— Rose, qual é, nós já caminhamos o equivalente a uma maratona — resmungou Albus, um passo mais lento que ela na rua movimentada.

— Já estamos chegando!

Estavam perambulando sozinhos pela Londres trouxa, aproveitando o bom humor de Hermione Granger-Weasley, que resolvia alguma coisa em um desses edifícios velhos do centro.

Entre andanças pelas galerias, fotos divertidas em monumentos e sendo convencidos a comprar bugigangas pelos vendedores ambulantes, eles estavam em busca de uma sorveteria que Rose fora com o pai no último verão.

— Acho que é virando a esquina, vem — Ela disse sob os ombros, eufórica e um pouco impaciente, resolvendo o puxar pela barra da camiseta. — Você é muito dramático, Al.

— É ali adiante, não é? Estou vendo agora. Gelateria Smith, com a placa neon? — perguntou ele mal acreditando, apontando com renovada animação — ...Rose? Rose!

Sua prima há muito havia parado de lhe guiar e estava encarando a vitrine de uma loja empoeirada e estreita.

— Espere aqui, prometo que não vai demorar — Disse ela, com a voz decidida.

Albus revirou os olhos, resgumando para si mesmo dessa vez, mas sentou-se em um banco na frente, obediente. E Rose realmente foi rápida com seja o que quer que a tenha feito entrar.

Em mãos, com um embrulho de papel pardo e um brilho estranho nos olhos.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— O que você comprou?

— Nada demais. Temos que ir logo, daqui meia hora mamãe nos quer a encontrando na avenida principal. — E encolhendo os ombros, fez menção para que recomeçassem a andar.

Albus questionou novamente o que tinha no pacote no momento em que sentou-se na mesa da sorveteria carregando uma torre monstruosa de banana split e percebendo que Rose não se serviu por ter gastado suas última economias. Devia ser algo muito especial para que a sua melhor amiga abdicasse do seu sorvete de flocos.

Ela nada disse, segurando em um abraço protetor a luminária vintage com a representação da via láctea.

— Como foi o passeio em Londres?

Era uma pergunta simples e esperada, mas isso não impediu Rose de sobressaltar. Nem ao menos havia notado a prima mais velha chegar, entretida separando batatas para o jantar a mando da avó.

Enxugando as mãos no pano desfiado ao lado, Rose virou-se para ela.

Dominique demorou seu olhar em Rose, analisando atentamente cada micro expressão, e ela engoliu em seco, alisando o vestido para se ocupar.

— Você está estranha — pontuou, dando uma volta ao redor da prima. — Com certeza aconteceu alguma coisa...

— Nada aconteceu — Rose apressou-se em dizer, mas não a encarava. Era como se todos os seus segredos e sentimentos fizessem morada em seu rosto, como um bom livro aberto que Rose era.

Uma manada de primos Weasley-Potter adentraram na cozinha com lama até os ossos, impedindo Dominique de continuar o interrogatório. Rose poderia estar aliviada com o fato, se não tivesse encontrado o olhar de James e sentindo suas pernas vacilarem recordando da noite anterior.

— Rosie — Ela lembra ele dizer em um fio de voz, a milímetros de distância do seu rosto. — Agora é a hora que... eu te beijo.

Ela arregalou os olhos enquanto observava ele se aproximar mais, os lábios começando a roçar nos seus, parecendo tão incerto quanto ela.

A respiração dele fazia cócegas na sua bochecha, e Rose se perguntou se James conseguia ouvir seu coração batendo forte contra o peito, que para ela era um barulho ensurdecedor, ocupando seus ouvidos.

Mas todo o resto do seu corpo vibrava e prestava atenção a cada movimento de James. Segurando firme a cintura dela, e a garota, trêmula, pousando as mãos no peito do rapaz como apoio, o toque dos lábios nos seus foi faminto.

Pedindo passagem tão logo quanto o aperto maior nos seus quadris, Rose sentia suas línguas travando uma luta intensa, e a única coisa que ela poderia fazer era espelhar as ações dele, mas de modo algum foi um sacrifício. Quando ele a mordeu levemente, Rose assustou-se, quase soltando um gemido involuntário, se reprimindo rápido.

James os separou aos poucos, sem pressa e com nenhuma ideia do estrago que causava, ainda segurando seu rosto e afastando as mechas de cabelo, com a cabeça de Rose girando.

— ...entendeu como é? — perguntou ele, rouco.