O Dia Em Que Me Tornei Um Monstro escrita por WickedChild


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Há um tempo eu sou um fã de vocaloid, e eu tenho planejado o dia em que eu faria uma fanfic, e quando enfim tomei coragem para ir até a minha mesa e me dedicar, decidi começar essa aqui, em homenagem ao meu queridinho Fukase ♥
Aproveitem ^^



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Aquela era a hora. A hora que eu estava sempre esperando. Ele já fez aquilo muitas vezes antes, mas toda vez parecia como se fosse a primeira vez. Na verdade, aquela primeira.
A experiência do artista de subir no palco é uma sensaçao especial que mistura nervosismo e entusiasmo: calafrios e desejos que nascem no estômago e atingem o coração: pelo talento, pela fama, e sobretudo, pelo prazer.

E lá estava ele: um rapaz muito excêntrico em aparência e deveras escandoloso em atitude. Famoso, sim, embora não O MAIS famoso; mas que era amado como ninguém, era o que sentia, e isso é o que realmente importa para ele.
Seus cabelos ruivos, sua cartola com cara de gato, sua heterocromia amaldiçoada, vestia-se como um mágico ou palhaço em excêntricas cores dicromáticas de branco e vermelho (de fato, não apenas suas roupas eram assim, mas sua pele e cabelo), mas suas cicatrizes no rosto o faziam lembrar um espantalho. Ele tinha essa aparência ameaçadora, mas por algum motivo, era amado por todos. E a partir de quando começou a viver isso, sentia como se sempre tivesse sido assim. Quase se esquecia de que já foi considerado uma aberração, mas ele não poderia se esquecer disso, afinal de contas, suas cicatrizes deixavam vivas essas trágicas memórias; e como todo bom artista, transforma cicatrizes e memórias em letra e música.

Ele cantava. O jeito que cantava apaixonava a todos. Ele estava muito animado, mas estranhamente, deixava-se dominar por um sentimento inconveniente em horas como aquela: desespero. Por algum motivo, sentia-se angustiado. Naquela época, não era comum se sentir assim, ou ao menos, tanto assim... Conforme cantava uma letra feita especialmente para ele, flashes de memórias começavam a aparecer em sua cabeça. As memórias, desta vez, não estavam confudidas nem com a letra nem com a música, e isso o preocupava muito. Sem mais aguentar, ele desmaia no palco, para o choque da plateia, e quando isso acontece, um efeito muito duvidoso acontece: de repente seu olho direito, que já brilhava como uma pedra de sangue, brilhava ainda mais. De repente, ele sente uma forte dor. Todos ao redor estavam preocupados o que acontecia com ele, que estava profundamente angustiado por perder o maior prazer que poderia ter que era o palco. Mas a medida que as pessoas foram forçadas a se retirar, elas também começaram a sentir angústia e dor, acompanhando o sentimento de seu ídolo. O que teria motivado ação tão profana? Era como uma maldição. Coisa desse tipo nunca aconteceu com Fukase. De fato, ele foi a maior vítima desse suposto ataque, e ele não percebeu o que aconteceu até acordar.

Diferente de poucos segundos atrás, ele estava calmo, e abria lentamente os olhos. Quando pode abri-los por completo e ter consciência do que via, eis que lhe aparece uma visão muito agradável: ter como companhia a pessoa que mais ama é certamente uma bênção, e ver aquele garotinho com roupa de marinheiro e seu sorriso triste, mas ainda agradável, foi uma experiência muito calorosa para Fukase, que respondeu com entusiasmo:

— Olá, Oliver.

O rapazinho responde com igual cordialidade:

— Boa tarde, Fukase. Fico feliz que tenha acordado ^-^

Desviando a atenção do rapaz, Fukase olha ao redor e percebe que está em uma cama e cheio de ataduras em suas regiões mais sensíveis, incluindo uma no olho, fazendo semblante ao seu velho amigo. Ainda confuso, Oliver tenta explicá-lo:

— Você ficou em coma nos últimos seis dias. Quando soube o que aconteceu, eu vim correndo pra cá para que eu pudesse vê-lo.

A gentileza de seu amigo deixou-o levemente lisonjeado.

— Obrigado, Oliver...

Também confuso, Oliver deixa-se perguntar:

— Fukase, diga-me a verdade: você sabe o que aconteceu naquele momento.

Parecia ser um tópico muito arriscado para ser discutido, mas Fukase naturaliza falando o que deveria falar:

— Não faço ideia... - Falava a verdade. Mas tinha a leve impressão de que se soubesse, a resposta teria sido a mesma. A razão para tal atitude era desconhecida, e nem mesmo ele tinha interesse em saber o que aconteceu naquele exato momento, embora sua curiosidade não o deixasse hesitar. - Bem, de qualquer forma, obrigado pela ajuda.
— Estou aqui para isso, não é? Foi essa a promessa que eu te fiz, afinal de contas. - Sim, a promessa. Ele lembrava bem dela. E esse pequeno comentário resgatou momentos preciosos que Fukase teve. Momentos estes cujas memórias ele gostaria de guardar não apenas nas letras. E foi isso o que o fez lembrar de algo muito importante, e que poderia estar relacionado com o acidente que ocorreu com ele. Mas enquanto pensava, ele não nota seu velho companheiro se agarrando na sua capa, como se estivesse se lamentando de saudades.
— Point! - Fukase exclama. O pequeno ser branco pula para o colo dele com muito afago. Satisfeito, Oliver comenta:
— Eu encontrei o coitado desesperado por ti. Ele não via a hora de você acordar. - Fukase responde com um sorriso. Enquanto isso, Oliver é chamado à atenção de James, seu pequeno pintassilgo-americano.
— Huzzah! Olha quem veio? Parece que alguém está com fome. E acredito eu que já esteja na hora do chá. Você quer me acompanhar, Fukase? Eu posso te trazer uma xícara.
— Não, Oliver, perdoe-me.
— Não tem problema. Descanse o quanto precisar ^^

—.... "Ele realmente é uma pessoa muito especial. Justo ele, que eu conheci em uma época em que eu pensava que ninguém seria capaz de me amar... Ah sim... Foi por causa daquele dia.... Aquele trágico dia.... O dia em que eu me tornei um monstro..."


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Notas finais do capítulo

Foi um começo bem básico, eu sei, mais pra frente adicionarei mais personagens e mais trama pra ficar bem interessante.
Obrigado por ler até aqui e até mais o/



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