O Barriga de Todos Nós escrita por Laís Cahill
Notas iniciais do capítulo
Meus leitores: Posta mais ele é Will!
Eu: hehehhehee fanfic de Dudão
Desculpem por isso aksjkajskajskj
Dudão e Rebeca estavam esperando a van da escola na calçada, como faziam todas as manhãs.
- É bem ali, olha! - disse Rebeca, esticando os pés e apontado para o sol. - Toda vez que o sol chega naquele ponto, bem do lado da parede, é quando a nossa van chega!
- Mas a van ainda não chegou - retrucou Dudão.
- É porque ele ainda não passou para cima do fio do poste! Quando ele passar, você vai ver.
Os dois ficaram alguns minutos tentando detectar o movimento do astro celeste. Finalmente, uma pontinha de luz apareceu acima do fio.
- Ahá! Não tô vendo van nenhuma, Rebeca! - disse Dudão, triunfante.
FOOOOM!
Uma buzinha apitou bem alto e deixou o garoto atordoado.
- Dudão, sai da rua! - Rebeca chamou o amigo e entrou na van dando risada.
- Incrível! Como você sabia? - disse o garoto, se acomodando ao lado dela em um banco.
- Eu sempre sei de tudo - disse Rebeca, com cara de metida.
- Só Deus sabe de tudo!
- Ahahaha, o que aconteceu, Dudão? - disse um garoto que se implicava com ele, do fundo da van. - Esqueceu de tirar a barriga da rua?
- Se a van passasse por cima dele, ela capotava! - completou outro menino.
- Capotava, sim! - respondeu Dudão, ficando de joelhos no banco e virando para trás - Tudo posso naquele que me fortalece!
- Seu careta!
- Senta logo, Dudão - reclamou Rebeca.
A van felizmente não capotou e todos chegaram na escola. Crianças saíram correndo da van como uma manada de búfalos, mas Dudão, como de costume, saiu por último.
Antes da aula, ele e Rebeca procuraram o Binho e ficaram brincando mais um pouco com o até dar o sinal, depois se separaram pois estudavam em classes diferentes.
Dudão entrou na sala e sentou em sua cadeira. Quando o resto das crianças parou de pular como macacos com sarna, a professora trouxe um garoto para frente da sala.
- Crianças, este é Dênis, o novo colega de vocês.
O garoto novo tinha cabelos escuros e longos e usava um boné.
- Sejam legais com ele. Com quem o Dênis pode sentar?
Algumas crianças, incluindo Dudão, levantaram a mão, mas o garoto escolheu sentar com o grupo mais chamativo. Dudão deu de ombros e começou a fazer sua tarefa.
A aula correu normalmente, e, no intervalo, Dênis já estava enturmado com as pestes populares, rindo e brincando com eles.
Dudão ficou mais um tempo na sala depois do sinal tocar pois estava terminando de copiar a lousa.
Antes de sair para o intervalo, no entanto, ele reparou que os garotos populares estavam tirando sarro de alguém.
- Hahahaha, olha como ele fica parecendo uma menina sem o boné! - disse um deles, segurando o boné do garoto novo atrás de si.
- Me devolve isso!
- Cuidado, pode ser que você receba um bilhetinho de amor!
Brincadeiras desse tipo eram a coisa que mais irritava Dudão.
- Ei, deixem ele em paz! - disse o garoto, enfrentando os valentões.
- Qual é, Dudão, para de encher o saco. É só brincadeira, ele não liga. Não é, Dênis?
Todos olharam para o novato.
- É - ele riu - É só brincadeira.
- Viu? Volta pra igreja Dudão, vai orar, sei lá.
Dudão ficou bravo, mas logo foi brincar com os amigos e esqueceu o ocorrido.
O segundo tempo era aula de educação física. Dudão já estava esperando que a professora perguntasse para eles qual era a mão direita e qual era a esquerda. Ele havia treinado para isso, e dessa vez ele não seria aquela única criança que ergue o braço errado.
Infelizmente, parecia que a professora ia fazer uma coisa diferente hoje. Ao invés ir para o campo, todos fizeram uma fila e foram para a enfermaria. Era dia de exame médico!
Todas as crianças estavam sendo medidas e pesadas.
- 25! 29! 22! - os pesos iam sendo falados em voz alta.
Dudão ficou o tempo todo pensando no quanto preferia estar no campo jogando queimada, até que chegou sua vez de ser pesado.
- Quarenta!
A exclamação impressionada de todos os alunos ao ouvir o número poderia ser ouvida até das salas de aula.
- 40 quilos não é muito! - exclamou Dudão ao descer da balança.
- É, sim!
Dudão olhou para os lados e não encontrou mais ninguém que lhe desse uma palavra de apoio. Mediram sua altura e ele foi dispensado.
O resto dos alunos voltou para a sala e começou a pensar em catarro, bolinhas de gude e aviões de papel, menos Dudão, que ainda pensava na pesagem e na cara de impressionado de todo mundo.
Era a primeira vez que ele percebeu que estava gordo, e não era apenas uma zoação, ele realmente estava acima do peso. Durante o resto da aula, Dudão não conseguiu pensar em mais nada. Mal conseguiu conversar com Rebeca no caminho de volta.
Desde então, Dudão começou a reparar em todas as vezes que as crianças o empurravam e eram grossas com ele sem motivo. As ofensas que recebia esporadicamente passaram a lhe afetar mais.
- O Dudão entra na van e ela balança, vocês já repararam? - disse um dos meninos da van. Ao invés de responder, como geralmente fazia, Dudão abaixou a cabeça e cobriu a barriga.
- Ei! Cala a boca, seus piolhentos! - disse Rebeca, ao perceber que o amigo não ia fazer nada. - Dudão! O que aconteceu com você?
Todo esse criticismo fez com que Dudão ficasse determinado a perder peso. Não devia ser tão difícil, era só comer menos.
Com cuidado para não deixar os outros repararem, ele passou a pegar menos comida na hora do almoço. Sua mãe até estranhou ele não querer repetir. Ele começou a passear mais com o seu cachorro. O que era difícil mesmo era quando seus amigos lhe ofereciam salgadinho e refrigerante.
Um mês depois, as crianças foram chamadas novamente para serem pesadas. Dudão estava certo de que estaria pesando menos - pelo menos uns 30 quilos. Não podia dizer que não tinha exagerado nenhuma vez, mas ainda assim ele tinha se esforçado em comer menos. Subiu na balança e esperou o veredicto.
- Quarenta -disse a moça.
Dudão não conseguia acreditar. Todo aquele esforço para não emagrecer nem um quilo.
Voltou para a fila se sentindo super mal. Desta vez ninguém tinha soltado uma exclamação, mas as expressões de riso e espanto eram as mesmas.
- Essa balança é bem forte mesmo, hein? - disse um dos valentões em tom baixo, mas bem audível.
Dudão estava muito irritado consigo mesmo para retrucar o comentário maldoso. Mal reparou que atrás do valentão estava Dênis, e ele não parecia feliz.
- Para de ser babaca, cara!
O valentão pareceu surpreso por ver o novato contrariá-lo, mas não deixou barato.
- O que foi? Vai defender o rolha de poço agora?
Os colegas ao redor ficaram assustados com a agressividade, esperando que alguém interviesse.
- Rolha de poço? Acho que você não reparou, mas ele é uma pessoa.
- Você tá agindo assim só porque ele te defendeu na sala aquele dia, né?
- Não tô, não! Você que é um imbecil!
Sem aviso, o valentão agarrou o boné do outro e jogou no chão, mas antes que conseguisse falar outra coisa, recebeu um soco na cara.
Os dois começaram a se encher de porrada, os alunos gritaram, os professores pularam no meio para apartar a briga. Todos foram parar na diretoria.
A diretora ficou furiosa, disse que poderiam levar uma advertência da escola por causa disso, brigou com o garoto por xingar Dudão e exigiu que pedisse desculpas.
Relutantemente e de modo quase inaudível, o garoto pediu desculpas, mas Dudão perdoou porque Deus ensina a perdoar os ofensores.
Só que os outros dois garotos de olho roxo ainda tinham que se desculpar, e isso foi o que deu mais trabalho. Nenhum deles queria admitir que estava errado. Finalmente, Dênis deu o primeiro passo e pediu desculpas. A diretora ficou esperando que o valentão também dissesse suas desculpas, mas isso nunca aconteceu. Ao invés disso, ele esperou uma oportunidade em que a porta estava aberta e saiu correndo.
- ASTOLFO! ASTOLFO, VOLTA AQUI! VOCÊ ESTÁ ENCRENCADO!
Sem a diretora na sala, Dudão e Dênis caíram na risada. Astolfo ficou encrencado por sua retirada estratégica e recebeu uma advertência. Desde então parou de pegar no pé do Dudão, apesar de ainda encontrar algum pobre coitado para zoar às escondidas.
Dudão aproveitou a oportunidade para falar de Deus para Dênis, que acabou visitando a igreja dele só pra ele parar de encher o saco.
Rebeca reparou a mudança e ficou feliz em ter seu amigo de volta, sem a neura do peso, só da Bíblia.
Então todo mundo viveu cristão e feliz para sempre.
Amém.
Moral da história: Ajude o próximo sem segundas intenções. Mas se ele te der algo em retorno, melhor ainda!
Moral da história 2: Não deixe seu Dudão interior morrer
Moral da história 3: Encham os valentões de porrada
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Se você não é cristão você devia ser.