Millennium Odyssey: Uma Odisseia de Milênios Atrás escrita por Aquele cara lá


Capítulo 27
Capítulo 27




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Zephyr está parado em meio à uma densa neblina. O grupo está no deck principal.

"Isso nunca acaba ?" - Pergunta Cirius.

"Essa neblina começou do nada…" - Diz Decker. "Sinto muito, mas, até que ela se dissipe, não podemos sair do local."

"Por que não ? Não tem nada ali." - Diz Cirius.

"É por isso mesmo, carinha." - Diz Kaito. "Se a gente não consegue ver nada, pode acabar batendo em alguma coisa."

"Luna odeia ficar parada por muito tempo." - Diz Luna. "Luna vai sair do barco !"

"Tá maluca !?" - Pergunta Cirius, espantado. "Sair lá fora é perigoso !"

"Ela tem razão." - Diz Vega.

Cirius olha para Vega, mais espantado ainda. "ELA tem razão !? A Luna !?"

"Ficar aqui é seguro, mas não podemos perder mais tempo." - Diz Galadriell. "Não sabemos quanto tempo temos até Ignis colocar suas mãos em mais um glifo. E, quanto mais tempo ficarmos parados, mais tempo Demiurges tem para recuperar suas forças."

"O que vamos fazer ?" - Pergunta Mira.

"Eu sei." - Diz Èris. "Eu posso sair do navio, vasculhar a área e procurar por um caminho seguro."

"É muito perigoso." - Diz Cirius.

"Relaxa. Ela tem companhia." - Diz Kaito, se aproximando de Èris.

"Mas como pretendem fazer isso ?" - Pergunta Decker.

"Cristal de Melia." - Diz Kaito, pegando um cristal de seu bolso.

Èris também pega um cristal. "Com isso, podemos achar vocês."

"Então está certo." - Diz Galadriell. "Enquanto você vasculha a área, soldado, nós vamos proteger o barco."

Mira levanta sua mão. "Eu fico em cima da cabine de comandos. Tenho uma boa visão." - Ela vai embora.

"Eu não saio lá nem a pau !" - Diz Cirius.

"Então Luna vai ficar com marido~" - Diz Luna.

"Não se eu me trancar no meu quarto !" - Diz Cirius, que vai embora.

Luna corre atrás de Cirius.

"Ok…" - Diz Decker. "Eu vou garantir que está tudo em ordem com o Zephyr. Uma checagem à mais nunca é demais." - Ele também vai embora.

"Se quiserem, posso ir com vocês." - Diz Vega. "Caso aconteça alguma coisa, é sempre bom ter uma médica por perto."

"Pode ficar." - Diz Kaito. "Se rolar alguma coisa aqui, você cura todo mundo. E eu tenho umas pedras com magia de cura comigo."

"Certo." - Diz Vega. "Se a Èris não vai estar aqui, então acho que vou preparar alguma coisa para todos comerem." - Ela vai embora.

"Bom, simbora, cavaleira." - Diz Kaito.

"Oh ! Antes de irem embora. Soldado, poderia ir na frente ? Preciso dizer algumas palavras para esse…" - Diz Galadriell. Ela dá um olhar de desgosto para Kaito. "…jovem."

"Sim, senhora !" - Diz Èris, indo embora.

Galadriell se aproxima de Kaito. Os dois se encaram com ódio.

"Tch. O que você quer agora ?!" - Pergunta Kaito.

"Logo, seu jogo acabará." - Diz Galadriell. "Enviei uma carta para Mako, dizendo que te encontrei. Provavelmente já chegou às mãos de você sabe quem."

"Ugh ! Qual é a droga do seu problema ?! Não consegue esperar tudo isso acabar primeiro ?!" - Pergunta Kaito.

"Meu dever é garantir a segurança de todos, custe o que custar." - Diz Galadriell. "E, enquanto você estiver solto, ninguém estará seguro."

"Grr ! Que droga !" - Diz Kaito, socando a palma de sua mão com força.

"Eu pessoalmente te levarei a Mako, se for necessário. Não sairá impune. Passará o resto da sua vida miserável na cadeia, onde é seu devido lugar. Ou receberá pena de morte. Espero que seja a segunda opção." - Diz Galadriell.

"…Quanto tempo eu tenho ?" - Pergunta Kaito.

"O padre me deu até duas semanas para te levar." - Diz Galadriell.

"É muito pouco tempo !" - Diz Kaito. "O que quer que eu faça nesse meio tempo ?!"

"Se vire. Eu não tenho nenhum assunto a tratar com criminosos como você." - Diz Galadriell. Ela vira suas costas e vai embora.

"...Merda..." - Diz Kaito, se ajoelhando. Frustrado, ele soca o chão. "Mas que droga !" - Kaito soca o chão novamente.

Èris se aproxima de Kaito. "Tudo bem ?"

Kaito se levanta. "C-Claro que tô. Sem tempo pra conversar. Simbora." - Ele vai embora.

Èris segue Kaito. Os dois estão andando pela neblina.

"Então…" - Diz Kaito, tentando começar uma conversa, mas não conseguindo.

Os dois permanecem em silêncio, por algum tempo.

"Iris é uma garota legal, não é ?" - Pergunta Èris.

"É-É…" - Diz Kaito.

O silêncio continua.

"O que você…" - Diz Èris, hesitando. "O que você pretende fazer, depois que isso tudo acabar ? Quando você encontrar a cura da Iris, o que vai fazer ?"

"Sei lá." - Diz Kaito. Ele solta um suspiro e põe as mãos na cabeça. "Provavelmente vou passar o resto da vida naquela mansão idiota."

"…Legal…" - Diz Èris, cabisbaixa.

Kaito bagunça o cabelo de Èris. "É brincadeira, cavaleira. Eu não esqueci da nossa promessa. Nós ainda vamos viajar o mundo juntos."

Èris sorri. "E nada vai separar a gente~"

"…É... Nada…" - Diz Kaito, encarando ela.

"O que foi ?" - Pergunta Èris.

"Nada." - Diz Kaito.

Algo pode ser visto, aparecendo na neblina, à distância. Kaito força sua visão. É um muro de pedras cobertas por musgo.

"Ei, cavaleira ! Tá vendo a mesma coisa que eu !?" - Pergunta Kaito, espantado.

"Parece ser o muro de um vilarejo." - Diz Èris. "Talvez possamos perguntar para o povo de lá se eles sabem quanto tempo essa neblina demora."

"Boa ideia." - Diz Kaito.

Os dois se aproximam do muro e começam a andar por ele, até chegarem em uma entrada. Eles entram. A neblina está mais fraca. Os dois estão em uma vila com casas de aparência nobre. Há algumas pessoas completamente cobertas por mantos pretos andando pelo local.

"…Ugh… Lugarzinho esquisito…" - Diz Kaito. Ele começa a esfregar suas mãos. "E tá um puta frio aqui, também."

"Não se preocupe. Esse lugar não têm nenhuma hostilidade." - Diz Èris. "Não sinto nenhuma presença hostil por aqui. Eu… não sinto nada por aqui."

"Não é hostil, mas dá calafrios só de ficar aqui." - Diz Kaito.

Eles se aproximam de uma pessoa.

"Com licença, poderia nos dizer onde estamos ?" - Pergunta Èris.

A pessoa ignora ela.

"Ei, esquisitão ! Tamo falando com você !" - Diz Kaito.

Novamente sem respostas.

"Qual é a sua, hein-" - Diz Kaito, pegando a mão da pessoa. Assim que ele o faz, a mão sai. "M-M-MAS QUE MERDA É ESSA !?"

"KYAAA !" - Grita Èris.

"Espera… Cavaleira, não são pessoas, são bonecos !" - Diz Kaito.

"Perto de mim, Kaito !" - Diz Èris. "Tem alguma coisa aqui !"

Kaito fica de costas para Èris. A neblina fica mais densa.

"Tch. Nunca é só um lugar tranquilo." - Diz Kaito, bravo. "Quando é que a gente vai poder simplesmente ir pra uma praia, em paz ?"

"Pensa em relaxar depois." - Diz Èris. "Agora, se concentra em não morrer."

"Ainda bem que você veio." - Diz Kaito. "Achar essa coisa com esses seus poderes vai ser molezinha-" - Ele diz, sendo interrompido por Èris, que empurra Kaito.

De repente, algo sai da neblina e se finca no ombro esquerdo de Èris. Ela é puxada para a neblina.

"CAVALEIRA !" - Grita Kaito. Ele se levanta rapidamente e corre na direção que Èris foi puxada, mas não consegue mais vê-la. "Mas que droga !" - Diz Kaito, socando uma parede. "Que merda tá acontecendo nesse maldito lugar ?!"

Uma voz masculina desgastada começa a ecoar pela neblina. "Kehehehe ! Peguei uma das boas, não acha ?"

"Cadê você, desgraçado ?!" - Diz Kaito, bravo. "Mostra a cara !"

"Tudo que eu preciso é só dessa jovem de pele macia. Esse seu corpo nojento não faz o meu tipo." - Diz o homem.

"Eu vou acabar com você !" - Diz Kaito.

Kaito rapidamente dá um pulo para o lado, desviando das garras de uma boneca que vinha por trás dele. Ele corre até um beco, onde é encurralado por bonecas vindo de todos os lados, até por cima das casas.

"Mandar os empregados fazerem o trabalho sujo é fácil ! Quero ver você vir fazer pessoalmente !" - Diz Kaito.

"Por que sujar minhas mãos quando eu tenho escravos ? Rasguem esse pivete arrogante, minhas gracinhas !" - Diz o homem.

As bonecas põe suas garras para fora e avançam furiosamente na direção de Kaito.

"Tch. Assim que eu acabar com essas coisas, você é o próximo na minha lista !" - Diz Kaito.

Uma boneca tenta atacar Kaito pelas costas, mas ele desvia do ataque, pega o braço dela e a joga em outras bonecas. Kaito põe uma pedra em sua luva e cria um espinho de gelo que perfura essa pilha de bonecas. Mais bonecas vêm por cima. Kaito rola, desviando do ataque delas.

"Eu sou um idiota. São bonecas, é óbvio que têm um monte delas aqui." - Pensa Kaito. "Preciso achar a Èris, e rápido. Ah, já sei !" - Ele pega um pequeno cristal de seu bolso. "Esse Cristal de Melia tá conectado com o dela !"

"V-Vocês têm um Cristal de Melia ?! Droga !" - Diz o homem, bravo.

"Tá com medo, né, desgraçado ?! É melhor ter mesmo ! Porque eu tô indo te matar !" - Diz Kaito.

Mais bonecas chegam. Kaito soca uma delas, a joga no chão e pisa na cabeça, a quebrando. Ele dá uma cotovelada na cabeça de uma boneca e chuta pescoço dela, arrancando a cabeça. Uma boneca se aproxima por trás dele e outra pela frente. Kaito pega a boneca que vinha por trás pelo braço e usa o corpo dela para se defender do ataque da que vinha pela frente. Ele arrasta essa boneca, usando ela como escudo, e sai do beco.

"Onde… ? Onde… ?" - Pensa Kaito, olhando para o cristal enquanto corre. "Tomara que essa coisa esteja certa. Porque se estiver, é bem…"

Uma casa de madeira velha pode ser vista.

Kaito dá um sorriso confiante e termina sua frase. "…aqui." - Ele põe uma pedra em sua luva, a cobrindo com gelo, e abre a porta à força.

É um local escuro. Mal pode-se ver uma mão na frente do rosto.

"Não adianta se esconder, cuzão !" - Diz Kaito, bravo.

"Me esconder ?" - Pergunta o homem. "Kehehehe ! Os jovens de hoje em dia são tão idiotas."

De repente, a porta se fecha com força. Velas se acendem. O local está com o chão coberto de sangue. Èris está acorrentada de cabeça para baixo, pelas suas pernas e braços, em uma parede. Ela está com um pedaço de pano amarrado em sua boca e com seu ombro esquerdo sangrando.

"Cavaleira !" - Diz Kaito, preocupado. Ele dá um passo para a frente, mas se joga para o lado. Algumas agulhas são jogadas onde ele estava.

"Parece que não é tão idiota idiota quanto eu pensei." - Diz o homem. "Não é qualquer um que consegue chegar até aqui vivo."

"Sempre me disseram que eu não era qualquer um." - Diz Kaito.

"Mas sua sorte acabou no momento que entrou aqui." - Diz o homem. "Cada centímetro do chão tem uma armadilha diferente."

Kaito começa a correr. "Então eu só preciso chegar nela antes de todas as armadilhas ativarem !"

"Como se eu fosse deixar !" - Diz o homem.

Uma agulha acerta a perna de Kaito, fazendo ele cair no chão. Depois, outra agulha acerta a mão dele.

"Ugh- Gah !" - Diz Kaito, agonizando. Ele tira as agulhas e se levanta. "Hah… Hah… Isso já tá enchendo meu saco… !"

"Kehehehe ! Foi você quem decidiu vir aqui com sua namorada, agora ela vai virar uma linda boneca e viver no meu paraíso para sempre !" - Diz o homem.

Kaito volta a correr na direção de Èris. Mais uma agulha é jogada na perna dele. E, novamente, ele cai.

"Você não aprende nunca ? De que adianta chegar mais perto dela, se você vai estar morto ?" - Pergunta o homem.

"Ugh !" - Diz Kaito, tirando a agulha de sua perna e se levantando. Ele volta a correr.

"Jovens não aprendem nunca." - Diz o homem. "Dessa vez, eu vou fazer questão de que você fique no chão para sempre !"

Uma agulha é jogada na cabeça de Kaito.

O homem dá uma risada maníaca. "Kehehehe-" - Ele é interrompido por Kaito.

"Duas coisas. Primeiro, a cavaleira não serve pra ser uma boneca." - Diz Kaito.

De repente, Kaito se quebra.

"O-O quê !?" - Diz o homem, espantado.

Kaito joga uma adaga no teto. "Segundo…"

Do teto, cai um homem velho de corpo esquelético. A adaga está fincada na testa dele.

Kaito termina sua frase. "…caras como você não fazem o tipo dela." - Terminando de dizer isso, ele vai até Èris, solta ela e tira o pano da boca dela. "Melhor agora ?"

"Como foi que você adivinhou ?" - Pergunta Èris.

"Todos os ataques estavam vindo de cima." - Diz Kaito. "Tudo que eu precisei fazer foi fingir duas quedas pra colocar uma pedra de água e uma de gelo, espalhar a água, criar um espelho com gelo e calcular a trajetória dos projéteis inimigos. Nada demais. O que importa aqui é você. Tudo bem ?"

"Não muito…" - Diz Èris. "Eu perdi um pouco da força do meu braço esquerdo. Acho que um dos meus nervos foi severamente danificado, quando fui puxada."

Kaito solta um suspiro e se agacha. "Se você queria tanto assim uma carona, era só pedir."

Èris olha para Kaito, confusa. "Eh ?"

"Vamos, sobe aí." - Diz Kaito. "Não é a primeira vez que você faz isso. E, te conhecendo, duvido que vai ser a última."

Èris sobe nas costas de Kaito, que se levanta e começa a carregá-la. Os dois saem da casa. As bonecas estão jogadas no chão, imóveis. A neblina não está mais tão densa.

"Então isso tudo era culpa daquele sujeito esquisito…" - Diz Èris.

"Ugh ! Você ganhou peso ?" - Pergunta Kaito.

Èris puxa a bochecha de Kaito, brava. "Meu braço direito ainda funciona muito bem !"

"Tô brincando ! Tô brincando !" - Diz Kaito.

Èris solta a bochecha de Kaito. Ela encosta sua cabeça no ombro de dele. "É igual ao dia que nos conhecemos… Você não mudou nadinha."

"Mas você mudou. Sua presença tem mais peso." - Diz Kaito.

"Kaito !" - Diz Èris, brava.

"Tá bom ! Tá bom ! Eu parei." - Diz Kaito.

"A mesma idiotice de sempre !" - Diz Èris. "Mas… É bom…"

"Essa é nova." - Diz Kaito. "É bom ser idiota ?"

"Não, besta." - Diz Èris. "É bom saber que eu sempre vou ter alguém para me apoiar, quando eu mais precisar. Alguém que sempre vai estar lá para deixar meus dias melhores."

"…Você..." - Diz Kaito, hesitante. "Você já pensou em ser menos dependente de mim ?"

"Como assim ?" - Pergunta Èris, confusa.

"O que você vai fazer se alguma coisa acontecer comigo e eu desaparecer ?" - Pergunta Kaito.

"Te seguir." - Diz Èris.

"Eh ?" - Diz Kaito.

"Isso mesmo. Não importa onde você esteja, eu vou sempre estar do seu lado te lembrando de que você fez uma promessa de viajar o mundo comigo." - Diz Èris. Ela dá uma leve risada. "Além disso, não é como se você conseguisse escapar de mim. Nossos destinos estão entrelaçados."

Kaito solta um suspiro. "Era só o que me faltava… Não dá nem pra dar uma fuga da patroa…"

Èris soca a cabeça dele. "Você quer apanhar ?! Por que disse isso como se fosse uma coisa ruim ?! E, o que você quis dizer com isso ?!"

"N-Não é ruim, madame ! Eu nunca faria isso, madame !" - Diz Kaito, assustado.

"Bom mesmo !" - Diz Èris, brava.

Algum tempo depois. Já é noite. Galadriell está em seu quarto, dormindo. Ela acorda com batidas em sua porta. Galadriell levanta, sonolenta, e vai ver quem é. Para a surpresa dela, Kaito é quem estava batendo.

"Você-" - Galadriell tenta dizer, sendo interrompida por Kaito, que põe a mão na boca dela.

Kaito entra no quarto. "Shh ! Menos barulho."

"Eu não tenho nenhum assunto para tratar com alguém como você-" - Diz Galadriell, sendo interrompida por Kaito novamente.

"Eu quero que você me leve para Mako." - Diz Kaito.


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