Inesperado escrita por lehcmr


Capítulo 3
Capítulo 03 - Informações




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"Como regra geral o homem mais

bem-sucedido é aquele que

dispõe das melhores informações."

                                     —Benjamin Disraeli.

 

Acordar cedo nunca foi algo que eu achasse bom, muito pelo contrário. Por que motivo eu não posso entrar no trabalho às 10 horas? Acho isso um desperdício de tempo. Enquanto eu poderia estar dormindo, tenho que estar trabalhando. Entretanto, como meus desejos ainda não foram atendidos, acordo todo dia às 7 horas, e entro no trabalho às 8. 

Hoje, saí de casa mais cedo, pois não poderia correr o risco de chegar atrasada e perder a reunião para saber o que precisamos.

Assim que cheguei à empresa, fui em direção à mesa de Jullie, a secretária do meu chefe. Ela é uma linda mulher, tem a pele clara, os cabelos pretos cacheados, e a altura era mais ou menos a minha. Ela é aquele tipo de pessoa super fofa e alegre, nunca a vi triste, está sempre sorrindo e divertindo os outros.

—Jullie, bom dia, já sabe qual o horário que Lean vai fazer a reunião?

—Bom dia, Emy. O senhor Aguilar pediu para vocês irem para a sala de reuniões assim que chegassem.

—Tá bom então, obrigada.

Saí de lá e fui direto para a sala de reuniões. Como eu era a única pessoa faltando, depois que me sentei, Lean começou a falar.

—Bom dia, agentes. Assim como foi dito ontem, hoje vocês receberão algumas informações. Para começar vocês serão deixados em uma região mais afastada da empresa para que ninguém os veja. Terão que conseguir entrar no prédio e encontrar Ethan Benacci. O prédio tem trinta  andares, e em cada andar tem de três a seis salas. Precisam encontrar em qual andar e em qual sala ele está. Saberão quem ele é porque a única coisa colorida em sua roupa é a gravata, que será da cor roxa. Essas são as únicas informações que terão, e não se esqueçam: sigam seus instintos. Dúvidas? — Todos balançaram a cabeça negativamente— Hoje vocês podem voltar para casa para arrumar as malas de vocês. Quero que todos tenham uma mala com roupas pronta para o caso de passarem no teste. Estão dispensados. 

Peguei a pasta que foi entregue a cada um de nós e, quando estava me levantando para sair, Lean me chamou. Já estava até acostumada a ser chamada por ele, e todos os outros agentes também. Ele só começou a falar quando estava a uns três passos de distância.

—Bom, como há a possibilidade de que você passe e eu fiquei um bom tempo sem te ver, quer almoçar comigo hoje?

—Claro que sim, como se você precisasse de um motivo para almoçar comigo, né, Lean? Almoçamos juntos quase todos os dias. E pare de mentir para mim, senhor. Você é meu amigo, deveria me dizer verdades, não mentiras. Não sei desde quando há a possibilidade de eu passar. Para falar a verdade, não sei nem porque me chamou para esse teste, mas...no almoço falamos sobre isso. Hoje vai ser na minha casa, e nem invente de reclamar, foi você mesmo que mandou eu deixar uma mala feita.

—Qual é, boneca! Eu nunca mentiria para você. Passo lá meio dia, está bem?

“Boneca". Além dele, ninguém me chama assim. Nós somos amigos desde pequenos, nos conhecemos por meio de nossos pais. Eles estudaram juntos e eram grandes amigos, mas meu pai se mudou, e eles perderam o contato. Quando voltou para São Paulo, a primeira coisa que fez foi procurar o pai de Lean. Eu tinha 8 anos, e o Lean 10. A primeira vez que ele me chamou assim foi porque disse que eu parecia uma das bonecas da irmã dele. Eu dizia que meu apelido era Emy e que ele não podia me chamar de boneca se aquele não era meu apelido, então, como aconteceria com qualquer criança, isso fez que ele me chamasse assim cada vez mais, até o momento em que não me irritou mais. Hoje eu até gosto, e eu o chamava de Len, só porque ele dizia que homens não tinham apelidos, que ter apelido era coisa de menina. Isso, obviamente, fez com que eu achasse um para ele,  que até hoje não gosta muito, mas sabe que não adianta me mandar parar porque acho que isso é só drama. Pelo menos, ele já se conformou.

Saí de lá e fui direto para casa. Como a Luna ainda estava dormindo, fui arrumar a bolsa que Lean havia pedido. Só não conseguia entender o porquê de arrumar uma mala com roupas, isso nunca havia acontecido antes. Devia ser mais uma idéia louca dele. Ou será que foi do pai? 

Quando acabei de arrumar a mala, caminhei até a cozinha fazer o almoço. Não demorou muito para que Luna aparecesse..

—O que você está fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando?

—Fui liberada, temos um teste para fazer e o Len nos mandou voltar para casa e arrumar uma mala. E, a propósito, ele vem almoçar aqui.

—Não é novidade ele almoçando aqui, né, Em? Você ficou sabendo desse teste quando?

—Ontem, por quê?

—Se ficou sabendo ontem, por que motivo eu estou sabendo hoje se moramos debaixo do mesmo teto e você me viu na noite passada?

—Porque não era muito importante e você estava lendo.

—Desde quando um teste não é importante, Emilly? Vai, vai, pode ir contando tudo.

Contei tudo o que foi dito sobre o teste e que não sabia nada sobre a missão.

Assim como eu, ela achou que o Lean era meio biruta por bolar um teste desse. Depois que contei tudo, não demorou muito para ele chegar. 

Como sempre, assim que ele chegou, ela saiu. Nunca entendi o porquê de eles se evitarem, já havia tentado mudar isso, mas nunca deu certo. Talvez um dia eles parem com isso. Era o que eu esperava na verdade. 

Só depois do almoço que eu perguntei o que queria saber.

—Vamos lá, Lean, por que me colocou nessa missão? Depois de um ano e meio esperando, você me coloca em um teste que não há a mínima possibilidade de eu conseguir.

—Por que motivo você acha que não passaria? Você é ótima, todos sabem disso, só você não vê. Eu entendo que está preocupada. No último, você não passou e sabia o que teria no teste. Porém, não deixe que isso faça com que você pense que não é capaz, porque você é. Não te colocaria em algo que você não seria capaz de fazer, eu fui um dos que te treinaram, esqueceu? Sei do que você é capaz e sei muito mais do que os outros. Eu te conheço, sei que pode conseguir. Acredito em você.

—Você acreditar não muda muita coisa, Len. Sei que vai ser quase impossível passar nisso.

—Acho que você se subestima muito, fique tranquila. Tenho um conselho para você. Siga seus instintos, Emy. Faça o que achar melhor sem se importar com o que os outros irão pensar, não seja influenciada. Não importa se vai ser mais fácil ou mais difícil,  faça o que achar que é certo. —Ele levantou e me deu um beijo no rosto— Agora preciso ir. Ainda tenho umas coisas para resolver na empresa. Obrigado pelo almoço.

Quando já estava quase fechando a porta, ele virou o corpo, só o suficiente para me ver, e disse.

—Acredite em você, Emy. E não se esqueça que eu acredito.

Depois que ele foi embora, liguei para a Luna avisando que ela já poderia voltar para casa. 

Passamos a tarde inteira vendo seriados e conversando. Quando anoiteceu, tomei um banho, jantei e fui dormir.

Lean não havia dito nada, mas eu sabia que o teste seria amanhã. Não fiquei pensando que não passaria. Se Len acreditava em mim, eu também deveria acreditar.

E por esse motivo, tomei uma decisão. Nessa noite, pensamentos negativos estariam proibidos


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Notas finais do capítulo

N/A: OLÁ!

Como vocês estão??

Espero que tenham gostado desse capitulo, me deem suas opiniões, vou adorar saber o que estão achando.

Xoxo Let.



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