The Ghost I Used To Be escrita por instrokes


Capítulo 4
Cap III


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Lembrando que esse capítulo é pelo ponto de vista do Paul!
Boa leitura!



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"O momento em que você olhou para mim,
comecei a perder a sensação nas minhas bochechas.
Me senti me movendo em direção a você."

 

 

Eu saía de trás de um arbusto onde tinha escondido minhas roupas, e terminando de vestir a bermuda vou de encontro ao Quill, que já estava totalmente vestido me esperando. Tínhamos acabado de terminar nossa patrulha que durou a noite toda, Sam estava pegando pesado com as rondas, tornando elas mais longas e nos fazendo chegar até a fronteira, para ter certeza de que não haviam inimigos por perto. Depois dos últimos acontecimentos com batalhas entre exércitos de vampiros ele ficava cada vez mais alerta a mínima estranheza que fosse, o que acabava sobrando pra nós. Mesmo com o número da matilha tendo dobrado de tamanho, ele preferia deixar os novatos na redondeza da reserva, já que ainda não eram tão bem treinados.
 

Chegando na vila da reserva me despedi de Quill que parecia um zumbi de tão cansado e nem me ouviu direito. Fui direto pra casa e chegando lá, vi que meu pai não estava, devia ter pegado turno extra no trabalho, e desci às escadas em direção ao porão, que era o meu quarto. Fui direto tomar um banho quente para poder relaxar os músculos e tirar toda a terra que estava no meu corpo, perdendo a noção do tempo dentro do banheiro. Enquanto saia e procurava por uma roupa limpa na bagunça que estava, resolvi que iria dar uma volta na praia, afinal não estava tão cansado, e o sol até tinha dado as caras por ali, o que era um momento raro que não podia perder. Mandei mensagem pros meninos pra ver se alguém gostaria de ir comigo, mas o único que me respondeu foi o Jared, que estava com a Kim, então sem chances dele largar dela pra me acompanhar. Resolvi ir sozinho mesmo e subindo na cozinha e pegando uma maçã fui em direção a praia.
 

Já chegando no final da floresta e no começo da praia, passo perto de um conjunto de pedras e escuto um choro baixo. No começo achei que fosse só alguém querendo se esconder e chorar em paz, mas passando mais perto percebo que o choro é infantil e olhando em volta vejo que não tem mais ninguém por perto. Curioso resolvo subir as pedras e ver o que está acontecendo, e é quando vejo um menino de uns 5 anos talvez em cima de uma pedra agarrado nela e choramingando.

— Ei carinha, tudo bem com você? - perguntando descendo em direção a ele e oferecendo minha mão para ajudá-lo a sair dali.
 

— Eu fiquei preso aqui, não conseguia subir de volta, essas pedras tão muito lisas, me fazendo escorregar. Achei que ninguém fosse me ouvir - diz ele enquanto pega a minha mão. Levanto ele no meu colo e com cuidado vou passando entre as pedras e saindo dali.
 

— Está tudo bem agora, vamos achar sua mãe ok? Ela deve estar preocupada. Aliás o meu nome é Paul, qual é o seu? - começo a conversar com ele no meu colo o levando de volta a praia.
 

— Meu nome é Bradwell, mas eu gosto que me chamem de Brad só, esse nome é muito velho - ele faz um careta desgostosa e eu solto uma risada.
 

— Tudo bem Brad, você se lembra onde a sua mamãe está? Ou você pode me dizer o nome dela?
 

— Eu vim com a minha irmã, e a gente tava perto de uma arvore grandona caída na areia.
 

Começo a olhar em volta e reconheço o tronco ao qual ele estava se referindo. Começo a andar em direção a ele, olhando em volta procurando a tal irmã, até que ele se chacoalha tentando sair do meu colo, e eu o coloco no chão. Vejo então ele sair correndo em direção a uma menina que estava ao telefone e percebo que é a sua irmã, então vou atrás. Ela parecia que estava preste a ter um ataque, o que era compreensível, então fiquei esperando ela terminar de checar o estado do irmão antes de dizer qualquer coisa. Antes de ir embora completamente ela parece se lembrar de mim e vira de volta para agradecer, e então ela estende sua mão e se apresenta.

— Me desculpe, eu nem te agradeci ainda. Muito obrigada por ajudar meu irmão, eu sou a Autumn.
 

— Sem problemas, esse rapazinho foi muito corajoso - digo bagunçando os cabelos do Brad, o fazendo rir. - E a propósito meu nome é Paul.

Aperto sua mão que estava estendida para mim e é ai que nossos olhos se encontram. A partir desse momento eu fico estático, eu não podia estar acreditando no que eu estava vendo, muito menos sentindo. Eu podia sentir a energia que subia no meu corpo, o meu estômago revirando, meu coração palpitando que nem louco, minha cabeça começou a ficar zonza, e a única coisa que eu conseguia me concentrar era no cheiro dela, do meu imprint. Todas essas sensações pareciam durar uma eternidade, mas ao mesmo tempo passou tão rápido, ela tentou soltar sua mão da minha, mas em um impulso apertei elas impendido que se soltassem da minha. Ela me olhou meio estranho e isso foi o clique que me fez voltar a realidade e soltar sua mão constrangido. 
 

Passo as mãos nos cabelos nervoso sem saber muito como prosseguir a conversa, e enquanto penso sobre o que falar ela já está dando meia volta e arrumando suas coisas, provavelmente para ir embora. Uma sensação de urgência se apossa do meu corpo, tentando achar alguma coisa que eu possa fazer para impedir.

— Vocês já estão indo embora? O sol está no pico agora, seria um desperdício não aproveitar ele, por aqui isso é muito raro. - digo a primeira coisa que me vêm a mente e indo em direção a eles.
 

— Eu acho melhor, já foi muita emoção para um dia só, e daqui a pouco minha mãe vai ligar querendo saber o motivo da minha ligação e o porque desliguei na cara dela. - diz ela terminando de colocar um band aid no dedo de Brad e já pegando a mochila.
 

— Eu entendo, é que eu ouvi que o Brad se perdeu porque estava procurando conchas certo? Ele parece bem triste por ter perdido as que ele pegou. - aponto para o menino que parecia cabisbaixo olhando para a única concha que ele não derrubou enquanto o resgatava das pedras. - Se quiser eu posso ajudar a procurar mais, conheço um lugar seguro aqui na praia onde você pode achar um monte, que tal?

Ao terminar de falar de falar olho para Brad que está com os olhos brilhando e balançando as mãos de sua irmã implorando para poderem ficar um pouco mais. Já ela olha de mim para o irmão pensativa, então resolvo insistir um pouco mais.

— Vamos lá Autumn - uma sensação prazerosa de formigamento dança em minha língua quando digo seu nome em voz alta. - Você não vai querer que ele vá pra casa de mãos vazias né? Como resistir a esse rostinho? - digo sorrindo e Brad entra na brincadeira fazendo um bico que finalmente faz ela soltar uma risada.
 

— Tudo bem, só mais alguns minutinhos ok? E dessa vez eu vou junto com você.

Fomos andando pra uma área da praia um pouco mais afastada, mas que tinha um monte de conchas, e enquanto ajudava o Brad a pegar o maior número possível, tentava puxar papo com a Autumn. Ela parecia meia fechada, não conversou muito sobre ela, apenas besteiras do dia a dia, mas por enquanto já estava mais do que suficiente, não queria assustá-la com perguntas muito pessoais. Ficamos quase 1 hora ali pegando conchas, conversando e brincando com o irmão dela, quando ela recebeu uma mensagem e disse que tinha que ir embora, então acompanhei eles até o carro com o Brad em meus ombros.
 

Enquanto ela ajustava o cinto do menino no carro eu pensava em uma forma de pedir seu número sem parecer muito invasivo. Acho que fiquei tempo demais pensativo por que quando voltei a mim ela já estava sentada no banco do motorista com a janela abaixada e me olhando meio confusa, esperando que eu dissesse alguma coisa.

— Obrigada mais uma vez por ajudar meu irmão, e também pela companhia agora. - ela disse quando percebeu que eu estava demorando muito pra dizer alguma coisa.
 

— Ah que isso, não foi nada. Espero ver vocês de novo por aqui, às vezes no fim de semana jogamos frisbe ou futebol pra passar o tempo. O Brad pode vir um dia desses pra gente jogar juntos, ele disse que adora né? - olhei para ele e fiz cosquinhas em sua barriga o fazendo soltar um grito alegre.
 

— Eu quero muito vir Autie, eu posso né? Aí eu trago a minha bola que o tio Jack me deu. - disse Brad já todo animado fazendo planos no banco de trás.
 

— Claro, a gente pode voltar outro dia sim. - Vejo que ela já estava pronta para dar partida no carro e resolvo agir de uma vez.
 

— Então você poderia sei lá, me passar o seu número? Claro só se você quiser, mas é que aí ficaria mais fácil de marcar um encontro.
 

— Um encontro? - ela pergunta rindo da minha cara quando percebe o que tinha falado.
 

— Não encontro encontro. Sabe né, um encontro nós três pra gente jogar, só isso - eu sorrio amarelo tentando concertar o que disse e por dentro querendo morrer. Ela olha para mim por alguns segundo pensativa e então estende a mão na minha direção.
 

— Tudo bem, me passa o seu celular que eu anoto o meu número.

Depois disso eles finalmente se despedem de mim e enquanto ela dá a ré com o carro e vai em direção a rodovia eu fico ali acenando que nem um idiota, e espero até o carro sumir de vista. Olho então para o meu celular, com o seu nome e o número e dou o maior o sorriso, começando a rir sozinho em seguida, fazendo algumas pessoas ali em volta me olharem esquisito. Então recebo uma mensagem de Sam chamando todos do bando para uma reunião, e vou correndo em direção a casa dele, mais do que ansioso para contar as novidades.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo! ❤❤



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