paisagem. 

Aquilo o pegou de surpresa. Tanto a resposta quanto o fato de ela nem ter olhado para ele. 

Não que ele tivesse a pretensão de fazê-la se apaixonar por ele com aquela frase, mas esperava ser ao menos interessante a ponto de ela querer olhá-lo. 

O homem observou o perfil da morena ser iluminado pelos raios solares que agora estavam mais fortes. 

Ele não sabia dizer o motivo, mas sentia que observá-la era muito mais interessante que observar o sol nascer. Ela brilhava mais que o sol. 

—Por favor, não entenda mal, mas eu vi você cantando com suas amigas umas horas atrás. 

Leah finalmente se dignou a olhar para o homem. 

Ele era mais bonito do que ela esperava. Muito mais bonito que Sam, ela devia admitir. 

Havia algo quente e acolhedor naqueles olhos castanhos que combinavam tão bem com a pele dourada e o cabelo preto. 

—Saber que você me observou horas atrás é meio estranho – disse ela, sem desvia os olhos dos dele. 

Uma sombra de vergonha passou pelo rosto dele. 

—Vocês pareciam cheias de emoção, não deu pra evitar. 

Leah sorriu. “Tinha muita emoção ali, mesmo”, pensou ela. 

Foi automático. Quando ela sorriu, ele sorriu também. 

Depois de mais alguns minutos conversando, sobre nada e tudo ao mesmo tempo, eles perceberam ter muito em comum. 

—Afinal de contas o que significa aquela música? - perguntou ele, em certo ponto da conversa. 

—Você não fala espanhol? 

Ele negou com a cabeça. 

—Significa “essa mulher é má”. 

Depois disso Leah percebeu que já era capaz de contar o que havia acontecido sem sentir vontade de chorar. 

Ambos riram quando Leah contou que Vic socou a cara de seu ex noivo e ele disse querer ver o vídeo um dia. Ficou ainda mais surpreso ao saber que Leah nem tinha ideia de para onde estava indo quando chegou ao aeroporto. 

Ela não sabia porque estava contando tudo à ele, mas se sentia bem ao fazê-lo. Então continuou.  não deu detalhes de sua vida, não disse de quem era filha ou onde estudava.  

Naquela noite ela não era um alvo por ser filha de uma família abastada. Naquela noite ela era Leah. Contou-lhe sobre suas histórias de colégio e seus filmes favoritos, ouvindo histórias sobre as irmãs dele e seu melhor amigo maluco que havia pregado uma peça no diretor da escola sem nunca ser descoberto. 

—Eu juro, ele é um gênio! - Dizia ele, ao falar do amigo. 

Quando os raios solares se tornaram fortes demais para ser agradável estar ali por tanto tempo, Leah lhe deu tchau e tomou o caminho de seu quarto.  

Entrou no quarto, encontrando uma Vic enrolada em uma toalha branca cantando uma música cujo refrão dizia Sue Me (me processe). 

—Você, sem dúvida alguma, nasceu para brigar em tribunais – disse ela, atraindo a atenção para si. 

Vic deu seu sorriso malvado nº 2, o que significava que ela faria perguntas indiscretas, mas não causaria mal a ninguém. Em tese. 

—E você nasceu para criar projetos incríveis. Como aquele cara da praia. Ele pode ser um projeto. 

Um sorriso tomou o rosto da Clearwater. Talvez Vic tivesse razão. 

Rumando para o quarto de Sabrina para ver como ela estava, as meninas passaram a manhã falando de como se divertiram e o que poderiam fazer nos demais dias. Apena quando contou sobre as conversas com àquele homem Leah percebeu não saber o nome dele. 

—Se for pra ser, vocês vão se encontrara de novo – disse Sabrina. 

Os dias da viagem passaram tão depressa que Leah pensou seriamente em estender suas ‘férias’. Mas não poderia pedir que as meninas parassem suas vidas por tanto tempo assim. 

Logo elas se encontravam no aeroporto, cada uma com sua passagem em mãos. Voltariam para suas casas e não para LA com Leah. 

Sabrina foi a primeira a embarcar, ruma à Madrid. 

Leah não queria deixar Vic sozinha no aeroporto, mas o voo para LA saia antes do de Londres, então ela teve de ir. 

Quando chegou à LA sua mãe a esperava no aeroporto. Leah sentia-se renovada, então não reclamou quando a mãe lhe arrastou para comprar roupas e sapatos ao invés de ir para casa. 

Em suas sacolas haviam saias lápis, camisas e ternos que a fizeram se apaixonar a primeira vista. Nada de Jeans gastos para a nova Leah. Ela seria tão forte quanto seus pais eram. Seria a garota que dizia que iria se tornar quando era criança. 

Quando a noite chegou, ela foi avisada de que Billy Black se juntaria a eles para o jantar. 

Como uma iniciação, Sue fez questão de ajudar Leah a se habituar com o novo guarda-roupa, ajudando a filha a combinar as peças e dosar a maquiagem. 

Quando Leah estava pronta para descer, encontrou Seth a esperando do lado de fora de seu quarto. 

O tempo havia passado tão depressa. Seu irmãozinho agora era mais alto que ela, mesmo em seus novos saltos de 10 centímetros. 

—Acho que não precisamos abandonar todas as tradições – disse Seth, lhe estendendo a mão. 

E como nos velhos tempos, os irmãos Clearwater desceram as escadas juntos atraindo os olhares para si. 

Era visível o brilho ao redor de Leah, que se mostrava muito mais feliz agora do que quando apresentou o infame namorado. 

Harry e Sue se entreolharam tendo certeza de que a viagem havia feito bem a filha e ficando felizes em saber que ela era sortuda a ponto de ter amigas tão boas quanto Victoria e Sabrina. 

—Tio Billy! — Disse Leah, indo em direção ao homem de roupas pretas parado perto a entrada. 

Ela lye envolveu em um abraço afetuoso. Apesar de não haver nenhuma ligação de sangue entre eles, ela sempre o considerou da família, bem como vice versa. 

—Querida, como você cresceu! Já é uma adulta! 

—Ora, não pareça tão surpreso, você já tem três filhos adultos – alfinetou Harry. 

—Três? – Indagou Leah. Em sua cabeça Billy tinha duas filhas adultas e um filho adolescente, da idade de Seth. 

—Eu sempre esqueço que você não conheceu Jacob – disse Billy. – Mas vamos resolver isso hoje, logo ele está aqui. 

E como se alguém tivesse o invocado, o homem passa pela porta. 

Mas não era qualquer homem, era o homem com quem Leah havia observado o nascer do sol e aberto seu coração.  

Droga, ela sabia que era só questão de tempo até se apaixonar por Jacob Black. Se é que já não estava apaixonada. 


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Notas finais do capítulo

Então, se você leu até aqui, espero que tenha se divertido. Pelo menos um pouco. Até a próxima ;*



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