Dākumūn escrita por Sweet Madness


Capítulo 1
Capítulo 1 - Guerra Cômoda




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Akira Uchiha ainda não achara uma justificativa plausível para ainda tentar convencer seu pai a parar com aquela maldita guerra de egos.

Madara já comandava o próprio esquadrão.

E Izuna estava sendo treinado a duras penas.

Seu irmãozinho de bom coração estava prestes a ser transformado em uma máquina de guerra.

O arrependimento por ter começado isso, por ter ensinado, pelas costas de seu pai, seus irmãos a se defenderem, lhe amargava a alma todos os dias.

Logo que a guerra havia se acalmado um pouco ela havia começado a ensinar.

Primeiro a Madara, que tinha um senso de proteção quase extremo a Izuna, que ainda era um bebê de colo.

Assim que o caçula atingiu uma idade aceitável, também passou a ensiná-lo. E foi por um momento de distração seu que o pai deles tomara ciência das habilidades em batalha de seus pequenos irmãos.

•~⚪~•

Uma emboscada.

Para matar o sucessor à chefia do Clã Senju.

Era tarde pra impedir, mas não para salvar Hashirama.

Madara estava cuidando de Izuna, então ela saiu da calada da madrugada e disparou até o lago, onde o mais velho dos irmãos Senju costumava ficar depois de batalhas desnecessariamente sangrentas.

Como imaginava, ele já havia sido pêgo. O Esquadrão Fantasma de seu pai nunca retornava de missão com as mãos abanando. Do contrário ele os mataria pessoalmente.

Akira não gostava de nenhum deles. Eram homens cruéis e sádicos. Não fariam falta. Haviam muitos assim sob o comando de seu pai.

Usou um genjutsu de ilusão simples, em que Hashirama se revoltava e fugia deles, mesmo ferido.

Usou o Kamui para pegar o corpo coberto de feridas, antes que ele fosse pisoteado pelos ninjas, que partiram em uma perseguição alucinada em meio a ilusão criada por ela.

Agora só precisava de um lugar seguro.

•~⚪~•

Momo.

O lugar onde estava deitado cheirava a Momo... Mas não era Março... Aliás, era final de novembro.

Alguma coisa muito macia deslizava em seu peito. Parecia um tipo diferente de seda... E mãos extremamente gentis passavam um unguento de erva-doce e açafrão em seu rosto. Onde havia recebido o golpe com o cabo da Katana.

O golpe que o desnorteara.

Como o haviam resgatado? Como souberam da emboscada?

O ser ao seu lado deu uma risadinha, e ele identificou o timbre feminino por trás da voz extremamente rouca. Parecida com a de Madara.

Uma mão repousou em seu peito, sobre seu coração.

—Sei que está acordado.-O sussurro veio tão tranquilo e doce... Tinha certeza de que aquela voz o convenceria a dormir de novo sem pensar duas vezes.-E sei que a última coisa que quer ver agora é alguém do meu clã. Mas, por favor... Suas feridas estão quase terminando de cicatrizar. Não faça nenhum movimento brusco.

Abriu os olhos, agradecendo o fato de ser, aparentemente, madrugada. Sua visão foi ganhando foco aos poucos e logo conseguiu observar cada traço do rosto extremamente delicado da mulher que lhe cuidava com tanto esmero.

Os olhos profundos, lábios finos, nariz arrebitado, cabelos negros, longos e pesados... Uma legítima Uchiha.

Uma legítima e bela Uchiha.

A doçura naquele sorriso, naquele olhar, naquele toque... Maldição, seria melhor estar preso em um genjutsu.

— Quem...-Sua voz saiu extremamente rouca e falhada. E isso a fez se levantar, buscar um copo d'água e voltar, ajudando-o a sentar com cuidado.-Obrigado...

—Tudo bem. Você teve muita febre nos últimos dois dias.-Ela tirou alguns de seus bagunçados, e estranhamente limpos, fios castanhos de seu rosto, enquanto ele bebia a água.-Você se recupera muito rápido, mesmo para um ninja de alta patente. Talvez consiga se levantar ainda hoje. Mas precisa comer um pouco pra ajudar seu organismo.

— Quem é você?-Colocou o copo no chão, até para testar sua visão espacial e sua noção de movimentação corporal.-Por que me ajudou? Está traindo seu próprio clã...

Aquele sorriso gostoso sumiu. O rosto dela ganhou um ar de tristeza profunda, quase desolada.

—Meu clã está sendo comandado por um homem sem escrúpulos. Nossos bebês estão sendo tirados de suas mães para que comecem  treinar desde de muito cedo, para que não conheçam o amor, não entendam que aqueles que matam nessa batalha descabida causará dor em outra mulher como sua própria mãe. O clã que eu traí pra salvar você está fadado a extinção pela burrice e ego de seu líder.

—O que ele vai fazer se descobrir? Se pegar você... Já faz um tempo que você tem salvo outros ninjas do meu clã... Os salva e usa o sharingan para alterar a memória deles. Se esse homem pegar você... O que ele vai fazer?

A desolação se transformou em um ódio tão profundo que Hashirama se sentiu culpado por causar qualquer tipo de sofrimento à mulher que protegera sua vida.

—Nada que ele já não tenha feito.

—Você não me disse seu nome...

Tentou mudar de assunto, e ganhou um pequeno sorriso.

—Akira. Uchiha Akira.

•~⚪~•

Tobirama não conseguia acreditar.

Ver seu irmão ali, vivo, saindo da cabana do pai deles.

Sua vontade era correr até o mais velho e abraça-lo, mesmo que não fosse de seu fetio.

Mas Hashirama fez isso por conta própria.

Caminhou até o caçula e o abraçou, feliz por estar em casa. Mas sabendo que não poderia contar a verdade a ele. Ainda não.

E os dias se passaram cada vez menos tranquilos. A sombra da guerra se intensificando mais.

Até uma noite sem lua, em que encontrou Madara e Izuna na companhia de Akira.

Ele pensava na mulher todas as noites. Em sua beleza delicada, a voz forte, nas tatuagens... Aquela mulher era um sinônimo perfeito para rebeldia. Uma rebeldia àquela guerra de egos entre os clãs deles.

—Onee-san! Olha!

Izuna produziu uma poderosa bola de fogo, o que fez a irmã mais velha aplaudi-lo. O carinho na voz do caçula dos Uchiha quase chocou Hashirama. E ele se lembrou do tom de voz que usou quando falou do líder do clã Uchiha.

Que tipo de atrocidades aquele homem teria feito com sua própria filha?

Tinha muito medo dessa resposta.

— Você é incrível, querido.-Ela abraçou o irmãozinho, beijando seu rosto.-Chega de treinamento por hoje, certo?

Se apoiou melhor na árvore, observando os três. Foi quando sentiu uma lâmina gelada em seu pescoço.

— Você não devia contar com a surdina, Hashirama.-Aquele tom fez o castanho se arrepiar por completo.-O que está fazendo, espionando meus irmãos?

— Não era minha intensão, Madara.-A lâmina não mudou de lugar, e o mais alto não conseguiu desviar o olhar da cena de doçura entre os dois irmãos do homem que o mantinha a um movimento de um ferimento muito grave.-Não sou um espião. Você sabe que sou contra isso... E contra emboscadas.

— Que merda, Hashirama... Agora você sabe o segredo que eu tento tentei esconder. Ninguém deveria saber sobre a minha irmã!

— Não fiz por mal... E... Eu já conhecia Akira...

—Madara? O que está acontecendo?-A voz dela chegou a eles, pouco antes dos olhos preocupados. Hashirama podia jurar que viu um certo brilho diferente neles quando ela o viu.-Abaixe a kunai, irmão... Ele não veio fazer mal.

O pequeno Izuna estava escondido atrás de sua irmã. Claramente envergonhado de recuar diante de um inimigo. Assim que Madara guardou a arma, o Senju se ajoelhou no chão.

—Ei, carinha... Você tem quase mesma idade do meu irmãozinho. Está com vergonha?-O pequeno acenou positivamente. Já não o considerava mais uma ameaça.-Não precisa. Se eu tivesse uma irmã como a sua, também me esconderia atrás dela.-Ergueu o mindinho para o menino.-Eu juro.

O pequeno lhe deu um sorriso, e deixou de se encolher. Mas continuou abraçado ao quadril da irmã.

Aliás, vendo agora, Akira era estranhamente alta para uma Uchiha. Ela devia ser uns dois centímetros mais baixa que Hashirama. Isso se não tivessem exatamente a mesma altura.

— Não sabia que vocês se conheciam.-Madara estreitou os olhos.-O que veio fazer aqui, Hashirama?

—Vim falar com você. Estamos há pouco tempo de assumir a chefia dos nossos clãs. Será que podemos, por favor, fechar um acordo de paz? Estamos nessa merda há tantos anos!

Ele havia surpreendido Uchiha Madara. Um feito para poucos.

— Você... Você também... Discorda disso?

—Desse genocídio inútil e despropositado? Totalmente! Perdi minha mãe para a insalubridade do acampamento do meu clã.-Pela expressão dos três irmãos, Hashirama percebeu que a deles também haviam morrido dessa forma. Provavelmente ao ter o pequeno Izuna.-Se tivéssemos uma vila... Teríamos um hospital e ninjas médicos capacitados para cuidar delas! Tem crianças sendo arrancadas de suas mães, Madara. Minha mãe foi arrancada de mim por uma fatalidade! Não pelo capricho de um velho preconceituoso e de ego enorme!-Ia jogar sujo. Mas não poderia deixar de aproveitar a possibilidade.-Você acha justo que Izuna não se sinta confortável em sentir medo? Que ele ache inadmissível se esconder atrás da irmã? Quantos anos Izuna tem? Oito? Dez? Essa guerra é um desatino a inteligência e uma violência interna dos nossos clãs, cometida por nossos líderes.

—E o que você sugere?

—Meu pai tem dois ou três dias de vida. Um ferimento intratável. Eu assumirei a liderança do clã e darei ordem de recuo.

—Três dias? Chega dessa guerra inútil.-Os dois desviaram o olhar para a mais velha dos Uchiha. Ela tinha um olhar marcabramente satisfeito.-Irmão, espero que esteja pronto para assumir a liderança do clã.

—Quando?

—Hoje.


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