The Ghost I Used To Be escrita por instrokes


Capítulo 3
Cap II


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capítulo! Obrigada pelos comentários, e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796276/chapter/3

"Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino."




         Já faziam algumas semanas que eu tinha começado na nova escola, e meu maior medo aconteceu: a Chloe realmente não tinha me deixado. Mas pelo lado bom era que ela estava se tornando uma boa amiga, não me enchia de perguntas desnecessárias sobre meu passado, e tinha um gosto musical bem parecido, o que acabou nos aproximando.

Coloquei minha bandeja na mesa do refeitório em que sempre sentávamos, não costumava conversar muito com as pessoas que estavam ali, a maioria eram amigos do primo da Chloe, Joshua, e ficávamos ali por puro comodismo - era a mesa mais próxima do aquecedor. Dei um cumprimento geral para as pessoas que já estavam ali e olhei ao redor o movimento que começava a se intensificar. Vi alguém vindo na minha direção e olhando atentamente pude rapidamente reconhecer que era a Chloe, além do cabelo curto, pude ver o bracelete dourado que ela usava no pulso esquerdo - aprendi a reconhecer que ela sempre estava usando ele, e o brilho facilitava mais as coisas para mim.

— Autieeee! - disse ela cantarolando meu nome. - Já que esse fim de semana estamos livres de trabalho, porque não fazemos alguma coisa? Li que vai até fazer um pouco de sol, podíamos sei lá fazer uma trilha!
 

— Trilha? Você? Andando no meio do mato? Úmido? - soltei uma risada de escárnio imaginando a cena dela toda atrapalhada resmungando sobre os insetos.
 

— Okaaay, não precisa tanto - ela revirou os olhos. - Mas ainda sim devíamos fazer alguma coisa.
 

— Vou ter que deixar para outro fim de semana, desde que chegamos meu irmão quer ir para a praia, então pensei em aproveitar o tempo de amanhã e levar, ele tem reclamado que não passamos muito tempo juntos. - respondi ela enquanto ela roubava meu pudim, e dava uma colherada suspirando frustrada.
 

— Tudo bem né, quem sou eu pra me meter entre dois irmãos. Mas ainda sim vou insistir para que você vá a festa do Zack comigo. Por favoooor! - ela suplica agarrando minha jaqueta e sujando ela com o chocolate do pudim que estava nos dedos. Quando ela vê a sujeira me olha pedindo desculpas e me entrega um guardanapo para me limpar, olho pra ela entediada e pondero sobre a situação. A festa ia ser em 2 semanas na casa dos irmãos Balfour, Zachary e Levi. Chloe pelo visto tinha uma queda pelo Zach desde que entrou no ensino médio, eles até conversam algumas vezes, mas nada mais do que isso. Quando ele a convidou para a festa, ela só faltou ter um ataque, e desde então está insistindo para que eu vá junto.
 

— Eu prometo que não vou te deixar sozinha, vai ser uma ótima oportunidade pras duas! Eu tenho enfim minha chance com o Zack e você se diverte um pouco, conhece novas pessoas! Hein? - ela me olha piscando os olhos de um jeito fofo. Eu reviro os olhos tanto a menção de conhecer novas pessoas quanto a essa tentativa de me conquistar e resolvo ceder de uma vez.
 

— Tudo bem, tudo bem… Mas qualquer problema a gente vai embora ok?
 

— Ok! - ela me abraça de lado alegremente e nos levantamos indo limpar as bandejas, e retornar para o restante das aulas.

Era cerca de 9 horas da manhã quando estacionei meu carro na entrada da praia de La Push, o sol realmente tinha aparecido, mas ainda sim o tempo estava um pouco frio. Abri a porta de trás ajudando Bart a sair do carro e pegando a mochila com coisas que iríamos precisar para passar o dia. Fomos andando de mãos dadas até um tronco grande que tinha caído na areia, estendi um lençol e sentei ali mesmo. Logo uma menina veio correndo em nossa direção, e pelo visto era amiga de Bart. Ela estava com um lupa na mão e convidou ele para ir procurar conchas pela costa. 

— Eu posso ir Autie? - disse ele olhando para trás e esperando minha resposta.
 

— Pode sim, mas não fique fora do meu campo de visão ok? E volte daqui a pouco para comer um pouco, você não tomou café da manhã suficiente. - disse enquanto me lembrava de checar mentalmente mais uma vez suas roupas.
 

— Tudo bem, obrigado! - Eles saíram correndo e começaram a rir e procurar pelas conchas.

Deviam ter se passado uns 40 minutos desde que chegamos e tudo estava calmo, algumas pessoas foram chegando depois para aproveitar o tempo mais ameno, e meu irmão continuava a se divertir com sua amiguinha. Aproveitei pra ler um livro enquanto isso, sempre mantendo atenção sobre meu irmão. Enquanto estava concentrada no livro ouço um barulho de galhos quebrando atrás de mim e com o susto me levando rapidamente olhando na direção de onde veio o barulho. Dentre as árvores dois garotos aparecem rindo, com um deles passando a mão pelos cotovelos, o que me faz presumir que foi ele quem cair em cima dos galhos. Depois de alguns passos em direção a praia eles percebem que estou olhando pra eles e vem em minha direção.

— Parece que você levou um susto, me desculpa pela confusão - diz o menino que provavelmente caiu.

— Tudo bem, não foi nada de mais. Você está bem? - aponto para o corte no cotovelo dele, não parecia muito profundo, mas com certeza dolorido.

— Ele vai ficar, no máximo só o ego que foi ferido por não conseguir subir na árvore sem se estraçalhar no chão - diz o amigo dele rindo e em seguida levando um tapa no braço do outro.

Aceno com a cabeça acenando e volto a me sentar pegando o livro e pronta para voltar a leitura, mas antes dou outra checada no meu irmão. Procuro com o olhar sobre a beirada da praia, mas não encontro ninguém com as características dele. Me levanto novamente, dessa vez preocupada e passo meu olhar por toda a extensão da praia, ainda sem sucesso

Jaqueta vermelha, calça azul, tênis preto… Jaqueta vermelha, calça azul, tênis preto… - repito para mim mesma as vestimentas dele tentando achar alguém parecido. Começo a andar pela praia já com os olhos lacrimejando por não conseguir encontrar Bart, com a culpa começando a me remoer por ter tirado meus olhos dele por apenas uns instantes.

Pergunto a algumas pessoas próximas que estavam perto de nós, e ninguém viu para onde ele foi. Corro desesperada para o tronco onde estava inicialmente, e procuro na mochila o meu celular. Com as mãos trêmulas eu começo a ligar para minha mãe, e quando ela atende eu ouço a voz do Bart.

— Autie! Autie! Vejo ele correndo na minha direção no colo de um estranho. Desligo o celular antes que eu possa responder minha mãe e corro na direção dele. O estranho solta ele no chão e eu abraço Bart com toda a força, soltando algumas lágrimas de alívio.

— Eu não disse pra você não sair do meu campo de visão? Por que você me desobedeceu? E o que aconteceu com a sua mão? - digo enquanto faço uma inspeção pelo seu corpo e encontro alguns arranhões nos dedos e na palma de sua mão direita.

— Me desculpa, eu fui querer procurar mais conchinhas, porque aqui não estava mais achando, e acabei indo em direção aquelas pedras, mas escorreguei e fiquei preso nelas, até esse moço me ajudar. - diz ele choroso e apontando para um conjunto fechado de pedras no final da praia.

— Tudo bem, depois a gente conversa melhor sobre isso tá? Eu vou fazer um curativo na sua mão, vem comigo.

Enquanto pego em sua mão, me lembro que o estranho que salvou ele ainda estava nos observando, então antes de voltar para o lugar que estava me viro em sua direção e estendo a mão para ele.

— Me desculpe, eu nem te agradeci ainda. Muito obrigada por ajudar meu irmão, eu sou a Autumn - digo levantando meus olhos em direção ao seu rosto. Ele tinha o cabelo preto e curto, totalmente bagunçado, e ainda estava molhado. Mesmo com o tempo ele só vestia uma regata e uma bermuda, parecendo não se importar com o vento, e eu percebi que tinha uma tatuagem no braço direito, mas não consegui prestar atenção direito no que era.
 

— Sem problemas, esse rapazinho foi muito corajoso - ele disse enquanto bagunçava os cabelos do meu irmão, o fazendo rir. - E a propósito meu nome é Paul.

Enfim ele apertou minha mão de volta e nisso nossos olhos se encontraram. Ele que antes estava sorridente, parou bruscamente e fixou seu olhar em mim, sem dizer mais nada e muito menos soltar a minha mão, que tentei soltar em vão, mas seu aperto ficou mais forte quando fiz isso. Olhei de volta pra ele querendo retrucar o gesto, mas assim que levantei nossos olhos se encontraram de novo, me deixando acanhada com a forma profunda que ele me encarava. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Próximo capítulo vai ser no ponto de vista do Paul. Bjos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Ghost I Used To Be" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.