A linha tênue entre o amor e o ódio escrita por GomesKaline


Capítulo 6
Capítulo 06




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— Aaron, eu preciso te lembrar que eu sou a mulher aqui e já estou pronta? - ela gritou da sala de estar.

— Eu já estou indo! - gritou de volta.

Enquanto ela esperava Aaron, ela observou ao redor como fez no seu primeiro momento no, como diz o próprio Aaron, esconderijo. Olhou novamente para estante de livros e os tocou delicadamente uma última vez, olhou para os quadros, o quais o homem que ela esperava mesmo tirou e revelou, olhou para a lareira que uma vez a aqueceu e lhe deu luz para desfrutar de uma leitura. Olhou para mesa coberta de papéis e observou os traços que Aaron correu neles. Havia uma folha virada, era a única, todas as outras estavam voltadas para cima. Então ela pegou a folha para ver o que ela escondia.

Ela congelou. E ela não sabe por um calor tomou conta do seu estômago.

Lá estava ela, desenhada no papel. Logo ela associa a imagem a noite anterior. Ela não pode imaginar em nenhum motivo para ele desenhá-la, mesmo assim lá estava ela no papel. A única coisa que ela conseguia pensar era que havia algo diferente nesse desenho. Ela olhou para a mesa, para todos os desenhos, depois voltou atenção para o que estava na sua mão. Não demorou muito e a compreensão veio a ela. Cores. Ele usou cores. Nos seus outros desenhos ele usava o próprio lápis tanto para pintar quanto para sombrear. Tudo era preto e branco.

O que fez ele usar cor?

Assim que escutou passos ela devolveu o desenho a mesa, deixando como estava antes. Escondido.

— Pronta? - ele perguntou.

Ela deu sua última olhada no lugar que ela nunca mais voltaria a ver. Ela respirou o ar puro que logo não respiraria mais. E a tranquilidade, de tudo, era disso que ela sentiria mais falta.

— Sim.

...

Ela havia ligado para seu motorista, pois Aaron não podia deixá-la em casa por dois motivo. Primeiro: a família dela o odiava, o que era recíproco. Segundo: com certeza os abutres querendo se aproveitar da miséria dela estariam acampando lá, ser vista com ele não pegaria bem.

Eles combinaram a troca de carro no em um beco pouco movimentado, que era onde eles estavam agora.

De frente um para outro, Emily olhava para o chão e ele para o lado, em silêncio. Era hora da despedida, não só um do outro, mas do mundo que eles criaram. Um mundo confortável, no qual eles tinham permissão para fazer o era proibido no real. Nenhum deles pensou que essa seria a parte mais difícil, deixar o outro ir.

— Eu não sei o que dizer - ela começou.

— Não precisa dizer nada. Não precisa agradecer ou algo do tipo. Você não precisaria ficar segura se eu não tivesse revelado seu segredo na TV. - Ele abriu a porta do carro para ela, o que tirou um pequeno sorriso dos dois. Cavalheirismo. - Tchau, Emily.

— Tchau, Aaron. - Ela queria tocar o braço dele e apertar, mas apesar de ele ter estado no mesmo universo alternativo que ela, eles ainda eram inimigos. Agora essa palavra parece uma hipérbole. Parecia uma linha de raciocínio tão inútil agora.

Então ela entrou no carro.

Eles não ganharam nada com os acontecimentos dos últimos dias, mas a sensação de perda era grande. Para ambos.

Ela conseguiu entrar em casa, mas não sem alvoroço. Quando ela desceu do carro jornalistas e pessoas protestando contra o aborto tentaram alcançá-la. Ela odiava tudo isso. Raça de víboras.

Quando entrou logo os braços de seu pai estavam envoltos nela e ele dizendo em seu ouvido o quanto ficou preocupado com ela. Quando seu pai se afastou foi a vez de sua mãe encher seus ouvidos, falando que ela nunca mais deveria assustá-los daquele jeito. Ela recebeu um aceno compreensivo de seus irmãos e logo depois seu sobrinho estava pulando nela e gritando "Tia, Emmy!"

— Ethan! Oi, amor. Senti sua falta - disse apertando seus braços ao redor de seu corpinho magrelo.

— Podemos ir ao parque? Por favor, por favor...

— Lamento, querido, mas não podemos agora, - o garotinho fez um biquinho triste - mas irei com você assim que puder.

— Por que não podemos sair? Papai também não me deixou ir para escola. Eu quero sair!

— Eu sei que você quer. Prometo que sairemos logo e vamos brincar muito no parque. Pode ser paciente por mim? 

Ela sabia que ele não seria, mas o garoto concordou mesmo assim.

Depois que ela acalmou seu sobrinho subiu para seu quarto para desfazer as muitas sacolas que ela tinha. Ela tirou as roupas que comprou no dia anterior com Aaron, parecia tão distante agora que estava de volta. JJ e Pen ficaram loucas em saber que ela achou a saia que elas procuraram por semanas e não acharam. Ela tirou tudo que comprou e guardou em seu armário. Por fim ela tirou o último item das sacolas, não foi a saia que ela procurou por semanas, não foi os vestidos confortáveis para usar em uma tarde de domingo e com certeza não foi o jeans que valorizava suas pernas. Era a camiseta preta desbotada de Aaron. Emily a pegou nas mãos sentiu a macies do tecido e depois levou ao nariz, não tinha mais aquele cheiro forte dele como da primeira vez que ela usou, prevalecia mais o cheiro dela, mas se ela fechar os olhos e respirar bem fundo, poderá sentir o cheiro dele. Ela não sabe ao certo o que a fez colocar a camisa de Aaron em suas coisas e não tem certeza de que quer descobri o que a impulsionou a fazer.

Ela guardou a camisa em uma das gavetas e foi para o banho.

Suas amigas apareceram duas horas depois.

— Deus, Emily, você nos assustou - disse JJ.

— Sim, - concordou Penelope- onde você esteve?

— Eu estou bem. Eu fiquei em um hotel pouco movimentado, de qualquer maneira não importa agora. JJ vou precisar da sua ajuda quanto ao que falar na minha declaração.

A amiga concordou com a cabeça.

— Sério, meninas, eu sei que sou uma fofa e não aprovo violência, mas eu queria tanto, tanto a cabeça de Aaron Hotchner em uma bandeja - Penelope rosnou.

Emily que estava sentada na cama abraçadas aos joelhos apenas se encolheu, permanecendo em silêncio.

— Emily, tem certeza que está tudo bem? - a outro loira, que estava mais calma que Penelope, perguntou.

— Sim, estou. Só estou um pouco cansada - respondeu.

— Quer que Pen mande um vírus para todos o eletrônicos dele? Ou que invada as redes sociais dele? Ou melhor, que ela poste uma foto constrangedora dele?

Emily não sabia porque, mas ela só conseguia escuta as palavras dele dizendo: se eu tivesse pelo que lutar não teria feito isso para começar. O que ele queria dizer com isso? Ele não achou valia a pena utar pelo seu irmão, mãe ou amigos?

— Não mexa com ele.

As duas loiras não entenderam o pedido dela, normalmente ela se agarraria a qualquer coisa que pudesse prejudicá-lo.

...

Aaron assistia a coletiva de Emily na TV. Ele sentiu um estranho orgulho por ela está se saindo tão bem. Como no programa ao vivo ela fala com firmeza, segurança e paixão. O que ela fala não é um mero discurso escrito para melhorar sua imagem, é a verdade. Ele ver sinceridade quando ela diz que não quer ofender nenhuma religião e que estes, principalmente estes deviam ter compaixão com os que se deixaram levar por coisa mundanas.

— Eu não vou dizer para as mulheres o que devem fazer com seu corpo... - saía a voz dela da televisão.

— Ela é boa - disse Aaron para o pai que estava em pé atrás dele - Melhor que a própria mãe.

— Sim - a resposta foi sem qualquer emoção - Você poderia...

— Não comece - rosnou Aaron.

Uma expressão irritada maquiou o rosto de Craig, a rebeldia do filho sempre desperta isso.

— Você é muito fraco para a política.

— Nunca quis está aqui para começar.

— Não me venha com isso, Aaron, por causa da política que você tem uma boa vida e uma carreira de sucesso.

— Você acha que isso é vida? - perguntou Aaron não esperando muito que seu pai respondesse - Somente em seu mundo egoísta você pode achar que toda a sujeira política pode proporcionar uma vida boa.

— Cuidado com as palavras - avisou.

— Ou o quê? Vai me bater? Sabe Craig, eu não sou mais aquele garotinho que aguentava calado toda a humilhação e surras, eu cresci e sou mais forte que você.

— Eu não sei porque você me odeia tanto, Aaron, eu te eduquei e te tornei o homem forte que é hoje.

— Você acredita mesmo nisso, não é Craig?

— Aaron, você se passa por forte e independente, mas olha para você 35 anos e ainda mora com o papai.

Fúria toma conta de Aaron como gelo em seu sai, deixando dormente. Não era aquela fúria de ferver os nervos. Ele tinha a sensação que isso maltratada mais, todo esse ódio reprimido desgastada ainda mais o coração.

— Por enquanto.

— Pois saiba que quando sair, não receberá mais nenhum dinheiro meu. Não conte comigo para nada, está me ouvindo? Nada.

— Ótimo, eu não quero dinheiro que você ganhou passando por cima de todos. Seu dinheiro não me serve de nada. - Ele levantou da cadeira e saiu.

...

Há algum tempo Aaron vem procurando apartamentos, mas ele estava esperando a eleição para deputado acabar, assim não chamaria tanta atenção, porque junto com a saída de casa, ele também sairia de qualquer participação política da vida de seu pai. Ele poderia fazer seu nome sozinho, sua carreira e sua vida sem o pai. Ele tenta sair de casa desde que atingiu a maioridade, mas nunca foi forte o suficiente, ele nunca se perdoou por isso. Mas ele sente que dessa vez há algo mais forte lhe impulsionando.

Aaron foi parar no único lugar onde ele sempre vai quando não se sente bem e precisa de companhia.

— Aaron! - exclamou o homem - Onde você esteve? Não te vi e nem consegui entrar em contato com você.

— Oi, Dave. Quais das suas bebidas cara você vai me oferecer hoje?

Dave sabia que esse era o código para "eu não estou bem". Convidou o amigo para entrar e lhe serviu um copo bem cheio. Aaron não falou nada, como sempre fazia.

— Onde você estava?

— Eu estava fugindo.

— Estava sozinho?

Aaron não responde, apenas se move para trás para suas costas ficar contra o encosto do sofá.

— Suponho que não. Era uma mulher? - Dave cutuca mais uma vez.

Aaron se move como se procurasse uma posição confortável. Maldito Dave! As vezes ele poderia jurar que esse homem ler mente ou comportamento.

O mais velho sorriu e levou sua própria bebida à boca.

— Quem é ela?

— Não importa, Dave.

— Você fizeram sexo louco todos os dias que ficou fora?

— Sem chance. Não com ela. E foram só dois dias, você faz parecer uma semana.

— Então você admite que tinha uma mulher.

Aaron bebeu de seu copo de seu copo mais uma vez.

— Eu te odeio David Rossi.

Em uma conversa com Dave é sempre fácil se auto incriminar, o homem não perde uma palavra, tudo o que você diz pode te pegar pelo pé. Para um homem que não gosta de revelar com as palavras da própria boca Aaron até gosta disso, que Dave já saiba e ele não precise falar, mas ele acha realmente um saco quando não tem nenhuma intenção de revelar.

— Então me diz o que diabos você estava fazendo dois dias com uma mulher senão transando?

— Deus, Dave, você é um depravado. - Ele olhou para o amigo que não se sentiu nem um pouco ofendido, estava apenas olhando para ele esperando uma resposta - Ela disse precisava que precisava fugir e não queria ficar só - mentiu ele - Ela é um meio perturbada, então - ele dá um gole em sua bebida - sem possibilidade de acontecer algo entre nós, não nessa vida.

— Não diga isso, meu jovem, eu, como velho que sou, posso te dizer que não podemos ter nada como certo.

— Não, Dave, eu falo sério. Não tenho certeza de quase nada na minha vida, mas tenho certeza de que eu e ela não vai acontecer. Não há qualquer chance.

— Se você diz. Então, o que acha de uma noite de poker com alguns caras ricos?

...

Fazia três dias desde que Emily voltou. A tranquilidade estava fazendo falta. Pelo menos os repórteres não estavam mais na frente da sua casa depois da coletiva que ela fez. Nos últimos três dias Emily não quis jantar, sempre optava por qualquer coisa que saciasse sua fome temporariamente e que pudesse comer no quarto. Então hoje, Judith, a cozinheira da família, para tentar convencê-la a não comer besteiras, ela fez purê de batata, uma das coisas preferida de Emily. E quando Emily comia a única coisa que ela conseguia pensar era que não era tão bom quando o de Aaron. Ela se repreendeu por pensar assim.

Quando sua mente não está ocupada com nada importante, a leva ela de volta para a cabana de Aaron e a faz lembrar de cada segundo que aconteceu lado, cada grito raivoso, cada risos e sorrisos, as lágrimas e as descobertas. E o desenho, aquele maldito desenho.

Antes disso ela nunca tinha olhado para ele como um ser humano, não o lado com sentimentos e dores. Ainda mexe com ela o fato de eles não conhecem um ao outro mesmo tendo crescido no mesmo mundo. Tão perto, mas ao mesmo tempo tão distante.

...

Ele não se veem de novo até quase três semanas depois que eles se despediram naquele beco. É uma tarde de domingo a qual Emily decidiu cumprir sua promessa ao sobrinho de brincar no parque.

Emily estava observando Ethan quando uma bolinha de cachorro caiu aos pés de seu sobrinho e ele a pegou. Imediatamente uma criatura peluda apareceu pulando em Ethan e o derrubando no chão. O animal ficou lambendo o menininho enquanto ele gargalhava. Emily se apressou em se aproximar do sobrinho ao mesmo tempo em que outra pessoa apareceu.

— Laica! - a pessoa gritou e Emily olhou para a direção da voz. E lá estava ele.

— Aaron? - ele apenas sorrir - O animal peludo que acabou de atropelar meu sobrinho é seu?

— É uma cadela, Emily, e o nome dela é Laica.

— Não importa, ela jogou Ethan na terra.

— Ele parece está se divertindo.

Os dois olham para o garotinho que está se desmanchando em risadas. Ela não pôde evitar sorrir, ele passou dias sem poder sair de casa, nem mesmo podendo ir à escola por causa dos muitos repórteres à procura de sua grande matéria que aumentaria sua fama e suas contas bancárias.

— Olha, tia Emmy, ele gosta de mim!

— Estou vendo, e não é ele, querido, é ela.

— Se você estender a mão ela vai dá a pata. - a voz de Aaron veio logo depois da dela.

Ethan fez o que ele disse e aconteceu exatamente o que ele disse.

— Olha, tia Emmy! Olha o que ela fez! Posso brincar com ela? Por favor, por favor, por favor, tia Emmy - implorou Ethan.

— Não é a mim que você tem que pedir.

— Posso, tio...

— Aaron, e ele não é seu tio.

— Posso, tio Aaron? - o garoto não deu importância ao anúncio da tia.

Aaron olhou para Emily para saber se ela estava bem com isso, ela deu um aceno sutil com a cabeça.

— Claro que pode - respondeu Aaron.

Aaron para ao lado de Emily e juntos os dois olham para Ethan brincando com a cadela. A postura dos dois estava rígida, não sabiam como deviam se portar na presença do outro. Em primeiro momento eles sempre se encontram assim, como se tivessem um grande abismo os separando. Na cabana dele era diferente, entre paredes, no qual proporcionava um ambiente totalmente diferente. Agora, eles não tinham absolutamente nada para conversar, nem mesmo para brigar. O último era só questão de tempo.

— Então... - ele começou - você foi bem na declaração ao vivo. Sua mãe está na frente nas pesquisas novamente.

— Está decepcionado porque seu joguinho sujo não funcionou? - ela atira. Ele vê nos olhos dela a ferocidade necessário para rasgá-lo ao meio.

— Na verdade não.

Isso a faz parar. Ela não sabe o que essas palavras significa, se eles está sendo presunçoso ou gentil. As palavras dizem pretensão, mas é como ele diz, sereno e pacífico, que a faz repensar a natureza dessa afirmação.

— Você assusta muita gente, sabia Emily. Os adversários não têm medo da sua mãe, eles têm medo de você.

— Você está me dizendo que tem medo de mim? - ela questiona erguendo uma sobrancelha.

— Não. - ele sorrir, confiante, quase arrogante - Não tenho medo de você. Nós somos a pequena minoria que tem coragem de atacar você, os outros têm medo de serem exterminado. Eles sabem que você é mais que um rostinho bonito. Olha o que você fez com sua declaração ao vivo, sua mãe ultrapassou as pesquisas porque você motivou os jovens e mulheres, você trouxe eles para seu lado. - Ele faz uma pausa e ela não fala nada, então ele acrescenta - Lamento que você vá perder o único adversário que vai contra você.

— O quê?

Ele ficou calado, olhou ao redor, voltou a atenção para o garotinho e sua cadela. O parque estava bem frequentado hoje, não é uma surpresa já que era domingo. Havia muitas famílias, elas sempre predominavam. Depois das famílias, os casais de velhinhos, o que sempre impressionava Aaron, sempre estavam em grande quantidade, o que só podia significar uma coisa, ou os casais atuais não curtem passar a tarde de domingo no parque, ou eles não duram o bastante para apreciarem isso. Ele considera atividades assim importante para um relacionamento saudável. Sexo é bom, mas não o suficiente. Um relacionamento construído com sexo como fundamento, se este se for, o relacionamento também se vai.

— Aaron? O que você está dizendo?

— Não estou dizendo nada - disse indiferente.

— Eu não sou idiota. Seu pai está saindo? - isso não o afeta e então ela tem a resposta - Você está saindo - é uma afirmação, ele não a olha, continua a olhar ao redor como se fosse a primeira vez ali, como se a beleza de tudo prendesse sua atenção - Por que você está saindo?

— Você não precisa dessa resposta. - Por um momento ele não fala nada, isso a incomodada. O que tanto ele observa?— Você não acha estranho que as pessoas não valorizem mais atividades ao ar livre? Que não caminhem mais no final do dia para ver o sol pôr?

— As pessoas são idiotas.

— Você faz isso? - ele pergunta com uma sobrancelha divertida e o canto da boca erguido em um pequeno sorriso.

— Poucas vezes - disse com uma risada.

Ele riu da hipocrisia dela, chamando as pessoas de idiotas sendo ela parte desse grupo.

— Eu corro todas as manhãs, mas isso não conta. Saio com Ethan sempre que posso, ele adora correr por todo esse espaço.

— Ele tem muita energia - diz olhando para Ethan brincando com Laica.

— Já não está na hora de você ter um pequeno Aaron? - ela fala tirando os olhos do sobrinho para olhar para ele - Você já está ficando velho.

— A verdade é que eu não quero ter pequenos Aaron's. - ele se amaldiçoa por dizer isso, se sentiu nu e exposto, algo que apenas uma minoria de pessoas, os dois melhores amigos e o irmão, possivelmente sua mãe, mas ela gosta de pensar que ele vai mudar de ideia. - Você também está ficando velha, é apenas quatro anos mais nova que eu.

— Você não diz para uma mulher que ela está ficando velha. É assim que você provar que é um cavalheiro?

Ele rir, sua mente vai para quando ele lhe disse isso e todos os momentos que isso desencadeou. Ele abrindo a porta do carro para ela, ela lhe pedindo para buscar sorvete, que acabaram comendo juntos no sofá e ela derrubando propositalmente nele. Ele se pergunta se vai esquecer disso um dia, ou se vai guardar na memória e lembrar toda vez que estiver sozinho.

— Está certa, não foi nada cavalheiresco.

Antes que possa acrescentar mais alguma coisa, Ethan vem correndo na direção deles, a cadela vem logo atrás. Emily sabe que logo ele vai ser derrotado pela exaustão depois de correr sem parar desde que chegaram. Desde que completou três anos, Ethan não é mais de dormir durante o dia, mais sempre que saíam para brincar o garotinho caía cedo, então ela sabia que assim que ele almoçasse, ele dormiria.

— Tia Emmy, eu quero sorvete, podemos agora? Por favor.

— Tudo bem, só não conta para o seu pai que te dei sorvete antes do almoço.

O menino dá um aceno cúmplice. Emily o pega nos braços.

— Vamos pegar seu sorvete.

— Tchau Laica - a cadela late - Tchau, tio Aaron.

— Tchau, Ethan. Nos vemos amanhã à noite na festa? - ela pergunta a Emily

Ela abre um pequeno sorriso.

— Amanhã à noite.

...

Já no salão da festa, Emily se encontra ansiosa segurando uma taça de champanhe, seus olhos corria o salão a cada cinco minutos. Emily não sabia porque estava procurando por ele ou porque queria vê-lo, ela não quis interpretar, a resposta para isso era assustadora, então ela largou isso junto com roubo da camiseta desbotada.

Depois de quase uma hora e sem nenhum sinal dele, ela continuava a vasculhar os rostos, repassando para ter certeza que não passou despercebido. Apenas nada. Ela viu seu amigo escritor, o seu amigo mulherengo e seu irmão magrelo, mas nenhum sinal dele. Mas antes que ela jogasse as cartas pelo ares, ele apareceu. Ela estava virando para ir até suas amigas quando deu de cara com ele.

— Olá, Emily - ele disse com aquele sorriso que ela sempre associou a ele, arrogante, mas sedutor.

— Olá, Aaron - contra seu melhor julgamento, ela sorrir.

— Procurando companhia?

— Sim, mas obviamente não é a sua.

Ele leva a mão ao peito e finge está ofendido.

— Magoou, mas estou bem. Agora me conta o que eu perdi com meu atraso?

Ele sabia que não tinha perdido quase nada e sabia que ela também não ia falar, mas ele gostava da ideia da troca de palavras. Ele não conta a ninguém, mas desde então ensaia esse tipo de pergunta idiota para fazer quando encontrá-la.

O que ele não sabe é que ela faz a mesma coisa.


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