Minha Âncora escrita por CM Winchester


Capítulo 17
Capitulo 16




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— Achei que você não viria. - Me afastei dele para observa-lo. - Você lavou esse cabelo?
— Idiota. - Me empurrou depois olhou os papeis que tinha em cima da mesa. - Nossa, que confusão. Esta planejando uma festa para cem mil pessoas?
— Haha. Que saudade do seu senso de humor.
— Pelo menos eu tenho um, baixinha. - Bagunçou meus cabelos.
— Sai. - Resmunguei dando um tapa na sua mão.
— 5 minutos que estão juntos e já estão se estapiando? - Mamãe estava parada na porta nos encarando.
— Isso é saudade. - Nate falou sorrindo. - Gostou da surpresa nanica?
— Mamãe sabia?
— Ela me ligou para dizer da briga que teve. Uma pena que perdi essa.
— Não adiantou de nada. Isaac esta magoado com tudo.
— Vocês terminaram? - Mamãe perguntou.
— Não sei. Somente paramos de nos falar. - Cocei a sobrancelha.
— Eu gostava dele. - Revirei os olhos.
— Não vou discutir com você. Nate, vamos. - Ele me seguiu ate o meu quarto onde fechei a porta.
Subimos para o sótão e nos jogamos no sofá.
— Trouxe uma coisa para você. - Tirou do bolso da jaqueta um barra de chocolate meio amargo para mim e uma barra de chocolate branco para ele. - Só você mesmo para comer essa coisa amarga.
— Só você mesmo para comer a gordura do chocolate. - Ele revirou os olhos.
— Não é a gordura do chocolate. E não estraga meu chocolate com essas suas bobagens. - Foi a minha vez de revirar os olhos. - Então me conta. Como é esse tal de Isaac.
— Cabelos castanho claro, olhos azuis, joga no time da escola. É alto. Atlético.
— Esta apaixonada. Finalmente!
— Como você sabe?
— Nat, eu te conheço desde que você nasceu, você enfrentou o papai por ele, saiu de casa. E quando fala dele seus olhos brilham.
— Achei que isso fosse coisa de filme.
— Não é. Tem que ver a sua cara. Uma boba apaixonada. - Empurrei seu ombro e ele sorriu. - Por favor, quando passar toda essa paixão para o caderno me passa, estou precisando de umas letras novas. - Apontei para o caderno de composições e ele o pegou, mas caiu alguns desenhos que eu tinha deixado espalhados. - O que é isso? Tem tido sonhos malucos de novo?
— Faz alguns meses. Sonhei com o Isaac antes dele se mudar. E agora tenho sonhado com isso.
— O que eles olhos vermelhos significam? Que bizarro.
— Não sei. Deve ser só um pesadelo. - Desejei que isso fosse verdade.
Ele deixou os desenhos de lado e abriu o caderno de composição.
— Posso fazer disso uma musica.
— São todas suas.
— Quando minha banda ganhar o premio de melhor banda do festival que estamos participando, vou dizer que devo o sucesso a minha compositora e irmã, Natalie. Você vai ver.
— Você deve o sucesso a você mesmo. Tem talento.
— Somos uma dupla perfeita.
— Somos. - Concordei sorrindo.
— Quando vai ir atras dele?
— Amanhã na escola vou falar com ele. Mas se ele não quiser ai o problema é dele.
— Você sabe que nossos pais são complicados. Mamãe me contou o  que rolou e eu achei ridículo o que o nosso pai fez. No lugar dele tambem daria no pé.
— Obrigada pela grande ajuda, Nate.
— Só tenta falar com ele. - Assenti e ficamos em silencio.
— Por que você deu o fora na Mel?
— Eu tinha planos. Queria vive-los bem longe daqui e não poderia leva-la junto. Um namoro a distancia só ia acabar com nós dois.
— E ai achou melhor simplesmente dar um pé na bunda dela? - Pressionou os lábios. - Quer um concelho?
— Não. Concelho só é bom para quem da, não para quem recebe. - Revirei os olhos. - Ok. Pode dizer.
— Você pode achar que isso foi o certo, mas quando você encontra-la na festa vai ver que fez o errado. Vocês ainda se amam isso é obvio.
— Entendo esse papo de dar valor quando perde, mas...
— Não é isso. Isso será daqui 10 anos. Quando vocês se reencontrarem de novo.
— Esta prevendo o futuro?
— Bem que eu gostaria. Nate, vale a pena abrir mão de quem se ama para viver seus sonhos?
—  A vida é assim, Nat. Ou você arrisca, ou não. Ou você vive, ou não. Não temos os mesmos sonhos, por isso é melhor nos mantermos afastados.
— Duvido que continue dizendo isso quando a vir na festa usando o vestido que comprou. Você vai babar meu irmão. Mas se eu contar que você esta aqui, ela não vai vir.
— Não conte. Vai ser uma surpresa.
— Agora entendi a frase que diz que "Ex é igual zumbi, sempre volta querendo te comer". Se magoa-la de novo Nathan, juro que vou brigar com você.
— Lembre-se que foi ela que me deixou com um olho roxo quando terminei.
— Não quer dizer que ela não tenha sofrido, foi eu que a consolei. E você mereceu o soco.
— Sim, agora vou descer. Quero comer alguma coisa.
— Vai ficar aqui?
— No meu quarto. - Parou perto do alçapão e me encarou.
— E o papai já sabe disso? - Sorriu.
— Sim, se ele me colocar para a rua vai dormir na casinha do Pernalonga. Mamãe já avisou.
Fiquei sozinha refletindo tudo que conversamos. E me decidi por procurar Isaac na escola.
Só tinha um pequeno problema eu odiava mentir para a minha melhor amiga. Mas era melhor omitir a verdade de que Nate estava aqui. Queria ver como seria esse reencontro dos dois.
O jantar foi mais tranquilo do que imaginei. Papai tratou Nate muito bem o que nos deixou surpresos, mas meu irmão não baixou a guarda é claro. Era osso duro de roer.
Quando o despertador tocou saltei da cama. Estava agitada. Tomei um banho rápido e vesti uma calça jeans preta, camisa jeans e calcei meu tênis all star. Prendi meus cabelos em um coque despojado e peguei as minhas coisas. Tinha muito conteúdo para por em dia.
Quando cheguei a escola Mel foi a primeira que vi. Ela correu para me abraçar. Desde que éramos crianças nunca passamos mais do que um dia sem se ver.
— Achei que não viria hoje.
— Tenho um assunto para resolver.
— Ah sim. E lá esta o seu assunto. - Ela apontou para o fim do corredor.
Virei encontrando Isaac mexendo no seu armário. Respirei fundo seguindo ate ele que notou minha presença.
— Olha aqui não vou enfrentar todo mundo para depois você virar as costas para mim. Não depois de tudo que passamos. - Empurrei ele contra aquele armário.
— Eu precisava organizar meus pensamentos.
— Não parecia ter duvidas quando tirei a minha roupa.
— Tenho duvidas sobre tudo, menos sobre você. - Respondeu.
— Não é o que parece. Afinal já faz 3 semanas que você não me procura. - Empurrei seu corpo contra os armários de novo. - Tive coragem para enfrentar tudo o que aconteceu. Agora é com você. Por que não nasci para ficar com homem covarde. Não nasci para viver de metades. Ou é tudo ou é nada.
Virei as costas e segui para a aula, Mel me acompanhou com um sorriso enorme.
— Quem é você e o que fizeram com a Natalie? - Debochou me fazendo revirar os olhos.
Agora era uma decisão que ele teria que tomar. Ele que lute.
Foi um tormento não contar a Mel que Nate estava na cidade, mas consegui.
— Então nos vemos no salão?
Tínhamos marcado de nos arrumar no mesmo lugar.
— Sim, marquei horário das 15 horas. - Respondi. - Tudo bem?
— Perfeito. Ainda não decidi qual penteado usar.
— Eu optei por ele natural mesmo.
— Amanhã eu me decido. Tenho que ir.
Acenei antes de entrar no carro que o motorista estava esperando e segui para casa. Afinal ainda tinha algumas coisas para resolver sobre a decoração.


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