Millennium Odyssey: Uma Odisseia de Milênios Atrás escrita por Aquele cara lá


Capítulo 19
Capítulo 19




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O grupo está na frente de uma floresta com árvores enormes, espantados. Eles olham para trás e vêem o deserto, a poucos metros. Depois, olham para a floresta novamente. Olham para o deserto e para a floresta mais uma vez.

"EEEHHH !?" - Gritam todos.

"Qual a surpresa ?" - Pergunta Luna. "Luna disse que vivia em um oásis."

"Oásis uma ova !" - Diz Kaito, bravo. "Se isso é um oásis, eu sou um cavaleiro !"

"L-Luna, quando você disse "oásis", achamos que era algo menos…" - Diz Èris, não achando palavras para continuar sua frase.

"Eu achei que eram duas palmeiras e um lago pequenos, não uma floresta enorme…" - Diz Decker.

"P-Por aí..." - Diz Cirius.

"Vamos !" - Diz Luna, sorrindo. "Luna quer mostrar onde cresceu para amigos !"

Luna entra na floresta. Todos se encaram e também entram.

"Lugarzinho abafado…" - Reclama Kaito. "Tenho certeza de que também é cheio de mosquitos- Ugh ! Acho que acabei de comprovar isso..."

"Chega, Kaito." - Diz Èris. "Mesmo que seja uma floresta, isso ainda é a casa da Luna. Então devemos respeitar ela."

"Pra você é fácil falar ! Você tem um repelente natural !" - Diz Kaito, bravo.

Èris limpa sua garganta. "Eu não tenho culpa. São poderes que eu tenho de assumir, mesmo que não os queira."

"Grr ! Sua-" - Diz Kaito, sendo interrompido por Luna.

"Chegamos !" - Diz Luna.

O grupo está na frente de uma grande árvore. O topo dela está escondido pela folhagem das outras árvores.

"Uh… Luna ?" - Diz Cirius.

"Onde EXATAMENTE nós "chegamos" ?" - Pergunta Mira.

"Na casa de Luna, Vilarejo Noguri !" - Diz Luna.

"Tudo que eu tô vendo é uma árvore grande e velha." - Diz Kaito.

"Essa é a árvore mais velha de Kalian." - Diz Luna.

"E… ?" - Diz Kaito.

Luna olha para os lados, vendo se não há ninguém por perto. "Aqui tem uma passagem secreta."

"Sério !?" - Pergunta Cirius, espantado.

Luna concorda com sua cabeça. "Sim. Se Luna pisar aqui, aqui, aqui e aqui…" - Ela pisa em locais específicos no chão.

De repente, um buraco se abre. Todos caem em um escorregador. Quando saem, estão em uma local com uma grande escada caracol para cima. Há algumas plataformas com casas de madeira, vagalumes grandes iluminando o local e várias pessoas com traços animalescos. Quando elas vêem o grupo, começam a rodea-los.

"Luna… ?" - Diz Èris. "Esse é o lugar certo ?"

"Claro que é !" - Diz Luna.

A multidão começa a abrir caminho. Uma mulher alta e forte, com cabelo loiro, olhos verdes animalescos, como os de Luna, com um olhar ameaçador, várias tatuagens tribais espalhadas pelo corpo e segurando uma lança se aproxima do grupo. Ela e o grupo se encaram. Um silêncio mortal toma o local.

De repente, Luna pula na mulher e a abraça. "Mamãe !"

A mulher ganha uma expressão gentil e alegre. "Luna, minha filha ! Onde esteve todo esse tempo ?"

"Luna arranjou amigos legais, mamãe !" - Diz Luna.

"É mesmo ?" - Pergunta a mulher. "É um prazer conhecê-los. Meu nome é Leona. Muito obrigada por cuidarem da minha filha por todo esse tempo. Fico muito grata."

Todos ficam chocados. "V-Você é a mãe dela !?"

"Qual a surpresa ?" - Pergunta Leona. Ela aproxima seu rosto ao de Luna. "Não somos idênticas ?"

"Nem a pau, mulher !" - Diz Kaito.

"Kaito !" - Diz Èris, brava. "Perdoe ele, senhora. É que vocês não são tããão parecidas assim. Mas a semelhança é visível."

"Tudo bem, eu não me importo-" - Diz Leona, se interrompendo. Ela começa a cheirar Cirius. "Não há como confundir… Garoto, essa coisa enrolada nas suas costas é a Calligro, não é ?"

Cirius se afasta de Leona, assustado. "E-Eh !? C-Como você sabia disso !?"

"Mamãe sabe porque era amiga de Kurono." - Diz Luna.

Todos se espantam novamente.

"Eu lutei ao lado de Kurono na primeira Guerra dos Titãs." - Diz Leona. "Heh, bons tempos. Eu jamais esqueceria presença que espada tem."

"Você lutou na primeira Guerra dos Titãs !?" - Pergunta Kaito, espantado.

"Foi há um bom tempo atrás. Mas sim, eu e meu marido lutamos ao lado de Kurono." - Diz Leona.

"M-Mas se a primeira Guerra dos Titãs foi a trinta anos atrás, então..." - Diz Èris.

"Mamãe tem oitenta e seis anos." - Diz Luna.

"E-EEEHHH !?" - Diz Kaito, espantado. "Tu é uma velha !?"

"Os Mamori envelhecem bem~" - Diz Leona, soltando uma pequena risada.

"N-Nossa..." - Diz Mira, também espantada.

Cirius está maravilhado com Leona. "Whoa ! Você é velha, mas continua forte pra caramba ! Que maneiro ! Seu marido deve ser muito legal também !"

Leona fica cabisbaixa. "Ele… era."

"Oh… Entendo…" - Diz Èris. "Meus pêsames. É que Luna fala tanto do pai, que pensamos que ele… você sabe."

Leona levanta sua cabeça. "Não, não. Esta tudo bem. Enfim, o que traz o portador da Calligro e seus amigos aqui ?"

"A gente só tá de passagem." - Diz Kaito.

"Estamos indo para Loggrin, e a Luna decidiu passar por aqui." - Diz Cirius.

"Mamãe ! Luna voltou com marido ! Cirius é o marido de Luna !" - Diz Luna, animada.

"Como ?!" - Diz Leona, brava. "Luna. Quantas vezes eu já te disse ?! Você não serve para arranjar um marido !"

"Mas Luna arranjou…" - Diz Luna.

"E-Ei ! Eu já disse que não vamos nos casar !" - Diz Cirius.

"Ele está certo, Luna !" - Diz Leona. "Você está proibida de se casar com qualquer um !"

"Mas Luna quer se casar com Cirius !" - Diz Luna.

"Não é não, mocinha !" - Diz Leona. "Agora, vai já para o seu quarto."

"Mas-" - Diz Luna, sendo interrompida por Leona.

"Agora !" - Diz Leona.

Luna vai embora correndo, triste.

Leona solta um suspiro. "Perdoem a Luna. Ela chegou na idade de se casar, mas eu a proibi. Então Luna fugiu de casa."

"Isso, uh, foi um pouquinho demais, não ?" - Pergunta Mira.

"Não. Luna jamais vai se casar." - Diz Leona. "Eu a proíbo."

"Mas por que você não quer que ela se case ?" - Pergunta Mira.

"Não questiona a mulher, maninha." - Diz Cirius. "Ela tem razão."

"Porque eu sou a mãe dela, e o que eu digo é lei." - Diz Leona.

Decker encara Leona e pensa consigo mesmo. "Hmm… Talvez…"

"Bom, vamos deixar esse assunto para lá." - Diz Leona. "Querem que eu lhes mostre o local ?"

"Sim." - Diz Èris.

"Certo. Vamos por aqui." - Diz Leona, indo embora.

O grupo acompanha ela.

Uma pedra é jogada em Cirius. "Ugh ! Quem fez isso ?!" - Ele olha para trás e vê Luna o chamando, atrás de um barril. Cirius vai até ela. "O que foi ?"

"Luna precisa da ajuda de marido." - Diz Luna. "É uma missão super, hiper, mega secreta."

Cirius solta um suspiro. "Sua mãe não mandou você ir pro quarto ?"

"Mamãe não sabe do que fala." - Diz Luna, pegando a mão de Cirius. "Vamos !" - Ela puxa Cirius com força.

O grupo chega em uma plataforma com algumas barracas cheias de coisas variadas.

"Esse é o mercado." - Diz Leona. "Aqui, vocês podem encontrar as melhores iguarias de todo Nah'Bah e Kalian."

Èris se espanta com algo. "Vocês têm Pimentas de Caibro !"

"São uma especialidade da nossa querida floresta." - Diz Leona.

"Tem bastante ingrediente interessante aqui." - Diz Èris, vasculhando o local com seus olhos. "Definitivamente precisamos checar essa loja, mais tarde."

"Falta de iguarias nunca foi um problema." - Diz Leona, indo embora.

O grupo segue Leona, subindo mais escadas. Enquanto isso, em um corredor iluminado pela fraca luz de tochas. Cirius e Luna estão caminhando.

"Esse lugar é meio-" - Diz Cirius, se interrompendo. "Tá, ele é MUITO macabro."

Luna segura mão de Cirius e sorri. "Não precisa ficar com medo, Luna está aqui. Luna vai sempre estar ao lado do marido."

"Uh, não, valeu…" - Diz Cirius, se soltando da mão de Luna. "Pra onde você tá me arrastando ?"

"Luna precisa da ajuda de marido." - Diz Luna. "Se marido não ajudar, a casa de Luna pode desaparecer."

"Como assim ?" - Pergunta Cirius.

Os dois começam a descer uma escada.

"A floresta tem um segredo." - Diz Luna. "E a casa de Luna também."

Cirius solta um suspiro e pensa consigo mesmo. "Essa conversa não tá chegando em lugar nenhum…"

"O segredo da casa de Luna é…" - Diz Luna.

Uma fraca luz azul esverdeada começa a iluminar o rosto de Cirius, que se espanta. "M-Mas que droga é essa !?"

Enquanto isso. O grupo chega em outro andar.

"Aqui, tecnicamente, é o último andar." - Diz Leona. "Dá para subir mais, mas é apenas para vista e passeio."

"Olha, eu tiro meu chapéu pra vocês." - Diz Kaito. "Por mais que esse lugar seja abafado, cheio de insetos, e nem um pouquinho amigável, agradável, ou confortável, vocês têm uma vila interessante."

"Obrigada." - Diz Leona. "É um trabalho difícil, manter as coisas em ordem."

"Se seu marido estivesse aqui, seria mais fácil ?" - Pergunta Mira.

"M-Mira !" - Diz Èris.

"Não, não. Eu não me importo." - Diz Leona. "Na verdade, ele dava mais trabalho ainda. Ahahaha !"

"Luna parece gostar bastante dele." - Diz Decker.

"Sim. Desde que ela nasceu, sempre foi a garota dos olhos do Zahra." - Diz Leona. "Ela se orgulhava muito do pai que tinha, e ele se orgulhava mais ainda da filha..."

Decker encara Leona e pensa consigo mesmo. "Alguma coisa está esquisita…"

"Bom, aqui é o último andar dos aposentos, onde eu e Luna ficamos." - Diz Leona. "E onde vocês vão se hospedar, enquanto ficarem aqui."

"Primeira classe ? Maneiro." - Diz Kaito. "Onde fica meu quarto ? Quando é que chega minha comida ? E, o mais importante, o quão confortáveis são as camas ?"

Èris puxa a orelha de Kaito. "Você já falou demais ! Fica quieto !"

"A-Ai ! T-Tá bom, cavaleira ! Me solta ! Tá doendo !" - Diz Kaito, balançando seus braços.

Èris solta a orelha de Kaito e se curva. "Me desculpe pela atitude dele. Kaito não sabe quando fechar a boca."

"Eu já disse que não me importo." - Diz Leona. "Meu marido era do mesmo jeito, quando éramos mais jovens. Nunca sabia a hora de fechar aquela boca grande dele. A propósito, me desculpem por mais cedo. Foi uma extrema falta de maneiras, brigar com a Luna na frente de vocês."

"Vá se desculpar com ela. Você é a idiota dessa situação." - Diz Decker.

"E-Eita !" - Diz Kaito. "Você, capitão !?"

"Desculpe a arrogância, mas quem é você para dizer se estou certa ou errada ?" - Diz Leona.

"Só o dono de um velho navio." - Diz Decker. "Mas de uma coisa eu sei, brigar com ela não vai trazer seu marido de volta."

"Ora, seu ! Você não sabe do que está falando-" - Diz Leona, sendo interrompida por Decker.

"Não importa o que faça, nada vai trazer ele de volta." - Diz Decker. "Você não deveria forçar os seus medos em outra pessoa."

Leona tenta dizer algo, mas não consegue.

"D-Decker !?" - Diz Mira. "Qual seu problema ?!"

"Eu não tenho mais nenhum. Agora, aquela mulher…" - Diz Decker. "Por que não conta para eles ?"

Leona está inquieta. "E… Eu…" - Ela não consegue terminar sua frase. Leona sussurra. "…Me desculpem…"

"Desculpa, eu não te ouvi." - Diz Èris.

"Me desculpa !" - Diz Leona. Ela fica cabisbaixa. "Seu amigo tem razão, eu sou uma mulher patética e fraca. Todo esse tempo, quis trancar Luna aqui porque eu tinha medo de que ela sofresse da mesma forma que eu sofri. A dor de perder alguém que ama é horrível. Todos os dias que acordo, eu só consigo sentir mais e mais meu peito rasgando, porque não consegui fazer nada para salvar meu marido daquela terrível criatura. Não desejo esse sofrimento para ninguém…"

"Você não deve pedir desculpas para nós." - Diz Decker. "É para a Luna que você deve desculpas. Eu sei como é sentir essa dor, mas ela é a única coisa que te impede de seguir em frente. Se não fosse pelo Cirius, eu seria assombrado pelo meu passado para o resto da vida. Graças a ele, eu descobri que, não importando a situação, sempre há uma esperança. Mesmo que seja minúscula. E que sempre vale a pena se agarrar nela."

"…Cirius é… Cirius é o garoto ruivo, não é ? Aquele com a Calligro ?" - Pergunta Leona.

Mira concorda com sua cabeça. "Sim. É o meu irmão."

"Luna deve amar muito aquele garoto..." - Diz Leona.

"Pode apostar. Ela não desgruda dele." - Diz Kaito. Ele solta um suspiro. "Não sei qual é essa obsessão que as pessoas têm com casamento. É a coisa mais chata do mundo." - Èris olha para Kaito, pelo canto dos olhos. Kaito nota ela o olhando e limpa sua garganta. "Não que eu saiba de alguma coisa, né ? Não sou casado, nem nada do tipo. Ehehehe..."

"Muito obrigada por me fazerem perceber meu erro." - Diz Leona. "Não importa quanto eu sofra, a vida da Luna é dela, e as escolhas também. Agora, eu deveria pedir desculpas para ela."

"Tá de brincadeira !" - Reclama Kaito.

"O que foi ?" - Pergunta Mira.

"Acabamos de subir e vamos ter que descer de novo ? Isso é um saco." - Diz Kaito.

"Não precisamos descer." - Diz Leona. "O quarto de Luna fica ali."

"Uh… Mas ela não tá lá." - Diz Kaito. "Eu tenho quase certeza de que eu vi ela e o Cirius indo pra um corredor esquisito, lá em baixo."

"Corredor esquisito-" - Diz Leona, se interrompendo. "Ela não faria isso !"

Um homem chega. Ele parece cansado. "S-Senhora ! Temos problemas ! Alguém invadiu a cela do Tetranochroma e derrubou os guardas !"

"Essa não, Luna ! O que você fez ?!" - Diz Leona, indo embora rapidamente.

O grupo vai atrás dela. Enquanto isso, em um local cheio de raízes mortas, com um grande cristal azul esverdeado. Cirius é jogado para trás.

"Droga ! Por que eu sempre sou arrastado pra essas confusões ?!" - Diz Cirius. Ele se joga para o lado, desviando de algo que se parece com uma corda de várias cores.

Luna chega perto de Cirius. "Marido está bem ?"

As paredes do local estão cobertas pela mesma corda colorida. No local, há uma grande aranha branca, com presas vermelhas afiadas, e várias outras aranhas menores.

Cirius solta um suspiro. "Podia estar bem melhor…"


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