Vamos juntos ao festival? escrita por Agome chan


Capítulo 1
Convidar para sair




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Eijirou Kirishima estava super nervoso e vestir um yukata nem era difícil, mas ele se destrambelhava todo, o pai até o ajudou, rindo de seu estado, amarrado a faixa.

Calçou os chinelos zori e ajeitou o cabelo, não iria por ele para cima no seu penteado de sempre, prendeu duas mechas atrás e respirou fundo.

Era hoje à noite.

Tinha esperado a semana toda e finalmente chegou.

Olhou para o celular e ficou ainda mais ansioso ao perceber que estava atrasado. Correu com dificuldade, não queria fazer Katsuki Bakugou esperar mais. E pela a frequência que seu celular vibrava, imaginava que ele estava lhe xingando.

O encontrou na entrada da feira do festival, encostado em uma mureta. Os braços cruzados, vestia um yukata preto. Claro, era a cor favorita de Bakugou e estava feliz que ele estava usando um, como pediu brincando. Ele tinha entendido que Kirishima estava falando sério.

Kirishima recuperava o fôlego, agachado, se apoiando nos próprios joelhos.

Bakugou se virou, ainda de braços cruzados. Irritado, claro.

— Demorou por quê?

Se ergueu e levantou as mãos em rendição, dando aquele sorriso sem jeito, respondeu:

— Me arrumando?! Sabe como é.

— E você é uma droga de uma noiva?

Sorriu flexionando o músculo:

— Estou mais pra noivo e não vale a pena me esperar no altar?

Katsuki poderia até querer ter uma resposta na ponta da língua, abriu a boca, mas não tinha. Seu rosto foi o mais rápido para ficar vermelho.

Eijirou se arrependeu do que disse, a vergonha do namorado lhe contagiou e Katsuki percebeu:

— Por que fala essas coisas se fica assim depois?

— Eu não sei, nem pensei antes de falar…

— Oh, eu deveria ficar surpreso com isso?

— Não seja grosseiro! — Jogou o próprio ombro contra Katsuki Bakugou, o empurrando.

Ele lhe olhou com a cara fechada, tentando mantê-la, enquanto as maçãs do rosto coravam. Bakugou soltou um "Pff!" ao ver o sorriso bobo de Kirishima, bastante largo, corado também. Não tinha acabado de dizer a ele não fazer coisas que envergonhavam os dois? Seu namorado não tinha jeito mesmo.

— Vamos logo!

Katsuki se virou para esconder seu embaraço, puxando o Eijirou pela mão.

Que ideia tinha sido a dele de dizer para Kirishima para eles irem juntos ao festival?

Mas como escapar da conversa, Kirishima na semana passada estava cheio de insinuações sobre o evento.

.

.

Ele não era de enrolar tanto antes, para convidar Bakugou para ir a lugares, como ver as luzes no final do ano. E quando era Bakugou que o convidava, ele logo se animava. Por exemplo, na vez que o chamou para escalar montanhas no fim de semana.

Mas bastou eles estarem conscientes dos próprios sentimentos e do que um sentia pelo outro, que pronto, mal conseguiam ser claros para esse tipo de coisa mais? Convidar para sair?

Talvez porque as intenções ficavam ainda mais evidentes.

Semana passada, num dia ensolarado, Kirishima se empolgava enquanto falava ao lado dele, tendo o sorriso animado pontiagudo de sempre:

— Eu estava pensando em ir ao festival. Você não tem mais nada pra fazer nesse calor, né? É tão divertido, e os yukatas? Você já vestiu um?

— Já.

Ficou surpreso, não esperava ouvir aquela resposta. Até parou de falar, imaginando como seria Katsuki Bakugou, King Explosion Murder, de yukata.

— E tem um do seu tamanho? — Por curiosidade, Kirishima perguntou.

— Tenho.

— Não seria legal usar?

— Hm — resmungou, fazendo pouco caso.

Kirishima não era mesmo muito sutil. Coçava a nuca, tentando prosseguir:

— Tem certeza? Seria bom usar de novo para ver se ainda serve.

— Por que?

— Ganhou mais massa, mais músculos, ficou mais alto… 

— O mesmo vale pra você?!

— Tenho um vermelhão! Experimentei ontem, ficou bom.

— E não tirou foto?

— Não? Por que?

— Pra eu ver. Você sempre faz isso. Sabe quantas fotos de crocs você me mandou, seu merda? Encheu a memória do meu celular com crocs!

— Só com crocs? Não te mandei só eu de crocs — deu uma cotovelada nele, para o provocar e levou uma de volta.

Katsuki tinha um meio sorriso no rosto.

Definitivamente, se excluísse as outras fotos do Kirishima: as que ele manda de cachorros na vizinhança e compara com o Bakugou (de Pitbulls a Pitchers), as do seu progresso de musculação, as que o próprio Katsuki tira quando Eijirou está dormindo, ele teria mais espaço na memória.

Mas tudo bem, ele mandou tudo para o driver e liberou espaço.

Kirishima estava doido para os dois terem mais fotos e momentos juntos, só deles. O festival era uma oportunidade, ainda mais preciosa: Bakugou de yukata todo bonito… ah… Kirishima queria muito ter isso registrado.

— Você tiraria foto quando fosse experimentar pra mim?

— Se ferrar! Pra quê? Você vai ver ao vivo.

Kirishima quase engasgou com o próprio sorvete:

— A-ao vivo?

— É, nós vamos nessa merda de festival — Bakugou não estava nem pedido, já afirmava.

E mesmo assim, Kirishima queria confirmar:

— Mesmo? Nós dois?

Deixando o namorado ainda mais sem jeito.

Se ele estiver mandando, Kirishima ainda não entenderia, imagina se ele estivesse pedindo? Eles se encaixavam muito bem por coisas assim: Eijirou não entendia sutilezas e Bakugou não sabia ser sútil.

— É, é! Nós dois! Algum problema? Não é pra chamar todos aqueles mexeriqueiros, não!

— Acho que não precisa, vamos nos cruzar com eles lá de todo jeito.

Bakugou fez careta.

Conseguia imaginar Kaminari, Sero e Mina provocando eles dois. Jirou só observaria, se divertindo, típico dela. Aoyama faria uma pose aleatória, Momo olharia para Bakugou com dó, por causa dos amigos idiotas dele lhe fazendo passar raiva.

Deku e cia, incapazes de ler o clima e deixá-los em paz… foi assim no festival passado na U.A., e era mais complicado por ser só amigo do Eijirou Kirishima na época. Dessa vez não seria era o caso, sabendo que são mais que amigos, custava aquele povo se tocar? Custava?

Poderia pedir para eles, mas além de não combinar com sua imagem, eles fariam de sua vida um inferno se sequer deixasse a entender: quero ficar a sós com o meu namorado.

Não valia a pena.

Mais fácil era por eles para correr sendo desagradável. Isso combinava com sua imagem e não estranhariam, pensava… torcia.


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