Eu Só Quero Um Xodó escrita por Gab Murphy


Capítulo 1
São João


Notas iniciais do capítulo

Oi ao pessoal antigo e bem-vinde ao pessoal novo, essa história foi feita com muito amor e procrastinação (haha), então espero que gostem e se divirtam tanto quanto eu.
Queria agradecer ao November Hinny por me inspirar a escrever sobre o Harry e Ginny, eu amei muito. Aos leitores, vão lá no perfil do projeto (tem no Twitter e tem aqui no Nyah!), acompanhem as outras autoras e riam e chorem com a gente.
Queria também agradecer pela capa P E R F E I T A que o NH (mais especificamente a Callie) fez pra mim. Eu amei muito!!

Acho que é isso, galerinha, amo vocês! ♥



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A Fama

Os Potter eram famosos na pequena cidade de Godric's Hollow por vários motivos e entre eles estavam:

1- Lily Evans, a mágica e radiante dona dos mais sensatos conselhos. Se havia algum tipo de dúvida na vida de algum dos cidadãos daquela pacata cidade, aquela mulher era a solução. Com seus chás estranhos e receitas inovadoras ela era definitivamente capaz de encantar qualquer pessoa que passasse por ali.

2- A confortável cafeteria que a família tinha, o Três Vassouras. Local onde Lily exibia suas comidas tão conhecidas e elogiadas por todo e qualquer cidadão daquele lugar. Não havia uma única alma viva que fosse capaz de não gostar daquele estabelecimento e da energia que ali habitava.

3- James Potter, o lindo e charmoso veterinário da cidade. Ele fazia as adolescentes suspirarem ao vê-lo com seus três fiéis escudeiros, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew, andando por aí. E não se pode esquecer em como Potter assumia uma áurea realmente iluminada quando estava tratando de algum animal. Era quase consenso geral que aquele sim era um bom partido.

4- A singela clínica que os Potter tinham, a Clínica Niffler. O lugar era pequeno e havia espaço o suficiente apenas para que Tonks, a jovem recepcionista, e James fizessem seus respectivos trabalhos. Aquele lugar era amado por todos os donos de pet da região.

5- Jily, o casal que ninguém nunca imaginou que acabariam juntos. Aos 11 anos, quando Lily se mudou com a família para a cidade, a ruiva e o moreno não se gostaram logo de cara, passaram anos brigando e causando confusão por onde quer que passavam. Aos 15 anos James se viu simplesmente encantado pela forma como a garota estava sempre ajudando a todos, no seu sorriso e no modo como colocava os cabelos avermelhados atrás da orelha quando estava concentrada. Aos 16 anos, Evans se rendeu aos inúmeros convite para sair que o garoto a fazia com a condição que ele a deixaria em paz, mas, no fim, foi ela que o chamou para o segundo encontro. Aos 18 anos, Potter foi para a faculdade na capital e todos da cidade duvidavam que aquele relacionamento realmente iria para frente. Aos 22 anos, depois de muitas visitas de fim de semana e saudade acumulada, eles se casaram e, um ano depois, tiveram seu primeiro e único filho, Harry Potter.

6- O delicioso bolo de milho. Todo ano Godric’s Hollow organiza seu evento de São João e, desde abriu o Três Vassouras, Lily havia ficado responsável por levar seu famoso e inigualável bolo de milho. A barraca dos Potter é parada obrigatória para todos os moradores e visitantes da região.

E é por causa dessa festa e desse bolo que nossa história acontece.

Os Relacionamentos

Por muito tempo Harry tentou fugir da fama da família, principalmente aquela em que envolvia “a grande história de amor”. Céus, ele havia crescido com o peso de ser fruto de um romance digno dos maiores livros clichês e com as cobranças para que com ele fosse o mesmo.

E se ele não quisesse? E se ele não fosse destinado a ter um grande amor como o dos pais?

Ele havia tentado, é claro.

Aos 10 anos teve sua primeira namoradinha, Ana Abbott. Ela o trocou por outro garoto que tinha mais biscoitos.

Aos 12 anos teve seu primeiro beijo, Susana Bones. Ele até a chamou para sair depois, mas a garota nem se deu ao trabalho de responder.

Aos 14 anos teve sua primeira crush, Cho Chang. Porém ela era popular demais, inalcançável demais para ele.

Aos 15 anos teve um curto e desconfortável relacionamento, Hermione Granger. Ela era sua melhor amiga e eles acharam que não era uma ideia assim tão ruim, passaram 1 mês juntos e decidiram que eram melhores como amigos. Agora faziam piada sobre o assunto.

Aos 17 anos Cho Chang lhe notou e eles começaram a namorar. O relacionamento durou exatos 1 anos e 2 meses e 16 dias. Ela terminou pois ainda gostava do ex, Cedrico Diggory.

Por muito tempo, Harry achou que a fama dos pais fosse ajudá-lo na questão relacionamentos, mas descobriu, tarde demais para poder mudar o passado, que a herança que carregava era o verdadeiro motivo por trás da distância das garotas.

Então agora, aos 20 anos, ele não se vê tentado a se envolver com ninguém, muito obrigado.

Os Preparativos

As datas festivas anuais eram sempre grandes eventos na pequena cidade. Para qualquer casa que se olhasse havia decorações correspondente a festa da época. 

A primeira semana de junho mal havia começado quando as primeiras bandeirinhas começaram a aparecer. No final da segunda semana, a praça principal, Hogsmeade, já estava colorida e em clima de festa. Porém foi apenas no meio da terceira semana que as barracas do grande evento foram instaladas. No último dia antes da grande festa, o palco estava montado, as grades de proteção colocadas e Minerva Mcgonagall, a organizadora oficial da cidade, podia ser vista correndo aos gritos pelas ruas de Godric’s Hollow.

Os Potter, como membros ativos da cidade, não podiam (e nem queriam) ficar de fora das festividades. Oh, não, James Potter era um verdadeiro cidadão nascido ali, estava em seu sangue acordar genuinamente animado para abrir os presentes na manhã de Natal. Organizar grandes demonstrações de amor no Dia dos Namorados. E pendurar, por toda rua, bandeirinhas de cores berrantes e balões realmente grandes no São João.

Harry não ficava atrás no quesito animação. Era sempre o primeiro a se inscrever como voluntário para ajudar na decoração e organização da praça, havia feito tanto aquilo que podia montar todo o lugar de olhos fechados e um mão só. Ele também ficou responsável pelas refeições da casa, a cafeteria e a clínica ficavam movimentadas naquela época e seus pais não conseguiam tempo sequer para pensar em comer, então aproveitou o momento para treinar os pratos típicos que havia aprendido na faculdade. Café da manhã, almoço, o bolinho da tarde e o jantar, todos inspirados em São João.

Apesar de não entender toda aquela paixão que havia nascido com os seus dois homens favoritos, Lily não ficava atrás. Sua pequena cafeteria, decorada a caráter, passava o dia todo imersa no aroma único que só o seu bolo tinha (e, é claro, o de Harry, o herdeiro da receita secreta) e que fazia quem entrasse lá ficar instantaneamente feliz.

Mas aquele ano seria especial. Seria o primeiro ano em que Harry Potter seria, sozinho, o chef oficial da barraca dos Potter. Lily havia decidido aquilo ainda no ano anterior, observando a dedicação e a animação do filho. Ele estava pronto, foi o que ela havia dito quando o garoto, nervoso, se negou a assumir esse papel.

— Harry! - Sirius Black gritou para o garoto do outro lado da mesa, estavam em um dos tradicionais almoços de domingo. - Escute sua mãe, se há uma coisa que eu aprendi nesses… quantos anos são mesmo?... quer saber, não importa, só saiba que ela está sempre certa.

Houve uma onda de concordância geral e Harry bufou contrariado.

— E então? - Lily agora falava baixo, só para o filho ouvir. - Você topa?

Mais era claro que ele topava. Esteve esperando aquele momento por toda sua vida ou, pelo menos, desde que percebeu que a gastronomia era o seu futuro, mas agora que a porta estava aberta bem na sua frente o medo o fazia questionar se estava realmente pronto. Porém, antes de qualquer coisa, confiava na mãe e nessa intuição louca que ela tinha.

— Topo!

Relembrando aquele momento, parado em frente ao fogão às vésperas do grande evento, Harry se perguntava se realmente havia tomado a decisão certa. E se ele acabasse estragando todo o legado em que a família Potter havia construído? E se todos o odiassem? Pior... E se percebesse que ser chef, coisa que lutava muito para se tornar, não era seu destino?

Céus, ele enlouqueceria. Até tudo aquilo acabar ele ficaria louco. Ou será que ele já estava?

— Potteeeeer -  Sirius gritou quando entrou na casa dos amigos - Estou entrando.

— Por Deus, Sirius - Harry ouviu a voz de Remus - você já ouviu falar de uma coisa chamada campainha?

— Besteira - os dois agora estavam na porta da cozinha, Harry parou o que estava fazendo para olhar para eles, sempre se divertia com as brigas do casal. - Já somos de casa!

— Papai ainda não chegou - Harry diz, chamando a atenção dos dois pra si e dando fim aquele começo de discussão sem sentido. Já era conhecimento geral que o Black era um folgado, mas ele estava certo sobre já ser de casa.

— Nós sabemos - Remus falou enquanto se aproximava para cumprimentar o garoto - ele nos mandou vir na frente, ainda tem alguns bichinhos para atender. Precisa de ajuda?

— Não, valeu - Harry se voltou para a panela - Peter também vem?

— E a Tonks - Sirius espiou por cima do ombro do afilhado, procurando o melhor momento para roubar um pouco do que ele fazia - E acho que vi Marlene e Lily virando a esquina quando chegamos.

— Teríamos esperado - Remus beliscou o marido quando ele tentou enfiar a colher na panela - Mas seu padrinho não tem modos.

E então eles voltaram a discutir sobre qualquer assunto banal, Harry teve que se segurar para não rir. O garoto havia crescido ouvindo os dois homens trocarem farpas e então, sem nenhum aviso prévio, estarem aos beijos e trocando carinho, era enlouquecedor quando o mais novo era apenas um jovem carente louco para se apaixonar, agora era engraçado.

— Filho, cheguei - Harry ouviu a mãe gritar e não pode deixar de comparar a entrada dela com a do padrinho, não era surpresa eles se darem tão bem. - E trouxe a Lene.

— A sorte de vocês é que hoje estou fazendo muita comida ou não daria nem pra metade.

— Vai ver você tem o mesmo dom da sua mãe - falou sua madrinha depois de lhe cumprimentar com um high-five - inclusive, quais os próximos números da loteria?

A ruiva nem se deu ao trabalho de revirar os olhos para a melhor amiga, um costume que tinha, estava ocupada demais tentando espiar por cima dos braços do filho, curiosa com o cheiro que sentia. 

— Mãe! Você tá me atrapalhando, sai pra lá.

Lily resmungou alguma reclamação incompreensível antes de se voltar para os amigos e entrar em um assunto qualquer. James, Peter e Tonks chegaram um pouco antes da refeição ficar pronta e logo aquela família maluca estava rodeada na mesa e envolta de uma bolha de animação e amor.

A Festa

A festa começava no fim da tarde, mas Harry e os pais, assim como todos os outros responsáveis pelas barracas, estavam na praça desde depois do almoço, decorando suas respectivas casinhas de madeira e organizando cada itenzinho. 

De onde estava, Harry conseguia ver muitos conhecidos, como os Tonks, eles estavam na barraca ao lado, onde serviriam um dos melhores pé de moleque que ele já comeu. Do outro lado, Peter Pettigrew separava pacientemente as palhas onde o milho cozido seria servido.

Cada pessoa ou família estava imersa num clima de ansiedade e euforia que nem os gritos sonoros de McGonagall parecia quebrar aquela bolha, na verdade, até mesmo a organizadora parecia compartilhar esses sentimentos, dando sorrisos singelos para as decorações que coloriam o lugar.

As 17h tudo estava, surpreendentemente, pronto para os primeiros visitantes.

As 17:05 Harry teve seu primeiro surto da noite, a ficha finalmente caiu, ele havia tomado conta das compras, ele havia feito os bolos, ele havia decidido o modo como decorariam o lugar. Normalmente as coisas eram feitas em conjunto, mas aquele ano os pais deixaram claro que ele era o responsável ali, ele era o chef.

Mas e se ele tivesse comprado algo errado? Fazer aquilo todo ano não tirou o nervosismo, podia muito bem ter pego algo errado.

Ele também poderia ter colocado um ingrediente errado, ou...

— Me diz que você não entrou em outra espiral de insegurança – Hermione Granger estava parada na sua frente, os cabelos estavam presos no estilo Maria Chiquinha e vestia uma camisa xadrez que havia roubado do armário do melhor amigo na noite anterior.

— Não vou negar e nem confirmar nada – ele suspirou, feliz da amiga estar ali. – O que você está fazendo aqui?

— Lily – ela respondeu simplesmente, como se só aquele nome explicasse tudo e, para Harry, explicava.

Os pais tinham saído da barraca com o intuito de dar uma volta, olhar como os outros estavam indo e se precisavam de ajuda, mas depois de quase três horas sem ver nenhum dos dois, Harry entendeu que, na verdade, eles provavelmente tinham parado para fazer companhia a algum ou a todos os amigos e Lily previu que o filho precisaria de ajuda, mandando Hermione.

A Apresentação

Aquela era a terceira noite de festa e as pessoas não pareciam dispostas a faltarem um dia que fosse. 

Harry concordava com eles, havia aproveitado um pouco também, saído da sua barraca e andado por aí durante alguns minutos dos dias que passaram, comendo comidas deliciosas, ganhando prêmios em jogos tradicionais. Estava tudo perfeito.

Mas foi só quando viu a ruiva alta parada próxima ao jogo de argolas que ele agradeceu pelo dia que os pais decidiram viver ali o resto da vida. A acompanhou com os olhos quando ela foi até um casal e mostrou, animada, o que ganhou. Harry riu quando ela pulou e gargalhou logo depois, encantado com aquele ar leve que ela transmitia.

Voltou para o seu posto com um sorriso no rosto que fez sua mãe levantar uma das sobrancelhas e rir, como se tivesse entendido uma grande charada.

— Tudo bem, Harry? -  foi James quem perguntou, a cabeça virando para o filho e para a esposa.

— Tudo, pai - ele sorriu, inexplicavelmente feliz. - Tudo ótimo.

Ele se voltou para os bolos, fingindo estar concentrado os arrumando enquanto pensava na ruiva desconhecida. Por trás dele, Lily e James se encaravam como se trocassem um grande segredo.

Algumas horas depois, o casal Potter se despediu do filho e dez minutos depois uma Hermione sorridente estava em sua frente, usava uma camisa xadrez (essa não era do amigo, provavelmente havia pego do pai) e havia pequenos sinais pretos em sua bochecha.

— Porque você está tão sorridente? 

— Você lembra do Neville? - Harry parou o que estava fazendo, olhando para nada em particular e franzindo a testa.

— Longbottom? 

— Isso ai -  quando Harry voltou a olhar a amiga, ela vestia o avental azul característico dos Potter. - Ele e a Luna, você tem que lembrar da Luna - ele lembrava, a Luna era realmente inesquecível -, trouxeram uma amiga da faculdade.

— E você a conheceu?

— SIM! - Harry riu da animação da melhor amiga. - Ela é uma graça e super divertida, Harry. Na verdade, até me lembra um pouco sua mãe.

O Potter não pode responder, uma cliente parou na sua frente e começou a elogiar os bolos e como Lily havia lhe contado que ele era o chef aquele ano.

— Você herdou o talento da sua mãe, querido.

— Obrigado! - esperou ela ir embora para se virar para a amiga. - E como é o nome dessa moça misteriosa?

— Ginny. Nev disse que vem aqui mais tarde, ninguém pode vir a Godric’s Hollow e não comer o bolo dos Potter.

Aquilo era uma verdade e Harry nem estava sendo presunçoso, aquela frase até mesmo tinha sido votada como lema da festa no ano anterior, mas James não ficou confortável, então pediram educadamente para que retirassem. O prefeito, Fudge, confidenciou para a família que eles tinham levados quase todos os votos.

— Falando em Godric’s Hollow - ele saiu do transe, encarando a amiga com um sorriso no rosto - Eu soube que um certo alguém tem um admirador secreto.

— Ah - Hermione ficou vermelha e logo virou de costas para o amigo. - É o Krum.

— Mas não era secreto?

— Eu reconheço aquele garrancho dele de qualquer lugar, Harry, passei quase três anos olhando para os bilhetes dele.

— Olhando para os bilhetes dele e - ele deu ênfase no “e” - beijando ele.

— E você passou mais de um ano beijando alguém que pensava em outro.

— Outch! Doeu.

— Bem feito.

E então eles se encararam e, depois de alguns segundos de silêncio, começaram a rir. 

— Ora, ora, será que estou atrapalhando o casalzinho ai?

Os dois amigos pararam de rir para encarar os três novos clientes do outro lado da bancada. Um homem moreno, uma mulher loira e então a ruiva que ele havia visto. Neville, Luna e… Ginny.

— Hey - Hermione foi quem cumprimentou, Harry estava petrificado. - E eca!

— Ei! Não cuspa no prato que comeu! 

— Qual é, Harry, se eu pudesse vomitaria e você também.

Harry concordou rápido com a cabeça, os olhos ainda na ruiva, e então todos riram. Toda aquela bolha de entusiasmo e alegria invadindo cada poro dos corpos ali presente.

— Harry, acho que você não conheceu a Ginny - foi Luna quem falou, os braços em volta da amiga e um sorriso no rosto. - Ginny, esse é o Harry. 

— Oi - ele deu um aceno tímido e, pela visão periférica, viu Hermione o encarar.

— Prazer.

— Soubemos que você era o chef esse ano e tínhamos que vir aqui - Harry teve que desviar o olhar para Nev. - Mamãe não parava de falar em como você tinha o dom da Lily, eu tinha que comprovar, né.

— Ele herdou, sério.

— Mione!

— O que? Qual é, Harry, você devia se valorizar mais. - e dando batidinha nas costas do amigo, se voltou para os três à sua frente. - Vem, vou servir vocês.

O Depois

Era o último dia. A semana tinha passado tão depressa que Harry se assustou quando, separando os pratinho de isopor, se deu conta de que aquela era a última noite. Talvez a última vez que fosse ver Ginny Weasley de novo.

No dia anterior, o trio apareceu de novo, mas não foram para fazer pedidos e sim para dar uma folga a Harry e como, misteriosamente, Hermione não quis acompanhá-lo, Ginny quem foi.

Andaram um ao lado do outro, no começo em silêncio, mas logo entraram em um assunto, depois em outro e quando viram já tinham passado por todas as barracas e estavam a horas contando sobre a vida um para o outro. Com o rosto vermelho de vergonha, os dois voltaram para perto dos amigos.

— Achei que teríamos que fechar tudo hoje - Hermione quem falou primeiro, tinha nos lábios um sorriso maroto.

— A gente se distraiu.

O trio não demorou para ir embora, tinham feito uma despedida rápida e quando Harry pegou o celular, encontrou uma mensagem de Nev.

“Ela pediu para te mandar”

E logo em seguida o contado da ruiva. 

Hermione teve que chamar o nome do amigo três vezes para que ele a ouvisse e quando se virou, tinha o seu maior sorriso no rosto.

Passou o restante da noite e o dia seguinte todo trocando mensagem com Ginny, teve que ouvir piada dos pais e dos tios sobre o sorriso bobo que dava toda vez que o celular vibrava ou como estava sempre espiando o aparelho quando não aparecia nenhuma notificação.

Enquanto tomava banho para sair, pensou em como diria para ela que gostaria de vê-la mais, de sair num encontro com ela… ele queria conhecê-la, não importava se ela estudava e morava na capital. Com os pais tinha dado certo, não foi?

E então ele tinha voltado a desejar o amor que os pais tinham, a querer ter um amor tão forte quanto.

Passou todo o percurso até a praça pensando naquilo, planejando um futuro que nem sabia se teria. Atendia os clientes de forma distraída, olhando sempre ao redor para ver se ela estava por perto, mas ela nunca estava por ali.

Já eram quase 21h quando ele aceitou que tinha levado um, olha só a ironia, bolo da garota. Um bolo de gosto amargo e que fazia a barriga revirar, definitivamente o pior que já havia experimentado.

— Você não deveria perder as esperanças - Hermione o aconselhou quando o menino contou o que estava sentindo. - Quem sabe eles não tiveram apenas um contratempo?

— Falta uma hora para tudo fechar, Mione, ela não vem…

— Harry Potter? - uma menina com asas de anjo, um vestido branco e os cabelos amarrados em duas tranças parou do outro lado do balcão, Harry reparou que ela carregava uma cesta com cartas dentro. - O Correio de Lockhart tem um mensagem para você.

Ela lhe estendeu a carta e antes que pudesse perguntar de quem era, a menininha havia desaparecido.

— Abre logo - Mione havia levantado do banquinho e estava em pé ao seu lado. Receoso, abriu e leu o que estava escrito:

“Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos, teus cabelos são negros como um quadro de aula. Queria que tu fosses meu, garoto divino, herói que vende bolo de milho.”

Ginny.


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