Sora e Himeko jamais viram o pai daquele jeito.  Fizeram tudo direitinho, então, por que o alpha estava tão zangado? Himeko tocou a mão de Sora e apertou bem forte. A pequena beta sempre fazia isso quando o irmão estava prestes a chorar. Nem ela, que pegava as coisas mais rápido, compreendiam o que tinha de errado no presente que prepararam com tanto carinho para Shino. O porquê do adulto encontrar-se envolto numa aura tão negra.

−E-eu… vou matar o Naruto − A frase dita entredentes fez com que Sora e Himeko se encolhessem mais em meio às almofadas do sofá.

Os gêmeos entreolharam-se confusos. Tudo fora preparado do jeitinho que o tio Naruto ensinou. Refizeram mentalmente a lista:

Água. Ok.

Sacola plástica. Ok.

Barbante e pedrinha. Para fazer a marimba, que lançaria a sacola no ventilador de teto antes de ele ser ligado. Ok

O último ingrediente, e, segundo o tio Uzumaki, o mais importante de todos: 

“Farinha! Mas muita farinha mesmo.”

−Fiquem quietinhos aqui, sim? Até que eu os autorize a falar, nem um pio. Tudo bem? – Kiba fez um sinal com o indicador nos lábios, abriu um sorriso largo revelando as presas salientes, em seguida voltou-se para Shino. Que naquele momento só faltava bufar − Calma, marido.

O ômega sentia dificuldades em controlar o riso, ao limpar a sujeira grudada em todo material de trabalho, roupas e corpo de Shino, o Aburame era uma meleca farinhosa só. Olhando para ele naquele estado, tinha certeza que em breve Uzumaki Naruto se tornaria um homem morto, e nem o companheiro dele, Uchiha Sasuke, o livraria da ira sanguinária de seu esposo.

O Inuzuka olhou para os pequenos no sofá. Sora e Himeko estavam amedrontados. Os dois mal sabiam que a raiva do pai alpha não perduraria nem um dia, quiçá, uma hora. Logo aquela traquinagem, ou melhor, o presente de aniversário de Shino. Juntar-se-ia a inúmeras outras diabruras, que futuramente faria parte do álbum de memórias da família, como:

O dia que Sora e Himeko fizeram nevar no meio da sala.