e eles dançaram até o amanhecer escrita por sofia


Capítulo 1
and they danced till dawn


Notas iniciais do capítulo

oi! uma one-shot eu fiz um tempo atrás. espero que gostem!



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A arquibancada era desconfortável. Os bancos eram duros e Lily precisava ficar de pé a maioria do tempo para poder ver alguma coisa. Além disso, todo mundo ficava gritando e dando cotoveladas nos outros. Geralmente, ela não ia para os jogos de quadribol por esses exatos motivos.

Mas quando seu amigo-que-talvez-seja-seu-crush-mas-você-não-tem-certeza-e-já-rejeitou-antes-e-agora-está-com-medo-que-ele-tenha-te-superado te convida para ver o primeiro jogo dele como capitão, você aceita, não importa o quanto não goste das arquibancadas. Principalmente quando, na noite passada, vocês fizeram a ronda dos monitores chefe durar quase três horas a mais no meio de conversas aleatórias e não tão aleatórias assim. E talvez tenha rolado um clima, mas Lily não tinha certeza e não queria arriscar a amizade perguntando.

De qualquer jeito, ela tinha que admitir que James jogava bem. Ele era artilheiro mas mesmo assim era crucial para o time, ainda mais importante que o apanhador (um conceito que demorou para entender). Ele conseguia desviar das bolas agressivas que ela não lembrava o nome e fazer gols em conjunto com a equipe. Basicamente, a parte de futebol do jogo, a mais fácil de acompanhar.

Ela não sabia se estava imaginando coisas ou não, mas podia jurar que ele tinha piscado em sua direção. Obviamente, corou de qualquer jeito, porque era daquelas que coravam por tudo. E talvez ela realmente estivesse imaginando coisas, porque ele fez outro gol e acenou para ela, como se estivesse indicando que o gol foi em sua homenagem. Talvez seu cérebro estivesse apenas pregando uma peça nela, mas resolveu assumir que era de verdade porque um pouco de ilusão não fazia mal.

Ela levantou o cachecol porque não queria que notassem quão vermelha estava. O que foi inútil, porque Sirius estava do seu lado e percebeu. Ele tinha se machucado na semana anterior e não podia jogar, então tinha escolhido a função de atormentar ela.

— Quem diria que o Prongs pudesse fazer Lily Evans corar assim só com um aceno. – ele começou, com aquele sorriso típico de quem não liga mas também quer ver o circo pegar fogo.

— Não, eu… eu tô com frio. Isso. Frio.

— Sei. Bom, se quiser um conselho, você deveria avisar ele que você… está com frio. Vai que ele te empresta um casaco.

— Vai catar coquinho, Sirius.

— Fica tranquila, Evans, não sou dedo-duro. – ele voltou a olhar o jogo, vendo que um sonserina tinha roubado a bola da grifinória. – Morre, Crabb! Como eu odeio aquele cara. – ele voltou sua atenção para ela. – Enfim, você deveria falar com ele se quiser que aconteça alguma coisa.

Lily ficou pensando o resto do jogo. Não, ela não ficou focada em James nem prestou atenção às olhadas dele. Óbvio que não. Mas ela realmente refletiu sobre o que Sirius tinha dito.

O jogo acabou quando o sonserina do 3º ano pegou o pomo de ouro. Felizmente para a grifinória, James (e os outros artilheiros, claro, ela não estava prestando atenção apenas nele) tinha feito tantos gols que conseguiu ganhar por 10 pontos. Todos desceram das arquibancadas e quem não era da sonserina se dirigiu ao salão comunal da grifinória, onde obviamente havia uma festa de comemoração.

Assim que chegou, Lily observou como James era o centro das atenções. Todos parabenizavam-no e tentavam ter uma conversa com ele, o astro do dia. Mas, ao invés do que normalmente faria (ir para seu quarto e fazer um feitiço silenciador enquanto lia seu livro), ela se aproximou e deu um beijo em na bochecha dele.

— Parabéns, James. Você foi ótimo no jogo hoje. – ela falou por impulso. Era meio idiota. Todo mundo sabia que ele tinha sido ótimo. Mas, aparentemente, seu cérebro não conseguia pensar em algo melhor.

— Ah, valeu, Lily! É, eu queria falar que… hm… Tá barulho aqui, quer dar uma volta?

— Ahn, por mim tudo bem. Mas você não quer ficar na sua comemoração?

— Não, eu quero ficar com você. Quis dizer, é… ahm… – ela tentou não corar (spoiler – não deu certo) enquanto ele se embolava com as palavras – eu não quis dizer isso, não que eu não queira ficar com você, eu quero, você é incrível, mas não nesse sentido, quer dizer, sim, nesse sentido, você realmente é incrível, mas eu quis dizer que… – ele continuou se embaralhando.

— Quer ir dar a volta? – ela sugeriu.

— Boa ideia.

Eles caminharam em um silêncio estranho pelos corredores vazios. Geralmente ou brigavam ou conversavam, nunca em silêncio. Lily estava pensando sobre o que Sirius falara. Ele provavelmente estava certo, o que era uma raridade. Dane-se, ela pensou, eu gosto dele, não gosto? E se eu não falar nada não vai acontecer nada, certo? No melhor dos casos, ele gosta de mim de volta. Droga, e se ele não gostar? Eu vou fazer papel de boba. Nada que eu já não tenha feito. Eu deveria falar alguma coisa.

— Está uma noite bonita – ela começou. Muito bom, Lily. Realmente incrível.

— Sim, sim. – James concordou rapidamente e voltou ao silêncio.

— Eu sei que provavelmente você já ouviu isso, mas você é um excelente jogador de quadribol. Não que eu entenda tanto de quadribol, mas você foi muito bem hoje. Excepcionalmente bem. – ok, acho que isso foi melhor. Talvez ele fale alguma coisa pra sair do silêncio.

— Eu fiz os gols pra você. – ele disse, parando de andar. Lily parou também e olhou para ele. Oh.

— Oh. Obrigada. Eu… – encarando James tão de perto era praticamente impossível pensar em alguma coisa que fizesse sentido. Seus olhos focaram nos lábios dele. Dava para ouvir a música da festa. Era romântica. – Olha, tem uma coisa idiota que eu posso me arrepender muito depois, mas eu quero bastante fazer. Posso? – disse, aproveitando a coragem momentânea que tomava conta dela.

— Pode – ele respondeu, a voz quase um sussurro.

Ela prencheu a distância que restava e juntou seus lábios. Após um segundo de surpresa, James correspondeu e Lily sentiu como se estivesse voando. As mãos dele estavam na cintura dela e ela pensou que poderia passar o resto da vida assim.

Quando se separaram ofegantes, ela ainda estava tentando saber se aquilo fora real ou se ela estava sonhando.

— Eu gosto de você – James soltou – Eu sei que tinha dito que ia te deixar em paz, mas eu realmente sou apaixonado por você. Se você disser que não gostar de mim, a gente pode só ignorar isso e eu não encho mais seu saco. Mas se seus sentimentos tiverem mudado…

— James, eu literalmente acabei de te beijar. Eu gosto de você também. – ela riu. A música ainda estava passando. – Aceita essa dança?

— Eu adoraria. – ele disse pegando sua mão. E assim, felizes apenas com a companhia um do outro, dançaram até o amanhecer.


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