Like a Boss escrita por Saturn


Capítulo 1
Like a Boss


Notas iniciais do capítulo

Olá olá pessoas!

Trago aqui uma fanfic do projeto Jilytober, mesmo estando toda atrasada nas fanfics regulares (Perdoem-me)

Gostei muito de escrever essa fanfic, espero que se divirtam tanto quanto eu lendo-a.

ENJOY IT!



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A mulher ruiva batia os saltos pretos estrondosamente no chão, correndo pelas escadas tentando equilibrar desajeitadamente grandes pastas marrons em cima de uma caixa preta de papelão, que ela carregava do arquivo para a sua mesa no escritório. 

Lily Evans tinha se sentido a mulher mais feliz do mundo quando foi contratada no maior escritório de advocacia de Londres, a firma Potter&Black, mas a última coisa que ela esperava, era que seu chefe fosse justamente o maior crush da sua faculdade, três anos mais velho, que desastrosamente havia presenciado várias cenas vergonhosas da garota quando ela se aproximava dele com o rosto vermelho e gaguejando as palavras que custavam a sair. 

Potter&Black era uma firma poderosa havia vários anos, com os melhores advogados do país a sua frente, Fleamont Potter e Walburga Black, que construíram seu nome subindo em cima de grandes empresas ricas e ganhando suas causas e, em pouco tempo, o escritório todo já nadava em dinheiro, aumentando consequentemente as buscas pelos seus serviços e o escritório. Pouco mais de quinze anos após a abertura da associação, a firma já contava com um prédio de oito andares como escritório principal e algumas filiais menores nas cidades vizinhas. Por isso, era uma oportunidade de uma vida ser contratada para trabalhar lá, fazia valer cada noite em claro à base de café focada nos estudos. 

Lily suspirou, tentando abrir a porta do seu andar sem derrubar nenhuma das pastas ou a caixa pesada que já fazia seus braços tremerem pelo esforço, ela revira os olhos, murmurando algumas frases desconexas e palavrões enquanto tenta equilibrar a caixa em um joelho para estender a mão para a porta, mas antes que o desastre aconteça, uma mão morena e masculina segura a maçaneta e abre a porta para ela. A mulher levanta os olhos para o seu salvador e dá de cara com um sorridente Remus Lupin, o chefe da seção de Direito Trabalhista do escritório. Murmurando um agradecimento, a ruiva vai até sua mesa perfeitamente organizada e solta a pesada caixa em cima dela, fazendo um estrondo que faz a sua vizinha de mesa, Marlene McKinnon, parar de digitar petições no computador e levantar a cabeça assustada. 

Sentando-se na cadeira giratória, a mulher começa a separar as pastas e procurar os documentos que eram necessários para aquele processo, quando uma presença conhecida para ao lado da sua mesa, trazendo um forte perfume amadeirado misturado com o sempre presente cheiro de café. Xingando mentalmente, Lily Evans vira a cadeira minimamente para ficar de frente para seu chefe, seu antigo crush da faculdade, o homem que arrancava qualquer resquício de paciência que ela possuía, atirando os piores e mais complicados casos no colo dela todo dia pedindo urgência no cumprimento, James Potter. 

James Potter estava sorrindo, com uma grossa pasta preta debaixo do braço, que Lily Evans já conhecia muito bem, a designação dos novos casos da semana para os funcionários. James lhe entrega alguns papéis, que a mulher passa o olhar julgador, querendo morrer a cada nova palavra que salta aos seus olhos. Depois que lhe entrega os casos, estende uma pilha muito menor de folhas para Marlene, que sorri abertamente e segura as folhas, comemorando que naquela semana, assim como nas quatro anteriores, foram lhe designados os casos mais fáceis e simples do escritório, deixando sua agenda de prazos sem aperto algum, ao contrário da agenda de Lily, que já estava abarrotada e ela precisaria fazer muita hora extra para concluir tudo aquilo à tempo e não correr o risco de grandes processos onde corriam rios de dinheiro serem sentenciados à extinção por falta de atenção. 

James volta à sua sala após redistribuir os casos, esperando a porta automática - uma grande extravagância que ele havia se permitido quando foi promovido a chefe do setor de Direito Civil - abrir para que ele pudesse sentar-se em sua cadeira reclinável de couro ao lado de sua indispensável companhia, Prongs, a sua cafeteira vermelha.

Enquanto isso, Lily Evans separava os novos casos dos antigos por ordem de urgência em sua mesa, sussurrando toda uma sorte de xingamentos ao chefe, que tinha uma grande sorte de ser tão bonito para compensar toda aquela idiotice que habitava seu cérebro. James analisava a ruiva bufando indignada de sua mesa, atrás das portas automáticas de vidro fumê preto e, abrindo um pequeno sorriso sacana, pega o telefone fixo vermelho e disca o ramal da mulher, solicitando que ela fosse até sua sala por um momento. Ele vê Lily Evans levantar-se da cadeira, desgostosa, ajeitar a saia do tailleur preto e bater os saltos até sua sala, aguardando por um momento para a porta se abrir por conta. James Potter abre um sorriso sedutor para a mulher estagnada à sua frente, que continua com a mesma expressão de desinteresse e fala:

— Srta. Evans, a senhorita tem algum compromisso esta noite?

Ele observa divertido o desinteressa cair do rosto bonito da mulher para dar lugar à uma adorável confusão. Lily, ainda extremamente confusa com o rumo da conversa, responde:

— Não, Sr. Potter.

— Perfeito - James abre ainda mais o sorriso e bate as mãos levemente uma contra a outra - Preciso que você fique até mais tarde hoje, vi que sua agenda está bem cheia e precisamos despachar logo os processos para o juízo antes que eles sejam extintos. Obrigado. 

Lily abre milimetricamente a boca em surpresa, mas logo a fecha revoltada e volta para a sua mesa, com uma das mãos fechadas em punho, enterrando suas unhas na carne macia da palma, batendo os saltos no chão até fazer eco e murmurando ainda mais xingamentos. Sentando-se na sua cadeira, volta a conferir processos e anotar seus prazos em sua extremamente abarrotada agenda e, quando percebe, está sussurrando em voz não tão baixa, fazendo Lene rir discretamente sem tirar os olhos da tela do seu computador, enquanto deixava seus afazeres em dia.

Após o término do expediente e de todos os seus colegas despedirem-se da garota com risinhos de provocação e pena, o escritório fica vazio, exceto por Lily e James, que continua em sua sala com as portas fechadas, sendo impossível para que Lily visse seu chefe e tirasse um pequeno momento para ficar um pouco mais à vontade para trabalhar. 

Quando James aparece pela primeira vez fora da sua sala após o final do expediente, dirigindo-se ao banheiro, Lily aproveita para chutar para longe seus saltos altos e puxar a meia calça ainda sentada na cadeira, enfiando a peça apressadamente dentro de sua bolsa antes que alguém visse. Estrala os dedos das mãos e estica as pernas por baixo da mesa antes de colocar os saltos novamente e voltar a atenção para o seu computador, digitando apressadamente uma exceção de pré-executividade particularmente espinhosa. 

Vários minutos depois de James ter retornado à sua sala, Lily toma a liberdade de enfiar o rosto nas mãos e soltar um palavrão abafado, dizendo logo em seguida:

— Chefe filho da puta, se quisesse me foder, podia pelo menos me beijar primeiro. 

Depois de extravasar por esse breve momento, Lily Evans voltou a escrever suas contestações bem fundamentadas que eram o orgulho do escritório cível da Potter&Black. Quando finalmente terminou de redigir todos os prazos que venceriam logo, Lily mandou todas as folhas para a impressora e juntou as peças em suas devidas pastas, organizadamente colocadas em cima de sua mesa, ainda com as últimas folhas quentinhas recém saídas da impressora. Assim que terminou de fazer esse trabalho, carregou todas as pastas em seu braço esquerdo e começou a bater os saltos estrondosamente em direção à sala de James, deixando claro que estava chegando para não ocorrerem surpresas desagradáveis. 

Parando em frente à porta de vidro fumê, ela observa o céu já escuro pela janela enquanto a porta se abre, apesar de sempre ter considerado aquela porta automática uma grande extravagância desnecessária, ela tinha que admitir, no momento, que ela na verdade era muito útil para evitar quaisquer contratempos como os que naquela tarde ela tivera com a porta do andar, onde Remus viera salvá-la, como o bom cavalheiro em um cavalo branco que era.

James está sentado em sua cadeira, revisando vários contratos em seu computador com sua sempre presente xícara de café preto e forte do lado e mal levanta o olhar quando Lily entra em sua sala, colocando a grande montanha de pastas em cima de sua mesa, ao lado da xícara. 

— Sr. Potter, poderia assinar essas peças? - James assente e puxa as pastas ao mesmo tempo que pega uma caneta com sua mão esquerda e começa a rabiscar sua floreada assinatura no final de cada página que a ruiva havia redigido. 

Lily Evans batia o pé direito ritmicamente no chão, esperando que James terminasse logo de assinar para que ela pudesse ir embora, tomar um longo banho, pedir uma pizza e ver alguma série até dormir no sofá. James Potter, percebendo a impaciência da mulher, assinava cada vez mais devagar as folhas, somente por pura provocação à mulher ruiva que ficava a cada segundo mais nervosa. 

No segundo em que ele finalmente terminou de rabiscar sua assinatura nas folhas, Lily arranca as pastas de sua mão e dirige-se até a porta, abrindo um sorriso por finalmente poder ir embora e chutar longe os seus saltos desconfortáveis. Porém, quando chega a dois passos da porta automática, o prédio inteiro cai em escuridão absoluta com um som estranhamente desconfortante de energia caindo. 

— Não. 

 

Um único sussurro estrangulado sai da garganta de Lily quando ela se percebe presa na sala do chefe, que olhava pela janela, constatando que o apagão ia muito além de onde ele conseguia ver da janela de sua sala. A mulher, em um momento de desespero, larga todas as pastas em cima da mesa de James com um estrondo e começa a forçar a porta para que abra, até que James chega e interrompe seus esforços inúteis. 

— A porta não vai abrir - Suspira James, passando as mãos pelo cabelo - Ela não está com a manutenção devidamente feita para ser possível abrir manualmente e, de qualquer forma, precisaria muito mais força do que nós dois temos para empurrar esse monte de vidro e metal. 

Lily, percebendo que James estava certo, começou a apalpar os bolsos de seu tailleur atrás do seu celular, até constatar que o mesmo havia ficado em sua mesa, na sua bolsa, bem distante de onde ela estava agora, presa com o chefe absurdamente bonito, idiota e com o maior ego do mundo. Virando-se devagar de costas para a porta de vidro preto e de frente para a mesa de James, depara-se com ele observando o celular com os lábios adoravelmente franzidos, logo após desviar os olhos do celular, ele estende sua mão grande com um único anel faiscante para o telefone vermelho-berrante, e alguns segundos depois, constata que o telefone também está sem linha. James Potter vira-se para Lily Evans, que está andando nervosamente de um lado para o outro, batendo os saltos pretos no chão acarpetado, fazendo um barulho abafado e irritante que remetiam à claustrofobia. Ignorando sua caminhada nervosa, ele relata a situação em que se encontravam para a ruiva:

— O bairro todo está sem energia, não tem sinal de celular, o telefone fixo está sem linha, a porta não abre. Estamos presos - Concluiu, simplesmente, tomando um grande gole da sua xícara de café ainda quente enquanto observava a garota estancar no lugar digerindo as informações. Então ela suspira e desiste de lutar, simplesmente senta-se no chão, tirando os caríssimos Louboutin dos pés e colocando os seu lado, ao passo que encostava sua cabeça na parede, respirando profundamente. 

Passaram alguns minutos em silêncio, banhados apenas pela luz da lua que entrava pela janela da sala de James e refletia na porta de vidro, como uma brincadeira de mau gosto, relembrando os dois o tempo todo que estavam presos ali. Lily Evans, ainda sentada no chão coberto por carpete e com os sapatos aos seu lado, ouve James murmurar algo, abre os olhos, um pouco mal humorada e pergunta:

— Falou algo?

James olha surpreso para a garota, ele não tinha percebido que estava falando em voz alta.

— Acabou meu café - E dá um sorrisinho sem jeito.

— Sinto muito, sr. Potter - Lily Evans diz com a voz entediada, de quem realmente queria que o chefe engasgasse com o seu precioso café por mantê-la até tarde e consequentemente presa no escritório durante a noite em que poderia estar maratonando séries e animes de gosto duvidoso. 

James abre um pequeno sorrisinho e senta-se no chão também, escorado em sua mesa de mogno, de frente para Lily. 

— Qual é Lily, não precisa ser tão formal, me chame de James. 

Lily Evans fuzila o bonito homem à sua frente com seus olhos verdes, observando o mesmo tirar seu paletó, arregaçar a camisa branca até os cotovelos e afrouxar a gravata vermelha que usava, suspirando ao encostar a cabeça na madeira fria do móvel. 

— Como quiser, James - O homem abre um pequeno sorriso que logo se desfaz e ambos mergulham no silêncio, perdidos em seus próprios pensamentos. 

Alguns minutos de silêncio depois, quando James Potter já cansou de brincar com sua gravata, ele tenta novamente conversar um pouco com a ruiva emburrada à sua frente, que cutucava os saltos dos sapatos, entediada. 

— Lily?

Ela solta um resmungo, sinalizando que ouviu e dando espaço para o homem continuar com a fala. 

— Sinto muito por ter estragado sua noite. 

A mulher ergue os olhos surpresa com a fala do chefe, definitivamente de todas as frases que ela esperava que saísse da boca de James Potter naquele momento, nenhum deles era um pedido de desculpas, Lily suspira, resignada e abrindo, pela primeira vez no dia, um sorriso sincero:

— Não estragou muito, na realidade - Ela dá de ombros - Eu iria para casa, pediria pizza e ficaria maratonando Sense8 ou Sword Art Online, ou talvez algo de gosto um pouco mais duvidoso. 

James ri, deliciado com a possibilidade de conhecer um pouco mais a mulher misteriosa e tão familiar que havia na sua frente. A moça, desde que pusera os pés pela primeira vez no escritório e fora apresentada como sua subordinada, despertava uma pequena lembrança nas profundezas da sua mente, mas não importava o esforço, ele não conseguia trazê-la à tona e lembrar-se de onde conhecia a tão estonteante ruiva.

— Eu provavelmente faria o mesmo. Me jogaria no sofá quando chegasse em casa, pediria uma pizza enorme de calabresa e um grande copo de coca-cola e ficaria maratonando séries de gostos possivelmente mais duvidosos que os seus. 

Lily ri. 

— Eu não duvido - Ela faz uma pausa - Por acaso você não tem um frigobar escondido por aí, tem? Estou morrendo de sede.

— Ora, você que os escritórios da vida real são iguais aos dos filmes? Com frigobares debaixo das mesas? - James se levanta e contorna a própria mesa - Bom, se você acha, você está certa. O que vai querer?

A mulher, ainda surpresa com a descoberta de realmente ter um frigobar cheinho de bebidas geladas, demorou um pouco para responder. Pediu que ele lhe estendesse apenas uma água, ao ponto que ele se serviu de uma latinha de energético. Conversaram sobre séries, pizza e algumas bobagens do tipo durante vários minutos, quando James se levanta novamente e dirige-se até a sua estante de livros que fazia inveja a qualquer apreciador. 

A estante tomava toda a parede oposta à porta da sala de James, do chão ao teto e estava abarrotada de livros com capas de couro e letras douradas que ilustravam o título. Ele vai até uma parte da estante mais próxima da janela e puxa alguns livros que, para a grande surpresa de Lily, tratavam-se apenas de uma peça de madeira camuflando um espaço vazio na estante. Espaço esse, repleto de bebidas alcoólicas muito provavelmente condenáveis de se tomar no ambiente de trabalho.

A não ser que você fosse o chefe. 

James escolhe um Chivas Regal 18 Years e dois copos Old Fashioned para servir a bebida. Puro, sem gelo. Estende um copo para Lily, que pega sem hesitar, sorvendo um gole do líquido cor de âmbar e estalando os lábios em apreciação ao sabor aveludado com notas florais, toque defumado e que lhe lembrava o seu chocolate amargo favorito da loja ao lado do seu apartamento. O cheiro daquele whisky tão caro era maravilhoso, lhe lembrando frutas secas e balas de caramelo. A mulher solta um suspiro de satisfação ao sentir o líquido descendo por sua garganta e fazendo seu peito esquentar, James observa a cena se desenrolar à sua frente com um pequeno sorriso disfarçado atrás do seu Old Fashioned, depois de algum tempo vendo o sorriso da ruiva para o copo, ele lhe pergunta, tomando um gole da própria bebida:

— Acertei no whisky, mademoiselle? 

Lily solta uma risadinha rouca antes de responder, esvaziando seu copo de uma golada só, o que ela faz sem ao menos torcer o rosto para o baque de sabor alcoólico, o que demonstrava uma grande perícia em degustação de bebidas fortes.

— É meu favorito, tenho uma garrafa dessas em casa, que comprei quando fui contratada aqui, mas jurei que só iria abrir quando algo importante acontecesse - Ela dá de ombros, pousando o copo ao lado dos seus Louboutin - Até agora permanece fechada. 

James olha para a mulher, pensativo enquanto termina de virar sua bebida e oferece encher os copos novamente, Lily, dando de ombros, estende seu copo e murmura um “Por que não?”, Depois de dois copos da bebida, ambos já estão alegres e deitados no chão do escritório iluminado pela lua, sem erguer tantas barreiras a comunicação entre eles flui facilmente, até James resolver tirar a dúvida que o atormenta desde que a bonita mulher foi contratada como sua subordinada:

— Lily? - Ela vira a sua cabeça para ele, já que está deitada no chão perto da parede, olhando para o teto com um sorriso frouxo - A gente já se conhecia antes de você ser contratada? 

A ruiva arregala os olhos levemente, levanta a parte superior do seu corpo desajeitadamente, apoiando-se no cotovelo desnudo, uma vez que o seu blazer já tinha sido há muito retirado e esquecido perto dos sapatos de salto alto e as mangas da sua elegante camisa social rosé haviam sido puxadas até acima dos cotovelos devido ao calor que os vários copos de whisky proporcionaram. Com os olhos brilhando divertidos, ela pergunta de volta para James:

— Você não lembra de mim? - James sorri sem jeito e faz um aceno negativo com a cabeça - Eu entrei na faculdade de Direito um ano antes de você se formar e sair, e eu definitivamente tinha uma enorme penhasco por você na época, o que me fez passar por algumas situações um pouco constrangedoras tentando chamar sua atenção. Mas fico feliz que você não lembre delas. 

James ri, tentando caçar no fundo de sua mente alguma das situações vergonhosas a que a mulher se referiu, mas a única lembrança que conseguiu pescar foi a garota no chão, recolhendo alguns livros que tinha derrubado quando esbarrou nele no corredor de direito da faculdade. Talvez aquela fosse uma das situações que ela estava se referindo. Balançando a cabeça para deixar as memórias de lado, ele sorriu convencidamente e dirigiu novamente à palavra à mulher que o observava divertida, com a bochecha fofamente apoiada na mão. 

— Então você tinha uma queda por mim, srta. Evans? 

Lily fica vermelha e atira o seu blazer em James, que ri descaradamente da tentativa de atingi-lo.

— Cale a boca, James. Você foi meu primeiro crush da faculdade, superei logo antes de você sair. 

O homem solta mais uma risadinha e segura firme o blazer que a mulher se inclinou para pegar e jogar nele novamente, depois de alguns segundos lutando em uma batalha perdida, ela desiste e se joga no chão novamente, observando o teto iluminado por poucas faixas da luz da lua, até que James chama sua atenção novamente:

— Bom, se você passou pelo sacrilégio de ter que admitir que gostava de mim na faculdade, acho que é minha vez de confessar algo - A mulher vira apenas o seu rosto para James, que também estava deitado no chão acarpetado observando fixamente a reação da ruiva - Eu lhe dava aquela quantidade absurda de trabalho porque esperava que você viesse reclamar comigo. 

Uma expressão confusa toma o rosto de Lily. 

— Por que você queria que eu fosse reclamar com você?

James faz o possível para dar de ombros deitado no chão e responde, fazendo um pequeno gesto com a mão que indicava o quão sem jeito ele estava com todas aquelas revelações repentinas:

— Porque eu queria chamá-la para sair. 

A expressão de choque se intensifica no rosto da mulher e ela abre minimamente a boca, espantada e ela fica alguns segundos digerindo a informação antes de responder ao homem, que estava olhando fixamente o teto, ainda segurando o blazer dela. 

— Você...Queria me chamar para sair?

Ele assente, ainda encarando o teto. Então Lily, possivelmente movida pelo álcool em sua corrente sanguínea, aproxima-se um pouco do homem deitado no chão e toca levemente o seu braço. 

— Acho isso incrivelmente fofo, mas pelo amor de todos os seres infernais, da próxima vez, apenas me convide para sair sem me atolar em petições. 

James ri, aliviado com o rumo que a conversa tomou e se vira para a mulher, apoiando-se no cotovelo. 

— Vou anotar para as próximas vezes. 

O clima alivia-se e ambos começam a rir e conversar despreocupadamente por mais alguns minutos, quando em uma grande explosão de luz, a energia volta, inundando todo o bairro e o prédio em uma luz amarelada artificial. 

Praguejando baixinho, ambos começam a levantar-se do chão e recolher suas coisas, vestindo-se novamente com os casacos bem recortados e sapatos, para saírem para as ruas e irem para casa prosseguirem com seus planos, porém, naquela noite, os planos já tinham sido interrompidos uma vez, e uma pensativa Lily pensou que não faria mal serem mudados novamente. 

Já devidamente calçada com seus sapatos pretos de salto, Lily posiciona-se em frente à mesa de James, onde o mesmo remexia em uma gaveta, procurando as chaves do escritório e do seu carro. Erguendo os olhos, James vê uma Lily determinada com os braços para trás na frente de sua mesa, e antes que possa perguntar o que diabos ela está fazendo, a mulher começa a falar com a voz firme e desinteressada:

— Sr. Potter,, tenho uma reclamação a fazer sobre os casos que o senhor tem distribuído para mim. 

James abre um sorriso largo, entendendo qual o objetivo da mulher, então cruza os braços, ergue uma sobrancelha e dá um sorriso sedutor, falando logo em seguida:

— E o que acha de falar sobre essa reclamação em um jantar comigo? 





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Notas finais do capítulo

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