Sob suas asas escrita por annaoneannatwo, Kacchako Project


Capítulo 2
Coletiva de imprensa


Notas iniciais do capítulo

Atenção!!! Esse capítulo contém spoilers do arco atual do mangá, mais especificamente do capítulo mais recente, que apresentou o nome de herói do Bakugou. Teje avisade!



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    Katsuki apoia o queixo na ponta do cabo da vassoura, analisando a conclusão da limpeza da sala de aula enquanto remói a merda que foi a prova de hoje mais cedo.

    Aquele desgraçado… aquelas perguntas não tinham nada a ver com o trabalho de herói, quer dizer, até tinham, mas o loiro não vê como diabos as merdas que fez no primeiro ano têm a ver com o herói que está prestes a ser, aquelas perguntas sobre o monstro de lama, sobre ser imobilizado na final do Festival Esportivo e posteriormente, sequestrado pela Liga dos Vilões… é como se tudo o que ele fez e continua fazendo não contassem pra nada, sua visão pública vai sempre se resumir àquilo. 

    Ou pelo menos era o que o babaca do entrevistador queria que ele pensasse, mas foda-se tudo isso, Katsuki fez muito mais depois daquilo: protegeu o Deku, revelou seu nome de herói pro Best Jeanist, e passou todo seu segundo ano trabalhando e estudando pra que ninguém ousasse questionar sua postura e motivação de herói. Ele não é mais o moleque do primeiro ano, também não é o otário que deu duro pra melhorar sua imagem no segundo, Katsuki é uma combinação de ambos hoje em dia, e quem não quer ver isso ou se faz de trouxa, ou é só cuzão. E aquele entrevistador era as duas coisas, louco pra vê-lo perder as estribeiras.

    E Katsuki, ainda sendo um pouco do que era no primeiro ano, caiu na dele. Deu respostas atravessadas, manteve uma postura defensiva em boa parte da entrevista, até que não tolerou uma pergunta sobre o que ele acha que o All Might teria a dizer sobre o herói que ele é hoje. Pergunta estúpida do caralho! Qual o sentido de falar de gente morta assim?

    Foi exatamente o que ele questionou e, claro, não pegou bem. O entrevistador ficou intimidado, chegou a recuar fisicamente, uma óbvia atuação pra deixá-lo ainda mais fodido perante quem quer que estivesse avaliando esse circo de horrores. A entrevista foi encerrada pouco depois, Katsuki já sabia que tinha se ferrado antes mesmo de sair da sala.

    É só uma disciplina dentre as várias que eles têm que estudar, não é nem de longe a mais interessante, mas é bastante desafiadora. E não tem mais nada nesse mundo que ele goste mais que um desafio, mas isso aqui já é dar murro em ponta de faca. Quanto mais se esforça pra entender essas merdas de media training, assessoria, relações públicas e esses caralhos, mais puto ele fica; e ficando mais puto, mais difícil é se portar do jeito que é esperado. É como um ciclo de frustração e cagada, e tudo porque aquele puto do Endeavor fez uma burrada tão absurda que agora, pra ser herói, não basta salver ou vencer. Todos têm que ser legais, dizer o que as pessoas querem ouvir, e nunca demonstrarem o quão errados podem ser às vezes. A exceção é aquele pássaro idiota! Vai saber como um cretino que apareceu em rede nacional esfaqueando um vilão a sangue frio e sabe lá o quê mais fez enquanto tava de agente na Liga das Vilões ainda consegue ter prestígio e pagar de ídolo por aí.

    —  Terminou aí, cara? Já guardei tudo também. —  o Kirishima faz um joinha antes de pôr as mãos nos quadris —  Ufa, que bom que a gente ficou com a limpeza da sala no dia que a gente nem ficou na sala, né? Aí nem tem muito o que arrumar.

    —  Hum. —  é a resposta que ele dá, nem um pouco interessado em ficar jogando conversa fora.

    —  Se bem que… talvez fosse melhor ter tido aula, né? Nada a ver aquela prova lá, aquele entrevistador tinha um sorriso de maníaco, sai fora! Eu devo ter me dado bem mal.

    —  Fecha o bico, você vai ter uma das notas mais altas.

    —  A-ah, eu… sei lá, não dá pra saber, né? —  ele coça a cabeça, sem jeito.

    Mas é claro que o idiota sabe, ele só tá fazendo isso pra que Katsuki não se sinta tão merda, só que não vai dar certo. Primeiro porque foda-se, o Kirishima se dando mal não faria o loiro se sentir melhor, isso nem tem lógica. Segundo porque o cabeção não iria mal nem se quisesse, ele vai bem nessa matéria sem nem precisar de ajuda pra estudar. Tem um monte de teorias de comunicação e linguagem que eles tão aprendendo, mas o idiota nem precisa delas, ele se vira bem nessa matéria.

    Por uma razão muito simples: o Kirishima é um desses heróis legais e gostáveis.

    Katsuki quer muito estar com sua melhor atitude “foda-se essa merda”, é só uma prova, dá pra recuperar até o fim do trimestre, e é basicamente a única matéria em que ele não tem notas praticamente perfeitas, isso não deveria estar incomodando-o, a pergunta do entrevistador babaca sobre o All Might é uma das muitas perguntas estúpidas que ele ainda terá que ouvir, então não deveria ser grande coisa. É nisso que o rapaz quer acreditar, não na ideia de que talvez, só talvez… ele jamais terá o que é necessário para ser um herói, ou simplesmente uma pessoa gostável.

    Terminada a limpeza da sala, ele e o Kirishima se encaminham aos dormitórios, andar em silêncio com alguém que entende que às vezes é melhor só ficar quieto, que nada que poderia ser dito ajudaria no que quer que fosse, é bom pra acalmá-lo um pouco, porém, assim que chegam aos dormitórios, ele sente sua irritação voltar novamente ao ver quase todo o povo da classe reunido na área de convivência. Devem estar esperando algum anúncio do Mic.

    O professor disse que ia liberar as notas direto no sistema, mas a Rosinha saiu falando que tem uma coisa a mais nessa bosta de prova: heróis profissionais assistiram, então talvez acabe rolando um tipo de estágio. Com a nota que ele provavelmente teve, Katsuki já pode ir se preparando pra trabalhar com alguém completamente avulso que ninguém conhece.

    Então ele passa reto, ignorando a Rosinha acenando animadamente pra ele e pro Kirishima. O loiro vai em direção à cozinha, querendo pegar alguma coisa aleatória na geladeira pra fazer algo rápido pro jantar e poder se enfiar logo no quarto pra estudar.

    — Ainda não foram disponibilizadas. —  o Quatro-Olhos anuncia enquanto conversa com a Menina Sapo, o Meio a Meio e a Cara de Lua próximo à bancada da cozinha.

    —  Bem, leva um tempo porque somos 21 alunos, ribbit.

    —  E você conferindo de 3 em 3 minutos não vai fazer as notas surgirem magicamente, Iida-kun. Tenta ficar calmo. —   a Cara de Lua aconselha.

    — Bom, eu realmente acredito que tive um desempenho regular, as perguntas sobre meu irmão me deixaram desconcertado, assumo, mas consegui contornar da maneira mais apropriada.

    —  Ah sim, você foi bem, não se preocupe. —  tsk, a Uraraka tá se achando a mestra no assunto só porque foi bem pra caralho, deve ter ido melhor até que o Kirishima. O repórter babaca também inventou de falar de gente morta com ela, mas pareceu ter zero efeito na garota.

    —  Quem deveria estar preocupado sou eu, não entendi as perguntas que ele me fez. —  o Meio a Meio diz em seu tom monótono.

    —  E você está preocupado?

    —  Não. —  e dá de ombros —  É só uma das avaliações que teremos, também não vejo porque me incomodar com um repórter que fez as perguntas mais previsíveis o possível sobre meu pai e meu irmão.

    —  É esse tipo de comentário que te faz soar arrogante, Todoroki-kun. —  o Quatro-Olhos o adverte.

    —  Pode ser, eu não me importo muito. —  fosse em outra época, Katsuki iria querer esmurrar o Todoroki por sua eterna mania de não levar nada a sério. Hoje, ele talvez sinta certa inveja, deve ser bom ser tão estúpido assim a ponto de não deixar nenhuma merda o atingir —  Algum problema, Bakugou?

    —  Tsk, não enche, Meio a Meio.

    —  Mas é você quem estava me encaran-

    —  JÁ FALEI PRA NÃO ENCHER, CARALHO! —  ele bate a porta da geladeira, ignorando a bronca do Quatro-Olhos. 

Antes de se retirar, Katsuki olha para a Uraraka rapidamente, ela está com uma sobrancelha erguida enquanto o observa, como se estivesse se perguntando “qual a necessidade disso?”

Foda-se essa merda, ele vai estudar pra próximas provas desse bagulho e ultrapassar tanto a Rabo de Cavalo quanto a Cara de Lua nas notas dessa disciplina, aí ele quer ver ela ficar olhando-o como se tivesse qualquer direito de julgá-lo.

    —  As notas da disciplina Imagem e Mídia para Heróis estão disponíveis! —  o Quatro-olhos anuncia ainda lá da cozinha, balançando seu tablet energicamente —  Não deixem de conferir a mensagem em anexo que o Present Mic-sensei enviou!

    Katsuki puxa o celular, melhor ver essa merda logo e começar a pensar do que precisa pra recuperar essa porra de nota. Ele abre o email institucional e não se surpreende com a nota que não chegou a ser um zero, mas passou perto.

    —  Não falei que ia ter um estágio? —  a Rosinha afasta o cabelo dos olhos numa pose metida a besta —  E tem o Hawks mesmo! O Dark Shadow não erra uma!

    —  Ele e meu mestre parecem ter um tipo de conexão transcendental. —  o Frango Trevoso diz enquanto cruza os braços —  É uma pena que não poderemos reencontrá-lo já que não obtive notas boas o bastante.

    Depois de conferir sua desastrosa nota, ele abre a mensagem em anexo pra ver na agência de qual zé ninguém vai ter que cumprir esse estágio idiota, bom… pelo menos é uma chance de sair da escola e fazer coisas de herói. Desde aquela merda toda no primeiro ano, a U.A. decidiu enfurná-los no colégio e só deixar sair nos fins de semana, como se não houvesse chance de desgraças acontecerem no domingo. Tsk…

AGÊNCIA WING HERO: HAWKS

Bakugou Katsuki

Uraraka Ochako

Quê?

De repente o loiro se sente tão incompetente e burro que acha que já não tá sabendo nem ler direito mais, então relê duas ou três vezes: a lista com os nomes das agências e para onde o povo da sala foi designado, e ele tá na agência do Hawks, atual herói número 2, um dos poucos nomes conhecidos nessa lista, e um dos mais conhecidos de todos os tempos.

Mas… o papo não era de que os dois melhores iam pra agência dele, caso fosse verdade que o herói tava participando desse negócio? Katsuki quase zerou, e tem certeza que os outros que devem ter ido mal —  Deku, Todoroki, Orelhuda provavelmente não foram piores que ele, e a Cara de Lua com certeza teve uma das melhores notas, se não a melhor.

Que porra é essa?

—  Aí, Bakugou! Mandou benzão, hein? —  o Kirishima se aproxima —  Vai pra agência mais famosa!

O loiro franze o cenho, quem também deve ter ido bem são a Rabo de Cavalo e o Kirishima, então um dos dois era pra estar junto da Uraraka. Isso tá… isso tá estranho.

—  Você vai com quem?

—  Eu? Com o Todoroki, a gente vai pra uma agência em Okinawa.

O Todoroki não fez nem questão de ir bem nesse bagulho, e o Kirishima nem se esforçou pra ir bem, então… colocaram os melhores junto com os piores? Se ele teve a pior nota, a Cara de Lua deve ter sido a melhor no geral.

—  Tsk, que merda isso. —  ele resmunga, não sabendo ao certo porque ser pareado com quem foi melhor lhe deixa tão enfurecido.

—  Ué, por quê, cara? É um estágio com o número 2! Todo mundo queria esse!

—  Eu não sou todo mundo.

—  Hahaha, falou igual a uma mãe agora! —  ele dá risada, ganhando um olhar colérico em resposta —  Não tô entendendo essa sua birra, mas aproveita, pô! Isso vai te dar muita visibilidade! E, cá entre nós… —  o ruivo se aproxima, como se fosse contar um segredo —  É melhor trabalhar com a Ura do que com o Todoroki, que anda mó revoltado com a vida, eu tô com inveja real.

—  Tsk, grande coisa ser a Cara de Lua, ela fica olhando com essa cara de sonsa, mas não me engana. Aquela maldita.

—  Hã… eu acho que… —  o Kirishima dá um sorriso torto, olhando pra algum ponto atrás dele. Katsuki se vira pra se deparar com justamente ela: a Uraraka olhando-o com uma expressão neutra. 

—  Conto com você pra fazermos um bom trabalho, Bakugou-kun! —  não tem como ela não ter ouvido, mas seja como for, apenas sorri e o cumprimenta antes de se afastar.

—  Cara… você precisa começar a pensar antes de falar, sabe? —  o Kirishima diz em um tom meio de bronca, meio cauteloso.

—  Tsk, que seja. —  mas ele não liga. Dane-se a Uraraka, se ela quer se fazer de boba, o problema é dela.

Tomara que essa porra de estágio passe rápido.

***

Os flashes das câmeras fotográficas poderiam cegar alguém menos acostumado com isso, que é exatamente o que os dois aspirantes a heróis são. Uraraka e Bakugou estreitam os olhos assim que passam pela porta da agência e se deparam com a enxurrada de câmeras e microfones apontando diretamente pra eles.

Keigo deu instruções bem básicas do que rolaria hoje: uma coletiva de imprensa pra apresentar seus estagiários, o que marca o retorno da parceria entre a U.A. e as agências de heróis. Jogo rápido, coisa de meia hora. Pra ele não é grande coisa.

Pra uma dupla de adolescentes que só se viu debaixo de holofotes em situações de crise, por outro lado, já deve ser um pouco mais tenso. Eles pareciam levemente intimidados, tensionando os ombros quando notaram a horda lá fora. Bom, pelo menos a Uraraka parecia. Se o Bakugou estava nervoso, não aparentou, manteve sua expressão fechada por detrás da máscara escura —  ele deveria conversar com os criadores de seu traje, o adereço é estiloso, mas um negócio escuro escondendo parte de seu rosto não é lá muito convidativo.

Assim que passarem pela porta, porém, é como se eles invertessem as posições. Uraraka sorriu e deu uma acenadinha tímida para os repórteres, enquanto Bakugou estreitou os olhos, como se estivesse jurando cada um dos profissionais ali presentes de morte. 

Keigo suspira levemente, vai ver ele se precipitou quando deixou sua assessoria marcar essa coletiva de imprensa… bom, agora já foi. O herói alado só espera que dê pra contornar qualquer pergunta mais espinhosa caso os dois estudantes não consigam fazer isso.

—  Bom, vamos lá? Eu sou o Hawks, essa é a Uravity, e esse é o Dynamight, meus novos estagiários. —  ele sorri.

A mão de um repórter se ergue.

—  Como se deu esse arranjo?

—  Vou ser bem sincero e dizer que blindar os estudantes da U.A. de terem experiências mais práticas só foi prejudicial para todos os envolvidos, então assim que contactaram minha agência, eu pensei: “por que não?” e agora estamos aqui.

—  Por que a Uravity e o Dynamight? Como foi o processo de seleção?

—  Aí já é o método do professor Present Mic, vai ter que perguntar pra ele. —  o herói responde, omitindo a parte em que foi ele que sugeriu esse arranjo.

—  Uravity, como é estar voltando aos estágios?

—  É uma grande oportunidade, e eu fico bastante animada com o que posso aprender com o Hawks-san e a equipe dele. Claro, a gente sempre torce pra que nada muito grave aconteça, né? Mas estou empolgada em poder entrar em ação e mostrar tudo que venho aprendendo na U.A.

—  E quanto a você, Dynamight?

— Já não era sem tempo. —  o repórter fica esperando o garoto elaborar sua resposta, todos parecem estar esperando o mesmo… e não acontece.

—  Certo… e como é para você estar sob supervisão do herói número 2? E em comparação aos estágios anteriores, você já trabalhou com o atual número 1, Best Jeanist, e com o ex-número 1, quais diferenças podem ser apontadas? 

Nem ao menos citam o nome do senhor Endeavor… mas é perceptível que estão tentando levar a entrevista pra esse lado. Hawks estreita o olhar enquanto observa o garoto explosivo.

—  A gente acabou de chegar pra esse estágio, ainda não tem muito o que falar sobre ele. —  o garoto aponta vagamente em sua direção —  E não adianta falar sobre como foi com os outros porque não dá pra ficar comparando. —  e foge pela tangente de maneira não muito graciosa, mas efetiva.

—  Mas por que não dá pra comparar?

—  Acho que o Dynamight quer dizer que, por serem situações muito diferentes, não há muito o que comparar. Nós estamos vivendo algo muito diferente do que era no nosso primeiro ano, então… fica difícil comparar mesmo. —  a Uravity intervém, e dá pra notar que o Bakugou não gosta da intromissão, mesmo que tenha sido para ajudá-lo.

—  A pergunta era pra mim. —  ele resmunga.

—  O-oh sim… mas é que… sabe, você deixou a bola quicando, eu só chutei pra fazer o gol. —  ela diz, meio sem graça, o que arranca risadinhas dos presentes. 

Ótimo, Uravity tem bastante naturalidade em seu discurso, passando uma impressão de leveza e tranquilidade que pode ser muito útil em entrevistas desse tipo.

E então, uma caneta roxa se ergue entre o mar de repórteres, e Hawks não precisa nem ouvir a voz dela para saber que lá vem problema,

—  Hawks, qual o papel da Comissão de Segurança Pública nessa volta às parcerias com os cursos de heróis?

—  Hã… seu nome?

—  Rokuon Hanako, do Independent Shimbun.

—  Certo, Rokuon-san, hã… a pauta aqui é a apresentação dos meus novos estagiários, então… não vejo o que a Comissão teria a ver com isso.

—  A Comissão de Segurança Pública recuou um pouco nos últimos anos e não se responsabiliza mais pela realização das provas de licença provisória, mas vão voltar a organizá-las a partir do ano que vem, já foi oficializado. Isso sinaliza uma abertura para outras aproximações, como por exemplo, a da sua agência com a U.A? —  ela não vai mesmo largar esse osso! Keigo precisa segurar a vontade de sorrir ao vê-la tão séria e profissional…

—  Bom, eu já não sou um representante da Comissão tem um tempinho, não posso falar sobre os planos deles, sinto muito. Mas se quer minha opinião, e acho que é isso que a senhorita quer, não precisamos tratar tudo como um grande esquema institucional maligno. No fim, a U.A., a Comissão, a minha agência, assim como tantas outras, só querem a mesma coisa: proteger os civis como a senhorita.

Ela ergue a sobrancelha, provavelmente não está convencida.

—  Uravity, você-

—  Uma pergunta por veículo, por gentileza. —  seu assessor interfere, impedindo que a repórter prossiga o bombardeio que estava planejando.

Ai ai… ela pode ser difícil, mas não dá pra negar que deixa tudo menos maçante, usou a oportunidade pra cutucá-lo em relação à Comissão e permitiu que ele desse uma resposta digna de manchete. Um morde e assopra constante, como sempre é entre eles.

A entrevista transcorre por mais um tempo, com o Dynamight se esquivando de maneira antipática e Uravity se conduzindo de maneira calma nas poucas vezes em que a atenção é voltada pra ela. Hawks sabia que isso seria interessante, e sua curiosidade em relação a esses dois só aumenta, tem uma ou duas coisas que ele quer ensinar a eles.

Mas não dá pra se preocupar só com esses dois alunos, ele precisa se cuidar também. Sua imagem é como essa cicatriz no lado esquerdo de seu rosto: pode passar despercebida dependendo do ângulo, mas ainda está aqui, marcando-o.

Todo cuidado é necessário, e se uma certa jornalista acha que tá no controle da situação, que espere pra ver, então. Essa cicatriz é a lembrança de que, realmente, os tempos são outros para os heróis. Mas seu sonho permanece.


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Notas finais do capítulo

Oi oi! Chegamos com o segundo capítulo dessa fic que estou fazendo pelo KacchakoProject, e as coisas começam a andar (e caso esteja se perguntando: sim, o All Might está morto nessa fic, mais detalhes nos próximos capítulos). Ainda dentro daquele desafio de colocar certas palavras, frases e objetos, os usados da vez foram: Vassoura e câmera fotográfica, a palavra "maçante" e a frase você deixou a bola quicando, eu só chutei pra fazer o gol."
Sobre a jornalista que aparece no finzinho: ela é uma OC, e por favor, não a odeiem, ela tem lá sua relevância pro plot e... É minha OC principal, no próximo capítulo eu a introduzo mais apropriadamente.

Queria agradecer ao Ryuutsune pela betagem super eficiente. Muito obrigada, meu anjo!
E nos vemos em duas semanas! Ou antes... Ou depois... Veremos... Najanajshsj



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