Burlesque escrita por Ailish


Capítulo 1
Burlesque | day 24 genderswap


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho muito o que dizer, apenas que amei esses dois no universo genderswap. E como amante de coisas burlescas, quis colocar as duas como dançarinas de tirar fôlego.
Não busquei nomes, deixei como Kat e Shou, mas que também poderia ser Katherina e Sophia.
Enfim, o desafio ta chegando na reta final :)

P.S: dei tchau para a betagem.



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— Seu cabelo está uma porcaria. — A loira começou a mexer nas mechas de duas cores, colocando-as para o alto, para formar um coque volumoso e bagunçado. — Pelo menos sua cara é bonita.

As mãos correram do cabelo para as bochechas, apenas para sentir a textura da pele macia da dançarina. Ela inclinou-se para frente e cheirou a curva do pescoço, satisfeita com o perfume francês.

Shou arrepiou-se com a proximidade, desconfortável com as franjas do figurino e o par de seios roçando nos ombros. Os olhos vermelhos cintilavam pelo reflexo do espelho, tão vivos e profundos quanto os lábios tingidos de batom cremoso, que marcaram a pele da bochecha minutos atrás, por causa de uma pequena mordida.

— Você não cansa, Kat? — Ela pegou a piteira e acendeu o cigarro, e espiou a garota sobre o ombro.

— Cansar do que? — Kat cravou as unhas vermelhas e pontiagudas no pulso de Shou, e tragou primeiro, para provocá-la até incendiar. — Lembre-se que você é a vadia bipolar, fria como gelo e quente como o inferno.

A fumaça circulou como névoa em tons quentes por causa das luzes do camarim, e mesmo impaciente, a de cabelos coloridos não conseguiu desviar o olhar azul-cinza da boca rubi e das linhas salientes das clavículas. O cabelo loiro e repicado na linha do peito, escorregava pela borda do espartilho e terminava no vale do peito.

Kat era tão bonita, que a aparência não condizia com a personalidade arrogante e explosiva.

A dançarina possuía uma necessidade de brilhar sobre os holofotes, gostava de ser o único astro e a chegada de Shou foi como uma apunhalada nas costas, sobre suas ambições. Kat nunca aceitou a atenção pela metade, não gostava de dividir o palco, de compartilhar clientes nas danças mais caras. O único lugar que outra podia ocupar em sua vida era abaixo, sob suas saias.

— Somos mesmo amigas, Kat? — Ela puxou o braço e tragou o cigarro, já ciente do rumo da noite.

A loira rodeou a cadeira e sentou-se no colo, encaixando as coxas em torno da cintura, pressionando mais o corpete glamuroso da dançarina de tons brancos e ruivos. Ela pegou alguns discos de algodão e demaquilante da bancada, e começou a remover a maquiagem com gentileza.

E mesmo sem a cobertura pesada da base, Shou continuava perfeita, agraciada por minúsculas sardas. O rímel que derreteu em tons escuros, apenas salientou a cor dos olhos heterocromáticos, duas esferas da mais bela destruição.

— Não seja ingênua. — Ela esfregou com um pouco mais de força os lábios, para retirar o excesso de batom. — Não posso ser amiga de alguém como você, que divide a atenção dos meus clientes.

A dançarina deu um tapinha no rosto agora limpo e apoiou os cotovelos nos ombros, abusando dos poucos centímetros que era menor. E mesmo que a diferença fosse absurdamente pequena, era perfeito o encaixe de suas curvas. Kat gostava de descansar após as apresentações sobre Shou, de dividir o cigarro e recitar sua insegurança através de frases malcriadas.

— E também, não sou amiga de alguém que transo quase todas as noites.

— Oh.

A bicolor sorveu com veemência o tabaco e deixou a piteira sobre o cinzeiro de cristal, apenas para afagar o corpo da loira. Com a ponta dos dedos, dedilhou os espaços da meia arrastão para sentir a pele quente, aproveitando o tempo de calmaria entre as duas.

— Então, somo mais do que amigas. — Shou segurou com força o quadril e ergueu-se com Kat, deixando-a sentada sobre a penteadeira. Os olhos ímpares varreu como um leque de plumas a face afiada da dançarina, que já estava com o delineado borrado por se esfregar na curva de seu pescoço.

— Somos rivais...— sussurrou, puxando-a com as pernas para frente, para selar os lábios. O boca deixou marcas vermelhas com gosto de morango sobre a limpa, desejosa por manchá-la com mais maquiagem, apenas para limpá-la de novo. Kat adorava encarar os olhos de Shou, apenas para se perder milhares de vezes na dualidade de suas cores e nas dúvidas de seus pensamentos em relação a dançarina. Só havia uma certeza:

— Rivais que se amam de vez em quando.


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