Minha Âncora escrita por CM Winchester


Capítulo 10
Capitulo 9




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As sete peguei minha mochila e uma sacola com ingredientes para cozinhar, nós saímos caminhando, Mel me acompanhou ate a casa de Isaac depois se despediu e voltou correndo para casa.
Passei pelo portão do pátio e subi os degraus da varanda antes que eu pudesse bater na porta Isaac a abriu, tinha um sorriso enorme no rosto e um brilho nos olhos.
Entramos e ele fechou a porta, a casa estava mais organizada hoje.
— Então cozinheira o que vamos comer hoje? - Debochou antes de se inclinar e beijar meus lábios.
— Vamos ver o que tem no seu estoque. - Retruquei antes de seguir para a cozinha. - E juntar com o que eu trouxe.
Isaac abriu os armários e a geladeira para mim, observei tudo. Como toda a casa em que só vivem homens não tem muita opção de comida. Consegui preparar um Ratatouille, um creme brulée e fiz arroz.
— Você poderia trabalhar em um restaurante. Sabe fazer muita coisa? - Perguntou observando enquanto colocava a comida na mesa deixando a sobremesa para depois.
— Aprendi varias coisas, cozinhar é uma terapia. Mel reclama que engorda de tanto força-la a comer tudo que faço. É que lá é o único lugar que posso cozinhar.
— E pode cozinhar aqui sempre que quiser. - Falou depois de provar a comida. - Que delicia. Não sou fã de legumes, mas isso aqui esta uma delicia.
— Ratatouille. - Falei. - Como foi seu dia?
— O mesmo de sempre, não faço muitas coisas. Sai para correr hoje. Chris me acompanhou, ele não quer perder a forma.
— Pratico parkur com Mel as vezes, devia tentar.
— Ate posso tentar, mas duvido que Chris tente. - Riu.
— Como vocês se conheceram?
— É uma historia meio longa. Não é o momento para você saber disso. Mas antes que você pense qualquer coisa eu o conheci antes de ter algum envolvimento com a filha dele.
— Não estou pensando nada.
— Gosto de esclarecer as coisas. Mas tem coisas... É complicado.
— Posso tentar entender?
— Não estou pronto para falar, isso muda muito as coisas e talvez o jeito que você me veja. - Passei a língua no lábio o encarando.
— É sobre aquele dia? - Ele franziu a testa. - O dia que você me beijou pela primeira vez.
— Aquilo foi muito idiota.
— A situação toda foi muito idiota. Mas... Você... Girou no ar e pousou em pé.
— E você tem uma super força.
Então esse era o jogo, ele abriria a boca, se eu abrisse a minha boca.
Justo.
— Se eu falar, você vai me falar? - Assentiu. - Nasci assim, tenho super força, me curo rápido, as coisas estão evoluindo um pouco, não sei muito. Só sinto. Nunca fiquei doente em toda a minha vida. Posso absorver, manipular e controlar vários tipos de energia. Posso ficar varias horas sem me alimentar e não sinto nada. Minha pele é mais resistente tambem. Dificilmente me machuco ou me sinto cansada. Pratico parkur para esvaziar um pouco da energia no meu corpo e tambem é um treinamento para meus músculos e reflexos que são muito bons.
— Você nasceu assim?
— Sim. Pelo menos é o que achamos. Nunca fiquei doente e quando me machucava simplesmente curava. Comecei fazendo as luzes piscar.
— E seus pais?
— Acharam que isso era um milagre. Uma benção. - Revirei os olhos. - Eu sinto que não estou envelhecendo como antes. Eu cresci normalmente, mas notei que estou desacelerando. É estranho. Nunca tentei fazer um teste ou pesquisas. Tenho medo que as pessoas queiram fazer disso um daquelas loucuras de filmes de ET.
— Você acha que eles vão te prender e fazer experimentos?
— A humanidade pode ser bem cruel quando quer.
— Tem medo dos seus poderes?
— Não. Estou tranquila. Sei que posso lidar com isso, não é algo que eu possa perder o controle. Ninguém além dos meus pais sabem. Só Nate é claro. Mas Mel não sabe, a única coisa na vida que nunca contei a ela.
Ficamos em silencio por uns minutos só nos olhando.
— Isso não é nada perto do que eu... Sou.
— O que você é, Lahey?
— Sou um lobisomem, Natalie.
Silencio. Fiquei segurando os talheres e olhando para ele. Minha mente processando isso. Por um minuto achei que fosse uma brincadeira, mas pela sua expressão deduzi que fosse verdade.
— Lobisomem com mordida, lua cheia e sangue?
— Bem menos sangue. Mas sim. - Larguei os talheres calmamente e fique o encarando.
— Pode me contar isso?
— Eu era um garoto normal. Na verdade não era normal. Era só meu pai e eu. Ele me maltratava, me prendia dentro do freezer como castigo. Por causa disso tenho claustrofobia. Me batia. Fazia da minha vida um inferno. Ate que um dia um homem apareceu e me ofereceu uma nova vida. Ser Lobisomem e fazer parte da Alcateia dele. Aceitei é claro, não pensei nas consequências ou em qualquer coisa. Só aceitei. Quando mataram meu pai, todos e ate mesmo eu achei que era o culpado. Foi na minha primeira transformação, não tinha muita noção das coisas. Mas não foi eu.
"Chris era um caçador, fomos inimigos. Beacon Hills é o centro do mundo para o sobrenatural. Tudo acontece naquela cidade. Teve muitas mortes. Meu Alfa desistiu de ser alfa e foi embora me deixando. Me aliei a outro lobisomem um beta como eu. De inimigos viramos amigos. Foi um grande amigo para mim. Aprendi a me controlar mais, a fazer coisas boas. Que eram certas.
— E por que veio embora?
— Quando Alisson foi morta eu andava meio perdido, não sabia o que fazer. Scott era um alfa agora, mas eu não me sentia em casa lá, entende? Parecia que não era meu lugar então quando Chris resolveu vir morar na França e me convidou para vir junto, eu aceitei. Queria mudar de vida. Colocar um fim no passado, esquecer. E recomeçar. Admito que por mais que eu achasse você bonita você parecia tão intocável. Nunca tentei nada por que me achava inferior. Ainda me acho na verdade.
— Você não é inferior. - Toquei seu rosto passando meus dedos por seus traços.
Ele era tão lindo. Tão perfeito.
— Nem quando você tentava se aproximar eu ainda tinha receio.
— Vai achar estranho se eu contar a você que... Sonhava com uma pessoa igual a você? Faz meses que sonho com um garoto, com cabelos castanho claros. Alto. Quando chegou na cidade tive certeza que era você. E agora entendo o por que de sonhar com uivos. É você na sua forma de lobisomem.
— Não acho tão estranho quando você ficar me perseguido. - Empurrei seu ombro me fingindo de ofendida e ele riu abraçando meu corpo.
Seu nariz passou pela minha clavícula e ele depositou um beijo em meu ombro.
— Posso ver? - Seus olhos azuis me encararam confusos. - Transformado? Precisa ser na Lua Cheia?
— Na Lua Cheia estamos mais fortes, mas... Tente não ficar com medo.
Seu rosto foi mudando, ganhando feições lupinas e pelos, os olhos foram mudando do azul para o amarelo e os dentes foram crescendo em presas pontiagudas. Toquei seu rosto passando os dedos. Toquei seus dentes.
— Impressionante. - Murmurei e ele voltou a forma humana.
— Não assusta?
— É você Isaac. Claro que não me assusta.
— Te observo as vezes. No muro. Um dia você quase me viu.
— Aquele dia da festa. Os olhos dourados.
— Quase matei seu coelho do coração. Ele gritou e saiu pulando se escondendo na primeira toca que encontrou. - Sorriu.
— Coitado do Pernalonga.
Ele riu e eu levantei pegando os pratos, mas Isaac foi mais rápido em segurar minha mão.
— Já que você cozinhou eu lavo a louça. - Pegou os pratos e seguiu para a pia. - Pode guardar a comida para mim? Chris vai gostar de comer algo diferente.
— Claro. - Arrumei tudo e guardei onde ele indicou.
Enxuguei a louça e ele guardou depois comemos o doce. Recebi mais alguns elogios que me deixou muito feliz.
Então seguimos para a sala onde me beijou, nos sentamos no sofá trocando beijos e caricias. Isaac sabia muito bem o que fazia. Um calor subiu pelo meu corpo.
— Acho que tenho que ir embora. - Falei e ele assentiu.
— Entendo.
— Não se importa?
— Do que? - Franziu a testa.
— É que... Jantamos e agora... Eu vou embora.
— Esta falando sobre sexo? - Assenti. - Não vou forçar você a ficar e dormir comigo, Natalie. Não sou esse tipo de cara. E sei que você não é esse tipo de garota.
— Sou virgem.
— Eu suspeitei. Você não é tímida. Então achei que fosse virgem. - Assenti.
Levantei pegando minhas coisas e olhei o celular, eram quase 11 horas. Mel devia estar ocupada.
Lancei um olhar para Isaac que estava me encarando como sempre. Ele estava sempre prestando atenção em mim.
Voltei e o beijei.
— Podemos subir?
— Natalie...
— Quero transar com você, Isaac. Se você quiser.
Ele me beijou antes de me conduzir para o quarto, mal prestei atenção nos detalhes. Estava tão perdida. E rendida a Isaac. Aos seus beijos depois ao seu corpo. Doeu como eu esperava que a primeira vez doesse, mas assim como veio, a dor passou.
Só o que sobrou no quarto foram barulhos na cama, beijos e gemidos.


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