Uma carta para Trunks escrita por FanGirl


Capítulo 1
A carta




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“Durante muito tempo mantive os meus sentimentos no fundo do poço, o meu peito apertou, minhas pernas bambearam e a minha garganta secou sempre que precisei demonstrar afeto à tua pessoa, ainda hoje sou vítima da fragilidade de não poder olhar em seus olhos e dizer as mais simples palavras. Não peço desculpas, sei que dizer perdoa-me é inútil, não vou mudar o passado com lamentos e com lamentos não serei capaz de seguir em frente e traçar o meu destino, o seu destino, o nosso destino. Perdi oito anos e oito anos vaguei perdido, ausente e moldando uma carência em sua vida, uma falha que independentemente do tempo que passe jamais poderei restaurar!

O meu coração esteve encarcerado dentro do que parecia ser uma muralha rochosa que na sua composição apenas havia  orgulho,  ressentimento e receio no lugar da pedra! As minhas razões fundaram-se mesmo antes de te ver pela primeira vez. Apoiando-se nos anos de tortura psicológica aos quais fui submetido por um tirano desgraçado espelhado como a minha única “figura paterna”. Desde a mais tenra idade  estava destinado a matança, a ser uma máquina destrutiva sem um único pingo de piedade. Posso garantir que você não é alguém mais sofrido só porque fui “indiferente”, sei que é assim me considera.

Mais saiba que cada palavra, a cada sorriso, a cada lágrima e cada suspiro seu, todos os meus sentidos afloram, ainda me pergunto como pude estar tão perto e tão distante á vez? Tive que presenciar o desfalecimento da minha própria alma para por fim escapar da cegueira, sem me dar conta que conforme o seu crescimento progredia, os passos que eu dava em direção ao abismo eram mais largos e certeiros. Tive que presenciar o desfalecimento da tua carne para por fim escapar da “rochosa muralha”, e aquele único gesto de afeto, aquele único abraço momentos antes de ver a morte diante do meus olhos, momentos antes de degustar o terror na pele, foi para mim o mais puro dos prazeres.

Odeio a palavra sentimentos e todos os seus derivados, odeio odiar. Porque sei que até o mais viril guerreiro é covarde, engasgo de medo e sufoco de temor ao ver você, sangue do meu sangue desvanecer. Á quase uma década que me pertence sem lhe pertencer, posso negar o meu afeto mas não posso fazê-lo desaparecer. Posso dissimular o meu amor por  você mas não posso negá-lo, pois vejo na sua pessoa que eu poderia ter sido, se tão pouco não nascesse naquela época de guerra, onde o fraco era aquele que sucumbia às sensações belas. Testemunhei os seus feitos e vitórias, abandonei o ego para então me orgulhar, não das minhas façanhas mas das suas conquistas. Você que é um futuro guerreiro, o meu herdeiro, tive a honra de ser um dos responsáveis da sua existência, e agora mesmo sendo mais tarde que o suposto tenho o prazer de ser um dos responsáveis na formação do seu carácter?

 

Ontem eu era um mercenário corrompido mas hoje sou um combatente idealista, com valores que você, mesmo ainda sendo uma criança me ensinou. Redenção! Ontem eu era um simples  revoltado, frustrado com a vida e hoje me torne tolerante. Ontem  era um caso, hoje  sou marido. Ontem não passava de um medíocre progenitor, hoje  tenho o orgulho de dizer que sou seu pai. Um pai que promete algum dia poder dizer: “ Te amo meu filho” .


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