Passos para dominar o mundo escrita por Lily


Capítulo 1
Os primeiros passos....




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—Como se domina o mundo? - Harry levantou a cabeça ao ouvir o questionamento vindo de sua filha, ele olhou para a porta aberta e observou as crianças na sala. Lily estava sentada na poltrona com os pés jogados sobre o braço da mesma, estava de olhos fechados, mas era possível ver a expressão de curiosidade em seu rosto. 

—Com uma guerra. - respondeu James do seu lugar no chão com as costas apoiadas na poltrona. - Uma grande guerra.

—Isso não dominaria o mundo, apenas uma parte dele, a outra parte seguiria te odiando. - disse Albus sem olhar diretamente para o irmão, ele estava sentado no sofá encarando a televisão que exibia algum desenho, seus pés estavam sobre a mesa de centro, algo que Gina repudiava. - Você tem que saber onde mirar, escolher as pessoas com maior influência e manipulá-las, saber exatamente quais palavras usar para pegar o que precisa. 

—Concordo. - afirmou Rose que estava sentada ao lado dele. - Não com a parte da manipulação, obviamente, isso seria burrice. Se essas pessoas descobrissem, você estaria morto. 

—Então o que você faria? - indagou Al, olhando de soslaio para a prima.

—Puxaria as cordas certas no momento certo e teria total controle da situação através de dados coletados ao longo dos anos.

—Você quer dizer chantagem?

—Não, Hugo. Seria apenas uma troca de informações. - garantiu Rose sorrindo para o irmão que estava deitado de barriga para baixo no sofá. 

—Uma definição bonita para a chantagem suja que você estaria fazendo. 

—Ah é? E como você faria então?

—Uma chantagem bonita com fotos e documentos que comprovam. Sabe, usaria muitas pessoas para circular os dados e não concentraria apenas em alguém. Teria cuidado para nunca revelar minha identidade, mas teria o controle de todas as decisões importantes. - revelou Hugo. Harry franziu a testa imaginando há quanto tempo seu sobrinho estava planejando aquilo, pois aquele plano obviamente requereria um certo tempo para ser pensado. 

—E você, Lily? - questionou Rose. 

—Começaria uma seita. 

Harry reprimiu a exclamação de surpresa e balançou levemente a cabeça em reprovação à ideia de sua filha. 

—Uma seita? Você planeja dominar o mundo por meio de uma seita? Isso é ridículo. - murmurou James. 

—A seita só seria o início, James. Há várias maneiras de dominar o mundo.

—Voldemort tinha uma seita e não deu certo. - falou Al. - Papai derrotou ele.

—Porque Voldemort errou em vários pontos. Mas, tipo, a ideia principal era boa, apenas execução que foi ruim. - explicou Rose. 

Harry parou por um segundo e observou as cinco crianças tentando entender para onde aquela conversa estava indo, o caminho não parecia tão calmo quanto ele queria que fosse. Um calafrio percorreu sua nuca ao imaginar uma realidade onde Voldemort não errou, era apenas uma suposição, mas...

—Você sabe onde ele errou? - questionou Lily.

—Não sei, mas o tio Harry deve saber. 

Ele abaixou o olhar quando Rose disse aquilo e fingiu ler o documento em suas mãos, poderia ser seu dia de folga, mas ainda havia muito a se fazer, principalmente porque tinha gastando toda a manhã e metade da tarde entretendo as crianças, não se arrependia disso, mas deveria ter começado mais cedo. 

—Pai! Pai! Pai! - gritou James, sua voz ecoando pela casa. 

—Pai? - chamou Albus em um tom mais baixo.

—Papai! Papai! Papai! - exclamou Lily com sua doce voz. 

—Eu estou ouvindo, mas não estou me levantando. - disse e rapidamente ouviu passos entrando no escritório, Harry ergueu a cabeça e encarou as crianças. - O que vocês estão aprontando?

—Pai, onde Voldemort errou? - indagou James indo direto ao ponto. 

—Por que vocês querem saber? 

—Porque queremos saber quem de nós teria mais chance de dominar o mundo. - explicou Hugo. 

—Entendo, mas não posso dizer onde ele errou. Confidencial. - Harry olhou para as crianças que exibiam expressões emburradas. - Mas me digam, por que querem dominar o mundo?

—Não queremos dominar o mundo, papai, apenas gostaríamos de saber se conseguiríamos. - disse Lily se sentando em uma das cadeiras que ele mantinha à frente de sua mesa. 

—E quais são as ideias até agora?

—Guerra. Espionagem interna. Chantagem. Seita. - enumerou James erguendo um dedo de cada vez. - Coisas normais.

—Mas uma guerra não funcionaria. Voldemort começou uma guerra dos puro-sangues e todo mundo odeia ele. - comentou Al. - Porém, se todos lutassem contra algo em comum. Tipo uma ameaça que afetaria toda a comunidade bruxa, tanto os puro-sangue quanto os mestiços e nascidos trouxas. Somente assim uma guerra seria uma boa forma de controle. 

—Não acho que atualmente haja uma ameaça que possa unir a todos. - falou Lily. 

—Não tem, mas pode ser criada. - afirmou Hugo, abrindo um sorriso que Harry considerou um alerta amarelo para os pensamentos que se seguiram. - Poderíamos criar uma ameaça, não física, mas apenas um rumor forte o suficiente para fazer com que todos acreditassem.

—Assim teríamos uma ameaça invisível que poderíamos usar para controlar as pessoas. - completou Rose olhando do irmão para os primos. 

Harry se encostou em sua cadeira tentando associar o fato de que seus filhos e seus sobrinhos estavam realmente criando um plano de dominação mundial bem na sua frente durante uma tarde de verão.

—E que tipo de ameaça seria essa? - questionou James. - Um monstro. Um vilão que quer dominar o mundo.

—Não precisa ser algo físico, apenas um rumor. Palavras ditas em um tom urgente, como "o mundo bruxo corre perigo, temos que nos unir". Sabe, são as palavras que causam o estrago. - afirmou Albus. 

—Tudo ficará bem, apenas junte-se à nós. - sussurrou Lily em um tom sombrio. 

—Exatamente. Óbvio que eles vão se juntar a nós. Nosso sobrenome já é uma afirmação de que tudo ficará bem. - Rose tinha uma expressão em seu rosto que fez Harry querer acionar o alerta vermelho e mandá-la diretamente para Hermione, porém ele estava muito curioso para saber até onde eles conseguiriam ir com aquele plano de dominação mundial. - James seria o rosto da organização, um rosto bonito com uma sobrenome de herói. 

—Vocês querem usar o meu sobrenome para a dominação mundial? - Harry arqueou a sobrancelha e lançou um olhar questionador para eles. - Acho que isso pode ser classificado como nepotismo. E outra, Voldemort também usou seu título como herdeiro da Sonserina para poder atrair pessoas para o seu lado.

—Mas não usariamos tão descaradamente assim, James seria como um sopro de esperança, uma falsa esperança. Somos filhos de heróis, somos os mocinhos. - afirmou Rose sem deixar o sorriso sair do rosto. Harry engoliu seco, talvez aquilo tivesse sido uma má ideia. - Mas antes de tudo precisamos saber onde Voldemort errou.

—Vamos começar do início. - falou Albus enquanto pegava uma caneta e o bloco de cima da mesa. 

E pelos próximos dez minutos Harry viu suas crianças discutirem sobre os planos de Voldemort, obviamente a história que havia sido contada para eles era uma versão resumida e suave da verdade que poucas pessoas conheciam, Harry evitava falar sobre aquilo com eles, suas crianças não eram parte daquela história então não precisavam se preocupar. Mas era incrível como eles eram dedutivos, Hugo e Albus principalmente, eles tinham uma mente afiada que os fazia ver além dos fatos, Rose se mantinha com o que tinha e apontava incoerências nas teorias dos garotos, James escutava com atenção e acrescentava pequenos fatos que sabia depois de tanto andar por Hogwarts e ouvir conversas às escondidas. 

—Então, onde ele errou? - indagou Lily, ela estava deitada de barriga para baixo no chão no pequeno círculo que eles haviam formado no tapete. 

—Ele subestimou o tio Harry. Duas vezes. - afirmou Rose apontando para o esboço de um desenho de um bebê com um raio na testa. - A primeira quando ele era um bebê e a segunda durante a batalha de Hogwarts.

—Então, se ele tivesse realmente conseguido matar papai quando ele era apenas um bebê, Voldemort teria vencido. 

—Mas graças a Merlin, ele não conseguiu. - murmurou Harry olhando diretamente para James que coçou a nuca e sorriu. 

—Você sabe que eu estou feliz por você ter sobrevivido, porém não podemos negar que foi um grande golpe de sorte você sobreviver duas vezes a uma maldição da morte.

—Voldemort errou nisso, mas nós não iremos errar. Nem que para isso seja declarada a morte aos primogênitos. - afirmou Hugo se erguendo do chão e caminhando para fora da sala, seus primos o seguiram e Harry se pegou encarando a porta. Ele esticou a mão e pegou o celular que sempre deixava na primeira gaveta, o aparelho era essencial quando se tinha crianças pequenas em uma escola trouxa, havia comprado apenas por isso, porém depois de um tempo acabou virando algo necessário, mais rápido do que uma carta e mais prático do que um patrono. Demorou apenas alguns segundos para Rony atender.

—Ei, você está muito ocupado? - indagou Harry sem tirar os olhos da porta, as crianças haviam ido para a cozinha, talvez procurando algo para comer e concluir seus planos de dominação.

—A loja está calma por enquanto. Algum problema?

—George se importaria se você viesse para cá?

—Acho que não. - afirmou Rony, mas rapidamente questionou.- Aconteceu alguma coisa com as crianças?

—Não, mas estou ficando um pouco assustado com o rumo que isso está tomando. 

—Quão assustador?

—Assustador em um nível que fará Hermione querer minha cabeça em uma bandeja de prata. 

Rony soltou uma risada e rapidamente afirmou que estaria presente logo que possível. Harry colocou o celular sobre a mesa e se levantou para sair da sala, como havia previsto suas crianças estavam na cozinha comendo sanduíches e discutindo seus planos de dominação mundial.

Harry apenas ouviu com atenção enquanto esperava Rony chegar, dez minutos depois batidas na porta o alertaram de seu grande amigo. 

—Então, como estão as coisas por aqui? - indagou Rony enquanto se livrava do casaco. 

—Breve resumo, eles criaram um plano para a dominação mundial. Al e Hugo inventaram uma falsa ameaça à humanidade, James é o rostinho bonito com sobrenome de herói, Rose é a cabeça da organização com as informações valiosas e Lily está criando uma seita. 

Rony o encarou por alguns segundos tentando decidir se Harry estava dizendo a verdade ou não, ele adoraria dizer que estava mentindo, mas as coisas pareciam estar andando por um caminho sombrio. 

—Eu acho que quando Mione pediu que você cutucasse os intelectos deles, ela estava falando sobre jogos educativos, não a dominação do mundo. Como diabos você deixou isso acontecer? 

—Eu me perdi no momento em que eles me perguntaram onde Voldemort errou. Depois disso, apenas ladeira abaixo. - Harry deu de ombros e seguiu em direção a cozinha.

—Usaremos todos os meios de comunicação possível, internet, jornais, televisão, até panfletos. Queremos um caos, mas seja controlado por nós. - disse Rose olhando para cada uma das crianças com uma determinação que Harry sabia que ela herdara de sua mãe. - Sem rosto por enquanto, pelo menos durante o primeiro ano. 

—Poderíamos fazer uma grande confusão em um dia, tipo jogar panfletos de aviões ou balões e direcionar a atenção para um ponto. 

—Como um atentado! - exclamou James, completando o pensamento do irmão. Harry arregalou os olhos e reprimiu um gemido de frustração, ao seu lado Rony apenas assobiou antes de soltar uma risada nervosa.

—Hermione vai te matar. 

—Você acha que eu não sei disso!

—Nossos filhos criaram um plano para a dominação mundial. - murmurou Rony um tanto abismado.

—Seria estranho se eu dissesse que estou um pouco orgulhoso disso?

Harry e Rony trocaram um rápido olhar e abriram grandes sorrisos. 

—Eu estou tão orgulhoso. - afirmou Rony. - Nossos filhos vão dominar o mundo, literalmente!

●●

Eles estavam comendo pizza quando a porta da frente abriu, Harry olhou por cima do ombro esperando ver sua esposa na entrada da cozinha, quando Gina apareceu, ele sorriu. Talvez nunca se cansasse de ver sua bela esposa, ela era como um frescor de primavera. 

—Mamãe! - Lily saltou da mesa e correu até Gina, que beijou suavemente o cabelo vermelho da filha. 

—Então, como foi o dia com o papai?

—Super divertido. A gente brincou durante a manhã e depois discutimos nossos planos. - disse Albus enquanto engolia um pedaço de sua pizza.

—Que tipo de planos? - indagou Gina ao caminhar até a pia para lavar as mãos. 

—Dominação mundial. - falou James sem tirar os olhos do seu celular. 

Harry sentiu a mão de Gina pousar sobre seu ombro, ele olhou para cima e sorriu para sua esposa. 

—Como assim? 

—Você sabe, junte todos e passe a tarde bolando um plano para dominar o mundo. - Harry deu de ombros. 

—Eu adoraria chegar em casa um dia e saber que tudo foi apenas normal. - Gina se sentou ao lado dele, então disse. - Eu deixei você sozinho com eles por algumas horas e quando volto meus filhos viram psicopatas.

—Tudo ficará bem, apenas junte-se à nós. - falou Lily, lançando um olhar gentil à Gina. 

—Não. Você não vai formar uma seita, Lily.

—Mas pai!

—Sem mais. Até atingir a maioridade, você não pode criar uma seita. - Harry tentou usar sua voz séria, mas a vontade de rir do atual pedido de sua filha era imensa. Lily bufou e voltou a comer sua pizza.

—O que exatamente aconteceu nas últimas horas? E o mais importante, devo me preocupar com o que aconteceu? - questionou Gina olhando confusa para ele, Harry apenas riu e beijou levemente seus lábios. 

—Não, até Hermione descobrir estamos bem. - afirmou Harry. Por isso não se surpreendeu quando cinco minutos depois um patrono em forma de lontra invadiu a cozinha e a voz de Hermione ecoou pela cozinha.

—Harry Potter!

 


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