Maldição do amor escrita por Débora Martins, Cass


Capítulo 1
Prólogo




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POV Lily Evans

 

Eu nunca senti que realmente me encaixava em lugar algum. Meu pai nunca conseguia falar da minha mãe por muito tempo sem começar a chorar, então eu sabia poucas coisas sobre ela: se conheceram em um congresso internacional de matemática logo após de meu pai ganhar um prêmio importante. Mas era só.

Ele sempre falava o quanto eu era parecido com ela quando eu era criança e apesar de tudo éramos felizes.

Então ele se casou e depois que minha meia-irmã Petúnia nasceu, tudo ficou infernal. E sinceramente não sei como aguentei por tantos anos dessa forma. Minha madrasta e minha irmã faziam da minha vida um inferno o que naturalmente afastou meu pai de mim também. 

A escola também era horrível, eu era a melhor aluna da turma e mesmo assim era expulsa ano após ano. Coisas estranhas aconteciam e incrivelmente eu era sempre a culpada. Meu pai dizia que não se importava mas eu sei que ele ficava chateado e decepcionado comigo.



Meu aniversário de 13 anos foi o estopim. E também foi o mais bizarro de todos. Eu pedi para o meu pai uma festa no boliche e chamei todos os meus colegas porque eu não queria que ninguém se sentisse excluído. Mas aparentemente ninguém se importou. Duas garotas não-populares e também meu único amigo, Arthur. Ele era simpático comigo desde o meu primeiro dia, talvez porque sentávamos juntos em algumas aulas e eu deixava ele copiar minha lição, eu não me importava porque ele parecia tão solitário quanto eu. Arthur devia ter repetido de ano algumas vezes porque ele tinha cara de mais velho, ele também não fazia educação física e andava sempre mancando. Por causa dele eu repensei na minha festa do boliche, mas ele disse que ia antes mesmo de eu entregar seu convite, ele falou que os tacos de soja daquele lugar eram os melhores do mundo. Mas eu sei que ele só foi porque ele era meu amigo, e eu fiquei grata.

No final éramos 6 pessoas: papai, Arthur, as duas garotas que se chamavam Emme e Mary, minha tia e eu.

Nem minha madrasta nem Petúnia foram, aparentemente elas tinham coisas melhores a fazer, eu não me importei.

Foi tudo bem divertido antes de começar a ficar bem estranho.

A pista do lado da nossa estava sendo ocupada por 2 garotos que reconheci da escola, eles eram uns valentões idiotas e ficavam fazendo sons de puns o tempo inteiro. Eu os ignorava, mas Arthur parecia bem nervoso e às vezes ele quase balia — um som engraçado que ele fazia as vezes quando estava nervoso, geralmente quando ele não sabia as respostas da chamada oral de matemática.

Os garotos apontavam para o Arthur e riam, jogavam bolas na nossa pista e eles realmente fediam. Infelizmente ninguém parecia notá-los ou se incomodar com isso.

— O que foi, ruiva? — um deles gritou quando eu encarava-os. Ele se aproximou e me empurrou, eu desequilibrei mas não caí. 

— Eu só quero que vocês fiquem na pista de vocês! — respondi.

— Quer comprar briga? Nós ficamos onde quisermos! 

— Lily, vamos embora — Arthur se aproximou e falou baixo.

— O que foi, bode? Não se garante? — o outro garoto, que parecia maior e mais fedido empurrou Arthur, que caiu no chão.

— Ei! — gritei — Isso não foi legal! 

Eu estava com muita raiva.

“Isso não foi legal!” — o primeiro afinou a voz, me imitando — Faz tanto tempo que não vejo uma de vocês bravinha assim. Aposto que ela é deliciosa.

Ele sorriu maldoso e eu pude perceber que seus dentes eram afiados

Antes que eu pudesse sequer responder, Arthur deu um soco bem no meio do olho do garoto. Espera, olho? No singular?

Não tive tempo de descobrir, porque Arthur me segurou pelo braço e saímos correndo. 

 

Depois disso tudo ficou mais confuso. Em algum momento os dois garotos nos alcançaram enquanto corríamos pelas ruas de Nova York, Arthur tirou uma flauta de bambu, tocou algumas notas e os garotos simplesmente desmaiaram.

— Arthur…? — comece.

— Rápido — ele dizia — Não temos muito tempo até que eles acordem. 

Era começo de junho, o que significava que estava muito calor e quanto mais eu corria, mas eu achava que estava tendo alucinações, porque os pés de Arthur pareciam cascos. 

E como eu não era nenhuma atleta, eu desmaiei.

 

Quando acordei, minha vida parecia que tinha sido colocada em uma máquina de lavar, sido centrifugada e estendida no varal do avesso!

Eu estava no banco de trás de um carro, Arthur estava no banco do passageiro e gesticulava sem parar falando com o motorista.

— E eram dois ciclopes, Argos! Tivemos sorte que eles eram novos e eu consegui retardá-los com as canções de Pã! Eu já havia sentido o cheiro deles na escola, mas o disfarce estava muito bem escondido pela névoa! 

O tal Argos era um cara loiro e bronzeado e todo tatuado. Suas tatuagens eram todas iguais: olhos muito azuis e estavam em todos os lugares do seu corpo. Braços, mãos, pescoço. 

Então um dos olhos PISCOU para mim e eu soltei um gritinho.

— Lily! Que bom que acordou — Arthur virou para mim e disse animado — Já estamos chegando no acampamento.

— Acampamento? Que acampamento?

— Acampamento meio-sangue, oras.

E então ele me explicou tudo e quanto mais ele falava, mais confusa eu ficava.

 

Meu nome é Lily Evans e eu sou uma semideusa. 



Estou no acampamento meio-sangue desde então. Agora minha vida fazia um pouco de sentido, mas ainda era confuso em alguns pontos. Como por exemplo: minha aparência.

Fui reclamada por Atena na última noite do meu primeiro verão, todos os meus irmãos e irmãs tinham cabelos loiros e olhos acinzentados. 

Meus cabelos são ruivos e meus olhos esverdeados.

Alguns ainda tem algumas teorias de que eu não sou filha de Atena, mas Quíron disse que essas coisas não erram.

Em resumo, não me sinto muito acolhida em meu próprio chalé, exceto por Remus, meu meio-irmão e conselheiro-chefe.


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