Cirius está deitado em sua cama, roncando. De repente, a voz de Decker começa a ecoar pelo local.

"Acordem, todos ! Chegaremos no porto de Loggrin em breve." - Diz Decker.

Cirius se assusta e cai de sua cama. "Ugh !" - Ele passa a mão em sua cabeça, enquanto se levanta. Cirius se anima. "Finalmente ! A Galadriell deve ter esperado bastante !"

Algum tempo depois. Todos saem do navio, menos Èris. Eles estão em uma grande cidade, com as ruas feitas de pedras brancas e azuis e casas também brancas. Há uma grande torre negra no horizonte, não muito longe da cidade.

"Cadê a Èris ?" - Pergunta Cirius.

"Isso aqui é uma cidade controlada pelo império de Ignis." - Diz Decker.

"E, como a cavaleira é do time inimigo, eles vão definitivamente tentar matar ela." - Diz Kaito.

Èris sai do navio. Ela está usando um sobretudo preto.

"Bem pensado." - Diz Decker. "Assim, eles não vão ver sua armadura."

"Não preciso da minha armadura aqui." - Diz Èris.

Todos se olham, confusos. Kaito pega Èris pelo braço e a puxa para um canto.

"Ei, idiota !" - Diz Kaito, bravo. "Ficou maluca de vez ?!"

"A senhorita Galadriell me disse que AQUELA pessoa estaria aqui." - Diz Èris. Ela segura seu sobretudo com força. "Não posso perder minha chance… Eu fiquei mais forte, desde aquele dia..."

"E mais idiota também !" - Diz Kaito, bravo. "Enfrentar aquela coisa é praticamente suicídio !"

"Mas eu preciso !" - Diz Èris.

Kaito se enfurece mais, mas para, de repente, e põe as mãos nos bolsos de sua calça. "Tch. Faz o que você quiser, eu não ligo." - Ele vai embora. "Só não espere que eu vá estar lá pra cuidar do seu cadáver, como da última vez."

Èris encara Kaito ir embora. Ela abaixa sua cabeça. "…Desculpa…"

Kaito volta para o grupo.

"Tudo legal aí ?" - Pergunta Cirius. "Parecia que vocês estavam brigando."

"Ela é bem crescidinha, sabe das coisas que faz." - Diz Kaito. "Vamos." - Ele passa reto pelo grupo.

Todos ficam confusos.

Èris se aproxima deles. "Não se preocupem com ele. O Kaito sempre fica mal humorado depois de viajar. Vamos ?"

O grupo começa a vagar pelo local, olhando para todos os lados.

"Onde será que a Galadriell tá ?" - Pergunta Cirius.

"Não vai adiantar procurarmos assim." - Diz Decker. "É uma cidade dominada pelo império de Ignis. Ela não seria tão burra a ponto de-" - Ele é interrompido por uma pessoa coberta por um manto que esbarra em Decker, o derrubando.

A pessoa ajuda Decker a se levantar. "Tudo bem ?"

"Essa voz !" - Diz Èris, espantada.

A pessoa revela seu rosto dentro da vestimenta. É Galadriell. "Olá."

"Galadriell-" - Diz Cirius. Mira rapidamente tampa a boca dele.

Galadriell olha para os lados, checando o local. "Não devemos conversar aqui, podemos estar sendo vigiados. Me sigam." - Ela vai embora.

O grupo segue Galadriell. Alguns minutos depois. Todos estão em um quarto.

"Então é por isso que demoraram…" - Diz Galadriell.

"Pois é. Estávamos ajudando o Decker e a Luna." - Diz Cirius.

"E você não derrotou só um general, como dois." - Diz Galadriell. "Você cresceu tanto, desde a última vez que nos vimos…" - Ela diz para si mesma, encarando Cirius com um leve sorriso.

Èris nota o comportamento de Galadriell e pergunta. "Qual é nossa missão aqui, comandante ?"

"A-Ah, é mesmo ! Já tinha esquecido disso. Ehehehe…" - Diz Galadirell. "Temos que parar o império de Ignis."

"Tá, isso você já disse." - Diz Kaito. "Porque que a gente tá aqui ? Sabe, nesse exato local, reino, cidade, dia, hora, minuto, segundo e milésimo ?"

"Tem como exagerar mais ?" - Diz Èris.

"Tch. Não enche." - Diz Kaito.

"Esses dois estão esquisitos…" - Mira pensa consigo mesma.

"Estamos aqui por causa de uma lenda." - Diz Galadriell. "Existe uma lenda local sobre uma espada trancada debaixo daquela torre negra que vocês devem ter visto. Existem vários rumores diferentes sobre essa lenda, mas o mais falado é que a espada foi empunhada por um guerreiro lendário e usada contra um deus."

"Pfftt ! Coisa assim não existe." - Diz Kaito.

"É bem provável que exista." - Diz Galadriell. "Com certeza, o império de Ignis quer mais do que só pegar esse lugar para eles. Vocês devem ter notado, não ? Quando chegaram aqui, não viram nenhum soldado."

"Verdade…" - Diz Luna. "Luna sentiu um leve cheiro de homens maus, mas não viu nenhum."

"É porque a maioria das tropas está concentrada na torre." - Diz Galadriell. "Devem estar procurando pela espada."

"E, se a lenda for verdade, e essa espada acabar caindo nas mãos do império…" - Diz Èris.

"É bem provável que uma terceira Guerra dos Titãs aconteça…" - Diz Galadriell.

"O que a gente tá fazendo aqui, então ?!" - Pergunta Cirius, se levantando rapidamente. "Precisamos pegar aquilo logo !"

"Concordo com meu irmão." - Diz Mira. "Quanto mais rápido agirmos, menos chances eles têm."

Todos se levantam.

"Certo." - Diz Galadriell. "Enquanto vocês não chegavam, eu preparei um plano. Existem dois soldados na frente da entrada. Eles são responsáveis por guardar a porta e manter a comunicação. Se derrubarmos eles, poderemos entrar sem nenhum barulho."

"Heh, nada que um tiro certeiro não resolva." - Diz Mira, se gabando. "Deixa eles comigo."

"Certo. Quando eles não estavam vasculhando, aproveitei para explorar o local." - Diz Galadirell. "A torre tem dez andares, e no último, de cima para baixo, tem uma porta esquisita."

"Porta esquisita ?" - Pergunta Decker.

Galadirell concorda com sua cabeça. "Sim, uma porta muito esquisita. Ela é cheia de gravuras ilegíveis, e desenhos esquisitos."

"Talvez Luna possa ajudar." - Diz Luna. "Luna não parece, mas Luna conhece um pouco da língua anciã."

"V-Você o quê !?" - Pergunta Kaito, espantado. "Não sabe nem falar a minha língua !"

"Ei ! Luna passou mais tempo estudando língua anciã do que língua atual !" - Diz Luna, brava.

"Ótimo. Espero que você consiga decifrar as gravuras na porta." - Diz Galadriell. "Não precisam se preocupar com os soldados lá dentro. Se por algum acaso acabarmos nos encontrando, eu dou um jeitinho~"

"Eu vou estar lá para te auxiliar no que precisar, senhorita !" - Diz Èris.

"Vamos começar." - Diz Galadriell.

Todos vão embora, menos Kaito, que pega o braço de Galadriell.

"Preciso falar com você." - Diz Kaito.

"Sobre o que deseja falar ?" - Diz Galadriell.

"Por que você contou pra ela ?" - Pergunta Kaito.

"Não faço a mínima ideia do que está falando." - Diz Galadriell.

"Seus joguinhos não funcionam comigo." - Diz Kaito. "Por que contou pra Èris que ELA estaria aqui ?"

"…A única coisa mais forte que a armadura de um soldado de Mako é seu orgulho." - Diz Galadriell.

"Orgulho ? Tch. O que vocês de Mako sabem sobre orgulho ? Vivendo no topo, cheios de segurança. Por acaso, sabem contar quantas pessoas estão sofrendo por causa de vocês ?" - Pergunta Kaito.

"Você, falando de orgulho ? Essa é nova. Pensa que eu não sei quem você é ? Seu rosto pode estar diferente, mas não é o suficiente para me enganar." - Diz Galadriell. "Se eu quiser, posso prender você aqui e agora."

"Eu quero ver você tentar." - Diz Kaito.

Silêncio toma o local, enquanto os dois se encaram. Èris chega.

"Algum problema ?" - Pergunta Èris.

"O único problema aqui é a falta de sono que eu tenho." - Diz Kaito, soltando um bocejo. "Tô dormindo pouco demais." - Ele dá um leve tapa no ombro de Galadriell. "Simbora, chefe da cavaleira." - Kaito põe as mãos nos bolsos de sua calça e vai embora.

Galadriell também vai embora. Dois soldados de Ignis estão conversando.

Um soldado boceja. "Mais um dia chato... Será que nunca vão achar essa tal espada ?"

"Isso é, se ela existir, né." - Diz o outro soldado.

O primeiro soldado nota algo na distância. Ele põe a mão em sua testa e vai com sua cabeça um pouco para frente. "Mas o que é-" - Antes que ele terminasse de falar, algo entra por uma fresta no capacete dele, o matando.

O outro guarda se desespera. "A-Ataque inimigo-" - Algo também o acerta.

O grupo aparece.

"Como eu disse, nada que um tiro certeiro não resolva." - Diz Mira. Ela assopra o cano de seu rifle.

"Podemos prosseguir para a fase dois do plano agora." - Diz Galadriell.

Luna abre uma grande porta de pedra. Todos entram. A porta se fecha, no momento em que fazem. Eles estão em um lugar escuro, fracamente iluminado pela luz de algumas tochas. Há vários corredores nesse local.

"Não se preocupem." - Diz Galadriell. "Eu marquei o caminho por onde devemos passar."

Galadirell vai embora. O grupo segue ela. Eles caminham por diversos corredores, até chegarem em uma escada descendo.

"É uma descida um pouco longa. Então, preparem-se." - Diz Galadriell, descendo o corredor.

Todos continuam seguindo ela.

"Tomem cuidado. Pode haver alguma armadilha aqui." - Diz Galadriell.

"Armadilha ?" - Pergunta Èris. "Por que teriam armadilhas ?"

"Para não chegarem na espada." - Diz Galadriell.

Cirius vê um símbolo na parede. "Desenho esquisito…" - Ele pensa consigo mesmo. Cirius encosta seu dedo no símbolo. De repente, o símbolo entra na parede e o chão começa a tremer. "…Opa…"

Todos olham para o topo da escada. Uma bola de pedra está vindo na direção deles rapidamente. Eles começam a correr.

"Cirius !" - Diz Mira, brava. "O que você fez ?!"

"N-Nada !" - Diz Cirius.

"Marido está mentindo !" - Diz Luna. "Luna viu marido apertar símbolo !"

"Quieta !" - Diz Cirius.

"Pedra primeiro, reclamações depois !" - Diz Kaito.

"Eu tenho uma ideia !" - Diz Cirius. Ele pega Calligro. "Eu só preciso cortar essa coisa no meio !" - Cirius se prepara para atacar. De repente, ele acaba tropeçando, caindo em cima de todos e fazendo com que eles desçam a escada rolando.

Todos acabam caindo em uma sala com algumas tochas espalhadas pelas paredes, um pouco de água no chão e com uma grande porta de pedra com vários símbolos nela. Eles se levantam.

"…Ugh…" - Diz Kaito, passando a mão em sua cabeça. "Mais cuidado aí !"

"F-Foi mal !" - Diz Cirius. "M-Mas, ei, funcionou ! Ehehehe…"

Decker começa a olhar o local. "Que local estranho… A arquitetura aqui é diferente dos outros lugares..."

"Concordo." - Diz Èris. "Parece que foi feito com outro propósito, além de ser só mais um obstáculo."

"E não é." - Diz Luna. "Símbolo na porta diz que aqui é tumba."

Cirius inclina sua cabeça, confuso. "Tumba ?"

"Uma tumba é onde se enterram pessoas importantes, como reis." - Diz Mira.

"Faz tempo que Luna não lê assim. Luna precisa de tempo para ler tudo." - Diz Luna.

De repente, o chão começa a tremer. A bola de antes chega no local. Ela se desfaz, virando uma espécie de gorila de pedra.

"Yahooo~" - Uma voz feminina diz.

Cirius e Kaito se espantam. De trás da criatura, sai Levia.

"Olha só, se não é a turma do barulho e o orgulho de Mako." - Diz Levia.

"Grr ! Você não vai pegar a espada !" - Diz Èris.

"Nah, eu não tô afim disso." - Diz Levia. Ela pega seus sabres e os aponta para Èris. "Eu vim aqui por você."

Èris tira seu sobretudo. Ela está com uma jaqueta preta, um vestido azul e calças e botas marrons. Há duas bainhas na cintura dela. Dessas bainhas, Èris pega duas espadas. "Vamos resolver isso de uma vez por todas !"

"Você usa as roupas da sua mãe agora ? Não faz bem o seu estilo." - Diz Levia. "Além disso, não quer matar sua querida tia, não ?"

Todos olham para Èris, assustados. "Tia !?"

Enquanto isso, fora da torre. Alguém está assobiando uma calma canção. É uma jovem de cabelo longo lilás, pele pálida, olhos pretos, com um olhar calmo e vazio, usando um vestido vermelho e descalça. Ela se aproxima dos guardas caídos no chão. A jovem passa a mão pelos corpos deles, os examinando. Ela se levanta e entra na torre. Sua canção ecoa pelo local.

De repente, sangue começa a escorrer pelas armaduras dos guardas no chão, e, segundos depois, as armaduras viram poeira.