Durante a manhã ela vai para faculdade, então aproveito que estou sozinho para limpar a casa, preparar o almoço e trabalhar no projeto. A casa fica tão triste sem ela.

Ouço a porta abrindo e fechando.

—Cheguei, meu bem.

—Oi, princesa. - Só a presença dela já me deixa eufórico. Gosto de tentar demonstrar o que sinto mesmo sendo introvertido, por isso beijo sua mão.

—Já fez o almoço?

—Já sim. Está no fogão. - Digo salvando o projeto e me levantando para acompanha-la.

Puxo a cadeira para ela sentar e sirvo nossos pratos. Quando eu era mais novo queria ser mordomo, mas os melhores mordomos estudam em londres e no Brasil só existem mordomos em hotéis. Não é o que eu queria, então acabei entrando para a faculdade mesmo. 

O medalhão ao vinho estava aceitável, mas o risoto estava vergonhoso. Como se me consolasse, ela beija minha testa antes de se retirar da cozinha.

Os últimos dias ao lado dela foram os melhores da minha vida, e quero demonstrar isso.

Vou até o sofá e gentilmente me deito por cima dela, me encaixando em seu corpo e a abraçando. Ela começa a me fazer cafuné enquanto cantarola sem perceber. Ficamos assim por 23 minutos mas queria ficar assim para sempre.

E queria que ela soubesse que eu amo esse nosso jeitinho.