1- Perfect Harmony escrita por Ruiva


Capítulo 1
1- We Create Perfect Harmony.


Notas iniciais do capítulo

Eu fico muito emocionada com algumas historias que eu imagino antes de escrever e postar.
Com essa não foi diferente. Eu espero que cada um de vocês possam sentir o que eu senti quando ouvia essa musica e criava as nuances dessa historia na minha cabeça.

Enjoy.


Xoxo - Ruiva (Red).



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Eu tenho esse sonho recorrente. Um jardim majestoso em toda sua beleza. Enquanto a mim, revestida com um tecido de cetim branco que acompanhava minhas curvas nada modestas, esse tecido me tocava com delicadeza derramando suavidade que a minha pele agradecia. Em meus cabelos negros ondulados flores que tornavam o ambiente cada vez mais puro e cheiroso. Os tons de azul e rosa enfeitavam meu cabelo fazendo com que meu cabelo fosse a terra encorajando o crescimento de seus adornos. Meus pés descalços sentiam a terra sobre eles, não me incomodavam. O alívio. O vento sereno beijava meu rosto em forma de agradecimento a aquele momento divino.

Sinto um movimento perto de mim como se eu sentisse a presença que tocava minh’alma.

O cheiro encorpado ao vento que agora enchia completamente meu ser. Talvez eu nem podia tocá-lo … Mas eu quis tão intensamente em meu ser, que ao pedir mentalmente me virei prontamente o abracei. Nossas almas se colidiram e nos fomos apartados e girados de forma que não existia alegria maior ao sentir a existência de um universo que necessitava do nosso recém amor.

Quando ele começou a falar a voz dele soou com um tom angelical e então eu perdi o ar.

 

—Julie…

 

Soava distante. As risadas ecoavam em todo o jardim. Não parecia real, porém eu não fazia questão de acordar. Era como uma canção de notas perfeitas. Como uma doce e perfeita harmonia. Começamos a correr livre como dois puros sangues aproveitando a bela moldura de paisagem que nos cercavam. O sorriso dele me fazia sentir que não havia outro som melhor no mundo do que as batidas dos nossos corações livres se amando. Não tinha toque, mas tinha sensações causada pela ambientação presenciada do nosso amor.

 

—Luke…

 

Paramos. Tentei tocá-lo. Não pude. Tentei novamente… E novamente… E mais uma vez… Nossas almas se conectaram e nossos corpos físicos também. Quando em minha existência imaginei que um amor que nos transporta e nos transcende poderia existir dentro de duas almas que se encontraram por sonho. Estou ficando louca?

 

—Acorde Jules!

 

A conexão começou a falhar.

 

—Ainda não.

—Acorde Jules!

 

Respirei fundo e gritei.

 

—AINDA NÃO!

 

E me agarrei a ele, como uma raiz que permanece firme ao solo na esperança da primavera chegar.

Naquele momento meu coração começou a compor uma letra que se encaixava naquele momento.

A voz de Luke começou a sair com as palavras que estavam em meu coração. Nos apartamos do abraço e permaneci segurando as mãos dele. Fechei meus olhos para apenas ouvi-lo com a alma. Nossos corpos começaram a se mover pelo jardim em uma dança harmonizada. Nos braços dele eu deslizava ia e voltava. Estava leve. Por mais que eu soubesse que o mundo externo me aguardava e eu nem sabia se ele era real, eu queria apenas viver aquele dia e na presença dele. Eu estava completamente ao meu coração apaixonado. Ele me girou por entre seus dedos e se apartou de mim. Seus movimentos o levaram ao chão fazendo com que ele viesse de joelhos até mim. A musica continuava a fluir e ele me levantou do chão. Toquei o céu. Ele me desceu com delicadeza até que o olhar eletrizante dele fluísse por meus olhos ternos e envolvesse todo meu corpo até chegar novamente a ponta dos meus pés fazendo com que eu me movesse novamente ao som do nosso coração.

 

—Jules!

 

Dessa vez não fui capaz de permanecer no jardim. A voz que me puxava do lado de fora obteve sucesso ao me tragar de volta. Abri meus olhos e dei de cara com a Flyin em cima de mim.

 

—AAAAAAAHHHHHHH! God, Flyin…

 

Flyin começou a rir.

 

—Estamos atrasada Jules. E hoje nos vamos no passeio épico das nossas vidas. E você sabe quem estará lá certo?

 

—É só um passeio anual desnecessário em algum lugar que nos não sabemos porque a escola pensa que fazer surpresa vai nos deixar mais animados. Mas eu pareço animada?

 

—Vamos Julie, que mal faz? Vamos precisar de você lá! Sempre tem um show improvisado e você é a estrela.

 

Suspiro fundo.

 

—Não me convenceu… Mas fazer o que?! Você não vive sem mim.

 

—Você não vive sem mim.

 

Levanto me lembrando do sonho, mas estranhamente não me lembrava do rosto dele, apenas da melodia que ressoava enquanto dançávamos. Até queria contar para Flyin, mas preferi guardar pra mim. Fomos na garagem antes de irmos para a escola. Me sentei ao piano para que pudesse colocar as notas que tocava em meu sonho na realidade. Fui interrompida pela presença dos rapazes.

 

—Hey guys!

 

—Oi Julie.

 

Luke ficou olhando meus dedos sobre o piano. Estalei os dedos na frente dele.

 

—Luke? Isso porque fantasmas não dorme…

 

—Onde ouviu essa melodia?

 

Fiquei estática por um momento.

 

—Vamos?

 

Flyin estava ao meu lado.

 

—Vamos. Se não vamos nos atrasar!

 

Me levantei ainda vendo o espanto nos olhos de Luke. Flyin olhando pros lados.

 

—Os gatinhos rockeiros estão aqui?

 

—Não era você que estava com pressa?

 

—Definitivamente não.

 

Reggie disse sorrindo.

 

—Lembre… Fora do meu quarto! Até mais tarde.

 

Meus olhos e o do Luke se encontraram por uma última vez pela manhã. Durante o caminho, Flyin ia me contando o caminho todo sobre sua empolgação em sair da escola para um lugar “mágico”.

Tudo que eu conseguia pensar em algo que estava na minha mente era “Porque Luke perguntou sobre a melodia?” O sonho foi muito real, e se o sonho foi o real o suficiente pra mim… Significa que o sentimento também era, ou seja… Eu estava inteiramente apaixonada por um fantasma!

Quando eu sai de dentro da minha mente, apavorada com o que eu tinha acabado de pensar, olhei em volta e o pavor que estava controlado dentro de mim se tornou quase um pânico. Aquele lugar havia mudado tanto dentro de um ano que me deixou surpresa de um modo intragável, aparentemente acordada eu estava revivendo novamente o sonho. E por um momento desejei que o Luke estivesse aqui.

 

—Julie? Isso é sono acumulado ou você está mais lerda do que de costume?

 

—Cala a boca.

 

Descemos rindo. O lugar parecia um paraíso. Não me lembrava de ser tão lindo.O vento batia nas árvores provocando uma sinfonia em forma de sussurro. Tudo estava conectado a música. Estava começando a questionar se de fato eu estava acordada e cheguei a me beliscar. Sim! Eu estava acordada. Meu corpo reagiu de imediato ao estímulo dos meus dedoscontra a minha pele. Desanuviei minha cabeça por alguns segundos, respirei fundo e deixei o ar escapulir aos poucos pela minha boca fazendo com que meu corpo procurasse equilíbrio dentro de mim.

 

—JULIE!

 

Eu me assustei. Os rapazes estavam atrás de mim. Cerrando os dentes para disfarçar o que eu estava dizendo a eles.

 

—O que estão fazendo aqui?

 

—Ouvimos quando vocês disseram que aqui costuma ter shows anual…

 

Luke deu um beliscão em Reggie.

 

—O que mais escutaram exatamente? Ficam atrás das portas escutando as conversas agora?

 

—Sabe o que é né? Não existe Julie e seus fantasmas sem os seus fantasmas!

 

—Grrrrrrrr.

 

—Olha, Julie, nos só escutamos que haveria um show pocket e decidimos vir.

 

—Tá! Mas façam o que fizer, não chamem atenção para nós. Vamos nos divertir! Sem sustos, sem conversas na multidão e sem fazer as coisas mexerem sozinhas, ok?

 

Eles sorriram de uma forma fofa, o que me fez sorrir também. Mas logo fiz cara de brava.

 

—Isso não significa que eu não esteja brava. L-I-M-I-T-E-S.

 

Sai atrás da Flyin. Eles se comportaram durante todo o dia. O passei até ficou mais agradável. Foi engraçado ver eles se divertindo como se fizessem parte da nossa escola. Andamos tanto que dado momento eu acabei me desconectando da turma. A verdade é que eu estava perdida. Vi um caminho logo a minha frente, ouvi um barulho de água a deduzi que era um pequeno rio ou lago que passava por ali. Quando atravessei por entre as árvores eu vi uma ponte vermelha e as folhas caindo como se fosse outono. O vento soprava com calmaria por entre as copas das árvores e as folhas laranjadas no chão. O cenário conseguiu ficar mais lindo. Quando coloquei meus pés sobre a ponte, imediatamente Luke apareceu como se tivesse teletransportado para aquele momento.

 

—Julie… Como.. Que lugar é esse?

 

Comecei a me aproximar.

 

—Ainda estamos no passeio da escola, correto?

 

—Bom, a poucos minutos percebi que você havia sumido e quando eu sai para de procurar e de repente eu estava aqui. Frente a frente com você.

 

Meu coração acelerou.

 

—Eu tive um sonho.

 

—Um sonho?

 

Ele perguntou.

 

—Sim. E esse lugar se parece… Não, esse é o lugar do sonho. Posso sentir.

 

Ele se aproximou.

 

—E se… Se eu disser que eu tive o mesmo sonho? Acreditaria em mim?

 

—Devido aos últimos acontecimentos em minha vida, acha mesmo que eu não acreditaria?

 

—Sei lá, tudo acontece de uma forma inusitada no seu mundo Julie.

 

Uma melodia começou a ecoar. Olhei pro céu parecia uma pintura. Tudo ali era muito incrível inclusive a presença do Luke.

 

—Não sei se permanecemos aqui ou saímos para procurar os outros. A verdade é que esse lugar nos atrai…

 

—Não Luke, nos atraímos um ao outro.

 

Estendo a mão a ele.

—Você sabe que eu não consigo te tocar.

 

Me aproximo dele e levo minhas mãos até seu rosto. Antes de concluir o movimento eu paro.

 

—Pode ser que eu não consiga, mas em minha alma, eu tenho certeza que já toquei você profundamente. Com você eu sai de dentro de mim. Hoje eu sou alguém melhor… Tudo graças a você Luke.

 

—Não Julie. Eu não acredito que uma pessoa consiga transformar outra pessoa, muito menos um fantasma.

 

Ele sorriu.

 

—Mas eu acredito que pessoas em construção possam ajudar outras pessoas em construção a passarem cada um por sua metamorfose na vida e saírem de seus casulos emocionais. Você é uma linda borboleta Julie, só precisava de mais tempo dentro do casulo.

 

Quando Luke terminou a frase, na ponta da ponte pude ver uma cortina de borboletas levantar voo até o céu. O lugar parecia se transformar naquilo que queríamos. E talvez o que fosse mais notável naquele momento, era o quanto nosso interior mudava aquele ambiente. A realidade era nossos corações e o restante parece sumir de repente. Fiquei próxima a Luke.

 

—Não tenha medo. Eu não tenho.

 

As mãos dele repousaram sobre meu rosto e de imediato senti o calor das palmas dele sobre minhas bochechas. Isso me fez chorar.

 

—Como isso é possível?

 

Indaguei com lágrimas descendo dos meus olhos.

 

—Eu não sei, só sei que eu me sinto mais forte.

 

A melodia ficou mais alto eu e Luke pudemos dançar quase a tarde toda. Não impota quanto tempo demore, a vida sempre nos entrega coisas e pessoas as quais nos possamos nos apegar. Observe as pessoas e nunca aceite menos do que merece. Pode ser que nunca encontremos um amor como de Julieta ou o da Julie pelo Luke, mas nos agarrarmos a esse sonho em acreditar que no mundo ainda existe alguém que merece nossa confiança, é ter esperança no que não vemos, porém cremos. Acredite sempre no poder do amor.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Espero ver esse romance crescendo nas telinhas e o show deles no Brasil, seria um maximo né?
Muito obrigada por vivenciar esse momento pessoal, nos vemos em breve.


Enjoy.


Xoxo - Ruiva (Red).



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