Minha Âncora escrita por CM Winchester


Capítulo 20
Capitulo 19




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— O que? O que tem a haver esses desenhos com Beacon Hills?
— Os cabelos ruivos deve ser de Lydia. O jipe do Stiles. Os olhos vermelhos do Scott.
— Olhos vermelhos? Achei que lobisomens tinham olhos amarelos.
— Os alfas tem olhos vermelhos. Tenho olhos amarelos por que sou um beta. Os lobisomens são divididos em betas, alfas e ômegas. Toda alcateia tem um alfa e seus betas. E Ômega é o lobo que não tem uma alcateia.
— E os olhos do Ômega são azuis?
— Não. São amarelos tambem. Eu sou um Ômega.
— Mas e os olhos azuis então?
— Quando um lobisomem tira uma vida inocente, seus olhos se transformam em azuis. Meu antigo alfa tinha olhos azuis quando deixou de ser alfa. Ele teve que matar a garota que amava, ela estava morrendo e sofrendo. Ele acabou com seu sofrimento.
— Eu não entendi muito sobre alfas. Qualquer um pode virar um alfa?
— Sim. Existem dois tipos. Os que se tornam alfa por matarem outro alfa ou no caso do Scott se torna um alfa genuíno. Só que esse desenho de olhos azuis... Eram assim que você via?
— Sim. Por que?
— Por que isso não é de um lobo. Vou tentar falar com Scott ou Stiles. E ligar para o Chris.
Isaac passou a hora seguinte só fazendo ligações e enviando mensagens. Como o pessoal de Beacon Hills não atendeu o celular ou respondeu as mensagens de volta, Chris optou por pegar o primeiro avião para os Estados Unidos na manhã seguinte.
— Vai ir com ele? - Perguntei quando já estávamos deitados na cama.
— Não. Se eles precisarem de ajuda, ele vai ligar para mim. Estou feliz aqui, Natalie. Você me ajudou a me encontrar. - Sorri antes de beija-lo. - Amo você, Lobinha.
— Lobinha?
— Minha lobinha. - Sussurrou se aproximando mais.
Dormi bem de noite como sempre dormia quando estava nos braços de Isaac, mas ele se mexeu a noite toda.
Quando o despertador tocou levantei o deixando aproveitar mais um tempo de sono. Tomei banho e vesti uma calça jeans na cor vinho, regata preta, jaqueta de couro cinza e calcei meu coturno cinza. Fiz um coque e sai do closet encontrando Isaac dormindo ainda.
Sorri enquanto me aproximava da cama. Ele era a perdição. Estava nu de barriga para cima. Sentei na cama e passei meus dedos por seu peito depois subi ate seu rosto.
— Isaac acorde. Temos que ir para a escola.
— Tive um noite péssima. - Murmurou de olhos fechados. - Não sabia que você conversava.
— Eu converso dormindo? - Perguntei e ele abriu os olhos para me encarar.
Um sorriso cafajeste nasceu em seus lábios.
— Conversa e sonhou comigo. Não lembra?
— Não. Na verdade não lembro de ter sonhado nada.
— Uma pena por que estava curioso para saber qual era o sonho. - Se aproximou beijando minha boca. - Deu um gemido, sussurrou meu nome, suas mãos passearam pelo meu corpo.
— Esta mentindo. - Falei sentindo meu rosto ficar vermelho e ele riu.
— Isso foi ontem de madrugada. Hoje você só disse meu nome, que me ama. E não quer me perder.
— Não acredito que molestei você enquanto dormia.
— Pode fazer isso acordada. - Sorriu e eu empurrei seu ombro. - Você não vai me perder, não se preocupe. - Beijou meus lábios depois saiu da cama.
Quando ele saiu do banheiro pronto para ir para a escola, pegamos nossas mochilas e Isaac ligou para Chris enquanto descíamos as escadas.
— Já esta no embarque. - Falou assim que desligou.
— Mas você acha que esta acontecendo algo?
— Beacon Hills é o centro do sobrenatural, tudo acontece naquela cidade.
— Queria conhecer sua cidade natal, mas não sei se quero não. - Ele riu.
— Estão bem humorados. - Mamãe comentou assim que chegamos a mesa onde eles estavam tomando café.
— Bom dia. - Falei e Isaac sorriu.
Na escola nos separamos e encontrei com Mel que parecia bem animada.
— Ele dormiu lá de novo?
— Com muita insistência sim.
— E seus pais?
— Meu pai ficou meio incomodado. - Revirei os olhos e Mel riu. - Mas tudo bem. Eles ate conversaram e se acertaram. Isaac vai começar a trabalhar na empresa comigo. Só que ele tem que ir para a faculdade.
— Que bom que as coisas se acertaram entre vocês. - Assenti e sorri.
— E você e meu irmão?
— Ah você sabe. Foi coisa de uma noite. Reviver os velhos tempos. - Sorriu depois se abanou. - Quase tinha me esquecido quão gostoso ele era na cama. - Entortei a boca.
— Ok. Para por ai que eu não preciso saber disso.
— Mas você perguntou.
— Sim, mas não sobre isso. Perguntei por que queria saber se vocês conversaram sobre se dar uma chance.
— Ele deixou claro que quer seguir o sonho de cantar. E eu quero ficar aqui. Então resolvemos que as magoas passaram. Vamos ser bons amigos, que se agarram quando se encontram. - Deu de ombros. - Ele não pretende retornar a França tão cedo. Pode ser que assim eu siga em frente. Colocando um ponto final em toda a historia.
— Eu poderia dizer que quero isso por que não quero vê-la sofrer, mas quando penso em uma cunhada eu quero que seja você.
— Não importa quem seu irmão escolha, Lie. Sempre vou ser sua amiga irmã. Ate morrer.
— Depois vamos voltar como fantasmas para atazanar a vida desses idiotas. - Ela riu da minha brincadeira.
— Então o que fizeram ontem? - Mudou de assunto quando entramos na aula e nos sentamos no fundo como sempre.
— Almoçamos e ficamos um tempo no jardim com Nate, mas ele teve que ir embora e Isaac e eu fomos dar uma volta. Ele me ensinou  dirigir e eu gostei da ideia.
— Isso é bom. Independência.
— Sim. E depois comemos comida japonesa na casa dele.
— Mas dormiram na sua casa?
— Sim. E você?
— Fiquei de bobeira em casa, Nate me ligou perguntando se eu iria me despedir, mas disse que não. Não gosto de despedidas. Seria muito doloroso se eu fosse.
A professora entrou na sala e pediu silencio. Poderia ficar feliz, na verdade deveria ficar feliz.
Estava feliz por Mel e Nate terem resolvido as coisas do passado. Mas estava nervosa. Quando Isaac se preocupou com os amigos em Beacon Hills, comecei a ficar com medo de que as coisas tenham se complicado mesmo e talvez Isaac tenha que voltar para ajuda-los.
Meu coração se apertou só com essa preocupação. E passou o resto da semana assim. Ainda mais por que Chris não retornou as ligações de Isaac, não deu sinal algum de vida. O que não podia significar boa coisa.
— Não posso pedir que fique aqui com essa duvida. - Falei quando estávamos sentados na calçada da casa dele no sábado de tarde.
— Você entende que tenho que retornar para Beacon Hills? - Lancei um olhar por cima do ombro para ele que estava sentado no degrau de cima me mantendo entre suas pernas.
— Sim, eu entendo. Me dói saber que vamos ficar longe, mas eles são importantes para você. São sua família, seu bando. Você é um Ômega, mas sempre vai fazer parte da Alcateia do Scott. Não pode negar isso.
— Não nego. Vai ficar bem com isso?
— Não. Mas... Não sou egoísta, Isaac. Só desejo que não demore a voltar e que fique bem. Não posso perde-lo. - Senti lagrimas em meus olhos.
Levantei ficando de frente para ele.
— Você não vai me perder. - Levantou para abraçar meu corpo. - Vou sempre estar com você, Natalie. Você é minha Âncora. Todo lobo precisa de uma. E você é a minha. - Encarei seus olhos. - Sei que a festa da escola é importante para você por isso irei no domingo de manhã se tiver tudo bem para você.
Não estava bem. Eu estava pirando de preocupação antes mesmo dele viajar. Não poderia ser nada, mas cada vez que eu pensava nisso a hipótese de nunca mais ver Isaac me fazia chorar sem parar. Estava mais pálida e com olheiras das noites sem dormir, de tantas vezes que chorei em silencio embaixo das cobertas ou fiquei na rua abraçada ao Pernalonga aproveitando que só estavam os empregados em casa.
Mas como eu tinha dito, não era egoísta. Aquelas pessoas eram importantes para Isaac. Era o certo ele ir ate lá descobrir o que estava acontecendo.
— Sonhei com uns olhos diferentes. - Peguei o papel do bolso de trás da calça jeans e mostrei para ele. - É um olhos entre o amarelo e o vermelho e tem preto. Não entendi muito bem.
— Acho que é da Kira.
— Kira?
— Ela é uma kitsune. Você leu no Bestiário.
— Ah sim.
— Não convivi muito tempo, mas deve ser ela.
— Ela é mesma uma raposa de nove caldas?
— Cada Kitsune tem um tipo e pode manipular as forças da natureza, Kira era do tipo Trovão. Podia manipular a eletricidade. E ela usa uma katana tambem.
— Pelas historias que você conta, eles são pessoas legais.
— São. As melhores. - Sorri antes de abraça-lo.


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