Skyrim: Crônicas do Dragonborn. Vol.I escrita por Deino Contador


Capítulo 25
Entre Casas e Armaduras


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Novo capítulo lançado. E eu tenho que dizer que não consigo acreditar, mas consegui chupinhar um pouco mais e colocar mais conteúdo nesse capítulo para ele não ser tão curto (apesar de que parece um pouco incongruente as vezes de um corte pra outro). Eu até fiz um desenho pra esse capítulo. Porém de última hora, meu computador decidiu que não quer funcionar direito, então está impossível de pôr o desenho aqui. Quando eu puder eu coloco aqui, mas por enquanto ficará só no Wattpad mesmo. E por falar em desenho, logo no sábado após eu ter postado o capítulo anterior eu fiz o desenho do capítulo de estreia do Inigo (capítulo 19 se não me engano). Caso vejam, espero que seja satisfatório. E espero também que gostem desse capítulo de hoje e vejo vocês dia 25 desse mês ainda (seguindo ainda aquele lance de postar sexta-sim sexta-não)...



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Ao subir as escadas até o distrito da neblina, Nur pôde ter uma melhor vista do lugar. A coisa mais chamativa do distrito era a árvore em seu centro, que era rodeada por uma estrada que formava um círculo em volta dela, e era atravessada por um pequeno rio. Desse círculo partiam quatro pontes. Uma para o sul, que dava para a escada de onde Nur subiu, outra para o oeste, que dava em uma rua com algumas casas de grande porte, outra para o norte, que dava na longa escada até o distrito das nuvens, e a quarta seguia para o leste, que dava para uma estátua de Talos e uma escada que levava a construção estranha, que se assemelhava a um barco virado de cabeça para baixo.

Algumas pessoas caminhavam de um lado para o outro por lá. Mas depois de passar pela tal árvore e chegar na ponte pro norte, ele repara em um homem em frente a estátua de Talos. O homem vestia uma túnica de clérigo, e sua voz alta clamando louvores ao deus dragonborn se destacava. O argoniano então decide dar meia volta, ir até a ponte leste e depois dar a curva ao norte até a estátua, se sentando no banco à frente dela.

 

— Hoje eles levam nossas crenças, e amanhã? O que os elfos levarão? Nossas casas? Nossos empregos? Nossas crianças? Nossas preciosas vidas? E o que o Império faz? NADA! Não, pior que nada! A máquina imperial age em favor da vontade dos Thalmors! Contra seu próprio povo!

— Não acha que essstásss exagerando? - o saxhleel perguntou da “platéia”.

— Desculpa, o que? - O homem se interrompeu e o interrogou, meio irritado.

— Não quiss ssoar desssdenhoso ou coisa do tipo. Essstou apenasss tentando entender.

— É mesmo? - ele pareceu se acalmar enquanto se aproximava do guerreiro. - O que você não entende?

— Tipo, por maisss que Talosss tivesssse sscerta importansscia para vosscêsss nórdicosss, ele era um imperador, então tecnicamente ele era um deusss de Sscyrodill, tal como algumasss dasss divindadesss dentre osss oito acabam representando algumasss regiõesss. Então porque a remossção dele importa tanto?

— Bem, colega escamoso. Talos era um dragonborn, um usuário nato da língua dos dragões. Desde a antiga guerra contra essas bestas de Akavir, os dragonborns são celebrados em Skyrim.

Essspera, “bessstasss de Akavir”? Eu ouvi que osss dragõesssessstavam aqui.

— HA! - o sacerdote riu, achando hilaria a compreensível ignorância de seu locutor - talvez se um estudioso for um pouco descuidado, pode pensar isso. Mas não. Os dragões vieram de Akavir para cá, e aqui se instalaram sendo adorados pelos nórdicos até eles se rebelarem e a guerra contra o culto dos dragões se iniciar. Nesse tempo, os Dragonborn se destacaram no combate a essas feras, mesmo que nenhum dos grandes heróis do passado que derrotaram o líder dos dragões fosse um dragonborn. Mas tempos após o fim dessa guerra, Ele, que veio da terra natal dos nórdicos, veio e fez mais do que matar os poucos dragões que sobraram. NÃO! Com suas palavras ele selou um acordo, e se aliou aos dragões remanescentes, que se juntaram a ele na conquista de Tamriel!

 

Ao ouvir aquilo tudo, o argoniano alisou seu queixo com a mão direita e então disse.

 

— Entendo. Então de fato ele é um herói muito importante aosss nórdicosss.

— Mas é claro! E pelo que os tempos provaram, ele é mais importante a nós que aos imperiais, que nesses tempos em que vivemos, eles viram as costas para ele e lambem as botas dos elfos de Summerset. imagine você, meu amigo, se eles proibissem o culto às Hists em Black Marsh?

Isssso ssseria horrível! O nassscimento da nossssa prole depende da ssseiva delasss.

— Nosso contexto é um pouco menos dependente, mas a honra de Talos está intrinsecamente ligada à nossa. A proibição do culto a Talos é um desrespeito a nosso povo.

— Bem, ao menosss nisssso meu povo tem sscérta vantagem, já que já nossssa provinsscia é independente. E messsmo que ainda fossssemosss do Império, duvido que qualquer Thalmor ou Sssoldado conssseguiria ssse aventurar no fundo de Argonia.

 

Enquanto eles conversavam, o dragonborn reparou em algo atrás da estátua. Na verdade atrás até do muro que separava a praça da estranha construção em forma de barco. O lugar que ele estava vendo era elevado, com algumas rochas formando um paredão em forma de águia.

 

— A propósito, fugindo um pouco do assssunto: O que é aquilo atrásss da essstátua? - ele pergunta apontando para o que via.

 

O homem se virou para trás, e ao reconhecer o que era, ele respondeu.

 

— Oh! É a Skyforge. A principal forja da cidade e a mais importante de toda Skyrim. Ela já estava aqui antes mesmo dos Elfos da Neve e foi nela onde foram forjados os equipamentos dos maiores heróis da província desde Ysgramor.

 

Ao ouvir aquilo, ele lembrou que Lydia mencionou ser amiga do melhor ferreiro da cidade, e logo presumiu que o melhor ferreiro da cidade trabalharia na melhor forja da cidade.

 

— hum… Acho que vou lá. Obrigado pela conversssa, er…

— Me chamo Heimskr. E você?

— Nur Dragiris. Foi um prazer.

 

O saxhleel então caminha tomando cada vez mais distancia do sacerdote, que agora voltava a dar sermões aos ventos.

 

***

 

Derkeethus, Inigo e Barbas tinham acabado de vender a última armadura sobressalente deles na loja de penhores.

 

— Muito bem. Quantoss sséptinsss temosss agora?

— Mais ou menos 1000 septins.

— Ótimo! com esssse dinheiro podemosss comprar uma armadura e ainda sssobrará muita grana.

 

Enquanto andavam, os três acabaram chegando na construção perto da entrada.

 

Ssse me lembro bem, aqui é onde vendem armadurasss.

— Bem, então vamos entrrarr.

 

Ao entrarem, foram recebidos pelo ferreiro no balcão do outro lado da sala.

 

— Sejam bem vindos à Dama Guerreira. Procurando se protegerem? Ou algo que dê dano?

— A segunda coisa mesmo. prrocurramos uma arrmadurra Dwemerr parra uma amiga.

— Estão com sorte, rapazes - disse a mulher apoiada na parede à direita deles.

 

Ela então se desescorou da parede e foi até a sala atrás de uma porta à esquerda do balcão, e logo depois voltou arrastando no chão uma armadura dourada, com diversas segmentações bem retas e marcas de pregos fundidos à couraça. Além disso, ela apresentava um curioso brilho azul claro que a recobria.

 

— Recebemos essa recentemente de um aventureiro que estava de passagem.

— IMPRRESSIONANTE!! É justamente o que querriamos.

Masss tem um problema.

— Qual?

Essssa é uma armadura masssculina. Procuramosss uma armadura feminina.

— Ora, não tem problema. - respondeu o homem no balcão - Nós podemos modelar a armadura na forja para se tornar uma armadura feminina.

— Ótimo! Vamos leva-la! - Disse o khajiit.

— Quanto irá cussstar?

— Exatos 1357 Septins. - respondeu a imperial.

 

Os dois homens-besta olharam um pro outro assustados ao ouvirem o preço daquela peça.

 

— TUDO ISSSSO?!

— O que vocês esperam? É uma armadura encantada. Com fortificação de armaduras pesadas.

 

O saxhleel de chifres coçou a cabeça, pensando.

 

— Não teria outra armadura aí? uma maisss basica?

— Essa é a unica armadura Dwemer que temos. Também não temos armaduras mais fortes no momento.

— Escutem, rapazes - O nórdico os chamou - Se está muito salgado para vocês, porque não fazem a armadura por si próprios?

 

Os dois estranharam ao ouvir aquilo.

 

—Boa ideia, querido - completou a cyrodilica - em outros tempos aceitaríamos faze-la pelo preço dos materiais somados a uma taxa a mais. Mas com o advento da guerra, estamos ocupados demais para isso. É claro! Podemos vender os materiais necessários para vocês, lhes emprestamos a planta de construção da armadura e vocês usam a nossa forja do lado de fora.

 

O ladino olhou para o arqueiro e lhe perguntou.

 

Vosscê sssabe usar a forja?

 

O cathay moveu a cabeça para os lados, em sinal negativo. O argoniano pôs a mão direita sobre os olhos, bufou e disse.

 

— Tudo bem, essstamosss sssem alternativa viavel além dessssa. Aceitamosss.

 

***

 

Ao subir as escadas de pedra, Nur chegou na tal Skyforge. O lugar era uma area plana elevada em relação à construção à sua frente, com algumas fogueiras servindo de tochas ao redor da beirada. Em baixo da águia de pedra havia uma brasa enorme pegando fogo incansavelmente. a frente da brasa, uma bigorna com um pouco de água abaixo, e ao lado uma plataforma que servia como bancada. e mais ao lado, em frente a asa esquerda, ficava uma pedra de amolar.

Ele caminhava pelo lugar, examinando tudo, e se impressionando com o que via. Ele olhava para o rosto da estátua de águia e se perguntava a origem dele.

 

— EI, VOCÊ! O que faz aqui?

 

Ao se virar, o argoniano viu um nórdico velho, vestido de uma armadura de couro.

 

— OH! Dessscupa! Vosscê é o dono da Ssskyforge?

— A Skyforge pertence aos Companions, porém só minha familia possui os conhecimentos e tecnicas necessárias para o manejo dos segredos dela. Agora diga: o que queres aqui?

— Essspera, vosscê é melhor ferreiro da sscidade?

— Eorlund Gray-Mane. Sim, sou eu. Também dizem que sou o melhor ferreiro de toda Skyrim. Mas não faço tanta questão desse titulo.

— Há! Ótimo! Minha housecarl, Lydia, falou de vosscê uma vez.

— Espere, Lydia? Você por acaso é o Dragonborn?

Sssou sssim. Nur Dragirisss. É um prazer.

— Calma lá, meu rapaz. É muito fácil falar. Quero que proves que é o dragonborn.

 

O saxhleel então fez sinal com as mãos, indicando que o homem ficasse onde estava. Ele então foi até a borda do lugar, voltado para o lado de fora da cidade,  e gritou.

 

Fusss RO!!! (Força, EQUILÍBRIO!!!)

 

Com o grito, uma energia azulada saiu de sua boca e avançou no ar com o som de um relâmpago, e então se dissipou no ar.

 

— essstá provado?

 

Ao ver aquilo, o mais velho se impressionou. Mal conseguia acreditar que estava de frente ao novo herói dragonborn. Ele então se curva em reverencia, mas é interrompido pelo dovahkiin.

 

— er… Por favor. Não presscisa.

— De que forma terei a honra de servir ao dragonborn?

— bem, minha pergunta pode ssser meio essstranha, masss você já fez alguma armadura com ossssosss e essscamasss de dragão?

 

O homem estranhou a pergunta e respondeu.

 

— Er… Não. Mas eu poderia tentar se eu tivesse os materiais necessários.

— Ótimo! O que eu quero não é nada complexo. Aguarde aqui que eu já volto.

 

Dito isso, o guerreiro desceu as escadas novamente, rumo ao cavalo de seu irmão.

 

***

 

No interior de Jorrvaskr, a base dos Companions, Lydia e Aela estavam no andar abaixo do salão principal, onde ficavam os dormitórios. Mais especificamente, elas estavam caminhando no corredor até um quarto ao fundo.

 

— Então… Agora que lembrei de perguntar: Quem assumiu a liderança da guilda? Foi você?

— É claro! Algum problema?

— Pelo contrário: Antes você do que os cabeças-duras do Farkas e do Vilkas.

 

As duas nórdicas riram daquele comentário.

 

— Aliás, onde é que eles estão?

— Estão fazendo missões. Farkas está em Falkreath procurando por um bandido. Vilkas por outro lado está ainda no feudo procurando por um dente de sabre que atacou uma familia e matou o pai.

— Então vocês estão conseguindo se virar sem o Velho ou… Sem mim.

— É, pode ser verdade. Mas acredite quando eu te digo: quando você quiser assumir a liderança novamente, a entregarei sem hesitar.

— Lhe agradeço por isso. - Elas permaneceram em silêncio por um tempo, até que a housecarl perguntou - Aliás, o que você queria me mostrar.

— Isso daqui - ela diz isso ao chegarem na sala ao fundo e puxando de trás da porta aberta um escudo.

 

O escudo era preto como carvão, mas um pouco mais claro que ebano. Sua superfície era recoberta por linhas que pareciam desenhar o rosto frontal de um dragão.

A ruiva entrega o equipamento Para a morena, que comenta.

 

— O que é isso? Não é um escudo qualquer. Parece ser do mesmo material do Wuuthrad.

— É o escudo de Ysgramor. Você deixou ele passar quando saiu da Tumba de Ysgramor. O Wuuthrad pro Vilkas, e como você sempre foi de usar uma arma de uma mão e um escudo, pensei que deveria te entregar isso quando te achasse.

— Aela, eu não tenho palavras para te agradecer.

 

A Companion então extende os braços e diz.

 

— Um abraço já é o suficiente.

 

Dito isso, as duas extenderam os braços uma para outra e deram um abraço amigável.

 

— A propósito, agora sou eu que tenho que te perguntar uma coisa.

— Pois então diga.

— Você chegou a contar… Pra ele?

 

Entendendo do que a amiga se referia, a lobisomem ficou meio temerosa, mas respondeu.

 

— Eu me esforcei em esconder, até que chegou ao ponto em que não tive mais como.

— Então ele sabe de você. Ele sabe… De nós? Dos outros?

 

Sem uma palavra, ela moveu a cabeça para cima e para baixo, em sinal de positivo.

 

— E qual foi a reação dele?

— Sendo sincera, eu lembro que ele estranhamente pareceu mais surpreso em eu não ter querido andar com ele de início do que de descobrir que sou uma fera em forma de gente. - ao falar isso, ela riu um pouco com a lembrança - Mas isso ele aceitou.

— Mais alguém sabe?

— Bem… - ela ficou mais receosa ainda de dizer que mais pessoas sabiam de sua condição licantropica - Quando encontramos o irmão dele, estávamos enfrentando Falmers e eu estava na forma de besta, então foi inevitável que ele soubesse. Com isso achei que não faria sentido esconder também do amigo dele, o Inigo. Tem o Barbas também, que descobriu só pelo meu cheiro, mas ele é o cão do Príncipe Daédrico Clavicus Vile. Então a menos que ele queira ser descoberto, duvido que ele fale qualquer coisa sobre isso.

 

A líder da guilda pôs a mão direita na boca com uma expressão séria, pensando.

 

— São só esses?

— Sim. Ninguém a mais, nem a menos.

 

Aela então deu as costas para Lydia e começou a falar de frente para as paredes, mas tendo como ouvinte a mulher atrás de si.

 

— Entendo que as circunstâncias que você se encontrava não a favoreceram, mas lembre-se, Lydia: ninguém pode saber da nossa condição. Se alguém descobrisse sobre a licantropia dentro do Círculo de Sangue e decidisse tomar alguma providência, isso poderia ser o fim da guilda e do legado deixado pelos 500 Companions de Ysgramor.

 

Ao ouvir aquelas palavras, a nórdica morena fez um silêncio momentâneo, equipou o escudo negro em seu braço e respondeu.

 

— Pode deixar, Aela. Ninguém mais descobrirá sobre o Círculo.

 

Em resposta, a nórdica ruiva inspirou profundamente e espirou respondendo.

 

— Assim espero, minha amiga. Assim espero…

 

***

 

— Muito bem, demorou um pouco. Mas está feito, rapaz.

 

Ao terminar o trabalho, Eorlund entregou a Nur um par de botas muito semelhantes às suas manoplas. Com placas feitas de ossos e bordas de metal negro as prendendo no couro. Ao ver o par de Botas de Ossos de Dragão, o argoniano ficou maravilhado.

 

— Não consssigo acreditar! Sssou muito grato a vosscê, sssenhor Eorlund.

— bem, o que estás esperando? Calce-as.

 

Dito isso, o nórdico entregou o par de botas a ele, que rapidamente tirou de seus pés escamosos as botas de aço que vinham lhe acompanhando até então, e pos o equipamento novo no lugar.

 

— Bem, acho que é isssso. Muito obrigado maisss uma vezzz sssenhor Eorlund.

 

O saxhleel então se vira e caminha em direção às escadas da Skyforge. Porém é interrompido pelo Gray-Mane, que o chama novamente.

 

— Ei, dragonborn. Uma última coisa.

 

Ao se virar, o mais velho continua.

 

— Quando tiver tempo, passe aqui novamente. Você demonstrou interesse pela arte da metalurgia enquanto montavamos essas botas. Se vier aqui novamente, irei te ensinar um tipo interessante de armadura. um que não fazem hoje em dia.

Sssério? Então pode deixar que ainda nosss veremosss.

 

O ferreiro então acena com a cabeça para o guerreiro, que acena de volta e volta a caminhar pelas escadas. Descendo da Skyforge e rumando para Dragonsreach.

 

***

 

— MUITO BEM!! Vamosss resolver isssso de uma vezzz.

 

Derkeethus, Inigo e Barbas estavam agora do lado de fora da ferraria, do lado esquerdo, voltado ao portão, e onde se localizava a forja. Um pouco a frente dela estava uma pedra de amolar, atrás havia um forno de fundição, enquanto na frente do estabelecimento, do lado direito da porta, se situava uma mesa de trabalho.

 

— Você já disse isso várrias vezes. Já gastamos muito fazendo algumas das peças da arrmadurra e quase fomos pegos quando o Nurr passou porr aqui.

— CALA A BOCA! Me deixa me consscentrar.

 

O argoniano olhava para aqueles planos de construção da armadura, virava ele de um lado para o outro, tentando entender aquilo.

 

— E então? O que eu devo fazerr?

— Er, deixa eu ver… Tente fazer uma placa de metal dwemer e então fassça um arco com ela para fazer a ombreira.

Arrco arrma ou arrco forrma geométrrica?

— Obviamente a forma geométrica!

 

O khajiit então pega a chapa feita na forja e tenta a dobrá-la na bigorna, batendo com um martelo. Porém ele acabou sendo descuidado, e acabou dobrando demais, fazendo a chapa se romper e um dos pedaços cair no chão.

 

Drroga!

— Dá lisscensssa! Agora deixe comigo.

 

O saxhleel então tomou o lugar do cathay, pegando a pinça de ferreiro, pondo um dos lingotes de metal semelhante a bronze nela e estendendo-a com o braço para o centro do fogo.

 

— Tome cuidado aí. - advertiu o arqueiro.

— Não me diga o que fazer!

 

No exato momento em que o ladino respondeu isso, o metal se derreteu demais, caindo da pinça até o fundo da forja.

Ao verem aquilo, eles se entreolharam, assustados.

 

— A gente tá muito ferrrado. Vamos acabarr gastando mais com os lingotes do que com a arrmadurra.

— UMA OVA! A gente vai conssseguir, não importa o resultado. A gente já essstá quase conssseguindo! O importante é o material usado, não COMO é feito.

 

Enquanto olhava aqueles dois patetas se esperneando, o cão a frente deles riu.

 

— Hihihi, essa armadura vai ficar uma bela duma droga.

— CALA BOCA BARBASSS!

— Não mesmo. Enquanto não tiver ninguém pra me ouvir falando, eu continuarei o fazendo.

— Não ligue parra ele, carra. Vamos voltarr a tentarr.

 

Dito isso, os dois voltaram novamente suas atenções para a forja, tentando desesperadamente fazer algo que servisse de armadura dwemer.

 

***

 

A porta do Dragonsreach foi aberta, e Nur adentrou o salão principal. Ao verem-no depois de muito tempo, as pessoas ali se surpreenderam. Ao se aproximar do Jarl Balgruuf, ele encarou Irileth, recebendo um sinal de permissão dela com a cabeça, se inclinou, o comprimentando, e disse.

 

— Meu Jarl, essstou de volta.

— Então finalmente retornastes, Dragonborn. Você chegou até o Alto Hrothgar, presumo eu.

— É claro. E tanto a viagem quanto a ida ao lugar foram muito gratificantesss para mim.

— E você chegou a descobrir? Sobre a natureza da volta dos dragões?

 

O argoniano movimentou a cabeça para os lados, em sinal negativo.

 

Infelizmente não. Mass sse adianta de algo, matei uma boa quantidade delesss pelo caminho.

— Bom. Ao menos pudestes se livrar dessas bestas por nós. Mais alguma coisa?

— Ah, Sssim! Quando vosscê me nomeou thane, disssse que me dava o direito de comprar uma casa na sscidade. Bem, eu gossstaria de resolver isssso.

— Oh, claro. Suba as escadas à minha esquerda. Proventus se encontra no andar de cima. Fale com ele que ele irá resolver isso para você.

— Lhe agradessço, meu Jarl.

 

O guerreiro então foi até às escadas. Depois de chegar até o topo delas, ele viu o imperial sentado em uma cadeira no canto de uma mesa ao centro da sala. Mesa essa que contia um mapa aberto de toda a província com marcações em vermelho e azul. Ao ver aquela figura que não via a tempos, Proventus se levantou e disse de forma receptiva.

 

— Ora! Olá, Nur Dragiris. Ou devo te chamar de "Dragonborn" mesmo?

— Er… Olá, e "Nur" já essstá bom.

— Tudo bem então. A que lhe devo a presença?

— Bem… - ele então tira de sua cintura um saco de moedas - Eu gossstaria de comprar uma casa na sscidade.

— Oh, Ótimo! Sente-se. Tente não bagunçar o mapa ao lado. Hrongar não iria gostar.

— Quem?

— O irmão do Jarl. Ele é o general do feudo.

— Entendi.

 

Dito isso, o Dragonborn sentou-se no canto da mesa, de frente para o administrador, e começou perguntando.

 

— E então? Há alguma casa disssponivel para mim?

— Bem, tem a Breezehome. É uma casa que fica do lado da Dama Guerreira. Você sabe? Onde minha filha trabalha.

 

O thane então se pôs a pensar um pouco, mas rapidamente se lembrou de ter conhecido a folha de Proventus, Adrianne Avenicci.

 

— AH, SSSIM! Claro! Então quanto cusssta essssa casa?

— Bem, algo em torno de 6800 Septins.

 

Ao ouvir aquele preço, Nur se assustou.

 

— O QUE??

— Quer dizer, o preço só dela é 5000 Septins. Mas contando com as reformas e mobiliação dela, há uma adição de 1800 com todos os cômodos. Quantos Septins você tem?

Menosss de 4000. Eu gassstei um pouco com comida.

— Oh… Entendo. Em outros tempos eu te ofereceria trabalhos que te possibilitariam conseguir o dinheiro necessário. Mas no momento estamos sem bandidos causando problemas. Pelo menos nada que compense.

 

Nur ficou em silêncio, pensando por um instante. E então ele pegou seu saco de moedas novamente, se levantou, os pôs na cintura, e disse.

 

— Tudo bem. Eu vou conssseguir o que falta. Me aguarde.

 

Ao falar isso, ele desce as escadas, caminha novamente pelo salão até a porta da frente e sai por ela.

 

***

 

Era quase cinco horas da tarde, quando Inigo, Dekeethus e Barbas finalmente terminaram de criar a armadura que dariam para Lydia. Os três estavam naquele momento encarando a criação deles vestida em um manequim cedido pelos donos da loja.

— Ah, não ficou tão rruim!

— Concordo, amigo. Eu vessstiria isssso de boa.

Mas é claro! Vocês usam armaduras leves. Não sou especialista em armaduras pesadas, mas isso daí não é uma nem de longe. E as placas parecem estar muito mal colocadas.

— Para um não essspesscialisssta, vosscê essstá sssabendo muito.

Eu sou mais velho que todo mundo dessa cidade somados. Já vi armaduras feitas por principiantes muito mais bem feitas que essa.

— Tá, tanto fazzz. Vamosss, Inigo. Me ajude a carregar essssa coisa

 

    Os dois então tiram a armadura e a carregam até o lugar combinado para se encontrarem, acompanhados pelo Daedra.


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