Rei demônio escrita por slytherina


Capítulo 1
Oneshot




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Hua Cheng deu um último suspiro, retirou-se da mulher sob seu corpo e rolou para o lado. Ficou olhando para o teto alto de seu quarto. Fazia tempo que não fazia sexo com mulheres vivas. Nenhum preconceito contra elas, mas tinham constituição frágil e ele poderia machuca-las horrivelmente se não fosse cuidadoso. Nesse quesito as mulheres fantasmas eram muito mais resistentes. As demônias ele evitava, pois eram cheias de paixões e ficavam invariavelmente obcecadas com sua pessoa. Os homens lhe eram indiferentes, mas é claro, sempre existiam exceções, e tipos delicados e femininos sempre lhe derretiam o coração. Os brutos e excessivamente masculinos o entediavam. Ele não tinha paciência para entrar em jogos de dominação, e céus, isso era irritante. Se precisasse disputar com outro macho alfa seria para mata-lo. Não apreciava sadismo ou masoquismo. Se queria a alguém ele o diria francamente, e se fosse rejeitado, melhor ainda, pois a fila anda e ele poderia escolher seu próximo parceiro a seu bel prazer. Ser um rei demônio tinha suas vantagens. 

Levantou-se do leito e não se importou de estar nu em pelo. Dirigiu-se à sala de banho e entrou na enorme piscina. Mergulhou e sentiu o manto gelado e líquido acalmá-lo. O ardor sexual se esvaiu. Por hoje poderia descansar normalmente sem a pulsão de satisfazer-se sexualmente. Não gostava de se deixar dominar por desejos, pois afinal estava morto. Sem fome, sem sede, sem frio, sem calor, sem necessidades físicas de aliviar as bolas, mas a impressão psicológica era forte, e ele nunca se importou em ser abstinente ou em fazer inédia.

Ao sair da piscina um servo lhe trouxe mantos para enxugar. Ordenou que levasse a garota para o reino humano e dirigiu-se à sala de roupas. Como um demônio, ele poderia usar magia e alterar ilusoriamente sua forma, mas ele preferia a coisa real, então, tinha uma câmara com diversos tipos de roupa, mas o que mais lhe apetecia era a veste vermelha. Afinal essa cor sempre ficou bem nele. Botas negras, braçadeiras e cinto de prata, além de correntes, sininhos e pinduricalhos. Os cabelos eram naturalmente maleáveis, mas como não queria passarinhos fazendo ninhos em sua cabeça, ele os penteava. Uma única fina trança de lado e uma pérola carmim para prendê-la. O tapa-olho de couro negro e pronto, estava mais uma vez investido na persona perversa e perigosa que construiu pouco a pouco ao longo dos séculos no caldeirão fervente do inferno.

Hua Cheng tinha que cuidar do cassino da cidade fantasma e garantir que todos ainda o temessem, para evitar bagunças e conflitos. Os humanos adoravam apostar. Viciados e maliciosos, apostavam o que não lhes pertencia. Hua Cheng não se intrometia nessas apostas. Deixava-os mergulhar em sua cobiça e derrota. Ser um rei demônio tinha seus prazeres e nada melhor do que ver um indivíduo inescrupuloso se dando mal.

Sua cimitarra não seria usada, mas seria bom que a vissem com ela, nem tanto por ser magnífica e legendária, mas porque tinham medo dela.

Antes de sair de sua mansão dirigiu-se a um templo interno. Ali na grande sala vazia havia somente uma imagem. Uma estátua em tamanho real de um deus antigo. A imagem mostrava um jovem de semblante pacífico e um suave sorriso. Posição ereta, uma espada em uma mão, flores na outra. Hua Cheng aproximou-se, ergueu a mão para tocar o rosto da estátua, mas deteve-se. Ajoelhou-se e juntou as mãos em prece. Ficou em silêncio por alguns segundos então os cantos de sua boca se curvaram em um sorriso. Olhou para o rosto da estátua e falou.

— Não sei o que rezar, taizi dianxia. — levantou-se. — Estivemos juntos há tanto tempo e é como se ainda estivéssemos juntos aqui e agora. — olhou a estátua friamente. — Não lhe peço nada a não ser a chance de protegê-lo e voltar a servi-lo. Afinal venho fazendo por oito séculos o que me pediu. 

Seus olhos se embaçaram e se ele fosse humano teria chorado, mas ele era um demônio, o pior de todos, uma das 4 calamidades do mundo. Há muito não tinha mais pelo que chorar.

— Venho vivendo por você, dianxia. Só queria que soubesse disso.

Virou-se e saiu. "Chuva de sangue que procurou uma flor" estava pronto para o inferno.


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Notas finais do capítulo

Taizi: príncipe herdeiro
Dianxia: sua alteza



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