Subentendido- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 11
Dúvidas




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FRED POV 

O tempo parecia não corresponder à realidade. Ouvi a conversa entre Harry e Dumbledore, sobre um sonho ou visão que mostrava o papai sendo atacado por uma serpente… Mas eu só queria que parassem de conversar logo e nos levassem até onde estava nosso pai. Pelo que entendi, ele estava a serviço da Ordem.

Usamos uma chave portal antes de Dolores aparecer e fomos para o Largo Grimmauld.

—E o que estamos esperando? Vamos ver o papai agora!

— Não é tão simples, Fred. Seu pai estava a serviço da Ordem, se vocês chegarem lá imediatamente, poderia levantar suspeitas a respeito de como essa informação chegou a vocês. Já pensou no que o Ministerio pensaria disso?

Observou Sirius e eu retruquei:

— Não ligo para essa Ordem estúpida! Papai pode… Pode morrer e a gente não está com ele agora!

—Seu pai sabia dos riscos de estar na Ordem. Ele concordou com eles porque sabe como nosso trabalho é importante. Há coisas pelas quais vale a pena morrer!

—Para você é fácil falar, só fica aqui trancado o dia inteiro enquanto nosso pai que arrisca a vida…

—Fred! 

Foi Hermione quem gritou. Confesso que nem me lembrava que ela veio conosco. Ela continuou:

—Sirius não fica escondido só porque quer...E seu pai… Vai ficar bem. Ele já deve estar sendo atendido no St. Mungus, sua mãe está com ele e deve mandar notícia a qualquer minuto…

Ela tinha razão. No mesmo instante, uma coruja surgiu com uma carta escrita pela mamãe explicando toda a situação e pedindo que a gente espere aqui. 

Olhei para Harry e Sirius com raiva. Eu sei que não era culpa deles, mas se não fosse pela Ordem e tudo que envolve Harry Potter, nosso pai estaria bem.

Rony, Gina Jorge e eu estamos juntos na mesma sala. Ninguém queria ficar sozinho no quarto. Harry não teve coragem de ficar conosco enquanto esperávamos notícias da mamãe. Hermione entrou na sala e ofereceu o colo para Gina poder deitar.

Depois de um tempo, Gina e Rony acabaram cochilando. 

—Fred, Jorge… -Hermione sussurrou.- Não sei se isso vai fazer vocês se sentiram melhores ou piores… Mas acho que seus pais sabiam que tinham de participar da Ordem por vocês também.

—O que quer dizer com isso?

Jorge respondeu também falando baixo.

—A Ordem da Fênix está protegendo meus pais que não são mágicos a mando de Dumbledore, acho que de algum jeito ele sabe que Você-Sabe-Quem poderia ter Rony e eu como alvos para chegar ao Harry. Seus pais não querem vocês na Ordem, mas querem vocês próximos a ela o suficiente para ficarem seguros. Na Primeira Guerra bruxa, seus pais não participaram porque tinham 6 filhos para manter em segurança… Dessa vez não tem como só ficar longe dos problemas, estamos próximos demais do alvo dele.

—Tá dizendo que a culpa do nosso pai quase ter morrido é do Harry?

— Pelo contrário. Ele também não tem escolha. Se querem culpar alguém é depositaram toda sua raiva nessa pessoa… Culpem Voldemort.

A fala dela me pegou desprevenido. Não é em Sirius ou em Harry que tenho que descontar meu ódio, esse alguém é Voldemort.

Olhei para Jorge e acho que ele sentiu o mesmo. Já estamos a tempo demais em Hogwarts, talvez esteja na hora de abrirmos nossa loja e poder contribuir com a Ordem sendo adultos. Provavelmente mais Weasleys vão se ferir, mas podemos ajudar a resolver esse problema de uma vez por todas.

 

***

HERMIONE POV

A Sra. Weasley voltou de madrugada, abraçou os filhos e disse que Arthur estava bem. Quando viu Harry, correu para abraça-lo e agradeceu por salvar a vida de seu marido.  Foi decidido que todos nós visitaríamos o Sr. Weasley no final da tarde, agora o que mais precisavam era de uma boa noite de sono.

Confesso que não consegui dormir e decidi estudar um pouco. Não  queria nem imaginar o que Harry viu em seu sonho. Espero que Dumbledore encontre um jeito de impedir que Harry possa aumentar essa conexão com Voldemort.

Subi para o último andar onde ficava Bicuço. A casa estava visivelmente mais limpa do que quando a deixamos no verão.

Peguei o livro de L.E. e continuei a estudar para os NOMs, mas aquela lista comparando dois rapazes ainda prendia minha atenção.

Gosto de Rony. Admiro sua lealdade e companheirismo, ainda que o trio esteja sempre achando motivos para brigar. Sinto vontade de cuidar dele, como se seu jeito destrambelhado precisasse de cuidados especiais e adoro o sorriso dele quando fica surpreso com algo que fiz. É bom ter ele ao meu lado, mesmo que nada aconteça entre nós.

E tem Fred. Seria mentira se eu dissesse apenas que gosto dele. A vontade que tenho é de abraçá-lo e nunca mais soltar, principalmente quando o vejo irritado e com medo de que algo aconteça com sua família. Eu entendo esse sentimento pois sinto o mesmo. Às  vezes eu me pegava devaneando um futuro do lado dele, eu seria uma pessoa feliz acordando todos os dias ao seu lado, longe de todos os problemas e com alguém que sempre me faria sorrir. Mas eu sei que é só um sonho.

Comecei a rabiscar minha própria lista sobre os dois numa parte do caderno quando algo estranho aconteceu.

"Pensei que já tivesse se decidido, L.E. Precisa resolver isso logo ou não estará concentrada para se preparar para o NIEMs."

O livro estava conversando comigo? Esse texto apareceu exatamente abaixo do que escrevi e desapareceu pouco depois.

Por mais absurdo que pareça, respondi.

"Não estou perdendo o foco. Posso estudar e refletir sobre meus sentimentos."

"Meu nome é H.G.", completei.

O livro conversou novamente:

"É o que todos dizem, H.G., mas aprenda com minha experiência, romance jamais será mais importante que estudos enquanto estiver na escola."

Parecia minha mãe falando. Apaguei meus rabiscos.

Fechei os olhos e imaginei uma outra vida, onde não preciso me preocupar em salvar meus melhores amigos ou me sentir responsável por salvar o mundo. Um mundo onde eu estudaria por puro prazer e teria ao meu lado quem me faz feliz… Havia uma cabeleira ruiva, mas de quem será?

Assim, dormi.

No dia seguinte, fomos para o St. Mungus e vimos, além de Arthur, o antigo professor Lockhart em uma seção para doenças irreversíveis que envolvem magia e Neville visitando alguém. Eram seus pais, com efeitos colaterais da última guerra. Me pergunto se conseguiremos passar pela guerra que está a caminho sem perdas tão dolorosas.

Eu entendo o medo de Molly. Também vejo os Weasley como minha família e os riscos de perdas às  vezes  parecem inevitáveis.

Inevitáveis. 

Voltamos para o Largo Grimmauld, tivemos uma boa ceia de Natal, bons momentos de alegria antes de voltarmos para a situação catastrófica de nossa escola.

***

Harry passou a ter aulas de oclumência com Snape por pelo menos um mês. Ele pode reclamar como quiser, mas o professor Snape é claramente um bruxo poderoso, será bom que Harry aprenda a evitar sonhos conectados com Você-Sabe-Quem. 

Estávamos voltando para o Salão  da Grifinória quando vimos os Gêmeos Weasley aliciando os primeiranistas, de novo.

—Chapéus-Sem-cabeça!- Jorge gritou enquanto Fred colocava um chapéu em si mesmo- a nova invenção de Gemialidades Weasley! Apenas 2 galões!

O mais incrível é que funcionava. A cabeça de Fred ficou desaparecida enquanto Jorge não tirou o chapéu.

—Como esses chapéus funcionam? - perguntei intetessada - Quer dizer, obviamente é algum tipo de Feitiço de Invisibilidade mas é muito difícil estender o campo da invisibilidade para objetos encantados... Imagino que o encanto não deva durar muito tempo.

Fred deu um sorriso maroto e quase colocou o chapéu em minha cabeça.

—Isso, minha cara, são  segredos de negócios. Só precisa pagar 2 galões e terá todas as informações que desejar!

Sorri para a impertinência do ruivo. Ambos continuaram vendendo seus produtos de moral duvidosa, até que Harry, Rony e eu decidimos ir dormir.

Pelo visto, Harry acordou tendo mais um sonho com Você-Sabe-Quem e ele estava feliz. Descobrimos a razão na manhã seguinte, 10 Comensais da morte fugiram de Azkaban aquela noite.

—Isso é um absurdo! - Harry lia o Profeta Diário- Estão colocando a culpa  da fuga em Sirius Black!

— Não é possível que alguém ainda acredite nessas lorotas, Harry.

Rony tentou reconfortá-lo. Confesso que acordei com vontade  de resolver as coisas de forma mais prática... Uma ideia me surgiu a mente, envolvendo uma pessoa desprezível, porém útil. 

—Tem razão, Rony, as pessoas precisam de algo que realmente seja verdade  para acreditarem. Harry… Poderia me encontrar nos três  vassouras esse fim de semana?

Ele pareceu meio sem graça.

—Bem, tenho um encontro com a Cho, mas posso ir falar contigo depois.

Sorri, ali começava mais um plano em ação.


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